domingo, 28 de fevereiro de 2010

Be Mine, tradução

Uma fic da Tarafina, pós persuasion. Sooo cute ;D

*a parte em negrito é um flashback

A idéia dele pro dia dos namorados não era uma reunião chata da diretoria na companhia de velhos rabugentos que não apreciariam rosas ou chocolate. Na verdade, ele tinha em mente uma linda e espirituosa loira que iria ajudar muito mais o seu humor e o manter com os pés no chão. Ao invés disso, ele ficou estudando imagens e discutindo com pessoas que sempre achavam que sabiam mais. Não importa o quão velho ele ficasse, quantas boas decisões de negócio ele fizesse, eles sempre o veriam como um mulherengo festeiro sem cabeça pros negócios. No entanto, ele não podia se importar menos com o que eles pensavam dele. Oliver já tinha vivido muita coisa e enquanto ele podia agir como um bobo pra qualquer um que observasse, ele era um homem inteligente e perspicaz. Excelsior tinha afiado suas habilidades quando ele era novo e apesar dos vários erros em seu passado, ele era o diretor executivo por uma boa razão e ele não deixaria ninguém o tirar de sua posição.

Hoje, porém, ele estava amaldiçoando seu trabalho herdado enquanto preferia muito mais estar em Metropolis persuadindo certa mulher teimosa a estar em sua companhia. Ela relutava muito e usava um escudo em volta do coração no qual as suas flechas pareciam ricochetear, mas nunca que ele ia deixar que dissessem que ele desistia fácil. Ele mandou rosas pra ela, duas dúzias, apesar de saber que tulipas eram as favoritas dela. Era a flor do dia e ele queria que ela soubesse que estava pensando nela e no dia mais romântico do ano também. Ele sorriu pra si mesmo, pensando que ela provavelmente revirou os olhos, tentando ao máximo não sorrir, mas seus lábios se curvaram ela querendo ou não. Ele não voltaria até o dia dezesseis e ele teria que se redimir pela perda do dia dos namorados tradicional, mesmo que ela espertamente argumentasse que eles não combinavam, especialmente naquele momento.

“Sem ofensa, parceira, mas eu não acho que em algumas semanas as coisas irão amansar pro nosso lado,” ele argumentou, arqueando uma sobrancelha.

Ela suspirou, dando de ombros e saindo de perto dele pra tentar se concentrar nos computadores. “Sim, bem, mais uma razão pra não começar nada!”

Ele sacudiu a cabeça em negação, seguindo-a e a olhando até que ela se cansasse de ignorá-lo. “Que é?” ela grunhiu.

Ele sorriu. “Ainda fingindo que não sente nada?”

Ela olhou pra ele, os lábios se franzindo num bico. “O que eu sinto e o que eu faço são duas coisas muito diferentes, Oliver.”

Chegando mais perto dela, ele acariciou seu lábio inferior com o dedão, facilmente tirando o bico da boca dela. “Então eu terei que fazer você mudar de idéia.” Não era uma esperança ou possibilidade, era uma promessa. E ela não respondeu então ele se inclinou pra frente, beijou a testa dela demoradamente a deixou com os computadores dela. Sem dúvida ela refletiria sobre cada coisa que ele disse e viria com alguma desculpa para o que quer que ela sentisse ou fizesse sobre isso. Ele já tinha se acostumado; desde aquela noite na Torre de Vigilância, quando ele deixou suas intenções bem claras, ela estava nervosa. Pra uma mulher tão forte e teimosa, ele tinha ficado levemente surpreso. Mas levando em conta os últimos meses tão inconstantes, ele a entendia melhor que muitos e então aceitou que convencê-la a começar algo que podia ser maravilhoso daria mais trabalho do que ele inicialmente estava disposto. Acostumado a conseguir o que queria rapidamente e sem muito esforço, especialmente se tratando de mulheres, era meio que divertido pra ele ter que dar tudo de si pra isso. No entanto, Chloe Sullivan valia muito à pena.

Ele aparecia frequentemente, tanto quanto era normal pra ele mesmo antes de dizer pra ela que o que ele queria, o que eles podiam ter, estava sendo definitivamente considerado. Mas agora que ela sabia, ela estava sendo bem cautelosa com ele, seus olhos constantemente abertos e observando. Ele recebeu a natureza desconfiada dela com um sorriso; um herói que não levasse em conta cada aspecto da situação eventualmente era morto – era apenas o treinamento dela, seu instinto natural. Mas ele não queria matá-la; mais ainda, ele queria fazer exatamente o oposto. Ele queria a fazer viver de novo.

Quando o dia dos namorados estava perto, ele já tinha tudo planejado. Teria vinho e os chocolates recheados com café preferidos dela e ele tinha feito reserva num restaurante que ela gostava muito ao invés de reservar um para impressioná-la. Ela era bem consciente do tanto de dinheiro que ele tinha e o que ele podia oferecer; era conhecê-la e aceitá-la que ajudariam a derrubar as defesas dela. Então ele estava pronto pra fazer de tudo, o que fosse preciso e fazer com que ela visse que ele não estava brincando ou blefando ou qualquer coisa do tipo; ele estava sendo sincero e verdadeiro e ele queria muito, muito mais com ela do que só amizade.

A ligação veio cedo naquela manhã, antes mesmo que ele se levantasse pra fazer ioga na sua sala de exercícios e despertasse completamente com café. Trabalho. Não tão incomum. E com resignação, ele teve que adiar todos os planos que tinha pra ela e o dia especial deles. Ele se levantou e fez sua mala. Ele ficaria ausente por uns dias e sabia que ela ainda estava dormindo e, portanto não podia sequer se explicar pra ela. A última coisa que ela gostaria era que ele a tirasse da cama com justificativas; especialmente com seu horário de sono já tão caótico. Por mais que ele gostasse muito dela, ela era viciada em trabalho e por mais que negócios sempre estivessem presentes em sua mente, ele estava aprendendo que a diversão tinha que aparecer na equação algumas vezes, assim como sono, comida e companhia.

Ele estava no jato antes mesmo que o alarme dela despertasse, já olhando os papéis da empresa e amaldiçoando seu azar. Ele ligou pra um florista particular e pagou uma considerável gorjeta pra ter certeza que ela receberia as flores. Com um simples cartão – Eu vou te recompensar depois. Nada mais que isso; ela saberia de quem as flores eram. E pouco depois, os olhos dele estavam concentrados em todas as coisas relacionadas às Indústrias Queen e à Luthorcorp. Dois dias sem parar de longas reuniões, comida encomendada e discussões que o faziam ficar tonto com tanto andar de um lado pro outro. Finalmente, na noite do dia quinze, ele estava ansioso pra dormir e na manhã seguinte voltar pra casa. Com alguma sorte, ele podia tirar Chloe da Torre de Vigilância na noite seguinte e ganhar de volta um pouco do afeto dela antes que ela se convencesse ainda mais de que eles não iriam a lugar algum.

Mas assim que ele se acomodou na cama bem larga e confortável do hotel, o celular dele tocou. O número de Emil apareceu e por mais que ele quisesse ignorar a ligação, ele não podia. Emergências eram uma preferência da sua equipe e Emil nunca ligava a não ser que fosse um problema.

Atendendo, ele ouviu alarmes disparados no fundo; do tipo que Chloe tinha colocado nos computadores. Pânico o atingiu com força e dolorosamente e ele estava bem acordado e já procurando sua mala com suas roupas pra se vestir. “Qual o problema?”

“Chloe,” ele disse, sua voz grave. “Ela enlouqueceu e eu não tenho idéia do motivo. Num minuto ela estava bem, no outro estava desligando tudo e me dizendo que suas responsabilidades residiam com Clark e ninguém mais...” Ele suspirou. “Ela colocou firewalls sobre firewalls sobre firewalls! Eu estou tentando, mas quando ela quer bloquear alguém ela o faz e não se detém.

A cabeça de Oliver girava pensando em todas as razões possíveis pra súbita reviravolta dela. Ele não conseguiu evitar o estremecimento causado por saber que apesar de tudo, ela tinha escolhido Clark. Não era a mesma coisa com toda mulher que ele se apaixonava? Até mesmo Mercy parecia ter uma certa fascinação afetuosa por Clark Kent. Fazendo uma careta, ele sacudiu a cabeça. Ele conhecia Chloe e por mais que ela estivesse sofrendo ultimamente, isso não era o tipo de escolha que ela faria. Abrindo a mala, ele tirou uma calça e uma camisa. “Faça o que puder. Estarei aí em breve.” Desligando, ele jogou o telefone num canto e passou as mãos pelo cabelo. Parecia que ele ia dormir no jato; ele não deixaria isso continuar de forma alguma. Se ela estava assustada, por ele ou qualquer outro problema, ele a ajudaria. Ele precisava dela; como amiga e membro do time. E mais do que isso, ele precisava dela na vida dele, pro que der e vier, e ele faria o que fosse preciso pra tê-la de volta.

Engraçado, ele pensou ironicamente. Ele nem mesmo a tinha e ainda assim ele já estava tentando convencê-la a deixar ele ficar com ela.

Levou horas pra chegar em Metropolis e por mais que ele tivesse dormido, foi um sono inquieto. Subindo as escadas da Torre de Vigilância, ele hesitou em bater na porta, preocupado com a possibilidade dela estar lá e simplesmente não responder e ao mesmo tempo preocupado que ela não estivesse lá e não voltasse. Com todos seus recursos, ele imaginou se seria capaz de encontrá-la. Chloe Sullivan tinha inteligência e habilidade pra se esconder de quem quisesse, mas ele faria todos os esforços possíveis pra encontrá-la e ela sabia disso.

Quando ele entrou, estava tudo quieto. Nada de alarmes e as telas zuniam com a atividade, mas faltava o caos de quando Emil ligou. Ele olhou em volta, sobrancelhas franzidas, e viu as rosas que tinha mandado pra ela apoiadas lindas e brilhantes no balcão da área de trabalho dela. Ele caminhou até elas e estendeu a mão pra tocar as pétalas vermelhas aveludadas. E então ele ouviu o familiar barulho dos saltos dela e os seus ombros, tensos e duros, relaxaram ao perceber que ela estava ali e parecia bem. “Você as recebeu,” ele disse com um meio sorriso antes de virar pra olhar pra ela.

Ela parou de andar, olhou pra ele e depois desviou o olhar numa rara demonstração de nervosismo. “Sim... Elas são lindas, obrigada.”

Ele acenou de leve com a cabeça. “Quer me contar o que aconteceu?”

Ela suspirou e o peso dos dois últimos dias parecia que ia derrubá-la. “Clark e pedra de meteoro,” ela murmurou, revirando os olhos. “Aparentemente, por mais teimosa que eu seja, não posso resistir a uma droga persuasiva que faz com que eu faça o que ele quiser; e o que ele queria era, aparentemente, que eu focasse mais minha atenção em protegê-lo.” Ela sacudiu a cabeça, quase parecendo irritada consigo mesma. “Nem é preciso dizer que fiz minha prima chorar, quase destruí anos de informações dos meus computadores, estava pronta pra matar Tess Mercer e aí de alguma forma acabei salvando a vida dela usando kryptonita no Clark...” Olhos arregalados, ela sorriu confusa. “Você sai por dois dias e eu fico totalmente enlouquecida. Você provavelmente deveria investir em camisas de força pra qualquer outra loucura no futuro.”

As sobrancelhas dele se ergueram. “Huh...” Piscando rapidamente, ele sacudiu a cabeça antes de atravessar o cômodo até ela. “E eu pensando que você estava apenas exausta, como esperado, e decidiu que eu e meu bando de heróis não éramos mais tão importantes como o Escoteiro.”

Os lábios dela franziram. “Essa tropa de apoio de uma garota só não vai a lugar nenhum! Vocês podem deixar uma mulher louca com sua falta de organização, mas eu tenho muita fé em vocês e não vou embora até que vocês resolvam esse negócio de salvar o mundo de uma vez por todas.”

Ele sorriu orgulhoso do apoio dela. “Então isso não foi você decidindo me deixar... nos deixar... por um certo super-herói borrado?

Mordendo o lábio, ela desviou o olhar. “Ollie... Clark sempre vai ser meu melhor amigo e eu farei o que puder pra ajudá-lo, mas... Quando eu aceitei o trabalho como Torre de Vigilância eu estava falando sério e eu levo tudo isso, todos vocês, muito a sério.” Estendendo as mãos, ela ajeitou a lapela do casaco dele, sorrindo calorosamente. “Então não preocupe essa sua cabeça bilionária, huh? Eu não vou a lugar algum.”

Ele sorriu, olhando nos olhos verdes dela com mais afeto do que ela parecia esperar. Ele a viu entendendo, a consciência de que os sentimentos dele não eram tão amigáveis. E então suas bochechas ficaram, vermelhas, ela olhou pra baixo e o sorriso desapareceu, parecendo que ela já estava pronta pra afastar qualquer possibilidade. Ele a pegou, levou as mãos dela ao peito dele e as manteve ali;

“E eu, Chloe?” ele perguntou, olhos estreitos pra ela, querendo total sinceridade. “Onde exatamente eu me encaixo nessa equação?”

Ela engoliu seco, focando seu peito ao invés do rosto. “Você é o líder, Oliver. Arqueiro Verde, justiceiro e fonte sempre confiável de amizade e ajuda.

Soltando uma das mãos dela, ele segurou seu rosto, colocando uma mecha do cabelo loiro dela atrás da orelha, tracejando o formato do rosto delicadamente. “E o que mais eu sou?”

Ela franziu os lábios, relutante em responder.

“Sabe…” Ele sorriu. “Eu tinha uma noite inteira planejada pra nós... só eu e você e toda aquela atmosfera sentimental e cafona de dia dos namorados.”

Ele viu os lábios dela tremendo e lentamente, ela levantou o rosto.

“Vinho, jantar, flores, doce... Todos os gestos românticos que eu consegui pensar.” Ele acenou com a cabeça gentilmente. “Mas agora estou achando que eu pensei errado.”

A expressão dela desapareceu, olhos capturando os dele rapidamente. Algo parecido com mágoa ou decepção os preenchendo antes que ela criasse um escudo que a impedia de mostrar muita emoção. “É mesmo?” ela perguntou, puxando a mão dela e tentando se afastar dele.

Ele apenas a apertou, segurando mais forte. “Sim...” Passando seu polegar pela bochecha dela, ele acariciou sua pele afetuosamente, observando os cílios dela longos e escuros que emolduravam seus olhos verdes, olhos estes que se fechavam, perfeitamente “Agora estou achando que todo o romantismo não era necessário. Você teria ignorado isso de qualquer forma. Talvez uma abordagem mais direta...” Ele sorriu, invadindo seu espaço pessoal, sentindo o calor do corpo dela mesmo com as camadas de roupa. “Talvez eu não tenha sido tão claro quanto pretendia.” A mão dele deixou o rosto dela e deslizou até a sua nuca, os dedos acariciando a região ternamente. “Então eu vou dizer isso apenas uma vez, Parceira... E eu gostaria de uma resposta de verdade dessa vez ao invés de você dar de costas e fingir que não combinamos tão perfeitamente quanto combinamos.”

A boca dela abriu, obviamente prestes a discutir, mas o aceno dele com cabeça a impediu.

Ela parecia frustrada, mas ela não falou e ele sorriu triunfante.

Pegando a mão dela, ainda pressionada contra o peito dele, ele a deslizou uns centímetros até que os dedos dela cobrissem por cima da camisa o seu coração palpitante. “Sente isso?” ele perguntou, a voz baixa e penetrante.

Ela olhou pra ele brevemente e depois pras mãos deles, a pulsação dele forte em suas mãos. “Sim,” ela sussurrou.

Passando a língua pelos lábios, ele apertou o pescoço dela levemente e ela entendeu como uma deixa pra olhar pra ele, o olhar dele capturando e mantendo o dela firmemente. Ele olhou, esperou até ter absoluta certeza de que ela estava escutando, de que ela o ouviria de verdade dessa vez ao invés de ignorá-lo. E simplesmente, sem humor ou provocação, ele disse, “Seja minha.”

E ela piscou, respirou fundo e então sorriu. “Sim.”

Ele riu, acenando com a cabeça. “Você não vai mudar de idéia.”

Ela revirou os olhos. “Pensei que você possivelmente mereceu, mas você deve estar bem ciente por agora que eu não sou o seu tipo de mulher normal.”

Rindo, ele se inclinou pra frente até que suas bocas estivessem a centímetros de distância. “Uma das muitas razões pra eu estar aqui.”

Ela sentiu a respiração dele nos lábios dela e um arrepio percorreu seu corpo, a percepção dando vida e calor aos seus olhos. “Uma pessoa sábia me disse uma vez que temos que ver o que está bem na nossa frente.”

“Tenho a impressão de que ele estava procurando e não vendo por um tempo...” Ele arqueou a sobrancelha. “Olhos abertos, muita claridade … Você aprende a apreciar as pessoas que realmente são importantes.”

Ela riu. “É uma coisa boa o fato de você estar sendo menos idiota ultimamente ou eu consideraria tudo isso uma cantada.”

Ele sorriu. “Tudo no momento certo, Parceira.”

E com isso, ele abaixou pra capturar a boca dela, selando um momento que já passava da hora. Dedos enterrados no cabelo loiro, ele pressionou sua boca contra a dela possessiva e excitadamente, absorvendo o gosto de café e paixão. Ela correspondeu igualmente; língua e dentes nunca cedendo à natureza teimosa dele. Não era surpresa que eles estivessem embolados numa questão de segundos: ele levantando-a do chão, o braço como um aro de aço em volta da cintura dela, os pés dela suspensos no ar e os braços apertando-o forte. Quando a respiração fez com que eles se separassem numa arfar profundo, lábios ainda se encontrando em selinhos rápidos que eles não conseguiam resistir, ela riu, com as mãos enterradas no cabelo curto dele.

“Então, sobre aquele encontro de dia dos namorados,” ela murmurou, dando uma mordida carinhosa no queixo dele.

“Posso te recompensar por isso.” Ele sorriu. “Um pouco tarde, mas...”

“Mmmm.” Ela sacudiu a cabeça. “Não, eu acho que você acertou o momento.”

Com os brilhantes olhos verdes dela iluminados e alegres como ele não via há tempos, ele não podia discordar. Eles estavam apenas começando e sempre haveria coisas no caminho deles, mas ele sabia que eles estavam destinados a ser e fazer grandes coisas. Eram Oliver Queen e Chloe Sullivan dali em diante; o que quer que a vida desse pra eles, eles apenas teriam que encarar juntos e seguir adiante. Ela fazia valer à pena o esforço e desde que ele se focasse no futuro, ele podia vê-lo ficar mais e mais brilhante a cada segundo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Dozen or so, tradução

Essa é bem pequena, leva em conta o episódio Persuasion e supõe (assim como todos nós Chlolliers) que aquelas rosas perfeitas foram dadas pelo Oliver.
Foi escrita por Crystalkyubbi-chan

Chloe cheirou as rosas, tinham que ter pelo menos três dúzias delas ali, que misteriosamente apareceram na mesa dela nessa manhã de dia dos namorados. Um sorriso suave apareceu em seu rosto quando ela se lembrou do cartão escrito a mão que ela encontrou no meio da folhagem.

Parceira

Rosas geralmente dão vida a um ambiente, e a um dia como esse. São bem entediantes comparadas as nossas atividades usuais, mas ei, dê algum crédito à planta. Enfim, este é o meu jeito de te lembrar que você tem um time de heróis que amam você.

Ollie

P.S. esteja pronta as cinco, roupas normais, porque aí você não vai precisar das rosas pra se divertir.

Ela até podia imaginar o sorriso nos lábios dele ao escrever o cartão. Borboletas agitavam-se em seu estômago enquanto ela pensava no tipo de diversão que ele tinha em mente. Nada impuro é claro! Oliver era Oliver, e eles provavelmente só iriam praticar arco e flecha, ou artes marciais. Mas os toques mínimos, mas de alguma forma íntimos que ela sabia que viriam com a prática ainda faziam seu coração acelerar. Ela fez uma careta, ela não devia estar pensando nele dessa forma. Não mesmo. E não era como se ele fosse o único que tinha lhe dado alguma coisa.

Chloe olhou pra sua mesa lateral repleta de simples presentes como chocolates e não de flores extravagantes mandados pelos vários membros do time e por Emil. Como AC encontrou um chocolate na forma de peixe, ela nunca tentaria descobrir. Todas aquelas coisas faziam dela muito mais feliz do que ela esperava nesse dia do amor, uma vez que Jimmy falecera. No entanto, ela não podia não notar que um certo viajante intergaláctico não lhe dera nada. Ela entendia que ele estivesse ocupado; Lois, salvar a cidade, e os kandorianos podiam fazer isso com uma pessoa.

O assunto dos kandorianos veio à tona, ela tinha um favor pra terminar. As novas identidades e papéis pra algumas das pessoas que controlariam o mundo com punhos de aço tinham de ser terminadas. Sim, ela estava um pouco amarga, mas uma dessas pessoas a matava no futuro. Colocando os papéis e tudo que uma pessoa com uma nova identidade precisava em envelopes separados, ela espreguiçou e decidiu tomar mais café. Com certeza esse seria o quinto naquela tarde, era dia dos namorados, e ela pensou que merecia.

Chloe checou o relógio, mas eram 15:00. Ela sabia que podia estar fazendo um trabalho extra... Mas ela queria estar adiantada. Então ela foi pra debaixo do chuveiro e se secou rapidamente depois de terminar. O que fazer com o seu cabelo? Ondas, mas não estranhas, ela não usava aquela fivela com a flor preta tinha tempo, ah, aquela blusa ficaria bem com o cinto que ela comprara no mês anterior... E antes que ela soubesse estava vestida impecavelmente. Nas suas roupas normais, mas ainda dava uma sensação especial, ela pensou feliz. E eram... 16:23. O que ela ia fazer agora?

Ela acabou tomando mais três xícaras de café. Organizando os presentes e os colocando no quarto. Fazendo-se parecer ocupada. Trabalhando de verdade, é claro, ela checou a localização e as condições dos membros do time. Então ela checou as câmeras de segurança, e revisou uns firewalls, e lembrou-se de verificar se tinha algum hacker. Logo ela já estava enfiada no trabalho. E quando mãos cobriram seus olhos e um sorriso se espalhou pelo seu rosto, ela disse “Eu ainda tenho umas cinqüenta câmeras de segurança, Oliver.”

“Ah, parceira, você nem me deu uma chance de dizer ‘adivinha quem é’.” Oliver disse tirando as mãos do rosto dela.

“Bem eu estava esperando menos diversão de segunda série. Mas se é isso que você planejou, então ei, quem sou eu pra julgar.

“Se não andarmos logo não teremos a chance de nos divertir.” Ele disse, o riso belamente estampado em seu rosto.

“Então vamos! Eu não suportaria perder qualquer fiasco que você tenha planejado.” Chloe disse rindo também.

Ficando de pé e encontrando sua bolsa amarela, ela se virou pra ele, pronta pra ir. Ela não se sentia tão alegre assim há muito tempo. E ela gostava de estar com Ollie. Ela olhou pra ele, mãos nos bolsos e olhando pras rosas que ele mesmo tinha mandado.

“Você gostou delas? Eu sei que tulipas são as suas favoritas, mas eu pensei que as rosas seriam mais adequadas.”

“Eu amei, Ollie, de verdade. Mas...”

“O que? Eu exagerei na quantidade?” ele realmente parecia nervoso, desconcertado, e isso era adorável de se ver.

“Não, estou bem feliz com elas. Mas agora eu estou um pouco ansiosa pela Páscoa, eu não sei se devo ou não esperar ovos o bastante pra fazer minha própria caça.”

“Eu prometo: sem forçar caças ao ovo, esse ano. Agora, no entanto, você terá uma noite de dia dos namorados forçada.” Ele disse isso brincando, mas os olhos dele ficaram mais escuros, com o quê ela não podia realmente determinar, mas ela entendeu a mensagem, ‘Ele estava indo longe demais a convidando pra sair num dia como aquele?’

“Não é forçado se ambas as partes querem isso.” Uma pequena dica, talvez ele entendesse.

Um sorriso iluminou o lindo rosto dele, parecia que ele tinha tirado um peso das costas, e ele ofereceu o braço pra ela. Sem um segundo de hesitação, e com um sorriso de certa forma nervoso, Chloe passou o braço em volta do dele. E então eles saíram, não somente deixando a Torre de Vigilância pra trás, mas os problemas da semana, e suas identidades secretas também. Pela próxima hora e meia pelo menos, eles seriam apenas Ollie e Chloe; Juntos.

*-------*

Mais tarde, quando ela estava voltando pra casa, pro seu trabalho, ela ficou pensando se qualquer outro casal tinha se divertido tanto de uma forma tão simples nas últimas duas horas. Um jantar bem privado, prática de arco e flecha, e vários flertes brincalhões e divertidos; E ela meio que duvidou disso. Mas sua mente vagou até Lois e Clark, o que eles fizeram no primeiro dia dos namorados deles como casal? Quando ela alcançou seus computadores, ela sentiu uma rajada de vento, e ouviu um leve ‘woosh’. Falando no diabo...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Of Scotch and Disney Movies, tradução


Outra da BlueSuedeShoes. Tão divertida ;D



Quando Chloe voltou pra Torre de Vigilância, ela não esperava ver Oliver Queen sentado no sofá dela, bebendo da sua bebida. Na verdade, ela tinha absoluta certeza de que era a última coisa que ela estava esperando. Além do mais, ela tinha uma sensação de que isso não era um bom presságio pra noite dela.


“Ollie?” ela questionou. “O que você tá fazendo aqui?”


“Bebendo.” Ele disse francamente.



“Isso eu já entendi,” ela disse, colocando a bolsa no balcão. “Eu quis dizer por que você está aqui e não em casa ou num bar ou numa boate ou em qualquer outro lugar que as pessoas normais vão pra beber.”



Ele deu de ombros. “Quis ver você.”



Ela arqueou uma das sobrancelhas. “Se importa que eu pergunte o quanto você bebeu?”



“Não.”



“Quanto você bebeu?”



“Relativamente falando, muito, mas também não o bastante.”



“Relativo ao quê?”



“Muito por que eu estou considerando a idéia de fazer sexo com você. Não o bastante porque eu estou considerando ao invés de estar fazendo.”



Chloe passou por várias reações em sequência. Primeiro, um lampejo de medo porque isso era apenas natural numa situação assim. Segundo, relaxou de novo porque era Oliver, seu Oliver que talvez estivesse atraído por ela, aparentemente, mas também nunca a magoaria, não importando o tanto que tenha bebido. Depois disso, um alívio por ele não ter tomado o bastante pra se atirar em cima dela. Finalmente, de forma até humilhante, uma decepção secreta por ele não ter tomando o bastante pra se atirar em cima dela.

“Certo,” ela disse “Bem, melhor te cortar antes que você passe da consideração apenas.” Ela caminhou até ele no sofá e começou a tirar a garrafa de vodca da mesa de centro, mas ele agarrou o pulso dela.



“Deixa aí.”



“Oliver, acho que você já bebeu mais do que o suficiente.”



Mas ele não soltou.



“Ollie, sério. Se você beber mais eu serei forçada a te expulsar daqui.”



Ele zombou da idéia. “Como se você fosse se livrar de mim se eu não quisesse ir,” ele disse, mas a soltou assim mesmo.



Chloe fez cara feia pro que ele falou enquanto se livrava da garrafa. Se ela não o conhecesse tão bem...


“Como que você entrou aqui?”


Ele olhou pra ela com uma sobrancelha arqueada. “Eu instalei seu sistema de segurança. Acha que eu não fiquei com os códigos de acesso?”



Ela lhe lançou um olhar severo. “Já ouviu falar de ética? Acho que você bem que podia dar uma revisada.”



“Não finja que você não teria me dado os códigos se eu pedisse.”



“Eu não daria.”



“Porque não?”



“Porque eu chegaria em casa e te encontraria sentado no meu sofá totalmente chapado,” ela respondeu intencionalmente, voltando pro sofá.



Ele a puxou pra sentar perto dele. “Está me dizendo que não está feliz em me ver?”



Ela suspirou. “Eu estou sempre feliz em te ver, Ollie. Eu apenas não fico feliz nunca em te ver bêbado.”



“Eu estou muito bêbado agora,” ele concordou meio absurdamente.



“Se importa em me dizer por que você está tão bêbado assim?” ela perguntou, divertida.



“Porque não tem nada pra fazer. Não era um plano, exatamente. Uma bebida levou à outra.”



“E várias outras,” Chloe continuou, notando o olhar vidrado nos olhos dele.



Ele fez que sim com a cabeça.



“Oliver, você sabe o tanto que é perigoso beber muito assim, não sabe?”



“Você sabe o tanto que soa ridícula quando fica toda maternal, não sabe?”



Ela o encarou.



“Sim, mãe, eu sei o tanto que é perigoso beber assim. Mas o que não te mata te fortalece, certo?



“Ou apenas te enfraquece para que a próxima coisa o mate,” ela retrucou. “E de qualquer jeito, beber pode te matar.”



Ele riu. “Que doce. Você se importa.”



Chloe revirou os olhos. “Oh, Ollie” Ela suspirou.



“Chloe?”



“Hmmm?”



“Porque não estamos namorando?”



Chloe quase se engasgou com o ar. “Quê?”



“Você percebe que poderíamos muito bem estar, certo? Temos todas as responsabilidades de um casal, e agimos como um casal e discutimos como se fossemos casados há tempos e somos atraídos um pelo outro--”



“Quem disse que sou atraída por você?”



Ele ergueu as sobrancelhas num olhar que claramente dizia “Sério?”



O ambiente pareceu um pouco mais quente pra ela. “Está bem.”



“A única coisa que não fazemos é reconhecer isso.”



Chloe não conseguiu não pensar que tinham outros tipos de coisas que casais faziam e que eles definitivamente não faziam, mas ela não disse isso em voz alta.



“É muito irritante,” Oliver continuou.



Ela lhe lançou um olhar surpreso. “Porque isso seria irritante? Você não devia se alegrar com a idéia de todos os benefícios de uma relação sem compromisso?”



Oliver a olhou como se ela fosse uma idiota. “Você tem muita sorte por eu estar bêbado.”



“E porque isso?”



“Porque de outra forma eu definitivamente não te diria que te chamar de minha namorada, poder dizer pros outros caras se afastarem, e ter permissão pra te beijar – entre outras coisas – a qualquer hora que eu quiser são todos os benefícios que eu decididamente não tenho agora.”



O rosto de Chloe ficou escarlate.



“Você fica graciosa quando está sem graça,” ele riu.



Chloe se levantou. Não era que ela não gostasse do que ele estava dizendo. Era o fato de que ele estava bêbado. Toda a situação parecia levar a confusão. Ela seriamente considerou mandá-lo pra casa, mas sabia que ele estava embriagado demais pra isso. Ela não seria a responsável por tirar os pedaços de couro verde da rua na manhã seguinte.




Oliver parecia imensamente desapontado. “Vai entender... Você tem medo de tudo.”



Ela escolheu ignorar o comentário.



“Você pode ficar aqui essa noite, se quiser. Na verdade, eu não vou deixar você ir, então eu devo dizer que você vai ficar aqui. Espero que saiba da forte ressaca que vai ter,” ela o lembrou.



Ele concordou com a cabeça. “Não será a primeira. Não será a última.”



Chloe fez um som de reprovação.



“Aonde você vai?” ele perguntou enquanto ela desaparecia indo pro outro cômodo.



“Pegando uns travesseiros e cobertores e filmes porque eu e você vamos ficar acordados um tempinho. Não posso deixar você dormir nessa condição. Você pode não acordar.” Oliver abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas mesmo sem vê-lo, Chloe o cortou. “Não seja condescendente comigo.”



Ele fechou a boca e sentou mal humorado no sofá.



Ela voltou pra sala, jogando os cobertores no sofá e parando perto da televisão. “Vou trocar de roupa e lavar o rosto. Não durma,” ela ordenou.



“Não irei se você deixar eu te olhar trocando de roupa.”



Ela nem se deu ao trabalho de responder, mas deixou a sala por uns minutos, retornando com uma calça verde floresta e uma blusa de alcinha branca, o rosto refrescado e limpo.



“Você fica graciosa quando está irritada,” ele notou. Ela revirou os olhos. “Porque você nunca acredita em mim quando digo isso?”



“Porque é você,” ela disse, colocando o filme.



“Isso nem mesmo é um motivo coerente.”



“Quem falou de coerência?” ela perguntou, sentando-se perto dele.



Ele colocou os braços em volta dela. “Porque você nem considera a idéia de namorar comigo?” ele perguntou seriamente.



“Porque você está bêbado.”



“Nem sempre estou bêbado.”



“Mas está agora.”



“Isso já está ficando confuso.”



“Não está. Se você ao menos tivesse pensado em me perguntar isso quando estava sóbrio, eu poderia pensar nisso,” ela disse. “Mas você não vai lembrar de nada disso amanhã, a não ser que eu esteja errada, então realmente não tem sentido falar disso agora.”



“Você está...” ele parou, reparando no filme. “Robin Hood da Disney?” ele olhou pra ela. “Sabia que você é a mulher perfeita?”



Ela riu baixinho consigo mesma. “Pensei que iria gostar.”



Ele concordou com a cabeça, se ajeitando no sofá confortavelmente, quase como uma criança. Era na verdade bem adorável. Daí ele se esticou e a puxou pro colo dele.



“Ollie!” ela protestou, mas ele nem ligava. Ele apenas a segurou até que ela cedeu e se aninhou no colo dele.


“Pare com isso.” Chloe disse sem olhar pra ele.


“O que?”



“Eu sei que você está fazendo uma cara toda presunçosa agora. Pare.”



“Você fica graciosa quando está agitada,” ele respondeu.



Ela se virou pra olhar pra ele. “Tem alguma hora que eu não fico graciosa?”



“Sim.”



“Quando?”



“Quando está me mandando fazer alguma coisa.”



“E aí eu fico como?”



“Muito sexy.”



“Ah, cara...”



“Apenas dizendo.”



“Você diria.”



“Então, vai me dizer quando eu fico sexy ou gracioso?



“Porque deveria?”



“Porque é justo. E porque eu não vou lembrar disso de manhã, então não posso usar isso contra você mesmo se quisesse.”



Chloe riu. “Só por isso, vou dizer uma coisa.” Ela deliberou, dando ao desenho uma porção da sua atenção.

“Quando está praticando tiros. Você fica com esse olhar realmente concentrado no rosto. É...”



“Sexy?”



“Gracioso.”



Ele deu de ombros. “Aceitarei o que posso ter.”



Ela riu. Na verdade, era incrivelmente sexy.



“Chloe?”



“Hum?” ela perguntou, olhos ainda no filme.



“Se importa em me lembrar amanhã que eu te chamei pra sair e você recusou apenas porque eu estava bêbado?”



“Sim, me importo.”



“Não é justo.”



“Não beba tanto.”



Ele parou um instante, mal humorado. Depois, “Você tem uma caneta e um papel?”



“Não.”



“Sim, você tem. Em algum lugar.” Ele olhou em volta, mas não viu nenhum dos dois. “Droga.”



“Você também fica gracioso quando consigo o melhor de você,” ela disse convencida.



“A única razão pra você estar conseguindo o melhor de mim é que eu sei que não tem jeito de fazer você voltar pro meu colo se eu levantar pra procurar o papel.”



Ela riu suavemente.



Horas depois eles adormeceram, Chloe ainda nos braços dele. Quando Oliver acordou na manhã seguinte, foi pra sentir uma intensa dor de cabeça. Ele xingou baixinho antes de perceber a situação incomum em que parecia se encontrar.

Chloe?
Caramba.
Ele olhou em volta cuidadosamente. Nenhum sinal indicador de sexo, e os dois ainda estavam completamente vestidos. Era um bom sinal, ele esperava.
Chloe de repente se mexeu em seus braços, aninhando-se pra mais perto dele, um suspiro satisfeito escapando dela.
Sim. Isso era estranho.
“Chloe?”
Ela fez uma careta, gemendo um pouco antes de enterrar o rosto no peito dele.
Ele teria dado uma risada se não estivesse tão confuso.

“Chloe?” Ele persistiu, sacudindo-a gentilmente.


“Quê?” ela resmungou.



“O que eu to fazendo aqui?”



“Bebendo,” ela respondeu sarcasticamente, imitando a resposta dele para a mesmíssima pergunta na noite anterior.



“Isso explica... nada.”



Ela grunhiu, abrindo os olhos e se afastando dele. Ele a soltou, nem um pouco relutante.



“Não tenho idéia do motivo, mas eu cheguei em casa e te encontrei totalmente embriagado. No meu sofá.”



Ele a olhou sem graça. “Oh.”



“Se importa em me explicar?”



“Na verdade, sim.”



Ela revirou os olhos, indo pegar água pra ele e café pra ela.



“Você está brava comigo. O que eu fiz?” ele perguntou cauteloso.



“Nada. Absolutamente nada. Você só foi dez vezes mais sincero comigo sob a influência do álcool do que nesse tempo todo que nos conhecemos.”



“O que eu disse?” ele perguntou lentamente.



“Eu te disse noite passada que eu não iria te contar. Queria ver se você ao menos iria pensar nisso sóbrio.”



Ele levantou, e, esperando fazer piada da situação, disse “OK. Olha, eu posso explicar aquele negócio de dupla identidade, eu juro!”



Ela sorriu melancólica. “Você fica gracioso quando consigo o melhor de você,” ela disse.



A frase pareceu familiar.



De repente, ela suspirou pesadamente e atirou o copo com água gelada que estava prestes a entregar pra ele no balcão. “Você é a pessoa mais irritante que eu conheço, sabia disso?”



“Eu…”



“Quero dizer, aparentemente você tem a complexidade emocional de um aluno de ensino fundamental!”



“Você…”



“Já passou pela sua cabeça parar de ser tão impassível e conversar de verdade sobre as coisas?”



“Eu…”



“E é tão ridículo que de todos os lugares que você poderia ter ido ontem à noite, você escolheu vir pra minha casa pra ficar chapado, para que eu acabasse tendo que cuidar de você como o bebezão que é.”



“Você...”



“E além disso, não pense que vai acontecer de novo!” Ela o cutucou ameaçadoramente no peito. “Porque eu vou chutar seu traseiro pra fora daqui antes que você possa dizer ‘abuso de amizade’ e será o fim disso!”



“Agora realmente...”



“Não ache que é tão charmoso e tão atraente e irresistível que pode escapar de coisas assim!”



“Chloe...”



“Porque eu não vou tolerar isso, você tá entendendo? Eu me recuso a ser designada sua enfermeira de ressaca.”



Ele não disse nada.



Ela olhou pra ele furiosamente. “Então? Não tem nada a dizer a seu favor?”



Ele a olhou cuidadosamente antes de abrir a boca e fechá-la várias vezes. Então, com um suspiro frustrado, ele a pegou pelos braços e a beijou tão intensamente quanto podia, ignorando o som indignado de protesto que ela emitia.


Ele a soltou.



“Você... Você...” ela fervilhava de raiva, claramente furiosa. “Demorou bastante pra fazer isso!” ela o repreendeu, finalmente, enfiando o copo na mão dele e voltando pro sofá.



Ele revirou os olhos, sorrindo maliciosamente. Deus, ele amava aquela mulher.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Persuasion of a Different Kind, tradução

Contém Spoilers de Persuasion. Na verdade, é a visão da Calie sobre como seria Persuasion (se o episódio fosse assim seria perfeito) ;D Os personagens não me pertencem e blá, blá, blá...

Um tipo diferente de Persuasão

“O que você fez?” Oliver perguntou com os dentes cerrados.

Clark soltou um suspiro alto e massageou o rosto. “Foi um acidente. Uma pedra preciosa de kryptonita está fazendo coisas que eu digo se tornarem verdade. Mais como realizando desejos.”


“E? Você desejou duas perseguidoras?” Oliver disse e apontou pra Lois e Chloe, que estavam desmaiadas naquela hora.

“Não,” ele sacudiu a cabeça, “Não foi assim.”

“Mesmo?” Oliver se inclinou e pegou seu arco do chão e o mostrou pro Clark. “Porque pra mim parecia que a Chloe estava prestes a colocar uma flecha no coração da Lois.”

“E como que ela aprendeu a fazer isso?” Clark perguntou rudemente, lembrando de se virar e ver sua melhor amiga na parte de cima do celeiro, flecha apontada pra Lois.

“Não vem jogar isso pra cima de mim. O que você desejou?”

Com um suspiro Clark sentou no braço do sofá. Ele olhou pra Lois, que no momento estava estirada no sofá, a cabeça virada pro lado num sono profundo. “Que Lois e eu pudéssemos ter um relacionamento mais tradicional. E que Chloe passasse mais tempo se preocupando comigo do que com todo mundo.”

Um lampejo de raiva passou por Oliver enquanto ele se lembrava de Chloe o afastando, proclamando que ela não podia se incomodar com ele e que precisava estar ao lado do Clark. “Você é realmente egoísta, sabia disso?” Clark virou a cabeça bruscamente e estreitou os olhos, mas Oliver não se intimidou nem um pouco. “Você finalmente está com Lois e ainda não está feliz. E por alguma razão, você espera que a existência da Chloe ainda gire em seu redor? Não vamos nos esquecer do fato de que você a abandonou como um amigo. Você tem muito a dizer sobre o que você acha que ela deve fazer, mas eu não te vejo fazendo nenhum esforço pra ir até ela pra algo além do que você precisa.”

“Não percebi você a apoiando tanto assim quando você estava por aí bebendo por um mês,” Clark respondeu. “Não acho que deveria estar me dando lição de moral.”

“Talvez não,” ele admitiu, lembrando-se do terrível mês. Ele estava envergonhado da maneira que tinha agido e ele sabia que não havia muito a fazer pra recompensar por sua desatenção, seu descuido. “Mas eu pelo menos posso dizer que fiz um esforço pra estar lá pra Chloe. O que é mais do que eu posso dizer de você.” Ele deu as costas pro Clark e olhou pra loira dormindo na poltrona. Por mais que ele agora soubesse o motivo dela ter dito o que disse, isso ainda não tinha apagado completamente a dor que as palavras dela causaram, dor pra qual ele não estava mesmo preparado. Foi bem depois de falar com o Clark sobre o comportamento estranho da Lois que ele somou dois mais dois e se apressou pra voltar pra Torre de Vigilância só pra encontrar a porta de onde ele guardava seus equipamentos aberta e seu arco sumido. Ele pegou a balestra, carregada com dardos tranqüilizantes, e correu de volta pra fazenda. Vinte minutos depois ele encontrou Chloe apontando uma flecha pra Lois. Ele as derrubou em segundos, com os tranqüilizantes.

“Pegue minhas coisas,” Oliver mandou e se abaixou pra pegar Chloe em seus braços.

“O que você está fazendo?” Clark perguntou quando ele se levantou, confuso pela visão de Oliver levantando Chloe.

“Estou tirando ela daqui antes que ela tente outra vez com Lois. Ou antes de você fazer mais pedidos. Além do mais, você realmente acha que ela pode me derrubar com uma flecha?” Clark não viu o jeito que ele riu de leve quando olhou pra mulher dormindo em seus braços. Desconsiderando como a situação podia ter sido mais séria e o fato de que Lois estava do outro lado da flecha, Oliver tinha que admitir que ele estava meio que orgulhoso.

“Ela teria atingido Lois?” Clark perguntou seguindo Oliver, arco, balestra e flechas nas mãos.

“Você estava lá, então acho que não,” Oliver disse simplesmente e andou em volta do seu carro até a porta do lado do passageiro.

“Não é o que quis dizer e você sabe disso. Você me disse que não era qualquer um que pode pegar seus arcos e usá-los.” Clark abriu a porta do carro de Oliver e se afastou. Ele esperou Oliver colocar Chloe no banco e colocar o cinto nela.

Depois de fechar a porta e se endireitar, Oliver virou pra encarar Clark. “Se você está perguntando se a flecha da Chloe teria acertado a Lois, definitivamente. Ela tinha mirado pra matar e eu posso te garantir que ela não ia errar. E se você está me perguntando se eu a ensinei a usar o arco então a resposta é sim.”

“Não acha que ela já está em perigo suficiente?” Clark desafiou.

“Chloe estará em perigo não importa o que aconteça. Você não pode controlar isso e eu também não. Mas ao menos eu posso lhe dar uma maneira a mais de se proteger e nisso ela não fica com a cara enfiada nos computadores, bloqueando o resto do mundo.” Ele se afastou de Clark e parou ao lado da porta. “Conserte isso. Porque se eu tiver que tranqüilizá-la novamente porque ela quer me matar por ficar no caminho dela, eu não vou ficar feliz.”

__________________________________
Chloe gemeu e contraiu-se quando abriu os olhos.

“Bom dia, bela adormecida.”

Ela virou e procurou pela voz familiar. “Oliver?” Então ela lembrou. A conversa com Oliver, ela pegando o arco e a flecha dele, e dirigindo pro celeiro com a intenção de matar Lois. “Lois!”

Ela saltou pra fora da cama, mas as mãos dele nos ombros dela a impediram de fazer algo mais que sentar. “Ela está bem. Foi um tipo de pedra preciosa kryptoniana. Levou as palavras do Clark ao pé da letra. Ele disse que queria que você desse mais atenção pra ele e não pros outros. O resultado final foi você apontando uma flecha pra Lois.”

“Oh, Deus.” Ela cobriu a boca em choque. “Eu quase a matei.”

“Sim, mas Clark estava lá e ele não deixaria isso acontecer. E eu cheguei lá a tempo. E me desculpe por isso. Os dardos tranqüilizantes te deixarão com um pouco de dor de cabeça. Ela finalmente pareceu focar-se nele. “Como você se sente?”

“Você fez aquilo?” Chloe perguntou lembrando-se vagamente da dor no pescoço.

“Sim.” Ele a observou levar a mão pra nuca e depois retrair-se. Ele sentiu uma pequena pontada de culpa e levantou a própria mão, tirando as dela gentilmente do caminho, e esfregou a pele do pescoço dela suavemente apesar de saber que não iria diminuir a dor.

Ela encontrou os olhos dele e o encarou em silêncio enquanto ele gentilmente massageava seu pescoço. Saber que a vida de Lois estava a salvo e que tinha sido algum tipo de pedra kryptoniana que tinha a feito ficar louca tornava mais fácil se focar em outras coisas, como o que ela tinha dito pro Oliver. “Me desculpa, pelo que eu disse. Tudo mesmo. Eu não queria dizer nada daquilo.” A preocupação no rosto dele desapareceu, deixando sua voz livre de qualquer emoção.

“Tá tudo bem.” Ele tirou a mão do pescoço dela e se moveu pra levantar. “Não era você.”

“Eu sei.” Ela agarrou a mão dele para impedi-lo. “Mas você pensou que eu queria dizer aquilo e eu sinto muito por isso. Não abriria mão de nada disso, especialmente não pelo Clark. Quero dizer, Clark é importante pra mim, mas o resto do time também é, e você também é.”

“Chloe...” Ele sorriu gentilmente, e rezou para que não aparentasse tão forçado como ele sentia que era. “Tá tudo bem.” Ele pegou a mão dela e tirou do pulso dele. “Eu entendo. Você não tem que tentar me convencer. E eu sei muito bem que você conhece o Clark há muito mais tempo, não tem nada de errado com a amizade dele ser mais importante.” Mesmo que Clark tenha sido um total idiota com ela no ano anterior.

Ela observou ele se levantar e engoliu seco. Mesmo que ele soubesse que ela não queria ter dito nada daquilo e mesmo que ele dissesse que aceitava as desculpas dela, alguma coisa ainda não estava certa. “Mas não é assim. Quero dizer, Clark é importante pra mim, mas as coisas são diferentes agora.” Ele se virou lentamente para encará-la, e ela quase teve a impressão de que ele estava esperando. “Você sabe disso. Clark e eu, as coisas mudaram.”

Ele sacudiu a cabeça, afastando sentimentos que rasgavam a superfície com suas garras, querendo ser libertados da prisão que ele os colocou. “Isso não importa, Chloe.”

Ele se virou de novo e ela saltou da cama não familiar, a cama dele. “Não me diga isso. Não aja como se eu não lembrasse o que você falou.” Dessa vez quando ele olhou pra ela a máscara de calma que ele havia colocado tinha ido embora. Os olhos dele eram duros, o maxilar travado. E ele desejou que pudesse retirar o que disse. Ela o cegara mais cedo quando o afastara, pra sempre pelo que parecia na hora. Independentemente do que ele sabia agora, a lembrança dela tão calma e serena, o deixando de lado e depois dizendo o quanto Clark precisava dela...

Flashback

“Ele precisa de mim, Oliver. Em qual propósito maior eu posso ser útil do que devotar meu tempo ao Clark, provavelmente a pessoa mais poderosa nesse planeta? Estou feliz por fazer o sacrifício por ele. Tudo mais, todos os outros, bem, eles não importam.”

Ele a observou andando, desligando os equipamentos, nem sequer dispondo de um olhar de preocupação pra ele. No começo pareceu uma péssima piada, porque a idéia de que Chloe iria abandonar tudo pelo que ela trabalhou, tudo pelo que ela trabalhou com ele pelo Clark parecia ridícula. “Isso é ridículo. O que há de errado com você?”

“Nada.” Ela virou pra ele e deu de ombros. “Na verdade, pela primeira vez tudo está claro pra mim. Não há o que temer do meu futuro ou de onde eu pertenço. Eu sei agora. Meu futuro é com o Clark, ao lado dele, protegendo-o, ajudando-o. Ninguém mais importa, não quando sei que ele precisa de mim.”

“Precisa de você?!” Oliver exclamou com raiva. “Ele precisa de você quando é conveniente pra ele! Mas não o vejo estando ao seu lado quando você precisa dele!”

“Eu sabia que você não entenderia.” Ela sacudiu a cabeça e pegou a bolsa. “Mas eu realmente não tenho tempo pra conversar sobre isso, Clark precisa de mim.”

Nem mesmo uma desculpa, ou uma explicação que fizesse sentido. Ele agarrou o braço dela mais forte do que pretendia, a fúria borbulhando até a superfície e o cegando. “E quanto a mim? Você não acha que eu preciso de você aqui?” ela abriu a boca pra falar, mas ele pegou seu outro braço e a puxou contra ele. “Posso te garantir que o Clark não precisa de você metade do que eu preciso, Chloe, e eu sei que ele não se preocupa com você da mesma forma.”

“Sério, Oliver,” ela pressionou a palma da mão contra o peito dele e se afastou, “Não posso conversar, eu tenho que ir.”

Ele deixou as mãos dele caírem dos braços dela, chocado demais com a total desconsideração dela pelos sentimentos dele até para segurá-la. Foi como um tapa na cara que o deixara frio e vazio.

Fim do flashback


“Portanto não me diga que não importa quando obviamente importa. Porque dizer aquilo então?”

“O que mais eu poderia dizer?!” ele exclamou, finalmente perdendo as rédeas de suas emoções. “Você estava saindo por aquela porta! Eu achei que se talvez você entendesse você pararia por um minuto. Mal sabia que você não estava funcionando a pleno vapor.”

Ela escolheu ignorar o golpe e continuou. “Eu estou tentando entender agora. Estou tentando te dizer que não é mais só sobre o Clark e até ele deve saber disso.” Ele se virou de costas pra ela e ela sabia que ele não diria mais nada voluntariamente. “Então agora você vai agir como se isso não importasse? Jogar isso pra cima de mim?”


Ele girou a cabeça bruscamente, um pouco surpreso com ela sequer achar que era isso que ele tentava fazer. “Não é assim. É claro que importa.”

Ela não queria discutir com ele e suspeitava que não restava muito nela pra encontrar as palavras pra discutir. Ao invés disso, ela deu um passo à frente, hesitante, ainda mantendo os olhos nos dele, e envolveu seu pescoço com os braços, impulsionando-se na direção dele e enterrando o rosto no peito dele. Houve um longo momento em que o coração dela pareceu parar em seu peito e ela temeu que ele fosse se afastar, tirar as mãos dela do pescoço dele. No entanto, o momento terminou rapidamente quando ela sentiu os braços dele envolverem sua cintura e a puxar fortemente pra ele. Pela primeira vez ela suspirou aliviada.

Ele deixou os olhos se fecharem enquanto seu corpo o traía e relaxava contra o dela. Ele a puxou mais pra perto, mesmo que uma pequena parte dele ainda insistisse para ele afastá-la.

Ela se prendeu ainda mais ao pescoço dele, com medo de soltar e de alguma forma arruinar o momento entre eles. “Eu preciso de você também,” Chloe disse finalmente, com medo do quão exposta as palavras a deixavam e aliviada por isso estar esclarecido. “E o jeito que eu me sinto por você,” ela engoliu seco e fechou os olhos com força, “é diferente do jeito que eu me sinto pelo Clark.”

Ele não disse nada em resposta, mas a segurou mais forte, levantando-a até que apenas os dedos dela tocassem o chão e enterrou o rosto no pescoço dela. Ela suspirou quando a respiração quente dele acariciou seu pescoço e os lábios dele pressionaram de leve a região logo abaixo da orelha dela. “Esse foi um dia bem ruim,” Chloe admitiu. As mãos dele moveram-se pelas costas dela, acariciando gentilmente. “Você acha que alguém vai ficar com raiva por eu ter tentado matar a Lois?”

Ele sorriu no pescoço dela e resistiu à vontade de rir. “Eu acho que Clark se sente culpado o bastante, e Lois, pelo que ouvi, está tentando esquecer que ela chegou a tentar se casar com Clark.”

Chloe se afastou e olhou pra ele em confusão. “Ela estava usando um vestido de noiva, não estava?”

Ele fez que sim e se endireitou, deixando um dos braços em sua cintura mas levantando o outro para que pudesse tirar umas mechas de cabelo loiro da bochecha dela. “Ela estava. É claro que isso veio depois dela se demitir do Planeta e se mudar pra casa dele.”

Os olhos dela arregalaram-se em surpresa. “Uau. Claro, minha saída dos trilhos não foi nem um pouco menos maluca.”

“Não,” ele fez com que ela apoiasse o rosto na mão dele, acariciando sua bochecha com o polegar, “mas eu tenho que admitir, esquecendo o fato de que você quase matou a Lois, você ali, com a flecha apontada perfeitamente, foi bem mais excitante do que Lois se tornando dona de casa.”

Os dedos dele deslizaram pelo cabelo dela e ela logo o sentiu guiando sua cabeça pra trás. “Eu tive um bom professor.”

“Você teve um professor excepcional,” Oliver sussurrou rente aos lábios dela antes de pressionar os dele contra os dela.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sleeping Beauty, tradução


BlueSuedeShoes novamente. Eu particularmente adoro essa ;D


Ela estava fazendo aquilo de novo, Oliver pensou irado, olhando pra Chloe. Mais uma vez ela tinha dito que não estava cansada, que tinha dormido tudo que precisava na noite anterior, e que ela estaria bem pra encontrar-se com ele aquela noite... E aí ela desmaiou no sofá dele depois de quinze minutos. Ele revirou os olhos. Não era justo. Ele tinha planejado... Bem, conversar com ela sobre umas coisas. Mais especificamente sobre eles.
Não que houvesse um ‘eles’ de verdade. Ele achava que era sobre isso que ele queria falar. É claro, ele não tinha absolutamente nenhum plano além desse. Tudo que sabia era que tinha prometido a si mesmo que ele não iria pra cama naquela noite a menos que ele tentasse dizer a ela como se sentia.
Ela gemeu em seu sono e virou de bruços, fazendo Oliver gemer. Simplesmente não era justo.
Ele não ia deixar ela escapar com isto. Era tudo que ele sabia.
Ele marchou pela sala até ela com toda intenção de sacudi-la com certa violência pra acordá-la; Claro que essa ambição morreu no instante que ele estava a alguns centímetros dela. A expressão tranqüila no rosto dela era demais. Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos, aborrecido. Depois, tentativamente, ele passou a mão pelas costas dela, acariciando o ombro de leve. Ela fez uma careta engraçada e afundou o rosto no sofá.

“Parceira,” ele sussurrou.

“mmmmm” Foi a única resposta que ele podia esperar. Ele sorriu, acariciando a bochecha dela com o polegar. Então, o mais gentilmente que pôde, ele a moveu para o lado pra sentar perto dela. O resultado foi que ela acabou enfiando os dedos dela debaixo da perna dele e repousando a cabeça no colo dele. Ele suspirou desesperado. Se ele a acordasse naquela hora, ele não chegaria a lugar nenhum com ela.
Ele percorreu a extensão do braço dela com as mãos, acariciando-a distraído enquanto a observava dormir. Ele estava chegando a lugar algum rápido.
Não que ele se encontrasse preocupado, de qualquer forma. A mão dele deslizou do ombro para os lados dela, apertando de leve, com a intenção e a esperança de que ela acordasse, mas ela não o fez. Ela estava mesmo apagada. Ele vagamente imaginou qual tinha sido a última vez que ela teve uma noite de sono decente. Com tantas ocupações na Liga da Justiça, ele tinha a impressão de que já fazia algum tempo.
Ele ficou bem parado quando ela se mexeu no sono, tirando a mão que estava debaixo da perna dele e colocando o braço em cima do dele, segurando-o perto da barriga.

Ele reprimiu um gemido. Isso seria muito difícil de explicar quando e se ela acordasse. Com um suspiro, ele cuidadosamente a pegou em seus braços e a carregou do sofá para a cama, onde ele a deitou delicadamente.
Sentado na ponta da cama, ele a olhou com dúvidas. Talvez fosse um sinal de que ela ainda não estava pronta. Ele finalmente teve a coragem de falar do assunto e ela o demovia disso brilhantemente.
Ele não podia argumentar com ela se ela nem lhe dava uma chance de trazer o assunto à tona. Ele lançou um olhar irritado pro teto. E então, num repentino capricho, ele começou a falar calmamente com ela, baixo o bastante para que não a acordasse.

“Bem, isso é basicamente sem sentido porque você está dormindo e não vai ouvir uma palavra sequer, mas eu pensei que você deveria saber que descobri que estou apaixonado por você. Não sei como aconteceu, ou quando. Apenas aconteceu. E eu tinha toda a intenção de discutir com você esta noite por todo o tempo que precisasse pra te convencer a ser minha namorada, mas--” ele sacudiu a cabeça. “Bem, é sem sentido, como eu disse. Eu estou ciente disso há alguns meses, e eu acho que eu apenas fiquei sentando na esperança de você magicamente dar o primeiro passo. Não que eu realmente esperasse que isso fosse acontecer, mas você me conhece, sou horrível nessa coisa de ‘agora vamos compartilhar nossos sentimentos’.”
Ele suspirou outra vez.

“Bem, de qualquer forma,” ele disse, inclinando-se e tirando o cabelo do rosto dela pra dar um beijo em sua bochecha. “Durma bem, parceira. Você fez por merecer,” ele sussurrou. “Amo você.”

E ele saiu do quarto desanimado, indo pro sofá. Ele pegou um travesseiro e um cobertor e estava desabotoando sua camisa quando sentiu uma mão deslizar em seu peito vinda de trás, puxando-o de leve até que o corpo dele encontrasse o dela.
Chloe pressionou o rosto em suas costas musculosas e respirou longa e lentamente, sentindo o cheiro do perfume dele e... apenas... dele.

“Meses, huh?” ela riu suavemente. “Você realmente é horrível em se comunicar.” Ela deu um beijo no ombro dele antes que ele virasse pra encará-la, uma leve sensação de mortificação aprofundando-se.

“Você estava acordada?”

Ela sorriu discretamente e fez que sim com a cabeça.

Oliver gemeu por dentro. “Por quanto tempo?”

“Ah... um tempo depois de você se juntar a mim no sofá.”

Ele revirou os olhos. “Ótimo.”

“Oliver?”

“Sim?”

“Você é um idiota.”

Antes que ele pudesse responder ela o trouxe pra perto no mais suave dos beijos, movendo seus lábios lentamente, carinhosamente e cansadamente contra os dele. Era o bastante pra mandar eletricidade pelo corpo dele inteiro e para dizer exatamente quão exausta ela realmente estava.

“Você devia voltar pra cama,” ele suspirou no beijo dela, seu coração mais leve do que ele lembrava estar desde sempre.

Ele sentiu o sorriso dela contra seus lábios e acenou levemente. “Só se você vier comigo,” ela disse baixo, puxando a camisa dele para levá-lo com ela enquanto ela voltava pro quarto. Ele riu, pegando-a pelos braços pela segunda vez e a carregando pra cama. Dessa vez, no entanto, ele foi pra cama com ela depois de deitá-la. E ela imediatamente se aninhou no peito dele, permitindo que ele a envolvesse com os braços.

“Boa noite, parceira,” ele sussurrou.

“Mmmm...”

Ele pensou que ela já tinha caído no sono, mas um momento depois ela falou novamente.

“Ollie?”

“Hmm?”

“Esqueci de mencionar. Eu também amo você,” ela disse com a cabeça no peito dele.

Ele riu suavemente. “Vai dormir, Chloe.”

Ela sorriu e o obedeceu em pouco tempo.

Oliver mergulhou então num descanso contente, pensando consigo mesmo o tanto que ela ficava linda dormindo.