I'm In Here 3/?

Titulo: I'm In Here

Autora:Roberta Clemente
Classificação: NC-17

Nota: Alguns pensamentos na narração são eventos ocorridos na quinta temporada e podem ter erros...perdão. Mas a história se passa pós Finale.

Resumo: Chloe e Oliver sendo acompanhados de perto...muito perto
Prologo 1/? 2/?

3/?

Oliver levou exatos dez minutos para chegar ao telhado do edifício em frente ao hotel em que Chloe estava depois de escutar a mensagem dela. Um recorde, até mesmo para ele. Mas a necessidade de olhar para ela o fez colocar sua roupa e saltar do prédio da IQ sem se preocupar com a própria segurança. Precisava ter certeza de que ela estava bem.

 Quando ficou de pé no para-peito e de lá pode enxergar a cobertura do outro lado seu pulso já acelerado ganhou novo ritmo.  Ajustou a visão de seus óculos em uma tentativa de ver mais perto e lá estavam eles, sentados de frente um para o outro. Chloe parecia calma e controlada, o que o fez acalmar também.

Depois de um pesado suspiro pôde olhar melhor para ele, Lex. Exatamente como se lembrava. Controlado, falando algo para ela com um sorriso quase afetado no rosto. Podia ouvir a própria respiração brigar contra o vento da noite enquanto olhava fixamente para ele. Sempre soube que esse dia chegaria, estava preparado, só não pensou que seria assim, com Chloe entre eles.

Às vezes tinha pesadelos e neles Lex descobria sua culpa de anos atrás e voltava para se vingar, em Chloe e Connor.

Menos ansioso Oliver tirou o comunicador de um dos bolsos e o levou a orelha. Se iriam realmente fazer isso, fariam como sempre, como um time.

-Arrow online. Impulse, você está ai? – Oliver chama e espera, sem tirar os olhos do prédio em frente.

-Oh, cara. Como é bom escutar sua voz – Bart responde, parecendo tão ansioso quanto Oliver.

-O pequeno Green? – não pensa no filho.

-Seguro, brincando ao meu lado. Diferente da mamãe Green que resolveu sair e brincar com os leões – ele parece contrariado e Oliver sabe que Bart se preocupa com Chloe, quase tanto quanto ele.

-Eu também não gosto disso, mas ela não faria isso de graça. Após um jantar que você tem a imagem ou áudio do que está acontecendo lá – Oliver tenta parecer confiante.

-Pra minha sorte eu e bebê Green já comemos. Ela é Watchtower não é à toa – Bart diz orgulhoso.

Oliver sorri mesmo com os músculos tensos.

-Áudio, não é?

-Exato, eu estou escutando a conversa toda e cara...Esse cara me dá arrepios.

-Por quê?Aconteceu alguma coisa antes que de eu chegar? – a pergunta sai mais afetada pelo nervosismo do que Oliver esperava.

-Não. Na verdade a conversa entre eles começou a uns dois minutos...

-Impulse. Sei que o careca não te traz boas lembranças, então passe o áudio pra mim, ok? – Oliver ficava mais impaciente a cada minuto, precisava escutar a voz dela para ter certeza, saberia assim que escutasse.

-Claro. Ela deixou tudo pronto aqui chefe. É só apertar...

-E o que ele lhe reserva teria a ver com sua repentina aparição? – a pergunta firme de Chloe invade a comunicação.

-Sim!Exatamente – Lex responde fazendo Oliver estremecer ao escutar pela primeira vez em anos a voz dele.

-Então nos diga. A Luthor Corp está muito bem, os negócios estão em alta, tudo sem que precise sair de casa. Por que agora?O que mudou? – a voz dela sai firme, mas Oliver percebe a ligeira resistência.

-Eu quero mais. Fazer mais, fazer real diferença... Ir onde um CEO não pode ir – a mente de Oliver começa a processar imediatamente o que poderia representar um mundo com Lex fazendo uma real diferença e um arrepio imediatamente sobe sua espinha.

-E onde seria isso? – era uma boa pergunta.

-A Casa Branca – nada o prepararia para aquela resposta.

-Ferrou – a voz chocada de Bart tira Oliver de seus pensamentos.

Ele tira os olhos de Lex e volta para Chloe. Ela estava com a mesma expressão que ele deveria estar.  Com o ar preso no peito, abrindo e fechando a boca em busca de palavras. Lex Luthor na presidência conseguia deixá-la sem palavras.

E ele entendia. O significado de um Lex Luthor no lugar mais poderoso do mundo era de assustar qualquer um que o conhecesse de verdade, que soubesse de tudo que ele era ou foi capaz de fazer com nem metade dos recursos. O passe livre o tornaria mais letal que qualquer um que enfrentaram até aquele dia.

Nervoso com a idéia Oliver se inclinou para frente, com o olhar fixo em sua esposa, que parecia lutar para se recuperar. Queria tirá-la dali, acabar com aquilo imediatamente.

-Vamos lá, Chloe. Já chega – ele sussurra como se ela pudesse lhe escutar.

Seus olhos não a deixando nem um segundo, segundo que teria feito toda a diferença, que poderia tê-lo preparado se tivesse olhado para o que estava acontecendo na rua, logo abaixo deles. 

Sua preocupação não o deixou ver que o hotel tinha sido invadido por cinco homens armados a procura de Lex e que estavam no elevador enquanto ele olhava para a Chloe.

-Realmente. É levar a função de CEO a outro nível... Sem dizer que não responde a uma pergunta. Em que parte disso Star City está incluída? – Chloe faz mais uma pergunta.

Oliver franze a testa sem entender a mudança. Lex tinha dado a dica, na verdade tinha colocado no colo dela o maior furo de reportagem de sua carreira e ela simplesmente se esquivou.  Tentava entender para o que ela pretendia quando Lex repentinamente se levantou.

Cinco homens invadiram a cobertura e Oliver já tinha reagido apontando seu arco para o prédio. Não esperaria para ver. Tiraria Chloe de lá antes de fazer perguntas.

Chloe se assustou quando Lex levantou e correu em sua direção. Sua primeira reação foi se defender, mas sua atenção não estava nela e ela olhou para trás.  Não tinha escutado o elevador, talvez culpa do choque, mas fato era de que armas pesadas estavam sendo apontadas para eles.

-Quem são vocês? – Lex pergunta se colocando entre eles e Chloe.

-Nós somos a carona Sr. Luthor – o que pareceu ser o líder respondeu prontamente a Lex, mesmo sem mostrar o rosto, que estava escondido de baixo de mascaras de esqui preta, exatamente como os outros. -Que tal levantar a mão gracinha?E não fazer nenhuma besteira também. – ele fala para Chloe.

Ela levanta as mãos imediatamente se arrependendo de ter deixado suas pistolas em casa e ter ido completamente desarmada. Achou que estaria se arriscando caso Lex as descobrisse, que estaria demonstrando medo... Péssima decisão, junto com aquela idéia de entrevistar Lex Luthor.  Não era seu melhor dia.

-Carona? – Lex pergunta mantendo a calma.

-Sim. Algumas pessoas querem falar pessoalmente com você antes da grande revelação de amanhã e nós viemos nos certificar de que chegue antes do jantar – o homem responde caminhando despreocupadamente até eles, correndo os olhos de um para o outro.

Chloe manteve a calma e observou. Eles teriam que fazer o caminho de volta, levando Lex pelo hotel, armados. Algo não fazia sentido. A esta altura alguém teria chamado a policia e seria um risco. Só esperava que Bart estivesse escutando, ou com sorte Oliver.

-Ora, ora. Olha quem nós temos aqui. A primeira dama – ele ri olhando para Chloe, pegando o celular dela da mesa e o explodindo contra o vidro.

Chloe engole seco. Sentindo coração bater forte contra o peito, esperava não ser reconhecida, mas era mais uma ilusão ou vontade do que uma real possibilidade, todos naquela cidade sabiam quem ela era.

-Vamos. Eu estou pronto, mas ela fica – Lex dá mais um passo a frente e um dos homens puxa seu braço.

-Eu sinto muito Sra. Queen, mas ele tem razão – o homem dá de ombros. – Mas não se preocupe, sua presença aqui não será em vão. Vai servir de lição – ele se afasta dela.

Chloe sente um calafrio percorrer a espinha com aquelas palavras.  Podia escutar o próprio coração, mas entre uma batida e outra o som de um motor se fez presente. O homem mascarado olhou para o alto, escutando também.

-A carona – ele ri olhando para Chloe.

Ela o encara e por um segundo aqueles olhos verdes lhe pareceram familiares. Não sabia de onde, mas já os tinha visto em algum lugar.

-Mate ela. E joguem daqui de cima.

Chloe pisca, realmente olhando para ele, entendendo suas palavras e sua ordem. Sentiu o coração pular uma batida e olhou para Lex, quando o percebeu se jogando em sua direção. Tudo pareceu se mover devagar e seu olhos foram puxados para a arma se aproximando de sua cabeça. E tão rápido tudo voltou ao normal sentiu as mãos de Lex sobre ela e escutou o som de um tiro.

A pancada de suas costas contra o chão foi dura e Chloe perdeu o ar. A dor corria por suas costas e ela rolou de lado pronta para fazer algo. Tinha aprendido a se defender e essa era a hora de usar, mas um punho se fechou em seu cabelo, levantando-a do chão. Ela olhou para os lados, procurando qualquer coisa e Lex também estava sendo erguido, ele tinha um corte no ombro feito pela bala que era pra ela.

-Andem com isso. Querem tirar na moeda quem vai explodir a cabeça dela.

Chloe pode escutar a voz irritada do líder do grupo e na mesma hora um  quarto homem se aproximou para cumprir a ordem enquanto outro apertava o braço contra seu pescoço, a impedindo de respirar ou gritar.

-Não – a voz desesperada de Lex ecoou pela sala.

Então uma seta atravessou a vidraça, acertando o homem na perna. Todos pararam olhando para o homem em agonia no chão e para a ponta verde que saia da parte de trás do joelho dele.

-Vamos, tirem o Luthor daqui. Antes que ele chegue.

Os três homens saíram carregando Lex, deixando Chloe para trás com dois deles. Subiram a escada em direção ao telhado, onde o helicóptero os esperava. Lex parou de lutar achando que assim Chloe se livrava da atenção deles, mesmo estando com uma arma apontada para ela.

Assim que ficou sozinha com aquele homem seu instinto de sobrevivência a fez reagir. Não precisou de mais que uma tentativa para sair de seu braço, não conseguia respirar, mas girou até se livrar e dar uma cabeçada certeira no nariz dele, apesar de ter a metade de seu tamanho. 

Enquanto ele caia desorientado foi até o outro que mesmo no chão puxou uma arma para lhe atingir. Chloe chutou seu templo, o desmaiando imediatamente e ficando com sua pistola. Não se parecia com as suas, mas era automática e para aquele momento serviria.

Ela se esquiva a tempo do tiro mal dado por um homem com um nariz quebrado e muita dor e se joga atrás do pilar que ficava ao lado do elevador.  Se tivesse sorte seria preciso apenas um tiro para derrubá-lo.

E é olhando a porta metalizada do elevador ela o viu abaixado atrás do bar e a sua sorte naquela noite desastrosa era de madeira. Virando com muito cuidado e um movimento rápido apontou e atirou na parte baixa do bar, quase no chão e um grito escapou de trás da tampa de madeira que graças a Deus não era maciça.

A aeronave começava a levantar vôo quando uma flecha acertou a fuselagem. Oliver deixou o arco no chão quando nem a fumaça preta saindo do motor os fez parar. Correu o mais rápido que pôde e se jogou contra o helicóptero, agarrando Lex pela gola da camisa.

Os dois caíram juntos de costas contra o chão de concreto. Lex desmaiou e Oliver segurou a respiração enquanto  o helicóptero voava sem controle, girando perigosamente perto em cima deles antes de se afastar definitivamente.

Podendo soltar o ar Oliver olhou o céu azul escuro e em um impulso ficou de pé, sem se importar mais com Lex correu de volta para baixo. Nos poucos passos entre o heliporto e o segundo andar da cobertura rezou e pediu para Chloe ter conseguido se defender, não se perdoaria se algo tivesse acontecido por que a deixou sozinha para salvar Lex.

-Chloe? – ele grita por ela quando entra no quarto, o silencio no lugar o atingiu como um soco.

E eles se encontraram na escada. Ele descendo e ela subindo para encontrá-lo.

-Ollie – ela diz o nome dele em um sussurro, se jogando em seus braços.

Oliver a abraçou tão apertado quanto pôde sem machucá-la. O alivio fazendo adrenalina ficar sob controle por um segundo. Teve a certeza de ter o coração completamente paralisado quando viu aquela arma ser apontada para a cabeça dela. Pelo menos conseguiu impedir a segunda tentativa enquanto Lex a salvou de ser morta.

Abriu os olhos e viu os homens com quem teria uma conversa particular depois, desmaiados no primeiro andar. Os dois com a perna sangrando, um com sua flecha e o outro provavelmente uma bala, Chloe ainda tinha a arma na mão e sabia que elas se entendiam muito bem juntas. Mas mesmo assim, podia tê-la perdido naquela noite.

-Ela está bem? – Bart pergunta com medo na voz.

-Sim. Ela está bem – Oliver diz, mais para si mesmo. Para se convencer de que ela estava bem apesar de ter sido por pouco.

-Eu sinto muito – Chloe ainda estava processando em sua cabeça o que tinha acabado de acontecer.  – Lex? – ela pergunta baixinho, contra o peito seguro de Oliver.

-Desmaiado, mas bem – ele responde sem realmente se importar com algo além dela, que começava a tremer em seus braços.

-Ele salvou minha vida Ollie – ela estremece, entendendo enfim que quase morreu aquela noite.

-Eu sei, eu sei – ele murmura contra o cabelo dela.

Devia a Lex a vida de sua mulher, lhe devia a própria vida.

-A policia está no elevador...

Oliver a abraça mais apertado. Não queria deixá-la, não depois do que tinha acabado de acontecer, mas precisava.

-A policia está chegando. Eu preciso ir – ele desfaz o abraço – mas eu já volto ok? – ele procura os olhos dela e sorri quando Chloe lhe devolve um suave.

Chloe fecha os olhos quando Oliver se inclina para beijá-la. Quis muito fechar os braços em volta dele de novo, mas ela não fez, ficou parada no mesmo lugar, observando seu marido subir e sumir na noite que havia caído sobre Star City.

Voltar ao seu escritório foi à coisa mais difícil que Oliver naquela noite. Chloe deveria estar sendo bombardeada pela pólicia local a aquela altura e estava sozinha. Trocou de roupa com pressa, sem se preocupar com gravata ou terno, pouco importava se ninguém acreditasse que ele esteve lá o tempo todo, sentado atrás de sua mesa, na verdade isso lhe incomodava, pensariam que ele estava ganhando mais um bilhão enquanto sua esposa quase era assassinada a alguns quarteirões.

As ruas próximas ao hotel estavam todas fechadas pela policia e só pôde continuar por ser quem era. Atravessava o saguão quando Chloe saiu escoltada do elevador, ligeiramente abatida, seu peito apertou mais uma vez.

Ela suspirou de alivio quando o viu e andou mais rápido, jogando os braços em volta dele mais uma vez. Queria ir para casa o mais rápido possível, precisava sair dali, precisava ver Connor e abraçá-lo imediatamente.

-Por favor, me leva pra casa – ela pede contra o peto dele agarrando a gola de sua camisa.

-Vamos – ele a leva entre os policiais em direção a portaria.

Apertaram-se um contra o outro quando flashes explodiram assim que colocaram o pé na calçada. Oliver queria tirá-la de lá, mas ver Lex sentado dentro de uma das ambulâncias do lado de fora o obrigou a parar. Ele e Chloe olharam para o homem que um dia conheceram tão bem, cada um com seus pensamentos, com seus conflitos em aceitar que deviam algo a ele, justo ele.

O caminho para a mansão foi feito em silencio. Chloe olhava para fora, como se contasse mentalmente os quilômetros restantes e Oliver fingia não ligar, mas sabendo que aquilo era a única coisa que o impedia de explodir, a culpa que visível que ela sentia.

Sem dizer nada ele pega a mão dela e leva aos lábios, deixando um beijo gentil. Chloe olha para ele e sorri sem dizer nada. Podia ver em sua postura, seu sorriso controlado que ele pensava o mesmo que ela, no quanto foi estúpida aquela noite.

...CONTINUA

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