Don't Give Up On Me Now 5/?

Titulo: Don't Give Up On Me Now
Autora: Roberta Clemente
Classificação: PG-13(por enquanto, não me decidi)
Nota: Essa fic fez parte de uma enquete, ficando em segundo lugar. E como ainda recebo pedidos para dar continuidade... Ai está, para vocês, leitoras mais que queridas. Obrigada.
Resumo: Pense na história de Chloe e Oliver até Lazarus, depois é por minha conta
PROLOGO 1 2 3 4

 5/?

Chloe estremeceu quando o ar frio da sala bateu em suas pernas quase nuas. Ela tentou em vão abaixar a barra da camisola enquanto se aproximava da enorme maquina de tomografia a espera de Emil. Odiava passar por aquele processo todo, mas de ano em ano, nos ultimo quatro, era necessário.

Por precaução, Emil dizia a ela todas as vezes, como se servisse de algum modo para deixá-la menos preocupada. Como se sua mente não começasse a enumerar todas as possibilidades de tudo dar errado e desta vez alguma coisa aparecer em seus exames.

Ela olhou mais uma vez para a maquina que mais parecia um donut gigante com uma cama saindo do centro e respirou fundo. Não conseguia passar por aquele dia sem se sentir de alguma forma profundamente afetada. Era mais forte que ela e acabava sempre se culpando mais um pouco.

Por sua culpa, por uma decisão sua teria que passar anos, talvez a vida toda com esse fantasma lhe assombrando. Mas o pior era que não poderia dizer com certeza de que se arrependia.  Oliver estava vivo afinal das contas e esse foi o objetivo naquele momento, naquele dia infeliz que determinou todo o seu futuro. Valeu a pena.

-Chloe.  - Emil entrou na sala com uma pasta nas mãos e um sorriso no rosto.

-Oi. - Chloe se virou e sorriu de volta.

-Desculpe a demora. Tive uma emergência no hospital do centro. - ele desculpou parando do outro lado da maca.

-Tudo bem. - ela disse a ele. Verdade era que nem tinha percebido o atraso.

-Ótimo. Vamos começar então? - ele apontou para ela subir e se deitar. Eles haviam feito aquilo outras vezes e não era necessário muitas instruções.

-Claro. Vamos terminar com isso logo e continuar com os nosso encontros semanais de sempre. - ela brincou, tentando deixar a situação mais leve. Ela se sentou segurando a barra da camisola que insistia em subir. - Missões contra terroristas e alienígenas. Explosões e brigas. Você sabe, o de sempre. Contusões e pontos - ela sussurrou e deu a ele um sorriso nervoso antes de deitar.

-Eu sei bem. A Liga está cada vez maior e o trabalho de deixar todos vocês em um só pedaço também. - Emil admitiu enquanto a ajudava a se ajeitar. Ele olhou para o vidro do outro lado, onde mais alguns especialistas o aguardavam e acenou para sua enfermeira entrar.

-E você tem feito um ótimo trabalho, Doc. - ela falou sinceramente, se ajeitando. Colocando a cabeça no apoio. Já estava encarando o teto branco quando escutou a porta ser aberta e algum se aproximar deles.

-Sou eu senhorita Sullivan. - a jovem enfermeira segurou o pulso de Chloe.

-Oh, oi Janet - Chloe sorriu rapidamente e se forçou a relaxar quando percebeu que ela estava procurando uma veia. Era só respirar fundo mais uma vez e... pronto.

-Agora vamos ajeitar aqui. - Janet alisou o cabelo de Chloe e o tirou do caminho. -Você está pronta. Relaxe.

-Certo - Chloe respondeu facilmente. Mentiu. Odiava aquela parte, mas não diria.

-Eu vou estar do outro lado do vidro, ok? - Emil se inclinou um pouco sobre ela.

-Eu sei. Não é nossa primeira vez, lembra? - Chloe respondeu se permitindo olhar para o lado uma ultima vez antes de começar.

-Oh, sim, eu me lembro. Me lembro também que todas as vezes você fica aponto de ter um ataque de pânico quando a maquina começa a se mover.

-Tá, tá. - Chloe bufou. - Não desta vez, juro. - Chloe se forçou a relaxar sobre a maca dura e fechou os olhos. - Pode me mandar.

-Lembre-se. Não se mexa. - Emil a instruiu mais uma vez antes de sair da sala e se colocar atrás do vidro, onde poderia observá-la durante o procedimento.

Demorou um minuto inteiro, talvez dois até alguma coisa realmente acontecer. Chloe continuou de olhos bem fechados e respirou fundo em uma tentativa de se acalmar. Mas quando o silêncio da sala foi quebrado pelo funcionamento da maquina e ela se viu entrando em um túnel apertado, foi como se tudo voltasse.

Não sabia a quanto tempo estava ali, sentada, amarrada, com um capuz apertado na cabeça, agarrado dolorosamente ao seu pescoço. Não sabia quanto tempo mais conseguiria se controlar sem começar a sufocar.

O único pensamento capaz de acalmá-la era de que pelo menos ele estava a salvo. Oliver estaria sendo deixado em casa naquele momento e então valeria a pena. Tudo o que estava para acontecer. Aguentaria se ele estivesse bem, se o futuro que viu no capacete fosse verdade.

Uma freada brusca a arrancou de seus pensamentos e Chloe começou a hiperventilar quando foi retirada do carro. Estava desorientada e a única coisa que a impedia de cair enquanto ela levada era a mão fechada em seu braço. Era uma criança mal criada sendo levada por aquele estranho e não podia fazer nada. Fazia parte do plano. Se entregar a eles e não fazer nada até que a chegada de Oliver em casa fosse confirmada.

Então se deixou ser levada. Colocou sua vida nas mãos erradas de bom grado e só precisava ser forte e aguentar. Aguentar. Era o que repetia mentalmente para si mesma. Um comando, uma ordem, um escape.

Ela tentou contar para se acalmar e pelas suas contas estava no décimo quinto minuto quando foi retirada da escuridão e pode ver o rosto do seu algoz. O mesmo do vídeo, a mesma voz do recado, "Eu vou atrás de vocês, todos vocês". 

Chloe se ajeitou na cadeira e desviou momentaneamente o olhar. Aquele era o mesmo lugar de sua visão, onde Oliver foi mantido e torturado. Tinha conseguido e estava sentada em seu lugar agora.

-Watchtower. É um prazer. - Rick Flag disse a ela com um sorriso cínico no rosto. 

-Não posso dizer o mesmo... Desculpe, você sabe quem eu sou, mas eu não faço ideia de quem seja você. - Chloe deu de ombros. 

-Mesmo? Mas foi você quem nos procurou, se oferecendo para ficar no lugar do Arqueiro.  - ele disse a ela, dando a volta em sua cadeira, parando ao seu lado.

-Desculpe. Eu só tinha o numero, você poderia ser o faxineiro e eu não saberia a diferença - ela desdenhou, do mesmo jeito que sabia que Oliver faria. 

-Entendo. Então deixe eu me apresentar - ele colocou uma mão no ombro dela e a rodeou mais uma vez, ficando frente a frente com ela. - Meu nome é Rick Flag e você está aqui para tomar o lugar de Oliver Queen. Então a partir de agora você é meu brinquedinho particular. Meu e do meu Esquadrão.

-Esquadrão? Jura? - Chloe olhou em volta, para o prédio velho e úmido. - Eu vejo só um cara de meia idade com um ego bem grande e roupas muito feias.

Chloe o olhou de volta e engoliu seco quando Flag sorriu e depois gargalhou. Ela fechou os punhos amarrados atrás das costas até suas unhas afundarem na carne e esperou. Não demoraria muito tempo agora.

O primeiro soco foi o pior de todos. A deixou tonta e parcialmente surda por minutos. A partir do quarto foi como se estivesse anestesiada. Sabia que estava doendo, mas não conseguia sentir, realmente sentir. Aguente, ela repetia a si mesma. Aguente até ele estar a salvo.

-De onde eles vieram? - Rick segurou o rosto ensanguentado de Chloe.

-Eu não sei. - Chloe respondeu com dificuldade. Mal conseguia enxergar através do inchaço em seus olhos.

-Você é o cérebro, você me encontrou sozinha e tirou seu querido playboy da linha de fogo. Você quer que eu acredite que não tinha o controle de tudo? Vamos lá Watchtower - ele limpou o sangue do lábio inferior dela.

-Você está dando muito crédito a uma simples interiorana.  - Chloe afastou o rosto da mão áspera dele. - E além do mais, eu disse que só falaria quando Oliver estivesse livre. Então enquanto eu não receber a confirmação você e esse esquadrãzinho de merda não terão uma palavra minha. 

-Você é durona. Igual ao seu namorado, só que mais bonita. - Flag riu enquanto assentia, claramente se divertindo. Ele se endireitou e colocou novamente o saco preto na cabeça dela antes de caminhar até o outro lado da sala escura. - Será uma honra ter a mulher que comanda um time de vigilantes do nosso lado. Só teremos que escolher um novo nome. Watchtower já era e Chloe Sullivan... bem, não existe mais.

Chloe sentiu o peito apertar de forma dolorosa. Ser Watchtower era tudo o que sabia fazer, era sua vida e em alguns dias outra pessoa estaria no seu lugar. Ao lado de Oliver e Clark. Precisou se lembrar novamente o motivo de estar fazendo aquilo. Estava entrando em pânico, surtando e se forçou a lembrar da visão do futuro e o que aconteceria se não tivesse trocado com Oliver.

-Está feito. 

Chloe escutou uma terceira voz sussurrar para Flag. Ela tentou enxergar qualquer coisa, mas não conseguiu. Então se agitou na cadeira e esperou impaciente por um sinal de Flag.

-Pronto. Queen deve estar na cama agora, pensando na próxima a ocupar o seu lugar.

Ela respirou fundo e não respondeu. Queria gritar, queria voltar atrás, queria encontrar outro jeito, queria voltar algumas horas no tempo e pedir a ajuda de Clark em vez de tentar consertar tudo sozinha. Por que era tão estúpida e orgulhosa? Perderia tudo, a sua vida, o amor de Oliver.

-Então me solte - ela sussurrou. Se forçando a acalmar. Suas unhas continuavam cravadas em sua pele, podia sentir a pele escorregadia com sangue.

-O que? - Rick se aproximou e tirou o capuz. -Eu não consigo te escutar.

-Eu disse para me soltar. Desamarre as minhas mãos. Agora... E eu digo o que quiser saber - ela ordenou, se aqueles fossem seus últimos instantes não seriam daquele jeito. Amarrada e subjugada como um animal.

-Realmente. Um achado - Flag aceitou e se inclinou, desamarrando as mãos dela. 

Chloe o observou enquanto a soltava. Crente de que a tinha nas mãos, que ela estava entregue e sem saída. Podia ver o olhar de superioridade, o sorriso vitorioso e o odiou com todas as suas forças. Ele tirou Oliver dela e ela dele. 

Só que o próximo passo era uma escolha sua. Cada detalhe foi pensado e executado sem pedir permissão ou a opinião de qualquer pessoa. O que quer que acontecesse agora era sua total culpa. Só poderia pedir para que um dia Oliver pudesse perdoá-la.

-Vou trazer alguns membros do Esquadrão. Eles gostam de ver como uma pessoa pode quebrar antes de se tornar parte do time. - Rick Flag deu as costas a ela e saiu, crente de que ela não tentaria nada. De que a tinha nas mãos.

Chloe tremeu e respirou com dificuldade. Ela levantou a mão esquerda e a estudou. Um corte na palma, recém fechado acabara de ser aberto por suas unhas calculadamente pontudas. Ela tateou a palma da mão até uma capsula minúscula sair de sua pele.

Ela olhou para ter certeza de que Flag não estava voltando e tentou duas vezes abrir a capsula, suas mãos tremulas e seus olhos inchados não ajudavam na tarefa. Estava quase chorando quando conseguiu e viu o comprimido verde. 

Ele poderia ser o seu fim. Bastava engolir e o antídoto não funcionar para perder tudo e todos. Morreria em minutos, de forma dolorosa e pelas próprias mãos. Mas Oliver, Clark e seus amigos estariam em segurança. Teria de fazer antes de Rick Flag voltar e fazê-la falar. Não duraria muito tempo naquele lugar sem quebrar e preferia o suicídio a trair tudo o que acreditava.

-Me desculpe Ollie. - ela pediu antes de engolir a pílula. Seu coração acelerou no peito e por um segundo não soube o que fazer, o que esperar. Seria a qualquer momento.

-Venham. Eu gostaria de apresentar a vocês Chloe Ann Sullivan. - Flag voltou acompanhado.
Chloe se viu rodeada de rostos curiosos. Alguns até conhecidos, como Plastique e LaSalle. Todos lá para ver a sua derrota, para assisti-la enquanto se curvava e implorava para ser poupada.  Mas não daquela vez.

Não demorou para começar a se sentir zonza. Seu coração acelerado passou a martelar no peito. Uma dor aguda surgiu entre os olhos e atravessou sua cabeça até a nuca, fazendo-a se encolher.

-Vamos lá, Sullivan. Nós nem começamos - ele se aproximou dela.

Chloe não escutou. Foi como se tudo nela começasse a se fechar, a audição, visão... a garganta. Ela tentou em vão respirar e caiu no chão quando seu corpo começou a tremer violentamente.

-O que ela tem?

-O que você fez com ela?

-O que é isso na boca dela?

Uma das ultimas coisas que Chloe entendeu foi que estava sufocando com a própria saliva. Ela viu rostos chocados se afastando e entre eles um bem familiar, olhando para ela com reprovação estampada em suas feições. Ela pediu desculpas a ele disse que o amava antes de tudo ficar escuro de vez.

-Terminamos senhorita Sullivan. - Janet informou a Chloe.

-Ok, obrigada. - Chloe respirou fundo enquanto ela retirava o IV de seu pulso. Ela se sentou e massageou o pescoço tenso. Não fim tinha sido melhor que a ultima vez, quando teve que sair da maquina duas vezes antes de conseguir se controlar.

-Muito bem. Nem foi tão ruim. - Emil entrou na sala com um sorriso satisfeito.

-Foi o céu se comparado as outras vezes. - ela lançou um olhar a ele. - Pela sua postura eu posso dizer que não foi desta vez, certo? Nada?

-Chloe - Emil mudou o tom de voz, mais sério e profissional agora. - Esses exames anuais são apenas por precaução. Não quer dizer que um dia vá surgir algo.

-Eu sei, eu sei. - ela pulou da mesa.  - Mas é que meu corpo passou por tanta coisa e com a sorte que eu tenho - ela deu de ombros, desviando o olhar.

-Você ingeriu uma quantidade grande de cianureto e quase morreu. O antídoto salvou sua vida e de Ellie e tudo deu certo no final...

-Eu não sei sobre isso - Chloe riu amargamente. Sua vida desmoronou após colocar aquela pílula na boca. Quase morreu, quase matou o bebê que não sabia que estava esperando. As vezes se perguntava o que teria feito diferente se soubesse e não conseguia chegar a uma conclusão. De qualquer jeito sairia perdendo. - Se parkinsonismo tardio estivesse no rótulo, eu teria pensado duas vezes.

-Chloe. Você está bem. Demorou, mas seu organismo se recuperou. Ellie nasceu um pouco mais fraca, mas ficou bem rapidamente. E Oliver...

-Está vivo, eu entendi. - ela deu um sorriso fraco a ele. -É isso? Posso ir?

-Sim, pode se vestir e ir. - Emil assentiu, sem insistir no assunto.

-Obrigada, Emil. Você é um bom amigo. - ela deu passo a frente e deu um beijo no rosto do médico antes de caminhar na direção da porta.

-Diga oi a Ellie por mim.

-Pode deixar. - Chloe girou a maçaneta.

-E Chloe? - Emil chamou e esperou até que ela parasse e olhasse para ele. - Você está bem, então todo o resto pode ser consertado.

Chloe respirou fundo e assentiu gentilmente para ele antes de sair. Não havia o que ser consertado, não tinha salvação para ela. Somente para Ellie e estava bem com isso.

Alguns minutos depois Chloe passou pelas portas duplas da Watchtower e agradeceu o silencio, poderia fazer seu trabalho em paz, ou não fazer nada. Quase dançou no centro da sala redonda e caminhou sorrindo até a maquina de café no canto. Sua melhor amiga em dias como aquele.

-Oi minha querida. Como tem passado? - ela alisou o metal frio e apertou alguns botões para programá-la.

-Vocês querem um quarto? - Lois perguntou parando na porta.

Chloe se endireitou e bufou vendo seu momento de sossego ir para o ralo. Ela girou lentamente sobre os calcanhares e encarou a prima. Lois cruzou os braços sobre o peito e Chloe revirou os olhos.

-Então? - Lois ergueu uma sobrancelha.

-Então? - Chloe repetiu sem entender.

-Você deixou ele ficar - Lois disse por ela.

-Foi preciso. - Chloe respondeu. - Por Ellie, Lo. Ela precisa disso, dessa chance.

-Chance? É só um final de semana Chloe. Ele vai embora amanhã e Ellie volta a ser uma orfã de pai vivo.

-Ele vai ficar - Chloe avisou e esperou a reação dela.

-Oh, merda. Eu não sei se isso é bom ou ruim. - Lois esfregou a testa. Oliver por perto permanentemente significaria que Chloe teria de lidar com o lixo dele de perto.

-Por Ellie - Chloe repetiu, pedindo silenciosamente por apoio.

-OK. Por Ellie. Eu não gosto, mas por ela. - Lois descruzou os braços e andou até a prima. - Só me avise se for demais para você e eu expulso ele com prazer.

-Pode deixar. - Chloe sorriu quando Lois passou um braço envolta do seu ombro. Como se ainda estivessem no colegial.

-Agora me diga prima. Quando é que vai ser o próximo encontro com o bonitão do Charlie, hein?- Lois perguntou com um enorme sorriso no rosto.

-Primeiro, não foi um encontro, segundo... eu não estou pensando nisso no momento - Chloe se encolheu.

-Mas deveria. Ele é um ótimo partido, lindo e está caidinho pelos seus belos olhos verdes. - Lois parou e ficou de frente para Chloe. - E só Deus sabe o quanto você merece alguém que te trate bem.

Chloe desviou o olhar por um segundo, não aguentando toda a expectativa nele. Odiava que Lois ou todos os outros pensassem que tivessem que cuidar ou remendar sua vida amorosa. Ainda mais quando ela mesma não conseguia sequer considerar o assunto.

-Vou pensar - ela prometeu, sem esconder o fato de que estava contrariada.

-Perfeito - Lois deu pulinho no lugar e bateu palma de alegria. - Talvez você devesse ligar para ele remarcar...

-Oh, não. - Chloe deu as costas e voltou para a sua querida maquina. - Eu disse que pensaria e fique satisfeita com isso. - ela terminou e pegou sua caneca de café.

-Tá bom - Lois ergueu os braços em rendição. - Já é alguma coisa. - Lois se acalmou e andou até Chloe mais uma vez e a abraçou. - E eu falei sério. Você merece alguém que faça tudo por você e que te ame mais que tudo.

Chloe a abraçou de volta. Eu já encontrei essa pessoa, ela pensou. Teve uma pessoa incrível em sua vida, que a amou da forma mais pura e ela o feriu profundamente. Não faria isso com mais ninguém.

-Obrigada. Agora vai, eu preciso aproveitar o dia e colocar algumas coisas em ordem por aqui. - ela se soltou de Lois e caminhou para o terminal principal.

-Estou indo. - Lois a observou por um minuto antes de obedecer e sair. Podia ver que aquele era só o começo da história.

Chloe esperou até o sistema dizer que Lois estava fora do prédio para se permitir relaxar. Ela pensou uma, duas vezes e no fim não resistiu. Precisava acalmar seu coração e ter certeza de que Ellie estava bem.

Ela digitou rapidamente e em segundos o sistema de rastreamento começou a procurar Ellie e Oliver pela cidade. Ela esperou pacientemente até que o reconhecimento facial os encontrou no parque no centro. Ela acionou algumas câmeras de vigilância e parou surpresa com o que viu.

Oliver estava carregando Ellie nos ombros, enquanto cada um segurava um sorvete de casquinha na mão. Ela suspirou aliviada, as coisas pareciam estar sob controle e a julgar pela troca de sorvetes, muito bem. Um sorriso surgiu em seu rosto e Chloe fechou a imagem. Não deveria estar espionando, mesmo que quisesse muito.

Ela se concentrou no trabalho e o tempo começou a passar. Em poucas horas a Torre ficou cheia, Bart apareceu para dizer oi. Os gêmeos Twyla e Tanner para procurar trabalho, ou encrenca como gostava de dizer a eles. E alguns de seus alunos da Isis chegaram para treinar nas salas dos andares de baixo.

Mas era sábado a noite e cada um tinha o seu plano de passar a noite, não demorou e Chloe se viu sozinha mais uma vez.  Poderia ficar, como fez milhares de vezes e trabalhar durante a noite ou ir para casa e aproveitar para... dormir. Com uma filha pequena e filhos bem grandinhos que gostavam de confusão, uma noite tranquila era mais rara que chuva de meteoros.

Ela correu para casa e saiu do elevador se perguntando o que faria primeiro. Um longo banho ou jantar um pote de sorvete. Talvez um pote de sorvete enquanto desmanchava na banheira. Estava gostando do plano quando viu Oliver diante da sua porta, com Ellie dormindo em seu colo.

-Oi. - Oliver se afastou da parede e sussurrou para ela.

-Oi. - Chloe respondeu se aproximando.

CONTINUA...

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