Don't Give Up On Me Now

Titulo: Don't Give Up On Me Now
Autora: Roberta Clemente
Classificação: PG-13(por enquanto, não me decidi)
Nota: Essa fic fez parte de uma enquete, ficando em segundo lugar. E como ainda recebo pedidos para dar continuidade... Ai está, para vocês, leitoras mais que queridas. Obrigada.
Resumo: Pense na história de Chloe e Oliver até Lazarus, depois é por minha conta
PROLOGO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1213

14

De tudo, de cada detalhe intimo e familiar aquela era uma das coisas que mais sentiu falta nos cinco anos que a separavam daquela ultima manhã antes de o mundo desmoronar. Ser acordada por longos e preguiçosos beijos. Pela sensação de uma respiração ansiosa contra sua bochecha e dedos ásperos rastejando sobre sua pele quente, acordando seus sentidos um a um.

-Bom dia – ela disse e abriu os olhos quando Oliver se afastou dela.

-Bom dia – ele respondeu, pairando sobre ela, se afastando mais um pouco para olha-la melhor.

-O que? – ela perguntou quando ele continuou olhando para ela sem dizer nada e sorriu quando ele sorriu.

-Eu tinha me esquecido – Oliver respondeu simplesmente.

-Do que? – ela perguntou com um pouco de ansiedade.

-De como você é linda quando acorda – ele respondeu em um tom sério, traçando cada detalhe do rosto dela com os olhos. – E se for possível, você está ainda mais linda.

-Não, eu não estou – Chloe cobriu o rosto com as duas mãos. – Eu sou mãe e mães não ficam mais bonitas com o passar dos anos.  – ela gemeu quando ele afastou suas mãos e estremeceu quando ele olhou dentro dela através de seus olhos.

-O primeiro pensamento que me passou pela cabeça quando eu desci daquele avião para te encontrar foi... Como é possível ela estar ainda mais bonita que dá ultima vez? E eu quase paralisei de medo.

-Ollie – Chloe sentiu o coração acelerando no peito e ela baixou os olhos, para onde suas mãos estavam descansando. Ela apertou os dedos sobre o muro de músculos e subiu pelo peito largo a sua frente, até se encontrar de novo envolta da nuca dele. Seus olhos se prenderam aos dele de novo e ela quis desesperadamente dizer que o amava, mas hesitou. Então se inclinou e encontrou os lábios dele.

Oliver aprofundou o beijo enquanto usou uma das mãos para se apoiar no colchão e outra para se aproximar ainda mais dela. Duas semanas haviam passado desde o dia em que cederam aos seus sentimentos e resolveram se dar uma chance. Sua fome e desejo por Chloe só aumentavam e sabia que ela sentia o mesmo. Não ousaria duvidar da mulher se movendo de baixo dele.

Se desejavam e se amavam, ele amava pelo menos, mas Chloe era uma pessoa em processo de recuperação, tanto fisicamente quanto emocionalmente e teria com ela todo o cuidado necessário. Mesmo que em momentos como esse fosse difícil tirar as mãos da sua pele macia. Seria quando ela estivesse pronta.

-Eu te amo, Chloe. – ele sussurrou contra a orelha dela e se afastou mais uma vez.

-Oh!  - Chloe olhou para ela um pouco confusa, mas entendeu em seguida. Ele estava dizendo a ela que se importava. – Você tem que ser tão perfeito? – ela revirou os olhos e tentou morder um sorriso.

-Acredite em mim, não é fácil ser um cavalheiro nesta situação – ele fez uma careta e com um pouco de esforço rompeu o contato que seus corpos estavam tão intimamente fazendo. – Mas é preciso. Ainda é meu papel cuidar de você – ele afastou gentilmente a alça da camisola branca e contornou a cicatriz dela com a ponta dos dedos.

-Obrigada – Chloe agradeceu sinceramente. 

Foram cinco anos colocando todos em primeiro lugar novamente. Era mãe e professora, uma líder, suas necessidades pessoais voltaram para o fim da fila e ser cuidada só para variar era bom. E parecia que Oliver estava destinado a ser esta pessoa. O homem que a quebrou por dentro, que a marcou permanentemente estava curando suas feridas.

-Durma mais um pouco, ainda é cedo. – Oliver deu uma beijo rápido nos lábios dela. – Eu cuido da nossa princesa. – e saiu do abrigo das pernas dela.

-Já que você insiste – Chloe girou na cama, abraçando o travesseiro dele, o observando dar a volta na cama em direção ao banheiro. Ele era lindo e estava a sua espera... Ela fechou os olhos e relaxou com o som do chuveiro.

Algum tempo depois ela estava de pé fazendo a mesma coisa. Chloe passou a escova pelos cabelos curtos e parou, encarando o próprio reflexo e enxergou uma mulher diferente daquela de algumas semanas atrás. A cor havia voltado a sua pele e era como se seus olhos tivessem renascido. Eles brilhavam cheios de expectativas e alegria o tempo todos e qualquer pessoa podia ver que estava a um passo da felicidade.

Queria não ser tão óbvia, queria e estava tentando ir com calma, mas não conseguia mais se esconder. Adorou cada momento das duas ultimas semanas, desde que ela e Oliver decidiram passar um tempo juntos e ver onde isso os levaria, era visível, estava com um letreiro apontado para sua cabeça brilhando mulher apaixonada e não poderia se importar menos. Que todos vissem, enquanto ela e Ellie estivessem bem com isso o resto não importava.

Depois de fechar os botões da blusa e cobrir a mancha cada vez mais clara de seu peito Chloe saiu do quarto para procurar seus dois amores, mal podia esperar para passar mais um dia com eles. Andavam tão a vontade um com o outro que era como se estivessem vivendo juntos desde sempre e não há pouco mais de um mês.

O som da voz de Ellie a alcançou assim que saiu pelo corredor. Não conseguia entender o que ela estava dizendo, mas a voz de sua filha era constante e rápida. Ellie estava eufórica e Chloe sorriu antes mesmo de colocar os olhos nela. Sabia muito bem o que causava este tipo de felicidade na sua pequena loirinha.

Chloe parou na porta do quarto de Ellie e observou sua filha sentada a pequena mesa no centro do quarto, com um livro enorme nas mãos enquanto Oliver estava sentado no chão, do outro lado, descansando o rosto sobre o punho, prestando atenção a cada palavra dela. Encantado, tão encantado quanto Chloe.

-Não existe presidente meninas nos Estados Unidos da America... O professor da Grace diz aqui nesta pagina – Ellie vira o livro e coloca sobre a mesa e aponta a figura de um homem para seu pai ver.

-Exatamente. "Onde estão as garotas?" – Oliver leu a pagina.

-Não, papai.  – Ellie puxou o livro de volta para o colo e olhou para Oliver. – Eu estou contando. – e sorriu, olhando as paginas, se preparando para continua, embora não conseguisse ler.

-Claro – Oliver ergueu as mãos em rendição. – Mini Chloe.

-Eu ouvi isso. – Chloe aproveitou a deixa para entrar no quarto.

-Oi, Chlo.

-Oi, mamãe.

Chloe sorriu com a recepção, com o sorriso tão parecido dos dois a sua frente. Seu coração se expandiu no peito enquanto caminhou na direção deles.

-Oi. – Chloe ficou de joelho ao lado deles e se inclinou para beijar Ellie. 

-Bom dia mamãe – Ellie disse com um sorriso doce.

-Bom dia meu amor. – Chloe respondeu  roçando o nariz no dela. Ela olhou para Oliver em seguida, louca para beijá-lo, mas se segurou. Estavam indo com calma, principalmente na frente de Ellie, então só sorriu. – Oi.

-Oi, você. – Oliver tocou a mão dela que estava no chão e respirou fundo para evitar se inclinar e beijá-la ali mesmo. Eles se olharam por alguns segundos antes de conseguir soltá-la.

-Eu acho que dormi demais e perdi a hora do café – Chloe olhou para a mesa, onde outros livros de Ellie estavam.

-Você anda dormindo demais mamãe – Ellie disse facilmente, dando de ombros.

-Isso é por causa dos remédios, mas – ela olhou alegremente de Ellie para Oliver e de volta para Ellie. – Ontem foi o ultimo dia e logo logo a mamãe vai voltar ao normal. 

-Isso é muito bom, Chloe – Oliver falou com alivio na voz. Era visível o quanto Chloe estava melhor e se livrar dos remédios era um dos últimos passos da sua recuperação.

-Isso quer dizer que você está bem, não é? – Ellie perguntou com preocupação.

-Isso quer dizer que eu estou ótima! – Chloe enrolou o dedo em uma mecha do cabelo dela e sorriu quando Ellie encolheu o ombro.

-Nós vamos voltar para casa?- Ellie perguntou bem baixinho e franziu a testa.

Chloe engoliu e abriu a boca, mas estava surpresa, então hesitou antes de responder.

-Em algum momento nós vamos ter que voltar para casa. Mas aqui vai continuar a ser sua casa com o seu pai. Certo, baixinha? – Chloe piscou para a filha.

-Certo – Ellie respondeu depois de olhar para o pai. Não queria se afastar dele. 
Chloe viu  a preocupação no rosto de Ellie e se sentiu culpada por isso. Esse era o seu maior medo, magoá-la.

-Eu vou até a cozinha ver se sobrou alguma coisa para mim – Chloe tocou a ponta do nariz de Ellie e ficou de pé.  Precisava sair.

Ela entrou na cozinha alguns segundos depois e escutou passos atrás dela. Sem querer que vissem sua reação Chloe abriu a geladeira e fingiu procurar alguma coisa lá dentro.

-Chloe – Oliver chamou sua atenção, parando ao seu lado. –Você quer café e você sabe disso – ele ergueu uma sobrancelha quando ela olhou para ele.

Chloe fechou a geladeira e antes que conseguisse dar dois passos na direção da cafeteira sentiu Oliver segurar seu pulso. Ela não tentou resistir quando ele segurou sua cintura e seus corpos ficaram colados. 

-Não é nossa culpa – ele disse baixinho, erguendo o queixo dela para que seus olhos se encontrassem. – Nós temos todo direito.

-Eu sei –ela concordou.

-E ela está bem. – Oliver disse com certeza.

-Será? – Chloe se perguntou. – E a hora em que nós tivermos que voltar para casa?

-Se nós não tivéssemos feito uma promessa de ir com calma eu diria pra vocês ficarem. Nada me faria mais feliz do que ter vocês duas aqui todos os dias... pra sempre. Mas eu te disse que seria no seu tempo, então quando você quiser ir para casa eu vou aceitar. – ele terminou com um suspiro dramático.

-Bom saber, mas eu estou falando da sua filha – Chloe tentou não sorrir.

-Ela não quer se separa de mim, então eu sugiro que você me leve na mala – ele deu de ombros.

-Oh, deus – Chloe se soltou dele e foi para o balcão do outro lado. Antes que ela conseguisse pegar uma das canecas Oliver a girou e ela voltou a encarar seus olhos castanhos.

-Chloe. Ela está bem, eu juro. E mesmo que isso – ele apontou para o próprio peito e depois bateu a ponta do dedo no nariz dela. – não tivesse acontecido, ainda sim ela ficaria tensa em ter de voltar para onde ela não tem nós dois juntos.

-Você está certo – Chloe concordou mais uma vez com ele. Ela fechou os olhos e respirou fundo, depois olhou de novo para ele.

-Nós só temos de fazer certo. Assim eu vou poder te beijar a hora que eu quiser – ele sorriu e colocou as mãos no balcão, envolta dela.

-Hum.- Chloe mordeu o lábio inferior e se inclinou, parando seus lábios a um respiro dos dele. - Eu gosto desse plano.

-Eu sou um gênio – Oliver tirou as mãos do balcão e puxou Chloe pelo quadril com uma enquanto segurou sua nuca com a outra, colocando sua boca na dela, aprofundando o beijo imediatamente.

Chloe gemeu, estremeceu em seus braços e Oliver teve mais uma vez a certeza de que o que havia entre eles ainda estava bem vivo. Sabia que a amava com cada fibra do seu corpo, mas sabia também que a desejava com a mesma força e se possível ainda mais do que a desejou cinco anos atrás.

Era incrível e Chloe ainda estava se acostumando com a reação de cada toque entre eles. Algo acordava dentro dela e ganhava força quando ele a beijava. E por mais que instintivamente resistisse acaba se entregando a aquela familiar sensação de segurança.

-Vocês estão se beijando? – Ellie perguntou da porta, cobrindo a boca, tentando segurar o riso.

-Nós? – Chloe olhou para Oliver e depois para Ellie, tentando medir a sua reação, que a julgar pela alegria em seus olhos, não era tão ruim assim. – Estamos. – e admitiu.

-Tudo bem pra você, princesa? – Oliver perguntou sem deixar Chloe sair de seus braços.

-Tudo bem – Ellie deu de ombros e depois seu olhos castanhos ganharam tamanho. – Isso quer dizer que nós vamos sair juntos? – ela correu até os dois e abraçou suas pernas. – Nós podemos ir até o carrossel? Por favor, por favor?... Nós não saímos há dias.

Oliver e Chloe trocaram um olhar rápido, percebendo a falha no plano quase perfeito de esconder Chloe de Charlie. Estavam privando Ellie de sua vida também.

-Nós não podemos ir ao carrossel... ainda. – Oliver pegou Ellie no colo. – Mas que tal ir até a fazenda do tio Clark? – e sugeriu após analisar a expressão de Chloe.

-Mesmo? Nós três? – Ellie perguntou com euforia.

-Eu não posso sair, ainda. Mas o papai pode e vai te levar até a tia Lois. – Chloe piscou para animar Ellie que já estava começando a se encolher. – A tia Lois deve estar morrendo de saudades de te estragar e aposto que ela vai adorar passar a noite com você.

-Eu sinto falta dela. – Ellie disse entrando no clima.

-E ela de você – Chloe a incentivou, se ainda não era a hora de ser vista em publico, que pelo menos Ellie pudesse sair. 

-Ok – Ellie concordou com um meio sorriso.

-OK? – Oliver pediu uma confirmação.

-OK? – Chloe repetiu, com mais animo na voz.

-OK! – Ellie respondeu com uma gargalhada.

-Então a princesa Queen precisa fazer uma mochila – Oliver colocou Ellie no chão. – Enquanto eu peço um helicóptero e a sua mamãe avisa Clark e Lois que eles terão mais um para o jantar.

-Certo

-Certo

Oliver não conseguiu conter o sorriso. Elas eram tão parecidas que seu coração acelerou no peito. Ele olhou Ellie correr na direção do corredor e se aproximou de Chloe, segurando seu rosto entre as mãos.

-Você vai ficar bem por algumas horas? – ele perguntou com preocupação na voz.

-Claro que sim – Chloe colocou as mãos na cintura dele. – Vou aproveitar para dar uma olhada nas coisas.

-Você quer dizer checar a segurança de todos os alunos do instituto e da liga, não é? – ele ergueu uma sobrancelha. – Sim, eu sei que você escapa para o meu escritório para conversar com Mia.

-É o meu trabalho. Eu preciso manter vocês seguros –Chloe cruzou os braços.

-E você é ótima, a melhora nisso, só... vá com calma. OK? – ele pediu roçando o nariz no dela.

-Ok – Chloe respondeu com um beijo longo e lento. – Eu vou ajudar Ellie a fazer a mochila, senão terá só livros lá dentro – ela sorriu para ele e deu passo para longe.

Oliver a observou se afastar olhando para ele e riu quando ela sussurrou "ligue para o piloto" e rodou sobre os calcanhares, indo embora. Não conseguia mais imaginar sua vida sem ela, nem se ver antes de tê-las ali com ele. Era como se tivesse vivido os últimos cinco anos no limbo. Com o tempo e vida em suspenso, esperando o momento de recomeçar. Aquele momento.

CONTINUA...

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