Autora: Roberta Clemente
Classificação: PG-13(por enquanto, não me decidi)
Nota: Essa fic fez parte de uma enquete, ficando em segundo lugar. E como ainda recebo pedidos para dar continuidade... Ai está, para vocês, leitoras mais que queridas. Obrigada.
Resumo: Pense na história de Chloe e Oliver até Lazarus, depois é por minha conta
PROLOGO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
11
Estava de volta a
aquele quarto. Não precisava ver para ter certeza. Podia sentir o mesmo cheiro
de álcool, éter, drogas, sangue e medo, uma combinação que nunca mais
esqueceria. Chloe tentou abrir os olhos, mas não conseguiu, o peso em suas pálpebras
era grande demais para lutar contra. Ele iria embora, de novo.
Oliver. Não vá
embora... Fique comigo. Não me deixe. Não deixe nossa filha. Ela
tentou gritar, mas seus lábios estavam selados, lacrados. Seu ultimo sentimento
foi o de fracasso e desespero. O perderia mais uma vez.
Quis chorar, mas logo
sua angustia desapareceu em meio ao buraco solitário para onde estava voltando.
Tão quieto calmo e sem dor. Ali ela descansou e por tempo indeterminado pôde
pensar em coisas boas, pessoas que amava.
O primeiro rosto que veio
a sua mente foi o de Ellie, tão linda e doce, sorrindo e chamando por ela.
Chloe puxou o ar e abriu os olhos, assustada. A dor a atravessou
instantaneamente e o ar ficou preso na garganta, junto com a sua voz.
Ela piscou buscando
qualquer coisa em volta e viu com dificuldade a figura de Bart aos pés da sua
cama. Ele estava gesticulando para alguém. Chloe começou a fechar os olhos sem
conseguir se controlar e a lembrança de Ellie a ajudou a se concentrar, ela e
Bart estavam ligadas de alguma forma.
-Bart? – Chloe chamou
tão baixo que mal pode se ouvir. Sua boca estava seca e sua voz foi barrada pela
mascara de oxigênio que estava sobre seu nariz e boca. Ela tentou engolir para poder chamar novamente
e Bart se materializou ao seu lado.
-Oi, Chloelicius – ele
disse gentilmente perto do rosto dela.
-Ellie? – Chloe
perguntou, mas não conseguiu manter os olhos abertos enquanto esperava uma
resposta.
-Ela está dormindo no
outro quarto. – ele respondeu e franziu a testa. – Chloelicius? – ele chamou
por ela e olhou sobre o ombro, para Oliver. Os dois trocaram um olhar
preocupado.
Um branco total. Chloe
deslizou para um sono profundo, sem sonhos ou perturbações. O que talvez tenha
lhe dado alguma energia extra, deixando que seus olhos ficassem mais que um
minuto abertos quando acordou pela segunda vez.
-Nós o encontramos –
ela ouviu Clark informar enquanto encarava o teto claro.
-Não faça nada até ela
dizer que podemos. – Oliver respondeu e Chloe identificou uma antiga seriedade
na voz dele. Autoritária, mas preocupada ao mesmo tempo.
-Mas nós temos pouco
tempo, ele pode fugir. – Clark parecia impaciente e Chloe tentou responder, dizer
qualquer coisa. Logan não podia ser tratado como qualquer um, só que estava tão
fraca que seu corpo não obedecia nenhum comando.
-Ele é só um garoto
que fugiu assustado. Mantenham vigilância vinte e quatro horas. Se ele falar
com alguém me avise e quando a ordem for dada traga ele até nós. – Oliver respondeu
de forma firme e Chloe relaxou dentro de seu cansaço.
-Mas ela está
inconsciente há muito tempo, Oliver e se...
-Ela vai acordar logo!
E vai chutar nosso traseiro se aquele menino estiver preso e a Isis nas
primeiras paginas dos jornais... Eu sei que precisamos fazer justiça, mas se
ela pediu para não envolver a policia, ela tem seus motivos.
Chloe escutou a voz
cortante de Oliver bem no fundo da sua mente. Mais como um eco do que uma presença.
Uma voz feminina se juntou a eles e as três se fundiram, não sabia mais quem
estava lá, mas sabia que Oliver estava ali, com ela. E queria buscá-lo, queria
que ele a levasse até Ellie, mas não conseguia se aproximar, não tinha forças e
ele sumiu de novo.
Estava escuro quando
seus olhos abriram novamente. Chloe escutou o som discreto do ar condicionado e
aos poucos tomou consciência de seu corpo, ou parte dele. Ela puxou a mão livre
e pousou-a sobre o próprio peito. Ele subia e descia acompanhando sua
respiração. Não sabia por que, mas precisava tocá-lo e logo descobriu por que.
A conversa com Oliver.
Energia é o que não falta na nossa
pequena arqueira. Charlie, Vamos lá,
Chloe. Um jantar... a lembrança do impacto, da dor aguda atravessando seu
corpo, o rosto de Logan e a expressão de medo nele antes de apertar o
gatilho. Você não pode me ajudar, sinto
muito... O desespero na voz de Oliver. E
eu a amo. E eu amo você também.
A ordem estava confusa,
mas tudo começava a fazer mais sentido. Um tiro. Havia levado um tiro e era por
isso que sentia aquela pressão no peito cada vez que o enchia de ar. Era por
isso que a conversa entre Oliver e Clark foi tão tensa. Eles temiam por ela...
Ellie devia estar preocupada, elas nunca se separavam.
Em um impulso Chloe
rolou de lado e tentou jogar o corpo para fora da cama. Precisava chegar até
Ellie, qualquer um. Ela tinha que saber que estava bem. Suas pernas não se
moveram e com muita dificuldade se arrastou até a beirada. Estava cada vez mais
aflita.
-Ellie? – ela chamou
pela filha e tentou encontrar algo em volta para se segurar, seus olhos não
reconheciam aquele quarto, não sabia quem poderia ouvir, quem estava do lado de
fora.
Ela se agarrou a
primeira coisa que suas mãos alcançaram e para seu azar foi uma poltrona que
estava longe demais. Chloe caiu e levou com ela o frasco de soro e sangue que
estavam conectados ao seu braço. Ela girou e agora para a sua sorte o lado que
acertou o chão não foi o que a bala atingiu, o que tirou metade da dor.
Chloe perdeu o ar e só
depois conseguiu gritar. Ela ficou momentaneamente desorientada enquanto
tentava controlar a dor paralisante que sentiu. Seus olhos se apertaram e
segundos depois sentiu braços firmes lhe tirando da madeira fria. Seu corpo
pousou novamente no conforto do colchão e travesseiros. Ela relaxou e tentou se
concentrar.
-O que você está
fazendo?- Oliver perguntou sem esconder a irritação da voz. Ele colocou as
pernas dela sob a coberta e se abaixou para pegar o soro. Estava assustado e
estressado demais para agüentar encontrá-la mais uma vez no chão. Estava perto
do limite.
-Me desculpe – ela sussurrou
balançando a cabeça de um lado para o outro. As coisas estavam ficando mais
claras. Podia ver agora que estava no quarto principal da Torre do Relógio, no
quarto de Oliver. Seu corpo estava debilitado demais e ela estava piorando a
situação. – Me desculpe – ela pediu mais uma vez com a voz tremula, sentindo
uma incrível vontade de chorar.
-Chloe – Oliver se
sentou ao lado dela na cama e pousou uma mão em seu rosto pálido antes de
colocar gentilmente a mascara de oxigênio no lugar. – Isso vai ajudar. – estava
mais calmo por ver que ela não havia se machucado e envergonhado por sua
reação. –Está tudo bem. Você vai ficar bem, só respire.
-Eu sinto muito – ela se
desculpou mais uma vez, olhando nos olhos dele pela primeira vez. – Ela deve
estar confusa. Ellie. Como ela está? – ela perguntou quando Oliver descansou a
testa contra a dela. Há tanto tempo não faziam aquilo que ela se esqueceu do
quanto era boa a sensação.
-Ellie está bem! Ela é
durona como a mãe – ele respondeu com um sorriso orgulhoso.
-Eu preciso vê-la. Ela
precisa saber que eu estou bem. – ela pediu, mesmo que não se sentisse bem,
pareceria em frente à Ellie. – Ela precisa ver.
Assentindo Oliver
levantou a cabeça o suficiente para olhar em seus olhos. Estava tão aliviado
por poder vê-los abertos novamente. Seu peito estava carregado de palavras e
sentimentos que precisaria colocar para fora em algum momento. Mas ela estava
certa. Antes o mais importante. Uma garotinha que dormia inquieta há dias no
quarto ao lado.
Oliver se inclinou
mais uma vez e deixou um beijo demorado em sua testa antes de se afastar e sair
do quarto. Chloe o observou com o peito apertado. Estavam de novo naquela
situação. Da ultima vez ele foi embora antes mesmo que ela acordasse, não sabia
o que fazer ou esperar.
Ela fechou os olhos
sem perceber e esperou. A qualquer momento Ellie entraria e tudo ficaria
melhor. Ela foi a sua salvação anos atrás e seria de novo. Tinha certeza de que
olhar para os olhos castanhos de sua filha a ajudaria a ficar de pé logo.
Chloe acordou
assustada, de novo no escuro. Ela respirou fundo e arrancou a mascara. Não era possível
que estivesse sonhando, ou alucinando. Estava no mesmo quarto, com as mesmas
dores, limitações e dores. Estava à espera de Ellie, tinha certeza.
Estava quase chorando
de frustração quando sentiu um pequeno peso em seu braço. Chloe olhou para o
lado e encontrou Ellie dormindo ao seu lado, com uma mão enrolada em uma mecha
do seu cabelo e a outra descansando em seu braço. Seu peito diminuiu antes de
expandir de emoção.
Ela era tão pequena e
delicada, mas ao mesmo tempo a sua força. Ali ao seu lado, encolhida fazendo
questão de tocá-la estava o seu mundo. Nada teria sentido sem ela e faria
qualquer coisa para que ela não tivesse que passar por aquilo novamente. Não
era justo.
-Oi – Oliver sussurrou
para não assustá-la.
-Ollie – ela olhou
surpresa para ele. Pensou que estivessem sozinhas.
-Nós entramos, mas
você estava dormindo de novo. Não quisemos te acordar – ele explicou se
sentando de novo ao lado dela.
-Você deviam ter me
acordado. – ela disse baixinho, não que conseguisse falar alto, mas para não
acordar Ellie. – Eu não me importaria.
-Eu sei que não, mas
você está muito fraca e cada vez que dorme é quase impossível te acordar – ele baixou
os olhos. Cada vez que olhava para ela, inconsciente na sua cama era como se o seu
coração estivesse sendo rasgado ao meio.
-Há quanto tempo eu
estou aqui? – ela perguntou e segurou a mão dele, vendo a dor nos olhos dele.
-Quatro dias – ele respondeu
engolindo o nó que há dias estava parado na garganta.
-Oh! Eu sinto muito –
Chloe se desculpou, não era sua intenção preocupá-los.
-Tudo bem. – ele sorriu
para ela. – Como você está se sentindo?
-Me sentindo em um
episódio de Além da Imaginação? – ela respondeu com um sorriso triste. Os últimos
dias foram confusos, ainda estava confusa.
-Imagino – a expressão
de preocupação no rosto dele deu lugar a uma mais relaxada. Vê-la fazendo piada
era um alivio. – Mas sério. Como você está? Emil teve um trabalhão com você.
-A verdade? – ela perguntou
olhando fixamente nos olhos dele. –A dor é de enlouquecer. – e respondeu
sinceramente. – Eu não me lembro de vocês terem sofrido assim.
-Isso é por que com a
gente foi de raspão ou em lugares sem grande risco – ele respondeu deixando os
olhos cair para o enorme curativo que escapava pela alça da camisola branca que
ela estava usando. –Nenhum de nós levou um tiro à queima roupa no peito, Chloe.
-Uma pioneira – ela deu
a ele um sorriso torto, tentando aliviar sem desdenhar da seriedade do momento.
Podia ver a tensão no rosto dele e odiava ser o motivo. – Eu vou ficar bem,
Ollie.
-Aquele garoto não
tinha a real intenção de te matar, mas...
-Ele não queria...
-Mas ele teria te
tirado de nós se eu tivesse chegado alguns minutos depois. Você teria sangrado
até a morte naquele chão – Oliver parou e fechou os olhos, se sentindo nervoso
e agitado de novo.
-Ollie. Sobre isso...
-Agora não, Chloe.
Você tem que descansar. Essa foi a primeira vez que você ficou um mais de um minuto
inteiro acordada. Melhor não abusar. – ele passou a mão sobre o rosto cansado e
ficou de pé.
Chloe o observou se
afastar mais uma vez e ficou nervosa de repente. Não queria que ele fosse embora.
Se lembrava de tê-lo escutado dizendo que a amava e era óbvio que ele a amava
como amiga e mãe de sua filha, mas isso não impedia seu coração de acelerar com
a lembrança.
-Ollie – ela o chama
sem saber o que dizer.
Oliver não responde,
ele continua indo até a porta e a fecha. Ele caminha de volta para a cama e vai
para o lado de Ellie. Havia passado quatro dias e noite na poltrona do canto,
então tinha o direito de estar ali. Ele puxa a coberta e deita do outro lado da
cama. Ellie percebe sua presença e se mexe, girando para abraçá-lo.
-Obrigada por ficar –
Chloe agradece com um sussurro, tentando disfarçar o coração acelerado com
aquela cena. Poderia olhar para eles a noite toda, mas seus olhos estavam
pesados de novo e desta vez ela não tentou lutar contra o sono. Só se inclinou
um pouco na direção deles e se deixou ir.
-Eu não vou a lugar
nenhum, Chloe. Eu ouvi o que disse e não vou te deixar, nem a nossa filha. –
ele declarou quando percebeu que ela estava dormindo. Era mais fácil assim. –
Eu vou cuidar de vocês como deveria ter feito anos atrás.
CONTINUA...
Deixe a autora pidona e atrasada feliz, comente!
Ah que lindo essa última parte:
ResponderExcluir-Eu não vou a lugar nenhum, Chloe. Eu ouvi o que disse e não vou te deixar, nem a nossa filha. – ele declarou quando percebeu que ela estava dormindo. Era mais fácil assim. – Eu vou cuidar de vocês como deveria ter feito anos atrás.
Dani
Oi, Dani.
Excluirhehe que bom que gostou. Achei que seria uma boa forma de terminar.
Obrigadaaaaa \o
Esse capítulo demorou mas veio tão caprichado que eu nem vou reclamar...
ResponderExcluirA comunicação silenciosa entre eles, a percepção das emoções que os dois sentem apenas pela voz, pelos olhares... E esse final lindo de viver, com os três juntinhos, como deve ser. <3
Perfeito!!!
Jura mesmo??
ExcluirNão sei não. Eu demorei demaaaaais =/
Eles são a lagosta um do outro(estava assistindo Friends aqui hehe) <3
É por isso.
Mais família a partir de agora Ci ;)
Valeeeeeu!!
Valeu a pena esperar por mais esse capítulo, delícia de ler, um misto de drama com solução, nosso chlollie ficando bem aos pouquinhos e esses flashes do passado me fazendo querer bater no Ollie. Ai ai não judie muito da gente no próximo rs pode ser pra amanhã?
ResponderExcluirVilm@
Eu tava morrendo de medo deste capitulo ficar confuso.
ExcluirE é isso. Não quero que vcs amem o Oliver assim tão fácil! rs
pode deixar. Não vou atrasar assim de novo ;)
Obrigada Viiii *-*
Aiiiiii que lindo
ResponderExcluirVer ele cuidando da Chloe, os 3 juntinhos, pro que der e vier
Amei, apesar de estar com dó da Chloe estar com tanta dor, o capítulo foi mto apaixonante
Familia Queen-Sullivan se formando =)
ResponderExcluirEla vai ficar bem, prometo!!
Obrigada Maluuuuuu!!
Oh, Roberta!
ResponderExcluirEu queria mais... essa fic é viciante... por favor, poderia ser pra ontem, mas aceito pra manhã, tá! =D
É tão angustiante a aflição da Chloe lutando para acordar, mas o corpo não respondendo, fico imaginando que os que estão a sua volta também devem sentir a mesma angustia, esperando que ela enfim abra os olhos, Ellie, Oliver, Bart, Lois, Clark... aiai!!
E que coisa mais linda os três juntinhos... e Oliver respondendo a Chloe, prometendo não deixá-las deixa aquela sensação de alívio, que tudo vai ficar bem!!
GIL
Oi GIL!!
Excluirhahaha não sei se amanhãããããã amanhã tá pronto, mas vou ver o que posso fazer. rs
Eu judio demais dela, né?? Mas é que gosto de ver Oliver preocupadinho =)
Não quis colocar todo mundo em cena, mas eles estavam lá sim, esperando por ela.
Oliver está enfim se encaixando né?? Encontrando seu lugar.
Obrigada GIL.
Muito obrigada!
Roberta, desculpe o comentário curtinho, o cansaço anda me vencendo ultimamente. Como sempre mais um capítulo sensacional. Eu amo tanto essa história que vc não pode imaginar... Obrigada e tomara que consiga postar mais em breve...
ResponderExcluirAh, desculpo não! Como assim?
ExcluirRs brincadeira. Eu entendo de cansaço.
Muito obrigada Sof *-*
Ah, desculpo não! Como assim?
ExcluirRs brincadeira. Eu entendo de cansaço.
Muito obrigada Sof *-*