domingo, 16 de fevereiro de 2014

Don't Give Up On Me Now 11/?


Titulo: Don't Give Up On Me Now
Autora: Roberta Clemente
Classificação: PG-13(por enquanto, não me decidi)
Nota: Essa fic fez parte de uma enquete, ficando em segundo lugar. E como ainda recebo pedidos para dar continuidade... Ai está, para vocês, leitoras mais que queridas. Obrigada.
Resumo: Pense na história de Chloe e Oliver até Lazarus, depois é por minha conta
PROLOGO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10



 11

Estava de volta a aquele quarto. Não precisava ver para ter certeza. Podia sentir o mesmo cheiro de álcool, éter, drogas, sangue e medo, uma combinação que nunca mais esqueceria. Chloe tentou abrir os olhos, mas não conseguiu, o peso em suas pálpebras era grande demais para lutar contra.  Ele iria embora, de novo.

Oliver. Não vá embora... Fique comigo. Não me deixe. Não deixe nossa filha. Ela tentou gritar, mas seus lábios estavam selados, lacrados. Seu ultimo sentimento foi o de fracasso e desespero. O perderia mais uma vez.
Quis chorar, mas logo sua angustia desapareceu em meio ao buraco solitário para onde estava voltando. Tão quieto calmo e sem dor. Ali ela descansou e por tempo indeterminado pôde pensar em coisas boas, pessoas que amava.
O primeiro rosto que veio a sua mente foi o de Ellie, tão linda e doce, sorrindo e chamando por ela. Chloe puxou o ar e abriu os olhos, assustada. A dor a atravessou instantaneamente e o ar ficou preso na garganta, junto com a sua voz.
Ela piscou buscando qualquer coisa em volta e viu com dificuldade a figura de Bart aos pés da sua cama. Ele estava gesticulando para alguém. Chloe começou a fechar os olhos sem conseguir se controlar e a lembrança de Ellie a ajudou a se concentrar, ela e Bart estavam ligadas de alguma forma.
-Bart? – Chloe chamou tão baixo que mal pode se ouvir. Sua boca estava seca e sua voz foi barrada pela mascara de oxigênio que estava sobre seu nariz e boca.  Ela tentou engolir para poder chamar novamente e Bart se materializou ao seu lado.
-Oi, Chloelicius – ele disse gentilmente perto do rosto dela.
-Ellie? – Chloe perguntou, mas não conseguiu manter os olhos abertos enquanto esperava uma resposta.
-Ela está dormindo no outro quarto. – ele respondeu e franziu a testa. – Chloelicius? – ele chamou por ela e olhou sobre o ombro, para Oliver. Os dois trocaram um olhar preocupado.
Um branco total. Chloe deslizou para um sono profundo, sem sonhos ou perturbações. O que talvez tenha lhe dado alguma energia extra, deixando que seus olhos ficassem mais que um minuto abertos quando acordou pela segunda vez.
-Nós o encontramos – ela ouviu Clark informar enquanto encarava o teto claro.
-Não faça nada até ela dizer que podemos. – Oliver respondeu e Chloe identificou uma antiga seriedade na voz dele. Autoritária, mas preocupada ao mesmo tempo.
-Mas nós temos pouco tempo, ele pode fugir. – Clark parecia impaciente e Chloe tentou responder, dizer qualquer coisa. Logan não podia ser tratado como qualquer um, só que estava tão fraca que seu corpo não obedecia nenhum comando.
-Ele é só um garoto que fugiu assustado. Mantenham vigilância vinte e quatro horas. Se ele falar com alguém me avise e quando a ordem for dada traga ele até nós. – Oliver respondeu de forma firme e Chloe relaxou dentro de seu cansaço.
-Mas ela está inconsciente há muito tempo, Oliver e se...
-Ela vai acordar logo! E vai chutar nosso traseiro se aquele menino estiver preso e a Isis nas primeiras paginas dos jornais... Eu sei que precisamos fazer justiça, mas se ela pediu para não envolver a policia, ela tem seus motivos.
Chloe escutou a voz cortante de Oliver bem no fundo da sua mente. Mais como um eco do que uma presença. Uma voz feminina se juntou a eles e as três se fundiram, não sabia mais quem estava lá, mas sabia que Oliver estava ali, com ela. E queria buscá-lo, queria que ele a levasse até Ellie, mas não conseguia se aproximar, não tinha forças e ele sumiu de novo.
Estava escuro quando seus olhos abriram novamente. Chloe escutou o som discreto do ar condicionado e aos poucos tomou consciência de seu corpo, ou parte dele. Ela puxou a mão livre e pousou-a sobre o próprio peito. Ele subia e descia acompanhando sua respiração. Não sabia por que, mas precisava tocá-lo e logo descobriu por que.
A conversa com Oliver. Energia é o que não falta na nossa pequena arqueira. Charlie, Vamos lá, Chloe. Um jantar... a lembrança do impacto, da dor aguda atravessando seu corpo, o rosto de Logan e a expressão de medo nele antes de apertar o gatilho. Você não pode me ajudar, sinto muito... O desespero na voz de Oliver. E eu a amo. E eu amo você também.
A ordem estava confusa, mas tudo começava a fazer mais sentido. Um tiro. Havia levado um tiro e era por isso que sentia aquela pressão no peito cada vez que o enchia de ar. Era por isso que a conversa entre Oliver e Clark foi tão tensa. Eles temiam por ela... Ellie devia estar preocupada, elas nunca se separavam.
Em um impulso Chloe rolou de lado e tentou jogar o corpo para fora da cama. Precisava chegar até Ellie, qualquer um. Ela tinha que saber que estava bem. Suas pernas não se moveram e com muita dificuldade se arrastou até a beirada. Estava cada vez mais aflita.
-Ellie? – ela chamou pela filha e tentou encontrar algo em volta para se segurar, seus olhos não reconheciam aquele quarto, não sabia quem poderia ouvir, quem estava do lado de fora.
Ela se agarrou a primeira coisa que suas mãos alcançaram e para seu azar foi uma poltrona que estava longe demais. Chloe caiu e levou com ela o frasco de soro e sangue que estavam conectados ao seu braço. Ela girou e agora para a sua sorte o lado que acertou o chão não foi o que a bala atingiu, o que tirou metade da dor.
Chloe perdeu o ar e só depois conseguiu gritar. Ela ficou momentaneamente desorientada enquanto tentava controlar a dor paralisante que sentiu. Seus olhos se apertaram e segundos depois sentiu braços firmes lhe tirando da madeira fria. Seu corpo pousou novamente no conforto do colchão e travesseiros. Ela relaxou e tentou se concentrar.
-O que você está fazendo?- Oliver perguntou sem esconder a irritação da voz. Ele colocou as pernas dela sob a coberta e se abaixou para pegar o soro. Estava assustado e estressado demais para agüentar encontrá-la mais uma vez no chão. Estava perto do limite.
-Me desculpe – ela sussurrou balançando a cabeça de um lado para o outro. As coisas estavam ficando mais claras. Podia ver agora que estava no quarto principal da Torre do Relógio, no quarto de Oliver. Seu corpo estava debilitado demais e ela estava piorando a situação. – Me desculpe – ela pediu mais uma vez com a voz tremula, sentindo uma incrível vontade de chorar.
-Chloe – Oliver se sentou ao lado dela na cama e pousou uma mão em seu rosto pálido antes de colocar gentilmente a mascara de oxigênio no lugar. – Isso vai ajudar. – estava mais calmo por ver que ela não havia se machucado e envergonhado por sua reação. –Está tudo bem. Você vai ficar bem, só respire.
-Eu sinto muito – ela se desculpou mais uma vez, olhando nos olhos dele pela primeira vez. – Ela deve estar confusa. Ellie. Como ela está? – ela perguntou quando Oliver descansou a testa contra a dela. Há tanto tempo não faziam aquilo que ela se esqueceu do quanto era boa a sensação.
-Ellie está bem! Ela é durona como a mãe – ele respondeu com um sorriso orgulhoso.
-Eu preciso vê-la. Ela precisa saber que eu estou bem. – ela pediu, mesmo que não se sentisse bem, pareceria em frente à Ellie. – Ela precisa ver.
Assentindo Oliver levantou a cabeça o suficiente para olhar em seus olhos. Estava tão aliviado por poder vê-los abertos novamente. Seu peito estava carregado de palavras e sentimentos que precisaria colocar para fora em algum momento. Mas ela estava certa. Antes o mais importante. Uma garotinha que dormia inquieta há dias no quarto ao lado.
Oliver se inclinou mais uma vez e deixou um beijo demorado em sua testa antes de se afastar e sair do quarto. Chloe o observou com o peito apertado. Estavam de novo naquela situação. Da ultima vez ele foi embora antes mesmo que ela acordasse, não sabia o que fazer ou esperar.
Ela fechou os olhos sem perceber e esperou. A qualquer momento Ellie entraria e tudo ficaria melhor. Ela foi a sua salvação anos atrás e seria de novo. Tinha certeza de que olhar para os olhos castanhos de sua filha a ajudaria a ficar de pé logo.
Chloe acordou assustada, de novo no escuro. Ela respirou fundo e arrancou a mascara. Não era possível que estivesse sonhando, ou alucinando. Estava no mesmo quarto, com as mesmas dores, limitações e dores. Estava à espera de Ellie, tinha certeza.
Estava quase chorando de frustração quando sentiu um pequeno peso em seu braço. Chloe olhou para o lado e encontrou Ellie dormindo ao seu lado, com uma mão enrolada em uma mecha do seu cabelo e a outra descansando em seu braço. Seu peito diminuiu antes de expandir de emoção.
Ela era tão pequena e delicada, mas ao mesmo tempo a sua força. Ali ao seu lado, encolhida fazendo questão de tocá-la estava o seu mundo. Nada teria sentido sem ela e faria qualquer coisa para que ela não tivesse que passar por aquilo novamente. Não era justo.
-Oi – Oliver sussurrou para não assustá-la.
-Ollie – ela olhou surpresa para ele. Pensou que estivessem sozinhas.
-Nós entramos, mas você estava dormindo de novo. Não quisemos te acordar – ele explicou se sentando de novo ao lado dela.
-Você deviam ter me acordado. – ela disse baixinho, não que conseguisse falar alto, mas para não acordar Ellie. – Eu não me importaria.
-Eu sei que não, mas você está muito fraca e cada vez que dorme é quase impossível te acordar – ele baixou os olhos. Cada vez que olhava para ela, inconsciente na sua cama era como se o seu coração estivesse sendo rasgado ao meio.
-Há quanto tempo eu estou aqui? – ela perguntou e segurou a mão dele, vendo a dor nos olhos dele.
-Quatro dias – ele respondeu engolindo o nó que há dias estava parado na garganta.
-Oh! Eu sinto muito – Chloe se desculpou, não era sua intenção preocupá-los.
-Tudo bem. – ele sorriu para ela. – Como você está se sentindo?
-Me sentindo em um episódio de Além da Imaginação? – ela respondeu com um sorriso triste. Os últimos dias foram confusos, ainda estava confusa.
-Imagino – a expressão de preocupação no rosto dele deu lugar a uma mais relaxada. Vê-la fazendo piada era um alivio. – Mas sério. Como você está? Emil teve um trabalhão com você.
-A verdade? – ela perguntou olhando fixamente nos olhos dele. –A dor é de enlouquecer. – e respondeu sinceramente. – Eu não me lembro de vocês terem sofrido assim.
-Isso é por que com a gente foi de raspão ou em lugares sem grande risco – ele respondeu deixando os olhos cair para o enorme curativo que escapava pela alça da camisola branca que ela estava usando. –Nenhum de nós levou um tiro à queima roupa no peito, Chloe.
-Uma pioneira – ela deu a ele um sorriso torto, tentando aliviar sem desdenhar da seriedade do momento. Podia ver a tensão no rosto dele e odiava ser o motivo. – Eu vou ficar bem, Ollie.
-Aquele garoto não tinha a real intenção de te matar, mas...
-Ele não queria...
-Mas ele teria te tirado de nós se eu tivesse chegado alguns minutos depois. Você teria sangrado até a morte naquele chão – Oliver parou e fechou os olhos, se sentindo nervoso e agitado de novo.
-Ollie. Sobre isso...
-Agora não, Chloe. Você tem que descansar. Essa foi a primeira vez que você ficou um mais de um minuto inteiro acordada. Melhor não abusar. – ele passou a mão sobre o rosto cansado e ficou de pé.
Chloe o observou se afastar mais uma vez e ficou nervosa de repente. Não queria que ele fosse embora. Se lembrava de tê-lo escutado dizendo que a amava e era óbvio que ele a amava como amiga e mãe de sua filha, mas isso não impedia seu coração de acelerar com a lembrança.
-Ollie – ela o chama sem saber o que dizer.
Oliver não responde, ele continua indo até a porta e a fecha. Ele caminha de volta para a cama e vai para o lado de Ellie. Havia passado quatro dias e noite na poltrona do canto, então tinha o direito de estar ali. Ele puxa a coberta e deita do outro lado da cama. Ellie percebe sua presença e se mexe, girando para abraçá-lo.
-Obrigada por ficar – Chloe agradece com um sussurro, tentando disfarçar o coração acelerado com aquela cena. Poderia olhar para eles a noite toda, mas seus olhos estavam pesados de novo e desta vez ela não tentou lutar contra o sono. Só se inclinou um pouco na direção deles e se deixou ir.

-Eu não vou a lugar nenhum, Chloe. Eu ouvi o que disse e não vou te deixar, nem a nossa filha. – ele declarou quando percebeu que ela estava dormindo. Era mais fácil assim. – Eu vou cuidar de vocês como deveria ter feito anos atrás.




CONTINUA...
Deixe a autora pidona e atrasada feliz, comente!





13 comentários:

  1. Ah que lindo essa última parte:

    -Eu não vou a lugar nenhum, Chloe. Eu ouvi o que disse e não vou te deixar, nem a nossa filha. – ele declarou quando percebeu que ela estava dormindo. Era mais fácil assim. – Eu vou cuidar de vocês como deveria ter feito anos atrás.

    Dani

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    1. Oi, Dani.

      hehe que bom que gostou. Achei que seria uma boa forma de terminar.

      Obrigadaaaaa \o

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  2. Esse capítulo demorou mas veio tão caprichado que eu nem vou reclamar...

    A comunicação silenciosa entre eles, a percepção das emoções que os dois sentem apenas pela voz, pelos olhares... E esse final lindo de viver, com os três juntinhos, como deve ser. <3

    Perfeito!!!

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    1. Jura mesmo??
      Não sei não. Eu demorei demaaaaais =/

      Eles são a lagosta um do outro(estava assistindo Friends aqui hehe) <3
      É por isso.

      Mais família a partir de agora Ci ;)

      Valeeeeeu!!

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  3. Valeu a pena esperar por mais esse capítulo, delícia de ler, um misto de drama com solução, nosso chlollie ficando bem aos pouquinhos e esses flashes do passado me fazendo querer bater no Ollie. Ai ai não judie muito da gente no próximo rs pode ser pra amanhã?

    Vilm@

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    1. Eu tava morrendo de medo deste capitulo ficar confuso.

      E é isso. Não quero que vcs amem o Oliver assim tão fácil! rs

      pode deixar. Não vou atrasar assim de novo ;)
      Obrigada Viiii *-*

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  4. Aiiiiii que lindo
    Ver ele cuidando da Chloe, os 3 juntinhos, pro que der e vier
    Amei, apesar de estar com dó da Chloe estar com tanta dor, o capítulo foi mto apaixonante

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  5. Familia Queen-Sullivan se formando =)

    Ela vai ficar bem, prometo!!

    Obrigada Maluuuuuu!!

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  6. Oh, Roberta!
    Eu queria mais... essa fic é viciante... por favor, poderia ser pra ontem, mas aceito pra manhã, tá! =D

    É tão angustiante a aflição da Chloe lutando para acordar, mas o corpo não respondendo, fico imaginando que os que estão a sua volta também devem sentir a mesma angustia, esperando que ela enfim abra os olhos, Ellie, Oliver, Bart, Lois, Clark... aiai!!

    E que coisa mais linda os três juntinhos... e Oliver respondendo a Chloe, prometendo não deixá-las deixa aquela sensação de alívio, que tudo vai ficar bem!!

    GIL

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    1. Oi GIL!!

      hahaha não sei se amanhãããããã amanhã tá pronto, mas vou ver o que posso fazer. rs

      Eu judio demais dela, né?? Mas é que gosto de ver Oliver preocupadinho =)
      Não quis colocar todo mundo em cena, mas eles estavam lá sim, esperando por ela.

      Oliver está enfim se encaixando né?? Encontrando seu lugar.

      Obrigada GIL.
      Muito obrigada!

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  7. Roberta, desculpe o comentário curtinho, o cansaço anda me vencendo ultimamente. Como sempre mais um capítulo sensacional. Eu amo tanto essa história que vc não pode imaginar... Obrigada e tomara que consiga postar mais em breve...

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    1. Ah, desculpo não! Como assim?



      Rs brincadeira. Eu entendo de cansaço.
      Muito obrigada Sof *-*

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    2. Ah, desculpo não! Como assim?



      Rs brincadeira. Eu entendo de cansaço.
      Muito obrigada Sof *-*

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