I'm In Here 2/?

Titulo: I'm In Here

Autora:Roberta Clemente
Classificação: NC-17

Nota: Alguns pensamentos na narração são eventos ocorridos na quinta temporada e podem ter erros...perdão. Mas a história se passa pós Finale.

Resumo: Chloe e Oliver sendo acompanhados de perto...muito perto
Prologo 1/?

2/?

Chloe olhou mais uma vez à hora na tela do celular. Celular que não saiu da mão enquanto atravessou o saguão vazio do hotel e que continuava entre seus dedos enquanto o elevador subia em direção à cobertura.

Sentia um misto de ansiedade, nervosismo e uma pequena e saudável dose de medo. Não por que temesse estar frente a frente com Lex, sempre soube que era o que ele fazia em silencio o mais perigoso, mas por que ninguém nunca soube realmente o que tinha acontecido com ele, o quanto sabia, o quanto se lembrava do passado e estar no escuro a deixava em desvantagem e isso nunca a agradara.

 A poucos andares do ultimo respirou fundo mais uma vez. O tempo que deu a Oliver para impedi-la acabaria assim que as portas abrissem e ela teria que fazer aquilo. Enfrentar Lex, sozinha. Homem que foi a maior personificação do mal que conheceu.

Ela guarda o ar para quando o elevador pára e as portas se abrem. Era isso. E agora. Deixando tudo, todo o passado de possíveis culpas, conflitos e muita raiva ela dá um passo a frente, batendo o salto no mármore preto, se fazendo ser notada por quem quer que a esteja esperando.

Deveria ter alguém neste momento para recepcioná-la e levá-la a Lex, mas a cobertura estava vazia e silenciosa, apenas o som suave do ar condicionado era ouvido no primeiro andar. As portas se fecham atrás dela e Chloe caminha em direção a pequena, mas muito luxuosa sala. Ao fundo uma parede de vidro deixava à cidade a mostra e a tornava um complemento do ambiente. Um piano de calda descansava ao lado.

Não demonstraria nervosismo, mesmo se sentindo observada. Em vez disso Chloe ergue levemente a cabeça e caminha para a janela. Se aquilo fosse algum tipo de teste poderia tranquilamente jogar. Se aprendeu alguma coisa com sua vida dupla foi ter paciência e frieza quando necessário.

-Chloe?

Chloe sente um arrepio subir a espinha ao ouvir aquela voz, ouvi-lo dizer seu nome, chamar por ela. Calmamente ela se vira e olha para cima. Lex a observava do alto da escada, com um sorriso contido.

Ele parecia exatamente igual a ultima vez que o viu, mesmo não conseguindo se lembrar exatamente quando isso aconteceu.  Lex não aparentava ter envelhecido um dia sequer, se não soubesse muito bem poderia jurar estar tendo um dejà vu.  Aquela poderia ser a mansão Luthor, de onde Lex elegantemente agia.

-Sr. Luthor – Chloe responde mantendo a voz neutra, mesmo quando ele começou a descer sem tirar os olhos dela.

-Perdão. Pensei que pudéssemos nos tratar pelo primeiro nome, Chloe.  Afinal, não somos dois desconhecidos – ele se aproxima dela.

Infelizmente, Chloe pensou imediatamente, tentando ver se existia algo por de trás daquela afirmação. Mas ele continuava a encará-la, com um sorriso suave e amigável.

-Não, nós não somos desconhecidos, mas nunca fomos íntimos – instintivamente ela coloca algum limite entre eles.

-Você foi dama no meu casamento. É suficiente para mim – ele responde sem se abalar.

Chloe engole seco. Ela tenta ler qualquer coisa em sua expressão, normalmente Lex teria o olhar misterioso de sempre, sorriso de superioridade, mas era exatamente o contrário. Ele sorria para ela de um jeito que nunca tinha feito antes, relaxado. Parecia feliz em vê-la.

-Não passamos domingos no quintal fazendo churrasco por isso, – ela olha bem para ele, a espera de alguma reação, seria agora que Lex lhe daria uma resposta afiada, mas ele continuava a sorrir, quase se divertindo com sua resistência.  – Mas tudo bem. Se prefere assim.

-Prefiro – Lex sorri satisfeito para ela. – Seria estranho ser chamado de Sr. Luthor, mesmo que esteja aqui por motivos profissionais, mesmo sabendo que nunca me chamou assim.

Chloe ergue uma sobrancelha as palavras dele.

-Como sabe que não o chamava assim? Pensei que tivesse perdido a memória – ela diz dando de ombro, sem deixar transparecer sua enorme curiosidade e necessidade.

-E eu pensei que tivéssemos algum tempo antes da entrevista começar – Lex ri e caminha tranquilamente para o bar.

-Para um jornalista a entrevista não tem começo ou fim – ela responde facilmente olhando Lex se servir de uma dose de uísque.

-Verdade – ele concorda, – Aceita uma bebida?Quem sabe para relaxar e parar de ver o fantasma do natal passado enquanto olhar pra mim, hein Chloe?  – ele oferecer sem olhar para ela.

-Obrigada, mas como você mesmo disse, eu estou aqui por motivo profissional. Que repórter eu seria se não conseguisse fazer as perguntas certas? – ela diz calmamente.

Assentindo Lex se vira para ela.

-Seria como a maioria eu acho – ele levanta o copo. – Menos Chloe Queen, a colunista que dá medo em muita gente, menos Chloe Sullivan, a intrépida repórter – ele dá um gole no uísque olhando nos olhos dela, como se fosse a sua vez de esperar uma reação.

Chloe sente o estomago apertar, mas não demonstra, sua expressão continua em branco. Ele a conhecia. Tinha quase certeza de que aquela versão sua seria lembrada por poucos, por seus amigos mais íntimos,  Oliver. Mas não por ele, não quando as lembranças de uma vida haviam se perdido. Ela não era importante.

-Investigando a jornalista. Esperto – ela força um sorriso.

-Não fazia idéia de que seria você a me entrevistar, mas como eu disse, não somos desconhecidos – Lex se aproxima dela. – E entre nós dois. Eu pesquisei todos que estiveram a minha volta, depois que acordei perdido – o olhar dele vacila – sem saber quem era.

Chloe segura o ar. Nunca souberam com detalhe o que aconteceu naquele dia, quase seis anos atrás. Tudo levava a crer que Tess havia sido a responsável por isso e Lex pela morte dela. Mas eram suposições, teorias, perguntas e mais perguntas, que ficaram sem resposta durante anos.

E o olhar dele, perdido, deixava claro, ou quase, de que ele se fazia as mesmas perguntas. Era desconcertante ver Lex Luthor vacilar. Era desconcertante também lidar com esta versão dele.

-Mas confesso que só te encontrei graças ao nome Queen – ele diz sorrindo outra vez, indo em direção ao sofá, apontando o outro para ela antes se sentar.

-Mesmo? – Chloe pergunta se sentando de frente para ele.

-Foi fazendo o caminho inverso. Lendo sobre Oliver, um colega de Excelsior que descobri que Chloe Anne Queen na verdade era Chloe Anne Sullivan.

Assentindo Chloe se esquece de si mesma e se pergunta o que Oliver pensaria daquilo. O quanto a presença de Lex o afetaria. Sabia que ele se culpava por ter tirado a vida de Lex uma vez, viu de perto o quanto a culpa o consumiu.

Os anos de exclusão de Lex serviram para prepará-lo para este momento, mas a forma como uma pessoa lida com o passado pode ser imprevisível até que realmente esteja acontecendo. Ela olha pela janela por um segundo se perguntando onde ele estaria agora. No prédio em frente, observando ou em seu escritório completamente alheio a tudo? Seu olhar se volta para Lex de novo.

-Essa é uma longa história. Quem sabe outro dia. Hoje o entrevistado é você Lex – ela desvia o assunto, tira com uma delicada cordialidade o nome de Oliver da conversa.

-Claro – Lex concorda observando atentamente os movimentos dela. Era a primeira vez que ficavam frente a frente, a bebida era para acalmar os nervos que pudessem entregar qualquer emoção ao finalmente poder olhar para ela de perto.

-Podemos começar? – Chloe pergunta bloqueando qualquer chamada, ligando o gravador e colocando o celular sobre a mesa que os separava.

-Por favor – Lex faz um gesto para que ela continue.

-Bem. Podemos falar ou continuar falando sobre sua amnésia. Qual foi a real causa? – Chloe é direta na sua primeira pergunta. Ela o vê pressionar os lábios para não sorrir, como se esperasse aquilo dela.

-Os médicos que cuidaram do meu caso nunca descobriram de fato o aconteceu comigo – a resposta dele sai facilmente. Ensaiou aquelas palavras muitas vezes, – Nenhum dano físico foi encontrado – ele mente, não diria a ela que seu corpo na verdade era uma montagem, de vários outros, que tinha cicatrizes por todos os lados, cicatrizes que por muito tempo não conseguiu sequer olhar.

Chloe nota Lex fechar a mão direita, única sob luva de couro, como se aquilo significasse algo escondido. O rosto dele se contrai levemente, quase como se sentisse dor com aquele movimento.

-Nenhum dano físico? – ela insiste

-Nenhum – ele ergue o olhar de volta a ela, - O veredito final foi de que alguma toxina deve ter entrado no meu sistema – ele responde com sinceridade. Era o que todo médico que cuidou do seu caso lhe disse.

-Sim, foi o que soubemos na época. Você foi vitima de um atentado – ela se impede de rir de desgosto. Lex se tornou uma inocente vitima aos olhos de todos.

-Vitima – Lex ironiza a palavra, desviando imediatamente o olhar.

Chloe se surpreende com a reação. Ele não parecia acreditar naquela afirmação. Ou concordar.

Queria falar sobre a clonagem, sobre como Lionel conseguiu clonar o verdadeiro Lex. Queria perguntar, chegar a uma resposta logo sobre o que aconteceu com Tess, mas seria loucura e praticamente impossível confrontá-lo sem expor a todos.

-Posso deduzir então de descobrir onde esteve antes do...atentado, é uma causa perdida ou seus médicos lhe deram algo além do diagnostico clonado?  – ela joga a isca, mantendo o tom neutro na voz para não levantar nenhuma suspeita.

Lex respira fundo, se impedindo de reagir. Aquela era a mulher com quem vinha sonhando, o rosto que o manteve são por anos. Não podia se trair, deixar que soubesse o que realmente era. Uma copia.

-Tudo o que sei de mim são informações colocadas em algumas paginas. Posso te dar o endereço de onde estive quatro anos atrás, mas antes disso?Você provavelmente saberia mais que eu.

-Duvido. Sou apenas uma jornalista aposentada. Aposto que tem muita gente para montar este quebra cabeça pra você – ela força, sorrindo suavemente.

Lex conhecia muito bem os sorrisos dela para saber que aquele não era sincero. Ele baixa a cabeça. Esperava que ela não confiasse nele. Ele não confiava no Lex que conheceu.

-Não importa o que eu faça, meu passado está lá, as pessoas o conhecem. Então preferi me concentrar em algo que realmente tenho nas mãos. O futuro – Lex olha direto nos olhos dela.

Chloe respira fundo algumas vezes. Os olhos dele mudam de repente, parecem brilhar de expectativa.

-E o que ele lhe reserva teria a ver com sua repentina aparição? – ela pergunta sem vacilar.

-Sim!Exatamente – ele responde balançando a cabeça, sorrindo suavemente, esperando que ela fizesse a próxima pergunta.

Chloe se vê obrigada a continuar. Mesmo sendo tomada por uma repentina resistência.

-Então nos diga. A Luthor Corp está muito bem, os negócios estão em alta, tudo sem que precise sair de casa. Por que agora?O que mudou?

-Eu quero mais. Fazer mais, fazer real diferença – seus olhos crescem e sua postura se eleva. – Ir onde um CEO não pode ir.

Chloe não pode deixar de ver a incrível diferença. Lex nunca falou apaixonadamente sobre algo. Ele discursava sempre do alto de seu pedestal e agora seus olhos realmente brilhavam, cheios de intenção, sem mistério. Era como se fossem dois homens completamente diferentes.

-E onde seria isso? – ela mal percebe a pergunta sair por sua boca.

-A Casa Branca – ele responde com determinação na voz, se inclinando para frente, para olhar bem nos olhos dela e não perder nada.

Chloe tenta esconder o choque. Ela se esquece de respirar tentando empurrar o nó que havia se formado rápido demais na garganta. Lex na presidência dos Estados Unidos.  Abrindo e fechando a boca algumas vezes ela se esforça para se recompor, mas era demais, até mesmo para ele.

Desde que ficaram frente a frente foi como se estivesse olhando e falando com um irmão gêmeo, uma versão ligeiramente melhorada daquele homem que não hesitava em torturar, escravizar ou manipular para conseguir o que queria, e estava quase convencida de que realmente fosse, mas isso. Era assustador só de imaginar.

-Realmente. É levar a função de CEO a outro nível – ela não consegue mais esconder na voz o baque da declaração.

Lex não diz nada. Ele sorri satisfeito por conseguir impressioná-la. De repente quis falar e falar. Dizer a ela tudo o que tinha na sua mente e perguntar sobre a vida dela. A proximidade estava provocando nele algo novo, que não sabia ainda muito bem o que era, mas queria... conhecê-la.

Chloe se mexe no lugar desviando o olhar. Sentiu-se mais que desconfortável com a intensidade do olhar dele, se sentiu quase nua. Era como se ele quisesse lhe desvendar.

-Sem que não responde a uma pergunta. Em que parte disso Star City está incluída? – ela questiona tentando forçar a conversa e o clima na sala para outra direção.

Lex suspira, se reclinando de volta ao encosto do sofá. Precisava ser mais cuidadoso com suas emoções. Não podia se exceder para não assustá-la.  Estava abrindo a boca para responde a mais uma pergunta para qual havia se preparado quando as portas do elevador se abriram novamente e cinco homens vestidos de preto e fortemente armados invadiram a cobertura.

...CONTINUA

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