I'm In Here

LTitulo: Im In Here

Autora:Roberta Clemente

Nota: Alguns pensamentos na narração são eventos ocorridos na quinta temporada e podem ter erros...perdão. 

Resumo: Chloe e Oliver sendo acompanhados de perto...muito perto

I'm In Here

1/1

A chegada de Oliver e Chloe a Star City foi claramente difícil no começo. Foram vistos com desconfiança pela opinião publica. Até mesmo Oliver, o filho da cidade, o cidadão mais nobre, não escapou do olhar desconfiado.

Mas foi Chloe, mulher que ninguém conhecia até sua chegada, quem teve um alvo desenhado nas costas. Sua vida imediatamente foi vasculhada, seus movimentos observados e controlados. Queriam saber quem era aquela mulher que conseguiu o que nenhuma mulher outra havia conseguido antes. O nome Queen.

Chloe era o enigma a ser desvendado, interpretado e em muitas vezes julgado. Se parecer menos com as mulheres com quem Oliver desfilou a vida toda e mais com o resto dos mortais serviu para aumentar a curiosidade, foi quando a gravidez logo após o casamento que todos acharam terem enfim encontrado o motivo para aquele casal tão improvável.

Chloe Sullivan, ex-repórter do Planeta Diário, convenientemente funcionária das Industrias Queen, prima de uma das ex-namoradas de Oliver, que era muito mais parecida com o tipo que todos estavam acostumados a vê-los desfilar teria conseguido assim a aliança no dedo esquerdo? Com uma gravidez? De seus chefe?Foi o mais lógico.

E foi Oliver quem a salvou a imagem da mulher que gritava amar perante a opinião publica. Com uma entrevista, apenas uma, disse a todos quem Chloe Sullivan realmente era. Sem hesitar em nenhuma virgula revelou que era de Chloe que ele falava quando revelou ser Arqueiro Verde, a pessoa que significava tudo para ele e que achou naquele momento ter perdido.

Desmentindo a impressão de que a relação dos dois teria acontecido da noite para o dia, revelou o envolvimento de mais de um ano até o casamento. E que se eles não tinham se casado antes foi por que ele demorou demais para conseguir conquistar o coração dela.

Chloe passou a ser vista com outros olhos. De possível interesseira e alpinista social a mulher forte, que não se deslumbrava pelo status ou poder do marido, que o tinha salvo, ganhado seu coração e levado de volta para casa.

Assim Chloe ganhou respeito e aprovação. A parte feminina de Star City deixou de vê-la como concorrência e sim como uma gata borralheira dos tempos modernos, vivendo um conto de fadas, com seu príncipe, seu herói.

Para o resto ela era a mulher que tinha colocado Oliver Queen, o playboy no caminho certo. Muitos creditavam a ela a maneira estável como as Industrias Queen e Oliver enfrentara o fim da fusão com a LuthorCorp. E logo ela começou a ser comparada e chamada de a nova Laura Queen.

Em poucos meses eles se transformaram nos queridinhos, os donos de Star City e o herdeiro Queen era esperado com ansiedade por todos. Não havia um dia em que pelo menos uma nota sobre eles não saia em algum jornal. De bailes de gala a um simples passeio pelas ruas. De traje fino ou de casuais pares de jeans. Ele eram perfeitos.

Como na foto do jornal daquela manhã. Onde eles pareciam felizes e apaixonados, sentados frente a frente em um café qualquer. De mãos entrelaçadas sobre a mesa, para que Oliver pudesse levar a mão dela facilmente aos lábios, para um beijo carinhoso. Mesmo de longe era possível ver o ventre arredado de Chloe. A nota dizia que era o final do oitavo mês. Logo ela daria a luz e seu rosto transparecia toda felicidade que uma mulher realizada poderia carregar.

Depois de tocar o rosto dela no papel Lex se afastou devagar. Alguns passos para longe e ele pôde vê-la lado a lado com as outras noticias e fotos que tomavam a parede. Capas e capas de revista de fofoca, moda ou de gestantes. Primeiras paginas do jornal com eventos importantes em que eles estivessem, entre artigos antigos da Torch e Daily Planet, tudo sobre Chloe Sullivan diante dos seus olhos.

Sorriu suavemente quando mais uma vez percebeu que o sorriso dela no jornal daquele dia combinava com todo o resto, com todos os outros que enfeitavam o quarto. Nunca forçado ou interpretado, mas extremamente caloroso e... fascinante.

As imagens de todos os outros que soube que fizeram parte de sua vida já não era mais visto por de baixo dos recortes. Nem Clark, supostamente seu melhor amigo, nem mesmo Lana sua ex-mulher supriram o vazio que carrega. Eles não passavam de informações, nomes insignificantes que se ligavam a rostos desconhecidos.

Menos ela. Ela era a pessoa, o rosto que completava a única lembrança que tinha de sua vida inteira. Nela seu cabelo loiro era longo, eles estavam entre arvores frescas e Chloe o olhava com ternura e gratidão. Não sabia o motivo, não conseguia se lembrar o que teria feito para ser a causa daquele sorriso, só sabia que ele não saia dos seus pensamentos. Ele era sua única lembrança. Juntamente da sensação de que em algum momento ela tinha salvo sua vida e sua voz.

“Obrigada Lex. Eu não teria conseguido sem você”

A voz dela, a sensação do seu abraço, de uma luz branca e forte os envolvendo como um só, o mantinha são, acalmava, assim como a musica que tocava ao piano enquanto olhava para ela. Não sabia como se lembrava das notas, mas as tocava com perfeição, assim como não entendia a ligação com Chloe, mas a tinha.

-Senhor Luthor

Lex não para de tocar. Ele continua e olha friamente para o homem que estava parado na porta do seu quarto. Mais um de seus funcionários que a julgar pela forma como o temia não poderia confiar, mas que dependia enquanto não descobrisse quem realmente era.

-Oliver Queen está na cidade, senhor.

Sem perceber Lex começa a tocar mais rápido, ignorando a dor que sentia na mão direita. Seus dedos deformados e sem luva passam a voar pelas teclas de marfim do piano com a menção de seu antigo amigo de escola, que agora era casado com a mulher de suas lembranças. Não sabia se era um homem bom ou ruim, mas aquilo não despertava bons sentimentos. Como se a existência de Oliver Queen acordasse algo escondido dentro dele, algo forte, poderoso e maléfico, que de algum modo não o assustava, mas excitava.

-Isso significa que a senhora Queen está sozinha – Lex relaxa e desacelera o ritmo da musica.

-Sim – o homem confirma.

Lex olha novamente para as fotos na parede. Para a felicidade dos dois, para a paixão evidente em cada toque, cada beijo, cada olhar trocado. Precisava decifrá-la ele mesmo e entender por que os braços de seu marido, em especial ele, mexia com o pouco da moral, entendimento de certo e errado que sabia que possuía.

-Mande flores a ela. Lírios brancos para a chegada do herdeiro – a porta estava quase fechada e ele já não tocava mais quando acrescentou. - Certifique-se de que tenha uma rosa, apenas uma, vermelha entre os lírios.

-Sim senhor.

Deixando os dedos pesarem de novo sobre as teclas Lex começou outra musica. Acordes suaves, lentos e precisos, como ele. Não tinha pressa em alcançar seus objetos e eles eram muitos.

FIM