Don't Give U On Me Now 9/?

Titulo: Don't Give Up On Me Now
Autora: Roberta Clemente
Classificação: PG-13(por enquanto, não me decidi)
Nota: Essa fic fez parte de uma enquete, ficando em segundo lugar. E como ainda recebo pedidos para dar continuidade... Ai está, para vocês, leitoras mais que queridas. Obrigada.
Resumo: Pense na história de Chloe e Oliver até Lazarus, depois é por minha conta
PROLOGO 1 2 3 4 5 6 7 8

 9

A cidade começou a acalmar na segunda semana. Dezesseis dias após ter sua vida exposta Oliver conseguiu sair pela primeira vez pela porta da frente das Industrias Queen sem ser bombardeado com as mesmas perguntas.

Você deixou sua filha por uma mulher? Quem era ela? Chloe Sullivan vai entrar na justiça agora que você voltou a cidade? É verdade que você pediu um exame de DNA?Vocês irão disputar a guarda de Ellie?

Ele ignorou cada uma, elas não mereciam nem mesmo que erguesse o olhar, que reagisse a elas, por mais que doesse escutar, ainda mais diariamente. Enfrentou aquilo como uma punição tardia. E assim foi sua recepção a Metropolis.

O único lado bom daquele massacre publico era poder enfim tirar aquele peso dos ombros. Nunca fora realmente confrontado sobre a paternidade de Ellie e não era justo que continuasse com a imagem limpa enquanto sabia que Chloe enfrentava julgamentos diários por ter engravidado de um bilionário. Foi um péssimo pai nos últimos quatro anos e agora todos sabiam que a culpa era sua. Podia passar para o próximo item da sua lista de pecados.

Como tentar de alguma forma desesperada salvar sua relação com Chloe por exemplo. Bastou uma semana ao seu lado para que aquela saudade que sentiu nos últimos anos fugir do controle. Sentia mais falta dela agora que a via todos os dias do que nos anos que passou sem olhar para ela. Chloe estava tão perto... mas tão longe ao mesmo tempo.

Eles se encontravam todas as noites na Watchtower e trabalhavam horas a fio juntos. Pensou que seria estranho voltar no dia seguinte a matéria, mas Chloe por pura compaixão ignorou o assunto mais falado do momento. Então Oliver também se manteve calado. Pensou que se ela preferia assim só restava seguir a maré e fechar a boca, mesmo com um pedido de desculpas preparado para o caso de um confronto.

Só que ao contrário do que todos estavam esperando ela agiu como se nada estivesse acontecendo e para sua surpresa relaxou. Quando se preparava para ter mais um muro entre eles foi quando ficou mais fácil estar ao seu lado.

Ela sorria genuinamente para ele todas as vezes que passava pelas portas duplas, passou a pedir sua opinião sobre planos e táticas para o time, acompanhou cada patrulha sua e pediu sua ajuda com o treinamento de alguns alunos da Isis. A cada dia que passava ficava mais a vontade e as dores de estomago e tremedeiras involuntárias ficavam cada vez mais distantes.

Só que não podia mentir para si. Mesmo estando mais próximos Chloe mantinha uma distancia bem segura dele. Distancia que só ele poderia enxergar. Só ele, que foi a única pessoa a se aproximar da verdadeira Chloe, a enxergá-la em cada fresta sabia a diferença entre estar próximo e realmente fazer parte da vida de Chloe Sullivan.

E ele estava próximo. Era um colega de trabalho que não tinha permissão para saber de detalhes íntimos e pessoais da sua vida. Por isso ainda ficava magoado quando riam juntos de uma piada ou de Bart, mas ela se esquivava ou simplesmente não respondia quando perguntava sobre os seus planos para o fim de semana. Não tinha permissão para ir tão longe e isso estava tirando o resto do seu sono.

Como conviver com Chloe, a mulher mais incrível do mundo e ser apenas um colega, um conhecido? Ainda mais quando um dia ela foi, ainda era, sua melhor amiga, a pessoa que de alguma forma o completou e completaria para o resto da vida. Podiam não ser um casal ou nunca terem sido um de fato, mas a verdade era que se almas gêmeas realmente existiam, ela era a sua.  Por isso não conseguia aceitar aquela situação. Eles eram tão maiores que toda aquela formalidade, só precisava encontrar um jeito de transpor mais aquela barreira.

E foi assim, nesta tentativa de resgatar sua amizade com Chloe que Oliver se aproximou ainda mais e de forma perigosa dela. Começou a observá-la  sempre que podia, estudá-la e tentar de algum modo desvendar os últimos anos. Quando ela estava digitando, explicando o funcionamento de algum prédio que ele iria invadir e principalmente com Ellie, seu momento preferido, os olhos dela brilhavam de uma forma que nunca tinha visto. A Chloe mãe, era uma novidade que adorava acompanhar. Era como ver um pedaço da velha Chloe, só que mais... apaixonante.

E então Oliver fez o que todos esperavam dele... se apaixonou de novo. E como não? Ele começou a perguntar para si mesmo após o vigésimo dia. Chloe estava ainda mais linda, autossuficiente e se possível mais adorável. Existia algo diferente e profundo no seu olhar, mais ele ainda era doce. Talvez fosse o tempo que longe, sem poder olhar para os seus olhos verdes todos os dias, mas agora levava rios de café só para vê-la sorrir, para ele.

Tudo nela estava melhor, sua beleza, sua segurança, inteligência, até mesmo seu cheiro. Só que ele ainda era o homem que a abandonou covardemente. Não tinha permissão ou direito de sonhar com qualquer outro tratamento que não o que recebia. No fim do dia ainda era o mesmo desonrado. Então só precisava se concentrar em salvar sua amizade, qualquer outra coisa estragaria tudo.

-Hei.

Oliver congelou no lugar por um segundo e voltou a mexer nos papeis sobre a mesa de vidro,  ele esperou que ela fosse embora, desejou que ela fosse embora. Alguns segundos depois ele ainda podia sentira sua presença e até imaginar sua expressão, então olhou rapidamente sobre o ombro direito.

-Oi, Lois. – ele respondeu, apertando os lábios até que eles ficassem finos e voltou seu olhar para o que estava fazendo. – Como vai?

-Você não vai embora, não é? – ela perguntou, cruzando os braços, sem esconder a infelicidade da voz.

-Uau! – ele riu sem humor. – Que bom que você finalmente percebeu. Além do mais, como eu poderia ir, onde mais eu encontraria esse amor? – ele deu a volta na mesa e olhou para ela, erguendo uma sobrancelha.

-Tenho certeza de que você teria dificuldade nisso.

-Olhe, Lois – Oliver olhou para o andar de baixo a procura de Chloe antes de continuar. – Eu sei que você não é minha fã, mas eu estou tentando fazer a coisa certa. Estou realmente me esforçando.

-Esforçando? – Lois estreitou os olhos, mas manteve o tom de voz baixo, não queria que Chloe escutasse de sua mesa no andar de baixo. – É da sua filha e de Chloe que estamos falando. Não deveria ser difícil, elas são perfeitas...

-Eu sei.  – ele a interrompeu. – Eu sei disso, elas são tudo o que um homem pode querer, mas se você está aqui me mandando embora é por que sabe que as coisas não são tão simples assim.

-Elas? – Lois o olhou de lado, ignorando o restante da frase. Ela estava pronta para perguntar o que aquilo significava, mas percebeu pela expressão dele que nem mesmo ele havia percebido o deslize.

-Sei que está querendo cuidar delas e eu agradeço tudo o que fez estes anos, mas você precisa sair do caminho e me deixar tentar – ele quase pediu a ela.

-Você não pode me culpar achar uma péssima ideia sua presença se no final é a minha prima quem vai ficar para trás... de novo. – Lois descruzou os braços e se aproximou dele.

-O que? – Oliver franziu a testa. – Eu estou falando de Ellie, Lois. É por ela que eu fiquei – ele respirou fundo e seus últimos pensamentos voltaram. – Mesmo que fosse por outro motivo. Você não precisa se preocupar. Ela me vê apenas como um membro do time... que por um acaso é o pai da filha dela – ele diz sem conseguir esconder a tristeza da voz. Era mais forte que ele.

-Oh!- Lois sussurrou com uma careta e andou até a grade. Ela olhou para Chloe, que estava passando instruções aos gêmeos e refletiu por alguns segundos. Se lembrou de tudo e do quanto sua prima ficou destruída. Mas não podia deixar Oliver ficar sem saber, se aproximar dela sem saber que o estava por de baixo do comportamento de Chloe. Era perigoso demais. E como se escutasse seus pedidos Chloe saiu da sala.

-Lois? – Oliver chamou após o silêncio ficar insuportável. Lois não ficava quieta, a menos que algo muito grave estivesse acontecendo. –O que foi?

-Há quantos anos você a conhece? De verdade? – ela voltou a enfrentá-lo. –Você de todas as pessoas viu o quão fundo ela pode cavar para esconder os próprios sentimentos se isso for para o melhor de todos. Você sabe o quanto ela é boa nisso.

-O que você está tentando dizer? – Oliver sentiu o coração acelerar no peito.

-O que eu estou tentando dizer, não. O que eu estou dizendo a você, é que nem mesmo ter sido deixada após o parto de Ellie a machucou tanto quanto os anos em que foi obrigada a limpar a sua bagunça. – Lois afirmou, olhando nos olhos do homem que jurou um dia quebrar o pescoço.

-Que bagunça? – ele perguntou desconfiando, perguntou sem saber se queria uma resposta.

-Você não demorou nem um mês para voltar a sua vida de playboy, não foi? Todas aquelas mulheres, festas e revistas. – Lois o olhou com desgosto e esperou por um segundo que ele entendesse onde ela queria chegar. – Ela era a responsável por filtrar qualquer noticia de vocês. Ainda é.

Oliver sentiu o estomago contrair de forma dolorosa e ele olhou para Lois com um misto de vergonha e espanto no olhar.

-Imagine como foi para ela, dia após dia, te ver com o mais variado tipo de mulher. Modelos internacionais, atrizes premiadas... enquanto ela tentava não desmoronar por que uma pessoinha dependia dela. – Lois sentiu os olhos arderem de tanta tristeza. Podia sentir na pele toda a dor que Chloe aguentou calada.

-Eu queria... eu queria... que ela me odiasse – ele admitiu sem muita força e baixou a cabeça de tanta vergonha e raiva. – Eu pensei que seria mais fácil assim. 

-Dormindo com todas aquelas mulheres? – Lois explodiu, a vontade de machucá-lo voltando com força.

-Eu não dormi com elas – ele disse sem pensar. – Eu... não dormi com nenhuma delas – ele confessou baixando a cabeça mais uma vez, esfregando a mão na testa e imaginando o quanto tinha magoado Chloe durante esses cinco anos. –Eu não durmo com uma mulher há... muito tempo.

Lois abriu e fechou a boca. Suas palavras tomando sentido na sua cabeça. Ela o olhou incrédula e depois para baixo novamente, para onde Chloe estava há um minuto atrás.

-Ela? – Lois perguntou em choque. –Ela foi a ultima?

Oliver arriscou um olhar a Lois e soube imediatamente que não precisaria se explicar. Dizer que tudo não passou de encenação. Cada uma daquelas mulheres. Estava no seus olhos, nas suas feições a marca que o tempo longe de Chloe deixou.

-Deus! Eu não sei mais se te bato ou torço por você. – Lois fechou os punhos na frente do rosto.

-Pode bater. Eu provavelmente deixaria – ele disse se sentindo derrotado. As consequências dos seus atos o assombrariam eternamente.

-Vou manter isso em mente, para referencias futuras – ela deu um olhar a ele depois rapidamente sobre o ombro, para ter certeza de que Chloe ainda estava fora.- Volte para o presente, Oliver. Nele Chloe ficou ainda melhor em esconder o que sente e você não vai conseguir nada se tentar cavar este muro com uma colher.

Oliver olhou para Lois e demorou algum tempo para suas palavras penetrarem seu cérebro confuso. Estava escutando direito, entendendo direito? Ela estava dizendo que Chloe ainda sentia alguma coisa por ele? Seu peito se encheu de esperança.

-Impossível!

-Será?

-Eu a machuquei demais.

-Então conserte isso... As vezes eu acho que só assim, libertando toda a magoa e ressentimento que ela guarda no peito Chloe vai poder seguir em frente. Então não esteja ao seu lado ignorando o que aconteceu, isso só vai piorar as coisas... Chloe é a pessoa mais generosa do mundo, ela é capaz de dar tudo o que tem por seus amigos, por Ellie e por seus alunos, mas não consegue ser feliz por que ainda não superou o que aconteceu. E deus sabe como minha prima merece ser feliz, sorrir para sua Ellie sem essa tristeza que insiste em morar dentro dela.

-Lois – Oliver se sentiu de repente exausto.

-Se você a ama como parece ainda amar. – Lois deu um passo na direção dele e o olhou com urgência. –Deixe-a ir ou lute por ela.

Oliver e Lois se olharam por um minuto antes de Lois se afastar e deixa-lo sozinho. Ele ficou lá, no segundo andar da Watchtower, no mesmo lugar onde ele e Chloe deram seu ultimo beijo e não conseguiu se mexer por um bom tempo. Sua cabeça parecia ter expandido e suas ideias, pensamentos coerentes vazado. Foi a gargalhada de Chloe que o tirou de seu estado de choque.

Ele caminhou devagar até a beirada e agarrou o corrimão. Ela era tão linda. O lugar todo se iluminava só com a sua presença, mas Lois tinha razão, sob aquela leveza se escondia uma tristeza bem familiar. E então as palavras de Lois voltaram uma a uma até ele. Seria possível mesmo que ela ainda o amasse do mesmo jeito que ainda a amava? E mais, estava disposto a descobrir e arriscar tudo, mais uma vez? Não suportaria machucá-la de novo. Preferia uma vida inteira ao seu lado como um simples amigo a ter de viver longe.

-Então, vai ficar ai me olhando? Onde estão meus gráficos? – Chloe falou bem alto, mas sem se dar o trabalho de olhar para cima.

Oliver sorriu ao ser pego a admirando.

-Estou levando para você – ele respondeu se afastando da beirada.

-Bom. Que tal trazer também uma xícara de café? – ela pediu e se sentou.

-O que? – ele juntou os papeis e fez uma careta. –A maquina está ai em baixo, do seu lado. – e caminhou em direção a escada.

-Exato. Mas, ela também está no seu caminho até minha mesa – ela deu de ombros e baixou a cabeça, se concentrando na tela abaixo dos seus papeis.

-Claro, chefe. – ele olhou para baixo mais uma vez e sorriu quando percebeu que ela também estava sorrindo. Seu coração agitado saltou no peito apertado.

CONTINUA...

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