I'm In Here (Lex-Chloe/Oliver)

Titulo: I'm In Here

Autora: Roberta Clemente

Classificação: NC-17

Nota: Alguns pensamentos na narração são eventos ocorridos na quinta temporada e podem ter erros...perdão. Mas a história se passa pós Finale.

Resumo: Chloe e Oliver tem suas vidas acompanhadas de perto...muito perto
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20

Oliver levantou o braço para ver a hora. Mas ao mesmo tempo escutou o som familiar de saltos clicando suavemente contra o mármore atrás dele. Ele desistiu e se virou para encontrar a pessoa que estava esperando.

-Estamos no horário, herói – Chloe avisou com um sorriso, enquanto descia para encontrar seu muito elegante marido.

-Uau – Oliver disse de boca aberta, deixando os olhos vagar por todo o seu corpo, corpo que o vestido dourado estava perfeitamente moldando. – Você está de tirar o fôlego, como sempre.

Chloe sorriu, envaidecida. Ela mordeu o lábio inferior quando chegou ao ultimo degrau e aceitou a mão que ele estava lhe oferecendo.

-Obrigada. Mas não estou pronta ainda. Falta o meu zíper – ela deu de ombro e girou, dando as costas para ele. – Vê? – ela perguntou com um olhar inocente no rosto.

Oliver riu, mas assentiu. Seus olhos caíram sobre o profundo decote em suas costas, que terminava com um zíper a sua espera, em cima do quadril, que tinha certeza de que Chloe não teria dificuldade de fechar. Mas ele entrou na brincadeira, afastando os cachos que saiam do penteado, sem pressa, vendo sua pele estremecer e arrepiar ao seu toque.

-Pronto – Oliver murmurou perto da orelha dela, subindo o zíper devagar, deixando seus dedos correrem o caminho até sua nuca.

Chloe fechou os olhos quando sentiu os lábios dele em seu ombro. Ela virou e o encarou antes de ficar na ponta dos saltos e pressionar os lábios nos dele. Quando ela sentiu a necessidade de aprofundar o beijo foi atingida nas costas. Chloe interrompeu o beijo e franziu a testa, então entendeu.

-Connor Jonas Queen – ela disse em tom autoritário, ainda olhando para Oliver, que segurava o riso enquanto tirava uma flecha de plástico que estava colada a sua pele.

Connor saiu de trás de uma poltrona e se aproximou deles. Ele colocou o arco amarelo nas costas e parou na frente dos pais.

-Chamou? – ele perguntou tirando a mascara vermelha, da mesma cor da camiseta.

-Sim, chamei. Quantas vezes eu vou ter que pedir pra você parar de acertar suas flechas nas pessoas? E o que faz de mim, sua mãe, pessoa que mais te ama nesse mundo, um alvo? – Chloe colocou as mãos na cintura e esperou uma resposta.

-O papai disse que eu tenho que praticar em alvos pequenos e rápidos... Você ta sempre reclamando que é pequena – Connor explicou com muita naturalidade, dando de ombros.

Chloe abriu e fechou a boca, então se virou para Oliver, esperando dele uma explicação. Oliver deu uma risada curta a ela e se ajoelhou na frente de Connor, colocando a fecha em suas costas de novo.

-Não foi bem isso que eu quis dizer amigão. Peça desculpas ou nós dois vamos ficar de castigo – Oliver murmurou para o filho. – Mas belo tiro – e piscou, ficando de pé de novo.

-Desculpe, mamãe – Connor se desculpou, mas sem tirar o sorriso orgulhoso do rosto.

Chloe revirou os olhos e se inclinou para bagunçar os cabelos dele. Não conseguia ficar brava com seu filho, ainda mais quando ele era tão adorável, sendo uma miniatura de Oliver.

-Mas tem alguma coisa errada com isso – Oliver gesticulou para Connor.  – Vermelho? – ele ergueu uma sobrancelha a escolha da cor para o uniforme.

-É. Igual ao tio Bart – Connor respondeu empolgado.

Foi à vez de Chloe segurar a risada enquanto Oliver ficava furioso. Ela observou com satisfação seu rosto mudar de cor e ficar muito parecida com a camiseta de Connor.

-Bart? – Oliver gritou.

O som de algo quebrando veio do corredor e dois segundos depois Bart surgiu, segurando um vaso em uma mão e um sanduíche na outra. Ele olhou para Oliver e se encolheu.

-Chamou, Bossman?

Oliver olhou fixamente para ele tempo suficiente para fazê-lo querer correr, então desistiu, jogando as mãos para o alto.

-Diga a Victor que estamos saindo. Melhor irmos – Oliver disse a Chloe. Aquela conversa ficaria para depois, eles tinham coisas mais importante para fazer.

-Você está certo. Estamos começando a nos atrasar – ela concordou, indo até o espelho ao lado da porta, checando pela ultima vez a maquiagem.

-Comporte-se garoto – Oliver disse abraçando rapidamente Connor e olhando para Bart. – Eu estava falando com você.

-Dê um beijo na mamãe – Chloe deu um abraço apertando em Connor e olhou para Bart parando atrás dele, – E eu não estava falando com você.

-Há há – Bart forçou uma risada. –Não esqueça de trazer sobremesa. – ele balançou as sobrancelhas.

-A geladeira está cheia, como sempre - Oliver deu um olhar de reprovação a ele e passou um braço em volta do ombro de Chloe. -Nós precisamos de babás normais – ele resmungou enquanto saiam pela porta.

-Vai ser um pouco difícil encontrar nos classificados babás que cuidam de crianças para que os pais saiam em missões contra o mal – Chloe o puxou pela mão, em direção a limousine que estava a espera deles na porta.

-É. Você está certa – ele concordou e caminhou atrás dela. –Eu já disse o quanto você está gostosa nesse vestido?

 -Se você for um cavalheiro e dançar comigo essa noite eu deixo você tirá-lo de mim mais tarde - Chloe olhou sobre o ombro e riu.

-Hum, sobremesa – Oliver mordeu o lábio e seguiu Chloe para dentro do carro. Um pouco de descontração na faria mal antes de começarem a trabalhar.

Fazia quatro semanas desde que Connor tinha voltado para casa. Ele estava perfeitamente saudável e ativo, como se nada tivesse acontecido. Nem falar mais sobre o ocorrido ele falava. Connor tinha sido o primeiro a seguir em frente. Oliver e Chloe se mantiveram firmes ao seu lado o tempo todo e lidaram com as conseqüências por ele e por todos.

O Arqueiro Verde nunca tinha feito tantas aparições publicas como nas semanas que se seguiram a recuperação de Connor. A população precisava de algo para se sentir segura de novo e Oliver e Chloe se empenharam nisso. Colocando Oliver nas ruas todas as noites e nos jornais de todas as manhãs. Mesmo quando nenhum incidente maior acontecia, ele estava lá, ao lado da cidade e das autoridades, pronto e disponível, com Chloe lhe guiando.

A prisão das falsas diretora e professora da escola infantil feita por membros da Liga da Justiça também contribui para a restauração da ordem e em pouco tempo as coisas começaram a voltar ao normal. Mas quando o prefeito de Star City promoveu um jantar beneficente em prol do hospital publico onde Connor tinha sido tratado e convidou para o mesmo lugar, Oliver Queen, Bruce Wayne e Lex Luthor, parte do time entrou em alerta para o grande risco que aquela noite representava.

Seria hora e lugar certo para um ataque, mas o que Luminiferous não contava era que dois destes três alvos eram o Arqueiro Verde e Batman, com um time na retaguarda. Então mesmo com nenhum indicio de movimentação todos estavam em seus postos, monitorando e prontos.

Para Chloe aquela noite ainda tinha um adicional de ser sua primeira aparição publica depois de ser exposta como uma infectada por meteoros. A opinião publica tinha ficado ao seu lado depois do ataque a Connor, mas a mídia não era algo estável, estava sempre mudando de ideia sobre qualquer pessoa e com ela não seria diferente.

Mas quando os dois chegaram ao museu da cidade onde aconteceria a festa Chloe sentiu toda a ansiedade e nervosismo desaparecer. Foi como se nada tivesse acontecido. Ela foi tratada com sorrisos e elogios, por rostos conhecidos e desconhecidos também. Pelo menos aquilo poderia ser riscado de sua lista.

A noite começou como havia sido planejada. Oliver e Chloe circularam entre os convidados, observando tudo enquanto atualizavam Victor de meia em meia hora. Alguns discursos e nada pareceu fora do roteiro para aquele tipo de evento, então Oliver levou Chloe até a pista de dança, onde poderiam olhar as costas um do outro e conversar um pouco sem chamar atenção.

-Eu acho que precisamos de férias – Oliver disse olhando sobre a cabeça de Chloe.

-Eu não poderia concordar mais. Eu, você, Connor e uma ilha deserta por um mês inteiro – Chloe sugeriu, se sentindo cansada só de pensar que aquilo estava muito longe de acontecer.

-Hum – Oliver murmurou, tentando não se encolher. – Uma ilha não seria minha primeira opção para fugir com vocês. Mas para estar só com vocês dois sem essa sucessão de problemas, eu aceito.

-Oh, meu querido naufrago. Nós podemos pensar em outra coisa – Chloe olhou para ele com simpatia. –O destino é o que menos importa.

Oliver olhou para Chloe e sorriu. Ele se inclinou para roçar o nariz no dela.

-Imagina o tanto de sobremesas que nós não vamos poder comer sem a metade da interrupção? – ele perguntou, com voz cheia de malicia.

Chloe mordeu o sorriso e fez uma careta de sofrimento.

-Oh, pare de me torturar... Por que você não busca uma bebida para mim? Fiquei repentinamente com muita sede – ela pediu dando um tapinha no ombro dele.

-Ok! Eu já volto – ele se inclinou. - Mas mantenha o pensamento, professora – e sussurrou contra sua orelha, antes de se afastar.

-Eu vou, com certeza. – Chloe disse estremecendo, o observando sumir entre os casais em volta.

Ela suspirou com a ideia de dias sozinha com Oliver. Sem problemas, sem hora, prazos, sem alerta de ataques e missões. Dias com seu marido e filho, para fazer o que quiser. Mas antes que seus pensamentos voassem para muito longe alguém ofereceu a ela uma mão. Chloe piscou e seguiu a mão até seu amigo.

-Oi Bruce – Chloe sorriu para ele, aceitando gentilmente sua mão.

-Olá, Chloe. Posso perguntar por que está sozinha na pista de dança? – ele perguntou com um sorriso charmoso, colocando a outra mão suavemente em sua cintura.

-Oliver foi buscar uma bebida, que pelo andamento da noite será muito bem–vinda, Chloe respondeu dando um olhar entediado ao redor, - Mas e você? Veio sozinho? – Chloe perguntou com curiosidade, erguendo uma sobrancelha.

-Não sei se vai ser preciso correr ou não e confesso que não estou no clima de dar explicações a uma desconhecida – Bruce respondeu com muita naturalidade.

-Se você e Rachel se dessem uma chance não seria preciso.

-Quem sabe um dia? – Bruce deu um meio sorriso a ela.

-Quem sabe? – Chloe repetiu em tom sonhador. Bruce era um bom amigo, um de seus melhores e vê-lo feliz a deixaria também.

-Mas me diga mais sobre o que Connor achou do meu presente? – Bruce mudou de assunto. Seus olhos se iluminaram em expectativa.

-Sério. Eu estou quase dizendo a ele que está quebrado – Chloe revirou os olhos. – Um quarto do pânico, só você.

-Estou sentindo uma ponta de inveja? – Bruce a provocou.

-Inveja. De um quarto do pânico desenhado por Lucio Fox?... Você fez de propósito – ela o acusou com um olhar de desdém.

-Eu juro que não. Lucio é um homem muito ocupado. Mas eu estou disponível para desenhar seu sistema de segurança – ele ofereceu com um sorriso descarado.

-Muito obrigada. Eu mesma posso fazer isso. Mas saiba que se alguma coisa acontecer por que meu sistema de segurança está defasado a culpa é sua – Chloe o cutucou.

-A culpa sempre é dele – Oliver parou ao lado de Chloe, entregando sua bebida. – Posso saber por que sempre que me viro você corre para o lado da minha esposa? – ele perguntou a Bruce.

-A culpa não é minha se você a deixa sozinha no meio desses chatos – Bruce ergueu as mãos em sinal de rendição. – Eu estava lhe fazendo um favor. Você não quer que a peguem desprevenida, quer? – ele deu um olhar a Oliver.

-Muito sutil - Oliver deu a Bruce um sorriso forçado.

-Como assim? – Chloe perguntou, sem entender a troca de olhares entre os dois.

-É uma coisa que eu preciso conversar com você. A sós – Oliver olhou para Bruce, nada feliz.

Bruce riu, mas de surpresa. Não tinha lhe ocorrido que Oliver poderia ter mantido em segredo a paixonite de Lex. Ainda mais depois de um mês. Mas ele não questionaria os motivos que o levaram a tomar essa decisão.

-Não é nada – Bruce deu de ombros, desejando que também tivesse uma bebida nas mãos. – É só que está muito claro que o prefeito está dando esta festa para a imprensa, pra mostrar que está tudo bem e não me surpreenderia se ele lhe chamasse para discursar.

-Sei... Vocês são estranhos. – Chloe olhou entre eles com desconfiança. Nem um pouco convencida.

Ela estava pronta para jogar na cara deles que por mais que eles brigassem pareciam dois irmãos, protegendo os segredos um do outro, então alguém passando ao fundo chamou sua atenção. Chloe percebeu Lex pela primeira vez aquela noite. Ele se afastou sozinho e ela pensou se aquela era uma oportunidade ou não. Em alguns segundos ela tomou uma decisão, ajudada pela briga ao seu lado.

-Minha bebida acabou. Eu já volto – ela disse simplesmente e os dois assentiram para ela antes de continuar com a discussão.

Chloe se afastou e nem foi preciso fingir que estava indo em direção ao bar do outro lado, Oliver e Bruce não estavam mais prestando atenção. Então ela deixou a taça de champanhe na bandeja do primeiro garçom que viu e olhou em volta, a procura de Lex.

Ela se sentiu nervosa de repente, mas aquilo era algo que precisava fazer, sentia isso e tinha que ser pessoalmente. Aquela era a chance perfeita e talvez única. Não era como se eles fizessem parte da vida um do outro. Hesitando um pouco Chloe parou atrás de Lex.

-Lex – ela chamou seu nome, baixo o suficiente para chamar apenas sua atenção.

Lex estava na companhia de três pessoas. Importantes para sua campanha, mas que desapareceram por completo quando escutou seu nome sendo chamado, por ela. Ele se virou devagar e sorriu.

-Chloe – ele só podia pensar no quanto aqueles dias sem olhar para ela pareceram intermináveis.

-Desculpe interromper, mas você tem um minuto? – ela perguntou, se questionando também se tinha tomado a decisão certa de se aproximar.

-Claro – ele respondeu apontando o caminho a ela.

Chloe tentou se manter calma, por isso respirou fundo algumas vezes enquanto andava em direção a um lugar vazio. Quando percebeu estava em uma ala fechada, com algumas obras penduradas e luz fraca. Ela parou e virou para trás. Lex também parou, olhando fixamente para ela, esperando uma primeira palavra sua, que estava presa na garganta, que nunca se imaginou dizendo a Lex Luthor.

-Obrigada, Lex. Eu te devo muito – ela disse, com a voz tremula e hesitando deu um passo a frente, jogando os braços em volta dele.

Lex ficou tenso. Demorou um segundo para ele reagir e retribuir o abraço. Automaticamente seus braços a cercaram e ele fechou os olhos, não surpreso com o quão bem ela ficava em seus braços e o quanto seu cheiro era deliciosamente embriagante.

-Eu fiz por você, Chloe. E faria de novo, quantas vezes fosse preciso – ele sussurrou contra o cabelo dela. Desejando que aquele momento durasse para sempre.

-Eu prefiro acreditar que fez por que era certo – Chloe se afastou e olhou em seus olhos, vendo algo que não estava lá há antes.

-Connor e Oliver são a sua vida. Sem eles você sofreria e eu não suporto pensar em você sofrendo – Lex admitiu com um misto de dor e resignação na voz. Como se aceitasse que nunca faria parte daquela conta.

Ela estava realmente entendendo direito? Chloe engoliu com dificuldade. Sabia que seria difícil falar com Lex. Agradecer por qualquer coisa, mesmo que pela vida de seu filho, mas não estava preparada para aquilo. Para aquela mudança e muito menos para aquela admissão.

-Lex – Chloe sentiu a necessidade de mudar de assunto e sair dali.

-Vamos lá, Chloe – Lex sorriu. - Você não precisa fingir surpresa.

-Eu... eu – Chloe não podia acreditar no que estava escutando.

-Oliver com certeza lhe disse para ficar longe de mim – Lex forçou uma risada.

-Oliver? – Chloe franziu a testa.

-Olha, Chloe – Lex se afastou dela, andando em direção a um dos quadros. – Não é fácil admitir uma paixão, ainda mais ao marido dela, mas... – Lex virou para enfrentá-la mais uma vez e viu a confusão em seu rosto. – Ele não... te disse?

Chloe ainda estava tentando processar tudo o que tinha acabado de escutar. Lex Luthor apaixonado por ela era tão surreal quanto acreditar que Oliver sabia e escondeu isso dela. Chloe se perguntou se estava em um sonho.

-Eu preciso ir – Chloe disse rapidamente, dando as costas para ele. Precisava encontrar Lex. Queria sair, sumir.

-Espere – Lex correu e agarrou seu pulso, impedindo que Chloe fosse embora. Aquela poderia ser sua única chance. –Eu preciso dizer.

-Não – Chloe pediu, sem conseguir olhar para ele. – Me deixe ir.

-Eu te amo – Lex declarou, com toda a força que carregava no peito.

-Eu não quero ouvir – Chloe gritou, em choque.

Lex se negou a recuar e deixá-la ir. Ele usou a outra mão para segurar sua nuca e se inclinar. Ele viu o susto cruzar seu rosto antes que seus lábios se chocassem contra os dela. Precisava fazer isso nem que fosse a ultima. Não aguentava mais guardar o amor que sentia por ela. Estava sufocando. Morrendo aos pouco com aquele segredo.

A mente de Chloe ficou em branco por um segundo e tudo pareceu acontecer em câmera lenta. Mas não o suficiente para reagir e impedir Lex de puxá-lá contra ele e beijá-la como se sua vida dependesse disso. Ela escutou o som estranho que soltou com o susto e só então conseguiu usar o braço livre para empurrá-lo para longe.

-O que você está fazendo? – Chloe se cambaleou para trás.

Antes que Lex pudesse responder ele foi atingido por um soco que faz sua cabeça rodar e ele precisar colocar as duas mãos no chão para se impedir de cair. Ele tentou olhar para cima e ver quem era seu agressor, mas não era preciso, aquela força e raiva só poderiam vir de uma pessoa.

-Eu vou te matar, Lex – Oliver rosnou contra ele, agarrando a gola do seu smoking.

Oliver estava cego de raiva. Preocupado tinha saído à procura de Chloe e já estava entrando em pânico quando encontrou a cena perturbadora diante de seus olhos. Lex beijando sua esposa e Chloe tentando se livrar do beijo. Só conseguiu chegar um segundo depois, mas quando percebeu estava em cima de Lex, o erguendo do chão e socando pela segunda vez.

-Oliver – Chloe gritou, segurando o braço de Oliver, torcendo para que ele estivesse lhe escutando. – Pare.
Oliver empurrou Lex contra a tela na parede e foi só então que sua mente registrou a voz de Chloe. Ele respirou fundo e olhou para ela, mas ao perceber o medo em seu rosto e batom borrado, a raiva se renovou dentro dele. Ele jogou Lex no chão e se preparou para continuar.

-Por favor – Chloe pediu, agarrando o braço que Oliver jogou no ar.

-Me deixa, Chloe – Oliver gritou para ela.

-O que você está fazendo? – Chloe se jogou na frente, impedindo Oliver de bater em Lex de novo.

-O que eu estou fazendo? Eu estou tentando tirar sangue desse miserável. Se isso é possível – Oliver tentou tirar Chloe do caminho sem machucá-la. Ele viu Lex ficar de pé e tudo nele gritou para que o acertasse de novo.

-Oliver. Para, por favor – Chloe pediu ficando firme na frente dele. Ela segurou o rosto dele entre as mãos, o forçando a olhar para ela. – Vai embora, Lex. – ela gritou para Lex, olhando rapidamente para ele sobre o ombro.

Lex ficou de pé e alisou o smoking sem pressa enquanto olhava para Oliver, ele limpou o sangue que sentiu escorrer no canto da boca. Podia sentir a raiva se misturar ao sangue e a vontade que tinha de cuspi-lo era mesma de descontá-la no homem a sua frente. Mas ele engoliu com dificuldade aquela humilhação e se afastou.

Oliver o acompanhou com o olhar, respirando com dificuldade a cada passo que ele dava em direção à porta. Resistindo a vontade esmagadora que sentia de ir atrás dele.

-Eu vou matar ele – ele prometeu, com os olhos vidrados.

-Não, não vai – Chloe disse com força, quase contra a boca dele.

-Eu vou. Eu já matei uma vez, eu vou fazer de novo – Oliver cuspiu as palavras sem vacilar. Ele olhou finalmente para Chloe quando sentiu suas mãos cobrindo sua boca.

-Nunca mais repita isso. Você me entendeu? – Chloe pediu, com fúria agora. Ele não tinha o direito de dizer aquilo, muito menos em publico.

Eles se olharam por um minuto inteiro antes que Oliver começasse a se acalmar. Conforme sua respiração voltava ao normal ele percebia o quanto tinha passado do limite.

-Me desculpe – ele disse a ela, levando uma mão ao seu rosto.

Chloe deixou os braços caírem. Ela estava aliviada por ele ter se acalmado, mas estava começando a se sentir consciente do que tinha acabado de acontecer.

-Eu quero ir embora. Agora- Chloe pediu, baixando os olhos.

-OK – Oliver viu a magoa em seus olhos e ele só queria envolve-la com seus braços, mas sabia que precisavam antes passar por um longo caminho antes disso. –Vamos.

Chloe precisou fazer muito esforço para sorrir enquanto Oliver a conduzia até a porta. As pessoas falaram com ela e ela respondeu com a cabeça a mil, girando para todos os lados ao mesmo tempo, passando e repassando os últimos minutos. As fotos de sua saída no dia seguinte seriam um desastre, mas não podia se importar menos. Quando a porta do carro fechou ao seu lado foi um grande alivio.

-Nós estamos deixando o museu – Oliver avisou Victor e Bruce pelo comunicador. – Mas nós estamos indo para a cobertura no centro. Nos falamos depois. – ele encerrou tirando comunicador, o jogando no banco entre ele e Chloe.

-Cobertura? – Chloe perguntou, registrando suas ultimas palavras.

-Sim. Eu imagino que você queira gritar comigo. Lá você vai poder fazer isso à vontade. – Oliver respondeu, tirando os olhos dela, correndo as mãos tremulas pelo cabelo.

Chloe não disse nada. Ela também olhou para o outro lado, enquanto seus olhos se prendiam do lado de fora ela se perguntou como aquilo podia ter acontecido. Ou quando ela estaria preparada para essas peças que a vida insistia em lhe pregar.

CONTINUA

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