Uma fic da Tarafina, pós persuasion. Sooo cute ;D
*a parte em negrito é um flashback
A idéia dele pro dia dos namorados não era uma reunião chata da diretoria na companhia de velhos rabugentos que não apreciariam rosas ou chocolate. Na verdade, ele tinha em mente uma linda e espirituosa loira que iria ajudar muito mais o seu humor e o manter com os pés no chão. Ao invés disso, ele ficou estudando imagens e discutindo com pessoas que sempre achavam que sabiam mais. Não importa o quão velho ele ficasse, quantas boas decisões de negócio ele fizesse, eles sempre o veriam como um mulherengo festeiro sem cabeça pros negócios. No entanto, ele não podia se importar menos com o que eles pensavam dele. Oliver já tinha vivido muita coisa e enquanto ele podia agir como um bobo pra qualquer um que observasse, ele era um homem inteligente e perspicaz. Excelsior tinha afiado suas habilidades quando ele era novo e apesar dos vários erros em seu passado, ele era o diretor executivo por uma boa razão e ele não deixaria ninguém o tirar de sua posição.
Hoje, porém, ele estava amaldiçoando seu trabalho herdado enquanto preferia muito mais estar em Metropolis persuadindo certa mulher teimosa a estar em sua companhia. Ela relutava muito e usava um escudo em volta do coração no qual as suas flechas pareciam ricochetear, mas nunca que ele ia deixar que dissessem que ele desistia fácil. Ele mandou rosas pra ela, duas dúzias, apesar de saber que tulipas eram as favoritas dela. Era a flor do dia e ele queria que ela soubesse que estava pensando nela e no dia mais romântico do ano também. Ele sorriu pra si mesmo, pensando que ela provavelmente revirou os olhos, tentando ao máximo não sorrir, mas seus lábios se curvaram ela querendo ou não. Ele não voltaria até o dia dezesseis e ele teria que se redimir pela perda do dia dos namorados tradicional, mesmo que ela espertamente argumentasse que eles não combinavam, especialmente naquele momento.
“Sem ofensa, parceira, mas eu não acho que em algumas semanas as coisas irão amansar pro nosso lado,” ele argumentou, arqueando uma sobrancelha.
Ela suspirou, dando de ombros e saindo de perto dele pra tentar se concentrar nos computadores. “Sim, bem, mais uma razão pra não começar nada!”
Ele sacudiu a cabeça em negação, seguindo-a e a olhando até que ela se cansasse de ignorá-lo. “Que é?” ela grunhiu.
Ele sorriu. “Ainda fingindo que não sente nada?”
Ela olhou pra ele, os lábios se franzindo num bico. “O que eu sinto e o que eu faço são duas coisas muito diferentes, Oliver.”
Chegando mais perto dela, ele acariciou seu lábio inferior com o dedão, facilmente tirando o bico da boca dela. “Então eu terei que fazer você mudar de idéia.” Não era uma esperança ou possibilidade, era uma promessa. E ela não respondeu então ele se inclinou pra frente, beijou a testa dela demoradamente a deixou com os computadores dela. Sem dúvida ela refletiria sobre cada coisa que ele disse e viria com alguma desculpa para o que quer que ela sentisse ou fizesse sobre isso. Ele já tinha se acostumado; desde aquela noite na Torre de Vigilância, quando ele deixou suas intenções bem claras, ela estava nervosa. Pra uma mulher tão forte e teimosa, ele tinha ficado levemente surpreso. Mas levando em conta os últimos meses tão inconstantes, ele a entendia melhor que muitos e então aceitou que convencê-la a começar algo que podia ser maravilhoso daria mais trabalho do que ele inicialmente estava disposto. Acostumado a conseguir o que queria rapidamente e sem muito esforço, especialmente se tratando de mulheres, era meio que divertido pra ele ter que dar tudo de si pra isso. No entanto, Chloe Sullivan valia muito à pena.
Ele aparecia frequentemente, tanto quanto era normal pra ele mesmo antes de dizer pra ela que o que ele queria, o que eles podiam ter, estava sendo definitivamente considerado. Mas agora que ela sabia, ela estava sendo bem cautelosa com ele, seus olhos constantemente abertos e observando. Ele recebeu a natureza desconfiada dela com um sorriso; um herói que não levasse em conta cada aspecto da situação eventualmente era morto – era apenas o treinamento dela, seu instinto natural. Mas ele não queria matá-la; mais ainda, ele queria fazer exatamente o oposto. Ele queria a fazer viver de novo.
Quando o dia dos namorados estava perto, ele já tinha tudo planejado. Teria vinho e os chocolates recheados com café preferidos dela e ele tinha feito reserva num restaurante que ela gostava muito ao invés de reservar um para impressioná-la. Ela era bem consciente do tanto de dinheiro que ele tinha e o que ele podia oferecer; era conhecê-la e aceitá-la que ajudariam a derrubar as defesas dela. Então ele estava pronto pra fazer de tudo, o que fosse preciso e fazer com que ela visse que ele não estava brincando ou blefando ou qualquer coisa do tipo; ele estava sendo sincero e verdadeiro e ele queria muito, muito mais com ela do que só amizade.
A ligação veio cedo naquela manhã, antes mesmo que ele se levantasse pra fazer ioga na sua sala de exercícios e despertasse completamente com café. Trabalho. Não tão incomum. E com resignação, ele teve que adiar todos os planos que tinha pra ela e o dia especial deles. Ele se levantou e fez sua mala. Ele ficaria ausente por uns dias e sabia que ela ainda estava dormindo e, portanto não podia sequer se explicar pra ela. A última coisa que ela gostaria era que ele a tirasse da cama com justificativas; especialmente com seu horário de sono já tão caótico. Por mais que ele gostasse muito dela, ela era viciada em trabalho e por mais que negócios sempre estivessem presentes em sua mente, ele estava aprendendo que a diversão tinha que aparecer na equação algumas vezes, assim como sono, comida e companhia.
Ele estava no jato antes mesmo que o alarme dela despertasse, já olhando os papéis da empresa e amaldiçoando seu azar. Ele ligou pra um florista particular e pagou uma considerável gorjeta pra ter certeza que ela receberia as flores. Com um simples cartão – Eu vou te recompensar depois. Nada mais que isso; ela saberia de quem as flores eram. E pouco depois, os olhos dele estavam concentrados em todas as coisas relacionadas às Indústrias Queen e à Luthorcorp. Dois dias sem parar de longas reuniões, comida encomendada e discussões que o faziam ficar tonto com tanto andar de um lado pro outro. Finalmente, na noite do dia quinze, ele estava ansioso pra dormir e na manhã seguinte voltar pra casa. Com alguma sorte, ele podia tirar Chloe da Torre de Vigilância na noite seguinte e ganhar de volta um pouco do afeto dela antes que ela se convencesse ainda mais de que eles não iriam a lugar algum.
Mas assim que ele se acomodou na cama bem larga e confortável do hotel, o celular dele tocou. O número de Emil apareceu e por mais que ele quisesse ignorar a ligação, ele não podia. Emergências eram uma preferência da sua equipe e Emil nunca ligava a não ser que fosse um problema.
Atendendo, ele ouviu alarmes disparados no fundo; do tipo que Chloe tinha colocado nos computadores. Pânico o atingiu com força e dolorosamente e ele estava bem acordado e já procurando sua mala com suas roupas pra se vestir. “Qual o problema?”
“Chloe,” ele disse, sua voz grave. “Ela enlouqueceu e eu não tenho idéia do motivo. Num minuto ela estava bem, no outro estava desligando tudo e me dizendo que suas responsabilidades residiam com Clark e ninguém mais...” Ele suspirou. “Ela colocou firewalls sobre firewalls sobre firewalls! Eu estou tentando, mas quando ela quer bloquear alguém ela o faz e não se detém.
A cabeça de Oliver girava pensando em todas as razões possíveis pra súbita reviravolta dela. Ele não conseguiu evitar o estremecimento causado por saber que apesar de tudo, ela tinha escolhido Clark. Não era a mesma coisa com toda mulher que ele se apaixonava? Até mesmo Mercy parecia ter uma certa fascinação afetuosa por Clark Kent. Fazendo uma careta, ele sacudiu a cabeça. Ele conhecia Chloe e por mais que ela estivesse sofrendo ultimamente, isso não era o tipo de escolha que ela faria. Abrindo a mala, ele tirou uma calça e uma camisa. “Faça o que puder. Estarei aí
Engraçado, ele pensou ironicamente. Ele nem mesmo a tinha e ainda assim ele já estava tentando convencê-la a deixar ele ficar com ela.
Levou horas pra chegar em Metropolis e por mais que ele tivesse dormido, foi um sono inquieto. Subindo as escadas da Torre de Vigilância, ele hesitou em bater na porta, preocupado com a possibilidade dela estar lá e simplesmente não responder e ao mesmo tempo preocupado que ela não estivesse lá e não voltasse. Com todos seus recursos, ele imaginou se seria capaz de encontrá-la. Chloe Sullivan tinha inteligência e habilidade pra se esconder de quem quisesse, mas ele faria todos os esforços possíveis pra encontrá-la e ela sabia disso.
Quando ele entrou, estava tudo quieto. Nada de alarmes e as telas zuniam com a atividade, mas faltava o caos de quando Emil ligou. Ele olhou em volta, sobrancelhas franzidas, e viu as rosas que tinha mandado pra ela apoiadas lindas e brilhantes no balcão da área de trabalho dela. Ele caminhou até elas e estendeu a mão pra tocar as pétalas vermelhas aveludadas. E então ele ouviu o familiar barulho dos saltos dela e os seus ombros, tensos e duros, relaxaram ao perceber que ela estava ali e parecia bem. “Você as recebeu,” ele disse com um meio sorriso antes de virar pra olhar pra ela.
Ela parou de andar, olhou pra ele e depois desviou o olhar numa rara demonstração de nervosismo. “Sim... Elas são lindas, obrigada.”
Ele acenou de leve com a cabeça. “Quer me contar o que aconteceu?”
Ela suspirou e o peso dos dois últimos dias parecia que ia derrubá-la. “Clark e pedra de meteoro,” ela murmurou, revirando os olhos. “Aparentemente, por mais teimosa que eu seja, não posso resistir a uma droga persuasiva que faz com que eu faça o que ele quiser; e o que ele queria era, aparentemente, que eu focasse mais minha atenção em protegê-lo.” Ela sacudiu a cabeça, quase parecendo irritada consigo mesma. “Nem é preciso dizer que fiz minha prima chorar, quase destruí anos de informações dos meus computadores, estava pronta pra matar Tess Mercer e aí de alguma forma acabei salvando a vida dela usando kryptonita no Clark...” Olhos arregalados, ela sorriu confusa. “Você sai por dois dias e eu fico totalmente enlouquecida. Você provavelmente deveria investir em camisas de força pra qualquer outra loucura no futuro.”
As sobrancelhas dele se ergueram. “Huh...” Piscando rapidamente, ele sacudiu a cabeça antes de atravessar o cômodo até ela. “E eu pensando que você estava apenas exausta, como esperado, e decidiu que eu e meu bando de heróis não éramos mais tão importantes como o Escoteiro.”
Os lábios dela franziram. “Essa tropa de apoio de uma garota só não vai a lugar nenhum! Vocês podem deixar uma mulher louca com sua falta de organização, mas eu tenho muita fé em vocês e não vou embora até que vocês resolvam esse negócio de salvar o mundo de uma vez por todas.”
Ele sorriu orgulhoso do apoio dela. “Então isso não foi você decidindo me deixar... nos deixar... por um certo super-herói borrado?
Mordendo o lábio, ela desviou o olhar. “Ollie... Clark sempre vai ser meu melhor amigo e eu farei o que puder pra ajudá-lo, mas... Quando eu aceitei o trabalho como Torre de Vigilância eu estava falando sério e eu levo tudo isso, todos vocês, muito a sério.” Estendendo as mãos, ela ajeitou a lapela do casaco dele, sorrindo calorosamente. “Então não preocupe essa sua cabeça bilionária, huh? Eu não vou a lugar algum.”
Ele sorriu, olhando nos olhos verdes dela com mais afeto do que ela parecia esperar. Ele a viu entendendo, a consciência de que os sentimentos dele não eram tão amigáveis. E então suas bochechas ficaram, vermelhas, ela olhou pra baixo e o sorriso desapareceu, parecendo que ela já estava pronta pra afastar qualquer possibilidade. Ele a pegou, levou as mãos dela ao peito dele e as manteve ali;
“E eu, Chloe?” ele perguntou, olhos estreitos pra ela, querendo total sinceridade. “Onde exatamente eu me encaixo nessa equação?”
Ela engoliu seco, focando seu peito ao invés do rosto. “Você é o líder, Oliver. Arqueiro Verde, justiceiro e fonte sempre confiável de amizade e ajuda.
Soltando uma das mãos dela, ele segurou seu rosto, colocando uma mecha do cabelo loiro dela atrás da orelha, tracejando o formato do rosto delicadamente. “E o que mais eu sou?”
Ela franziu os lábios, relutante em responder.
“Sabe…” Ele sorriu. “Eu tinha uma noite inteira planejada pra nós... só eu e você e toda aquela atmosfera sentimental e cafona de dia dos namorados.”
Ele viu os lábios dela tremendo e lentamente, ela levantou o rosto.
“Vinho, jantar, flores, doce... Todos os gestos românticos que eu consegui pensar.” Ele acenou com a cabeça gentilmente. “Mas agora estou achando que eu pensei errado.”
A expressão dela desapareceu, olhos capturando os dele rapidamente. Algo parecido com mágoa ou decepção os preenchendo antes que ela criasse um escudo que a impedia de mostrar muita emoção. “É mesmo?” ela perguntou, puxando a mão dela e tentando se afastar dele.
Ele apenas a apertou, segurando mais forte. “Sim...” Passando seu polegar pela bochecha dela, ele acariciou sua pele afetuosamente, observando os cílios dela longos e escuros que emolduravam seus olhos verdes, olhos estes que se fechavam, perfeitamente “Agora estou achando que todo o romantismo não era necessário. Você teria ignorado isso de qualquer forma. Talvez uma abordagem mais direta...” Ele sorriu, invadindo seu espaço pessoal, sentindo o calor do corpo dela mesmo com as camadas de roupa. “Talvez eu não tenha sido tão claro quanto pretendia.” A mão dele deixou o rosto dela e deslizou até a sua nuca, os dedos acariciando a região ternamente. “Então eu vou dizer isso apenas uma vez, Parceira... E eu gostaria de uma resposta de verdade dessa vez ao invés de você dar de costas e fingir que não combinamos tão perfeitamente quanto combinamos.”
A boca dela abriu, obviamente prestes a discutir, mas o aceno dele com cabeça a impediu.
Ela parecia frustrada, mas ela não falou e ele sorriu triunfante.
Pegando a mão dela, ainda pressionada contra o peito dele, ele a deslizou uns centímetros até que os dedos dela cobrissem por cima da camisa o seu coração palpitante. “Sente isso?” ele perguntou, a voz baixa e penetrante.
Ela olhou pra ele brevemente e depois pras mãos deles, a pulsação dele forte em suas mãos. “Sim,” ela sussurrou.
Passando a língua pelos lábios, ele apertou o pescoço dela levemente e ela entendeu como uma deixa pra olhar pra ele, o olhar dele capturando e mantendo o dela firmemente. Ele olhou, esperou até ter absoluta certeza de que ela estava escutando, de que ela o ouviria de verdade dessa vez ao invés de ignorá-lo. E simplesmente, sem humor ou provocação, ele disse, “Seja minha.”
E ela piscou, respirou fundo e então sorriu. “Sim.”
Ele riu, acenando com a cabeça. “Você não vai mudar de idéia.”
Ela revirou os olhos. “Pensei que você possivelmente mereceu, mas você deve estar bem ciente por agora que eu não sou o seu tipo de mulher normal.”
Rindo, ele se inclinou pra frente até que suas bocas estivessem a centímetros de distância. “Uma das muitas razões pra eu estar aqui.”
Ela sentiu a respiração dele nos lábios dela e um arrepio percorreu seu corpo, a percepção dando vida e calor aos seus olhos. “Uma pessoa sábia me disse uma vez que temos que ver o que está bem na nossa frente.”
“Tenho a impressão de que ele estava procurando e não vendo por um tempo...” Ele arqueou a sobrancelha. “Olhos abertos, muita claridade … Você aprende a apreciar as pessoas que realmente são importantes.”
Ela riu. “É uma coisa boa o fato de você estar sendo menos idiota ultimamente ou eu consideraria tudo isso uma cantada.”
Ele sorriu. “Tudo no momento certo, Parceira.”
E com isso, ele abaixou pra capturar a boca dela, selando um momento que já passava da hora. Dedos enterrados no cabelo loiro, ele pressionou sua boca contra a dela possessiva e excitadamente, absorvendo o gosto de café e paixão. Ela correspondeu igualmente; língua e dentes nunca cedendo à natureza teimosa dele. Não era surpresa que eles estivessem embolados numa questão de segundos: ele levantando-a do chão, o braço como um aro de aço em volta da cintura dela, os pés dela suspensos no ar e os braços apertando-o forte. Quando a respiração fez com que eles se separassem numa arfar profundo, lábios ainda se encontrando em selinhos rápidos que eles não conseguiam resistir, ela riu, com as mãos enterradas no cabelo curto dele.
“Então, sobre aquele encontro de dia dos namorados,” ela murmurou, dando uma mordida carinhosa no queixo dele.
“Posso te recompensar por isso.” Ele sorriu. “Um pouco tarde, mas...”
“Mmmm.” Ela sacudiu a cabeça. “Não, eu acho que você acertou o momento.”
Com os brilhantes olhos verdes dela iluminados e alegres como ele não via há tempos, ele não podia discordar. Eles estavam apenas começando e sempre haveria coisas no caminho deles, mas ele sabia que eles estavam destinados a ser e fazer grandes coisas. Eram Oliver Queen e Chloe Sullivan dali em diante; o que quer que a vida desse pra eles, eles apenas teriam que encarar juntos e seguir adiante. Ela fazia valer à pena o esforço e desde que ele se focasse no futuro, ele podia vê-lo ficar mais e mais brilhante a cada segundo.