Don't Give Up On Me Know 10/?

Titulo: Don't Give Up On Me Now
Autora: Roberta Clemente
Classificação: PG-13(por enquanto, não me decidi)
Nota: Essa fic fez parte de uma enquete, ficando em segundo lugar. E como ainda recebo pedidos para dar continuidade... Ai está, para vocês, leitoras mais que queridas. Obrigada.
Resumo: Pense na história de Chloe e Oliver até Lazarus, depois é por minha conta
PROLOGO 1 2 3 4 5 6 7 8 9

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-E assim encerramos a noite, Arqueiro – Chloe informou pelo comunicador e girou a cadeira a espera de uma confirmação.

-Entendido, Torre. Estarei ai em dez minutos – Oliver respondeu.

-Não é necessário – ela olhou em volta, para o silêncio e calma. – Eu também estou indo, então a menos que tenha alguma coisa para deixar, está liberado para ir direto para casa. Aposto que tem algum clube novo aguardando a sua presença para começar os trabalhos da noite. – ela riu e alongou os braços na frente do corpo, mas sem resposta ela franziu a testa. –Arqueiro?

-Nah. Amanhã é dia de receber a realeza em casa e nossa... energia é o que não falta na nossa pequena arqueira. Então eu vou para cama assim que chegar em casa.

Chloe ergueu as duas sobrancelhas e ficou feliz que ele não pudesse ver seu rosto e o sorriso de satisfação que estava dando naquele momento. Aquela era resposta perfeita, que só a deixava ainda mais feliz por facilitar a vida de Oliver em Metropolis.

Foram tantas demonstrações de que ele estava levando a paternidade a sério que em nenhum segundo passou por sua cabeça se arrepender da sua decisão. Sabia que o segredo seria sair do caminho e deixar que Ellie ganhasse o coração do pai a ponto dele não pensar em outra vida que não fosse ao seu lado. Não poderia estar mais feliz por eles.

-Ok então – ela concordou se preparando para tirar o comunicador da orelha.

-E você? – Oliver perguntou com um pouco de nervosismo na voz.

-Eu? – ela parou para pensar. Não tinha feito planos, sua intenção era mesma de sempre, ir para casa e dormir o quanto que pudesse. –Nada de mais. Eu vou para casa abraçar a pequena arqueira antes que ela desmaie. – Chloe riu quando pensou em Ellie, que andava lutando contra o sono a sua espera, só para apagar cinco minutos depois.

-Me parece um ótimo plano – Oliver falou com carinho. Poderia fazer quase o mesmo no dia seguinte.

-É o melhor. – Chloe sorriu e suspirou, ficando de pé. – Bem, eu tenho que buscar o pagamento da babá antes, ou seja, comida.

-Babá estranha esse que você contratou. – Oliver brincou do outro.

-Ele é, mas é o melhor na função e onde mais eu encontraria babás que aceitam o pagamento em burritos? – Chloe vestiu o casaco e deu a volta na mesa para desligar alguns monitores.

-Em nenhum classificado com certeza. – ele respondeu suavemente.

-Exato. – ela colocou a bolsa no ombro e caminhou até a maquina de café para desligá-la.

-Dê boa noite a pequena Green por mim, ok? – Oliver pediu percebendo que era hora de encerrar a conversa.

-Claro. – Chloe respondeu e se impediu de estremecer com o nome, apelido na verdade.

-Boa noite, Torre – ele disse sem muita vontade na voz.

-Boa noite, Arqueiro. – ela tocou o comunicador e o arrancou da orelha.

Em algumas noites era quase impossível esconder seu nervosismo ou o quanto a presença dele a afetava. Podia passar horas com Oliver em sua orelha, mas bastava uma palavra, um nome, uma lembrança para deixá-la perturbada e a beira das lagrimas.

O amava. O amava demais e cada dia mais. Oliver era seu ponto fraco e mesmo a contragosto a sua força. Ainda carrega esta magoa no peito e as vezes sufocava nela, talvez nunca fosse superar, mas ao mesmo tempo vê-lo todas as noites serviu para motivá-la. Sem querer ele voltou a ser um combustível.

Ela tentou, tentou muito não se envolver e até conseguiu, sabia que em alguns momentos seu comportamento beirou a indiferença, mas pouco a pouco a presença dele forçou passagem e quando viu estava com aquele frio na boca do estomago de novo. Se apaixonou de novo pelo homem que amava há mais de cinco anos. O quão ridícula era?

Oliver ainda era o homem que partiu seu coração tantas vezes e de formas tão cruéis que pensou nunca mais ser capaz de sentir aquele amor inocente e puro novamente. Por isso e talvez por orgulho também, fez o que fazia de melhor, se esconder.

-Desligar sistemas e até segunda, Watchtower. – Chloe passou pelas portas duplas e praticamente correu para o elevador.Talvez desse tempo de conseguir uma ultima dose de cafeína na sua barraca preferida. Alguns minutos para si não fariam o mundo acabar.

O caminho até o térreo era longo, o que daria tempo a Chloe de fazer uma rápida lista do que tinha que fazer antes de chegar em casa. Pegar café, voltar ao subsolo para buscar seu carro, comprar burritos para Bart e algo divertido para Ellie comer e compensar esses dias em que ela estava ficando em casa em vez da Watchtower. Só que seu celular tocou assim que começou a descer. Ela suspirou quando viu o nome na tela.

-Oi, Charlie – Chloe atendeu e o cumprimentou com certa formalidade.

-Oi, Chloe. Como esta? – ele perguntou com a mesma cordialidade.

-Bem e você? – Chloe respondeu com a educação e suspirou para a sua falta de jeito.

-Nada bem na verdade. Sabe? Eu venho tentando falar com essa incrível mulher, mas ela fugiu de mim por um mês inteiro, você acredita? Acho que tem a ver com a chegada de um ex... O que você acha?

Chloe fechou os olhos por um segundo e respirou fundo mais uma vez. Não sabia por que, mas falar daquilo, logo após pensar em Oliver como estava pensando a deixou desconfortável. Não queria que ninguém soubesse ou pensasse nela e em Oliver.

-Eu não sei sobre isso. Talvez ela tenha tido um bom motivo – Chloe tentou sorrir, mesmo que ele não pudesse ver. Gostava de Charlie e ele não tinha culpa dos seus traumas.

-Pode ser que você tenha razão.  – Charlie cedeu e sua respiração pesada atravessou a linha. – O que você acha que eu devo fazer para conseguir um jantar com essa mulher incrível? – ele perguntou com um tom de voz mais suave, mas ao mesmo tempo cheio de charme.

-Hum – Chloe não soube o que dizer.

-Vamos lá, Chloe. Um jantar. Se ficar chato eu te dou o direito de levantar o cartão de "só negócios". – ele insistiu.

-Mesmo? – ela riu, ele parecia tão juvenil.

-Mesmo. – ele confirmou e baixou o tom de voz. – No mínimo um negócio fechado entre nós, mas quem sabe, pode ser divertido.

Chloe engoliu seco. Não gostava de ser pressionada e encurralada, mas Charlie tinha sido paciente com ela e cuidadoso em suas investidas. Só que não queria pensar nisso, ter de pensar nisso. As portas do elevador se abriram e para sua surpresa havia uma pessoa lhe esperando no saguão. Timing perfeito.

-Eu posso te responder depois?  -ela pediu distraidamente, caminhando para fora do elevador.

-Claro – ele respondeu claramente perdendo o animo. – Eu te ligo.

-Ok – Chloe desligou e parou.

Logan, um de seus alunos preferidos da Isis estava a sua espera no salão escuro. Ela sorriu para ele, mas não recebeu o mesmo sorriso gentil de sempre, ele parecia nervoso e tenso, se mexendo no mesmo lugar como se estivesse cabendo dentro do próprio corpo. Chloe imediatamente se preocupou.

-Logan. O que foi? –ela nem tentou fingir que estava tudo bem. Se ele estava ali, a aquela hora é por que algo estava errado.

-Eu sinto muito, senhorita Sullivan – ele disse olhando para ela por baixo.

-Sente pelo que? – ela perguntou confusa e se aproximou mais dele.

-Eu sinto muito. Eu não quero. Eu sinto muito – ele repetiu e chorou quando colocou a mão dentro de um dos bolsos do casaco, puxando uma arma.

-Logan. – Chloe encarou a arma apontada para o seu peito e depois o garoto, um dos seus alunos mais queridos e promissores, podia ver o medo em seus olhos. – O que você está fazendo? Abaixe está arma e me deixe te ajudar. Seja o que for, eu posso...

-Não – ele gritou, interrompendo. – Você não pode me ajudar, sinto muito – ele se desculpou mais uma vez e apertou o gatilho.

Foi como levar um soco de Clark. A força do tiro fez Chloe se curvar e cambalear para trás. Por um segundo seu cérebro foi racional e ela sabia que deveria ficar de pé caso quisesse sair dali viva, mas no segundo seguinte se viu em queda livre, sem ar e com o peito a ponto de explodir tamanha violência.

Suas costas bateram no chão com tanta força que o ultimo vestígio de ar deixou seus pulmões. Era um alvo fácil agora. Não conseguiria se defender de um segundo tiro e só conseguiu pensar em Ellie, lhe esperando em casa, precisava colocá-la na cama.

Chloe se viu encarando o enorme lustre do teto e tentou desesperadamente respirar, mas uma dor aguda atravessou seu peito quando puxou ar. Ela olhou em volta a procura de Logan, mas não o encontrou, ele fugiu e a deixou ali, para morrer. Ela levou uma mão ao peito a procura do sangramento e demorou alguns segundos para descobrir de onde ele vinha, sua blusa branca estava negra e uma poça rapidamente se formou entre seus seios.  Mas ela insistiu e achou o ferimento, logo abaixo da clavícula direita.

Ela tossiu, lutou para se acalmar e conseguiu encher os pulmões de ar, talvez a bala tivesse passado longe deles, tinha uma chance se parasse de sangrar e conseguisse falar com alguém. Então pressionou a entrada e tentou ficar de pé. Estava tremendo e cada tentativa de se erguer fazia seu peito queimar, depois de longos segundos conseguiu ficar de joelhos.

Precisava sair dali, mas paralisou quando olhou para o chão onde estava deitada. Uma mancha ainda maior havia se formado. Era muito sangue, para tão pouco tempo. Não conseguiria andar nem dois metros perdendo aquela quantidade de sangue e não via possibilidade de evitar que ele continuasse a se esvair, podia senti-lo escorrendo pelas costas.

Seus olhos pesaram de repente e a adrenalina diminuiu. Chloe mal percebeu, mas desabou contra o chão pela segunda vez, caindo de bruços na poça do seu próprio sangue. Ainda estava pensando em Ellie e em como não conseguiria ir para casa naquela noite. E pensou nele.

-Chloe! – Oliver gritou assim que saiu do elevador e encontrou aquela cenário.

Estava voltando para deixar seus equipamentos quando no telhado ao lado recebeu um alerta. Uma arma de fogo fora disparada dentro da Watchtower e em um segundo se encontrou saltando de volta. Foi difícil se impedir de gritar e socar a porta de aço enquanto o elevador fazia o caminho para o térreo, de onde o alarme havia soado. Usou aquele tempo tentar chamar Clark, mas ele não respondeu, ou Chloe. Ele apoiou a testa na porta e pediu aos céus para colocar os olhos sobre ela e se arrependeu amargamente em seguida. Chloe estava deitava em um circulo de sangue quando a encontrou

-Não. Não. Não. – ele gritou e se jogou de joelhos ao seu lado.

Seus dedos foram imediatamente para o buraco em sua pele, assustadoramente perto demais da espinha. Ele chamou mais uma vez o seu nome e puxou o cabelo do seu rosto em busca de uma resposta.

Chloe escutou a voz dele. Era Oliver, ele voltou por ela e podia sentir o pavor nos seus pedidos. seu coração apertou, odiava ser a responsável por fazer aquilo com ele... de novo. Mas seu corpo estava tão pesado e ele estava tão longe que não conseguiu dar mais que um gemido raso como sinal.

-Eu escutei. Eu estou aqui – Oliver a girou devagar e tirou do chão. Ele se forçou a ficar de pé e quando percebeu que teria que escolher o que fazer ela se mexeu em seu colo.

-Sem... hospital – Chloe murmurou sem conseguir abrir os olhos. Conseguia  notar mais a sua volta. – Sem policia. Ele está com medo.

-Você está perdendo muito sangue – ele protestou apesar de estar quase chorando de alivio por escutar sua voz.

-Pare o sangramento... em cima – ela pediu com suspiro.

-Chloe? – Clark surgiu ao lado dos dois. – O que aconteceu?

-Clark – Oliver olhou para o amigo e tomou a decisão. – Emil, traga ele. Ela está sangrando muito. – e correu de volta para o elevador levando Chloe nos braços.

Oliver se abaixou para que ela ficasse mais confortável no longo caminho para cima. Estava tão ofegante quanto Chloe e a expressão de dor em seu rosto fez o seu peito apertar. Precisava fazer alguma coisa.

-Chloe. Abra os olhos. Você tem que ficar acordada – ele exigiu dela e colocou a mão sobre o seu ferimento, mas o sangue não parava de minar.

-Ollie – ela o chamou pela primeira vez em anos por aquele apelido e abriu os olhos. Uma pontada atravessou seu peito e ela se agarrou a ele como pode em busca de alivio, só fazendo piorar. – Dói.

-Eu sei – ele baixou o rosto até o dela em uma tentativa de acalmá-la. –Eu sei que dói, mas eu estou aqui com você. Você só tem que manter os olhos abertos para mim e a dor vai passar . Eu prometo. – ele implorou.

-Eu – ela abriu os olhos e os manteve presos no dele, se acalmando. – Ellie.

-Ela está bem. Bart não vai deixar nada acontecer a ela – ele prometeu a ela antes que qualquer bobagem por conta do medo e situação fosse dita.

-Ollie – Chloe sussurrou e levou a mão tremula ao rosto dele. Estava se sentindo um pouco mais leve apesar da dor incessante. –Ela te ama.

-E eu a amo – ele disse sem hesitar, com um nó na garganta conforme o olhar dela ficava mais e mais distante. – E eu amo você também!

Chloe sentiu o corpo leve e dolorido ser erguido e passado para outros braços, mais duros, frios e firmes, mas também familiares. Escutou Clark falando com ela bem longe e lutou para se agarrar a consciência.

Oliver ficou ali, parado diante das portas duplas da Watchtower enquanto Clark levava Chloe ao segundo andar. Emil já estava a sua espera e eles logo começaram a trabalhar em volta dela. Ele ergueu as mãos e o sangue ali o paralisou.

Cinco anos atrás a sua demora quase custou a vida de Chloe e Ellie e agora... Um grito de dor o tirou de seus pensamento e em segundos Oliver estava correndo escada acima. Ele correu e parou ao lado da maca onde Chloe deitada de lado se contorcia enquanto Emil mexia em seus ferimentos. Ele agarrou a mão dela, sabia que a dor a estava mantendo acordada, mas sabia também que ela não aguentaria muito antes de desmaiar.

-Eu estou aqui. – ele beijou a mão dela sem se importar com o sangue e virou para Emil. – O que eu faço?

-Clark, traga três bolsas de sangue. Elas tem o nome dela – Emil ordenou a Clark e quando ele sumiu voltou sua atenção a pergunta de Oliver. – Mantenha ela parada para que eu possa parar o sangramento. – Emil pediu colocando ao lado uma bandeja de instrumentos.

Oliver engoliu seco quando viu os objetos pontiagudos. Não era a primeira vez de nenhum deles, mais de uma vez passou por aquilo e por isso temeu por ela. Não seria fácil.

-Se eu pudesse eu tomaria o seu lugar, mas não posso. Você é forte, Chloe. Eu sei que é! – ele disse olhando dentro dos olhos assustados dela. –Vai doer, eu não vou mentir, mas eu vou estar aqui com você. Ok?

-OK! – Chloe concordou. Estava difícil respirar de novo, mas sabia que era por culpa da dor, que pioraria muito antes de melhorar. Estava com medo da dor, mas a mão de Oliver apertada na sua lhe deu coragem para suportar.

Chloe foi colocada de costas e seu olhar e de Oliver se cruzaram, ficando presos um no outro. Eles seguraram o ar juntos e Emil se aproximou com duas pinças. Ela sentiu o aço frio tocar sua pele quente e a dor que veio a seguir atravessou seu peito até suas costas.Ela mordeu o lábio, mas em poucos segundos foi demais e ela gritou até que seus olhos ficaram pesados novamente e o rosto de Oliver ser a ultima coisa que ela viu antes de mergulhar no escuro.

CONTINUA...

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