Don't Give Up On Me Now 17/?

Titulo:
Autora: Roberta Clemente
Classificação: NC-17
Nota: Essa fic fez parte de uma enquete, ficando em segundo lugar. E como ainda recebo pedidos para dar continuidade... Ai está, para vocês, leitoras mais que queridas. Obrigada.
Resumo: Pense na história de Chloe e Oliver até Lazarus, depois é por minha conta
PROLOGO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1213 14 15 16

17

A voz dele despertou algo dentro dela. Uma sensação de desespero, um sentimento de abandono que não sentia há  muito tempo. Sua reação foi apertar os olhos enquanto sabia que ele estava se aproximando... preocupado, para seu total desgosto. Como ele podia? Seu desespero se tornou fúria quando sentiu seus dedos tão protetores pousando em seu ombro.

-Como você pôde? – ela perguntou, ainda de olhos fechados, sem conseguir encará-lo.

-Chloe. Do que você está falando?  - Oliver estava cada vez mais preocupado. Acordou com um grito de Chloe, mandando quem quer que estivesse ali embora e levantou correndo para saber o que estava acontecendo. – O que aconteceu? Quem estava aqui? – ele olhou em volta.

-Você me odiava tanto assim? – ela abriu os olhos e buscou nele uma resposta, ignorando todas as dele.

-OK – Oliver estava aliviado por ela pelo menos estar olhando para ele, mas ainda mais confuso. –Chloe, você não está fazendo sentido. Como eu poderia um dia ter te odiado? – ele segurou gentilmente o rosto dela entre as mãos e se assustou com a dor que viu em seus olhos.

-Todas aquelas mulheres, Oliver... Por que? Por que você queria me fazer sofrer? – ela se odiou por sentir os olhos enchendo. Precisava sair de perto dele, e saiu do seu toque, andando para o outro lado da sala.

-Deus – Oliver baixou a cabeça, entendendo um pouco do que estava acontecendo. –Era Lois, não era?

-Sim. Ela veio me alertar para o perigo que era viver sob o mesmo teto que você. E eu te defendi, defendi nós dois... E o tempo todo ela estava certa – Chloe deu um sorriso amargo. – Você não estava sendo sincero comigo.

-Chloe, me deixe explicar. – ele deu passos largos na direção dela. – Eu sei que deveria ter dito, mas com tudo o que aconteceu, como nós estávamos nos entendendo e superando. Eu simplesmente me esqueci. – ele tentou fazê-la olhar para ele, mas Chloe fugiu do seu toque. –Eu iria te contar tudo, eu juro.

-Quando? Quando eu estivesse tão envolvida que não conseguisse me afastar? – ela perguntou entre os dentes.

-É claro que não! – ele negou imediatamente. – Você acha que eu faria isso com você? Te manipularia a este ponto?

-Sério? – ela gargalhou de raiva. – Por que o assunto em questão é completamente oposto a isso? – e o encarou, sentindo todo o corpo tremer.

Oliver fechou os olhos por um segundo, completamente desorientado. Há  dez minutos estava tudo bem e agora podia sentir o controle escapando entre os dedos. Estava morrendo de medo, medo de onde aquela conversa terminaria.

-Você queria me punir. – Chloe se acalmou por apenas um segundo, em uma tentativa de entender os motivos dele para machucá-la. – Você queria me punir por ter trocado de lugar com você. Por ter me colocado em risco, Ellie em risco e ter acabado com tudo o que nós estávamos construindo quando você foi levado pelo Esquadrão. Eu me culpo, passei anos me culpando, você deve ter feito o mesmo.

-Nunca! – Oliver respondeu com um sussurro. Sua garganta estava ameaçando fechar e sua voz estava saindo mais que afetada de sua boca.  – Eu nunca te culparia por salvar a minha vida. Por lutar por mim... Eu culpei a droga da vida que escolhemos, que nos obriga a nos sacrificarmos, culpei Rick Flag, eu me culpei por ser pego, mas mais que isso, eu me culpei por ter me aproximado de você, culpei o amor que você sentia por mim todas as noites que passei na cabeceira da sua cama... Mas nunca te culpei, Chloe.  – uma lagrima grossa desceu por seu rosto.

-Então por que?  - ela pediu mais uma vez, sem conseguir controlar o choro. –Você já tinha ido embora.

-Por que eu sabia que não seria o suficiente – ele explodiu e levou as mãos a cabeça. – Eu te conheço, você não desistiria. E eu precisava te manter longe.

Chloe abriu e fechou a boca. Quis saber, mas a resposta estava lhe matando por dentro.

-Longe e de coração esmagado. – ela levou uma mão ao peito ferido. – Você sabe quantas noites eu passei chorando enquanto as noticias e fotos de Oliver Queen explodiam na minha cara?

-Me perdoe – era a unica coisa que Oliver conseguia dizer.

-Eu me perguntei dia após dia como você podia ter ido embora quando nossa filha... nossa linda e perfeita filha, havia acabado de nascer. Eu pensei que quando você olhasse pra ela e enxergasse a mistura perfeita de nós dois tudo ficaria bem, mas você foi embora... Então vieram as festas e bebedeiras e eu entendi. Finalmente entendi que você havia superado. – Chloe deu de ombros, arrasada, sentindo tudo o que sentiu cinco anos atrás. – Você nos superou e foi viver a sua vida.

-Foi tudo encenação. Você precisa entender – ele implorou.

-Pra me machucar – Chloe concluiu e se arrependeu por ter perguntado. Mesmo que precisasse saber. Ela cambaleou e os braços de Oliver a impediu de cair. Estava zonza e com dor no peito.

-Chloe – Oliver levou Chloe ao peito e se sentou devagar no sofá. Ela não resistiu quando a envolveu em seus braços e ele a segurou como se sua vida dependesse disso. –Me desculpe, me desculpe. – ele beijou várias vezes o topo da sua cabeça, seu rosto, enquanto implorava para ser perdoado.

Chloe inalou e deixou que o cheiro dele invadisse seus sentindo mais uma vez, uma ultima vez. Devagar ela se soltou dele e ficou de pé. Ela parou de costas e secou o rosto molhado. Podia sentir seu olhar sobre ela, seu medo e por segundo não se importou.

-Eu tinha uma certeza quando tudo me dizia para fugir de você, nós éramos ou parecíamos tão diferentes. Você nunca me machucaria, não de propósito. A vida poderia nos afastar e dar tudo errado, mas eu sabia que você nunca partiria meu coração de cabeça pensada. E eu estava tão errada.

-Chloe. Eu fui um total idiota – ele agarrou os ombros dela e a forçou a olhar em seus olhos. – Eu também estava de coração partido, dilacerado por deixar vocês duas e fiz o que pensei ser o melhor para te manter afastada. Você precisava me odiar.

-Bem. Você conseguiu. – ela declarou com frieza.

-Não diga isso. Vamos conversar. Não podemos deixar isso atrapalhar tudo que estamos fazendo.

-Conversar?OK. Você quer saber o que? Sobre como eu perdi o leite de tanta tristeza? Ou de como eu tive de encarar olhares preocupados todos os dias de pessoas achando que eu acabaria cortando os pulsos e terminaria como minha mãe, deixando Ellie sem pai e mãe? – ela parou quando percebeu se encolhendo.

-Mamãe? – Ellie chamou do corredor, olhando para Chloe com cara de choro.

Chloe levou a mão a boca e se impediu de desabar mais uma vez. Sua raiva estava lhe cegando e seria tão fácil feri-lo. Mas não queria, por mais que ele merecesse sentir um pouco de tudo o que sentiu. Chloe deu um passo para longe quando ele tentou tocá-la. Não deixaria mais que ele fizesse aquilo. Foi idiota caindo na armadilha dos seus braços, mas não deixaria acontecer de novo.

-Ellie, querida. A mamãe precisa voltar para casa e gostaria muito que você fosse com ela. – Chloe sugeriu com o peito apertado. Se odiando por vê-la no meio daquela briga, mais uma vez.

-Chloe. Não – Oliver pediu. Queria gritar para ela não ir, mas assustaria Ellie.

-Mas e o papai? Ele pode ir com a gente? – Ellie perguntou com a voz pequena.

-Não, meu amor. O papai tem de ficar – Chloe disse com o queixo tremulo.

-Mas ele precisa de mim – Ellie se encolheu.

Chloe conhecia a filha bem demais para saber que era o contrário, ela precisava do pai. Foram anos separados e ela estava separando-os depois de ter aceitado ficar. Era sua culpa, de novo.

-Tudo bem, princesa. A mamãe também precisa de você – Oliver se viu dizendo. Não podia acreditar no que estava acontecendo e se sentiu impotente.

-Não. Pode ficar. – Chloe ajoelhou puxou Ellie pelo pijama.  – Você pode ficar com o papai mais alguns dias. Eu venho te buscar, certo? – e deu um sorriso triste a filha. Ela se inclinou quando Ellie aceitou e deu um beijo demorado em sua testa. – Agora vai, volta pra cama, ainda é cedo.

Chloe viu Ellie andar meio hesitante e sumir no corredor. Só depois se forçou a ficar de pé e encarar Oliver. Ele parecia devastado, mas não tanto quanto ela.

-Você não pode aparecer assim em publico.

-Vou chamar Bart. Ele vai me levar para casa.

-Chloe... Nós podemos resolver. Fique – ele pediu mais uma vez. Precisava pedir, se jogaria aos seus pés se preciso.

-Pra resolver nós precisaríamos ficar no mesmo lugar e eu não quero ficar perto de você. Eu não quero olhar pra você – doeu, mas ela disse. E foi para o elevador, não queria ficar nem um minuto a mais. Precisava sumir.

-Eu te amo! Eu te amo tanto – Oliver falou quando ela passou por ele. Seus olhos ardiam e sua garganta doía.

-Eu também te amo! – ela declarou com tristeza e puxou a porta do elevador. – Mas eu também te odeio do momento. – e olhou mais uma vez para ele ante de fechar a porta entre eles.

Oliver ficou ali, parado, sem acreditar no que havia acabado de acontecer. Estava sonhando? Se fechasse os olhos e desejasse com bastante força acordaria na sua cama, com Chloe em seus braços?

CONTINUA

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