sexta-feira, 30 de abril de 2010

Drabbles

Oi gente, aqui estão duas drabbles (fics bem pequenas) da Tarafina, pra variar =D, enquanto esperamos pelo episódio de hj, que promete. \o/
Eu ia postar uma outra (dela tb), mas ela é meio triste, então é melhor deixar pra depois. Mas é bonitinha, prometo. xD
Vou tentar postar com frequência um par de drablles e criar uma espécie de série. Vamos ver no que dá.

E como a Ivy sempre diz e eu sempre esqueço de dizer, as histórias não são minhas e os personagens não são nossos, mas bem que eu queria. ;D

Boa leitura.


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Who She Is

Original: http://www.fanfiction.net/s/5921257/1/Who_She_Is

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Chloe Sullivan sempre teve segredos, então quando um dia ela percebeu que entre ela e Oliver não havia nenhum, que eles compartilhavam tudo, ela se surpreendeu. Por toda sua vida ela quis uma coisa... Ela quis alguém que a amasse pelo que ela era. O estranho, o bizarro, o inevitável talento que ela tinha para atrair perigo. Não era simplesmente destino que ela se apaixonasse por um herói?

Mas ela ainda não tinha ido tão longe em aceitar as coisas como eram; ela foi feita para a suspeitar e descobrir a verdade e nunca aceitar as coisas só pela capa. Então quando Oliver oferece um futuro, ela não pega sua mão logo. Ela quer saber como, por que, e se ele sabe tudo o que está aceitando nesse acordo.

Ele sorri pra ela. “Você acha que não lhe conheço? Que não conheço tudo sobre você?”

Ela morde o lábio. O problema é que ela sabe que sim, e não consegue entender porque ele ainda a quer.

Ela prende uma mecha de cabelo atrás da orelha dela, envolve a palma da mão por trás do pescoço dela e a puxa para mais perto. “Eu amo você pelo que você é... Cada parte, boa ou ruim.”

Ela engole seco, encarando aqueles olhos castanho-escuros que nunca mentiram para ela. E, droga, ela queria ele, queria acreditar nele e neles dois e em tudo que ele oferecia. Isso era tão ruim?

Não. E por isso ela aceitou, se deixou acreditar e confiou nele. E pela primeira vez na longa lista de más decisões no que diz respeito a relacionamentos, ela acertou.

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Collide

Original: http://www.fanfiction.net/s/5921246/1/Collide

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A aurora está chegando, uma luz começa a brilhar. Ela ainda está dormindo, um resmungo suave mostra a ele que ela estava evitando acordar. Ele está tão enrolado nela, estaria feliz em ficar assim uma vida inteira. Mas assim que os olhos dela se abrem, ele sabe que isso vai mudar. Ele está aberto e ela fechada; ele está apaixonado e ela fingindo que isso não existe, que não sabe.

Ele está disposto a esperar; sabe que, eventualmente, ela não vai poder mais evitar isso. Então ele não desiste, segura ela quando ela não está disposta a admitir que precisa, junta ela quando ela não diria que caiu, a beija só para sentir os lábios dela em momentos de apreciação afetuosa despercebida. E de alguma forma, apesar da negação e do evitar, eles continuam a colidir; seus mundos, seus corpos, seus próprios corações.

“Até os melhores caem, às vezes,” ele diz e ela franze a testa, querendo negar, duvidando dele. Mas então... ela sorri e talvez veja também, talvez ela tenha percebido. Mesmo se não tiver, ela está quase lá. Então ele pega a mão dela e a beija na testa, olha quando os olhos dela se abrem e ela inspira de repente e aí está, está nascendo. Não o sol, mas o amor que ele sabia que a encontraria eventualmente.

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Life, tradução

Essa saiu bem mais rápido do que eu esperava. Escolhi essa porque sempre imaginei a reação do Oliver caso a Chloe usasse seus poderes de cura nele. Já que em SV eles sumiram com esse poder e ninguém mais comenta, tem que ser numa fic mesmo. Life é da BlueSuedeShoes e não custa lembrar que os personagens não são meus, nem dela, que a fic não é minha e o blablabla de sempre ;D Nos próximos dias talvez eu demore a postar um pouco porque decidi traduzir uma de 11 capítulos (também dela) e ainda não sei se vou trabalhar só nela ou traduzir outras paralelamente.
Enfim, boa leitura ;D

“Não.”

A palavra, sussurrada tão suavemente que deveria ter sido incompreensível, ecoou através do sala.

“Por favor, não. Não assim.”

Ela pressionou sua camisa na ferida da bala, desejando que ela parasse de sangrar, dizendo a si mesma que se ao menos parasse de sangrar, ele ficaria bem. O tiro não podia ter sido fatal. Não podia. Ela não deixaria.

“Chloe, pare,” ele despejou as palavras, sangue borbulhando ao redor de seus lábios. “Nada que você possa fazer.”

“Não!” ela quase gritou dessa vez. Balançou a cabeça. Lágrimas queimando seus olhos quando se recusou a derramá-las. Ela se atirou em cima dele, finalmente soltando sua camisa agora encharcada de sangue pra envolvê-lo com seus braços e enterrar seu rosto no pescoço dele. “Não.”

Com esforço, ele levantou uma mão pra acariciar o cabelo dela. Você vai ficar bem, Parceira. Ele tentou forçar as palavras pra fora, mas tudo que saiu foram tosse e saliva. Ele encolheu-se de dor enquanto a mesma percorria seu peito como uma faca.

“Eu não vou deixar,” ela disse, levantando um pouco sua cabeça, balançando-a em desafio. A primeira lágrima caiu, depois uma segunda.

Daí, despercebida por ambos, a terceira, uma lágrima branca e brilhante caiu da bochecha dela no peito dele.

Oliver ofegou buscando ar, choque passando por seu corpo enquanto uma luz branca preenchia a sala. Ele podia realmente sentir a dor deixando seu corpo, vazando pra fora dele como um veneno sendo removido de seu sistema.

Se a sala não tivesse começado a ficar mais focalizada ele teria pensado que estava morrendo. Sufocando, ele virou a cabeça pro lado e cuspiu o sangue e a saliva de sua boca.

A compreensão estava ali, apesar de não dever estar. Era impossível porque ela tinha perdido seu poder. Mas apesar disso, o conhecimento estava simplesmente… ali. Ele fechou os olhos, desejando que fosse de outra forma, mas quando ele ergueu a cabeça e os abriu, era verdade. Ela estava ali, deitada em cima dele. Sem vida.

Ele queria amaldiçoá-la, amaldiçoar Deus, amaldiçoar Krypton ou Clark ou o maldito criminoso que atirou nele e que a levou a fazer isso, qualquer um que ele pudesse encontrar pra culpar pelo fato de que ela estava morta por causa dele.

Era errado. Era contra a natureza. Desafiava a ordem das coisas. Ele deveria morrer. Ela deveria viver. Era esse o jeito que deveria ser: hoje e mil dias depois, ela deveria viver.

Reprimindo a voz em sua cabeça que dizia que ela poderia não acordar dessa vez, e que seria culpa dele por ter sido morto – porque ele foi morto – ele levantou o corpo dela e a carregou pro sofá, enojado com sua capacidade de fazer isso.

Ele se inclinou sobre ela e tirou seu cabelo do rosto tão gentilmente que o movimento era quase tímido. Olhando pra baixo viu que a blusa branca dela estava coberta de sangue. Sangue dele.

Ele queria vomitar, mas desviou os olhos pra acalmar seu estômago. Saiu da sala pra tirar seu uniforme e encontrar roupas limpas. Não importava o que fosse. Qualquer coisa pra tirar o sangue de suas vistas. Ele pegou uma camisa social antes de sair do quarto.

Aproximou-se do sofá e gentilmente a levantou, tirando a blusa dela depois de algumas tentativas e trocando pela dele. Ele a deitou novamente, dessa vez colocando um travesseiro debaixo de sua cabeça.

Então saiu do lado dela de novo, movendo-se pra limpar o sangue do chão, mantendo as mãos ocupadas e a mente vazia. Qualquer coisa pra não pensar. Qualquer coisa pra evitar admitir a possibilidade de que podia ser diferente daquela vez porque ela tinha passado anos sem qualquer sinal remanescente de sua habilidade.

Ele cerrou o punho até sua mão pulsar.

“Não.”

Dez horas se passaram e ele ainda estava ali, sentado na cadeira ao lado do sofá, olhando pra ela, desejando que ela voltasse à vida. Desejando que o coração dela começasse a bater de novo.

Ele tinha terminado de limpar o chão há muito tempo, queimado as roupas sangrentas deles no beco perto do prédio. Daí voltou, e esteve pacientemente sentado lá desde então.

Esperando.

Com dez horas, doze minutos e dezessete segundos, Chloe ofegou audivelmente em busca de ar e Oliver voou da cadeira pro lado dela.

"Chloe?"

Os olhos dela estavam arregalados em choque e ela estendeu a mão pra ele, tomando ar ruidosamente. Imediatamente ele a abraçou, esmagando-a aliviado.

“Graças a Deus.”

“Você está bem,” ela sussurrou, segurando-o igualmente apertado.

Oliver a agarrou ainda mais forte. Ela estivera morta e estava preocupada com ele. Era doentio. “Você nunca vai fazer isso de novo. Nunca, entendeu?” ele disse mais severamente do que pretendia.

“Qu—” a palavra morreu nos lábios dela quando a compreensão veio. “Q—quanto tempo?” ela perguntou tremulamente. “Por quanto tempo eu estive morta?”

“Dez horas.”

Ela fechou os olhos, mortificada. “Alguém sabe?”

“Não.” Ele não tinha sido capaz de ligar pra ninguém. Dizer pra eles que a matou. Ele tinha prendido a respiração por dez horas, rezando pra que ela voltasse pra ele.

“Eu sinto muito, Ollie,” ela disse, enterrando o rosto no ombro dele enquanto ele beijava seu cabelo repetidas vezes. Ela não sentia muito por salvá-lo ou pelo poder dela ter voltado, apenas por ele ter que agüentar ver seu corpo sem vida por dez horas. Julgando pelo fato dele estar quase quebrando suas costelas e não dando sinais de soltar tão cedo, não tinha sido uma boa experiência pra ele. “Você está bem?”

Ele riu brevemente, um som amargo. “Fisicamente, mentalmente ou emocionalmente?”

“Todas as alternativas acima.”

“Fisicamente: nunca estive melhor. Mentalmente: enojado e com raiva e pronto pra atacar a primeira coisa que me olhar do jeito errado. Emocionalmente: nunca estive tão despedaçado. Ou grato,” ele disse com dificuldade.

Ela passou a mão em suas costas de forma tranqüilizadora.

“Uma pergunta mais importante,” ele disse finalmente se afastando dela pra verificá-la de cima a baixo. “Como você está?”

Ela riu nervosamente. “Bem. Eu acho.”

“Nunca mais faça isso.”

Ela sabia que não adiantaria tentar dizer a ele que nem tinha certeza de como tinha feito isso dessa vez, então não havia garantias de que não aconteceria de novo. Ao invés de tentar argumentar com ele, ela concordou em obediência.

“Bom.” Ele beijou sua testa. “O que você precisa?”

Os olhos de Chloe procuraram os dele, de repente confusa. Alguma coisa estava diferente. “O que aconteceu?”

“Além do óbvio? Nada.”

Ela balançou a cabeça. Ele estava olhando pra ela de forma diferente. Nem mesmo o ‘você apenas salvou minha vida de outra forma’ que ela tinha visto em outros rostos ou até mesmo sentido no próprio rosto dela. Algo estava claramente errado com ele. “Pare.”

“O que?”

“De olhar pra mim desse jeito.”

“Como assim?”

“Como... Como... Eu não sei. Mas eu não gosto. Você parece que quer se jogar de um prédio.”

Ele desviou os olhos dos dela pela primeira vez. “Provavelmente porque eu quero. Você é a única coisa me impedindo.”

“Não se atreva a dizer isso!” ela disse, sentando-se vigorosamente.

Ele a deitou de volta. “Vai com calma.”

“Não me diga pra ir com calma! Eu estou bem! Pare com isso agora!” ela exigiu, o volume da voz aumentando.

“Relaxa, ok! Eu não vou me jogar de nenhum prédio!” ele levantou pra pegar um copo d’água e uma torrada pra ela.

Chloe o olhou duramente. Ela ouviu o resto da frase, apesar de não ter sido dita. Estava pairando no ar ao redor deles.

Mas eu me jogaria se você não tivesse voltado.

“Devíamos conversar,” ela disse, se levantando pra ir atrás dele.

“Você devia se deitar,” ele retorquiu, colocando o pão na torradeira.

“Não preciso me deitar. Estou bem.”

“Você está pálida como uma folha de papel.”

“EU ESTOU BEM!” ela gritou com raiva, forçando-o a se virar e olhar pra ela.

“Você esteve morta por dez horas,” ele sibilou.

“Sim. Então considerando tudo, eu diria que estou muito bem agora,” ela retrucou. “Pare de se sentir culpado. Não é sua culpa. Eu nem acho que é minha culpa, sério, já que eu não tinha idéia de que isso ia acontecer. Não é nem mesmo culpa do bastardo que atirou em você, já que ele não tinha como saber que isso era sequer possível. Não é culpa de ninguém.”

“Você estava morta, Chloe,” Oliver disse, de repente pegando os ombros dela e sacudindo-a de leve. “Você estava morta e deveria ter sido eu. Você não tem permissão de morrer!”

“Mas você tem? Ela perguntou incredulamente. “Porque isso sequer importa? Estamos os dois vivos. Tudo está bem.”

“Porque poderia não estar! Você poderia não ter voltado—”

“Mas eu voltei!”

“—e você teria me deixado aqui sem você e eu não posso suportar isso!”

Chloe caiu no silêncio, chocada. Ele a puxou bruscamente pra si novamente, abraçando-a contra seu corpo que agora tremia.

“Não posso lidar com você não estar aqui,” ele disse as palavras com dificuldade e Chloe percebeu com espanto que ele – que Oliver Queen – estava chorando.

“Ollie, eu—”

“Eu amo você, droga.”

Chloe parou, seu corpo ficando rígido.

“Deus, eu amo você.”

“Você está em choque. Você passou por muita coisa essa noite. Eu—”

Ele estava balançando a cabeça, intensificando seu aperto enquanto a impedia de sair dos braços dele. “Não.”

“Não o que?”

“Não, eu não estou em choque. Sei disso há tempos. Não te disse por que sabia que faria você sair correndo porque é isso que você faz.”

Ela paralisou com as implicações dele sobre sua própria covardia, mas não discutiu porque lá no fundo ela sabia que era verdade. Ela estava pronta pra sair correndo naquele exato momento.

“Eu amo você, Parceira, e você não tem permissão de morrer. Não enquanto eu puder fazer isso por você.”

Chloe prendeu a respiração com as palavras dele e seu significado. Com o corpo tremendo, afastou-se gentilmente, ainda permitindo que seus braços ficassem ao redor dela. Sua mão estendeu-se ansiosa pra bochecha dele e virou sua cabeça pra que ele pudesse encará-la. Retraiu-se com a dor que encontrou ali e de repente sentiu vontade de chorar. Lentamente, ela o puxou pra baixo pra que encontrasse seus lábios. Ela o beijou suavemente, até mesmo cuidadosamente, e então sussurrou contra seus lábios, “Eu estou bem. Tudo está bem.”

As mãos dele voaram pros cantos do rosto dela e ele a segurou ali enquanto a beijava tão intensamente quando podia, sal e desespero se misturando ao gosto dela.

Chloe retribuiu o beijo tão bem quanto podia. Ele tinha dito que a amava. O beijo mostrava o tanto.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Secret Smiles, tradução

Depois de algum tempo estou de volta, minha vida estava um caos nesses últimos dias! Essa fic se chama Secret Smiles,  é da AllieJGK e se passa depois de Checkmate, depois daquela cena que deixou todos os Chlolliers surtados.
E depois de duas semanas inteiras, que saudade do Oliver e de Chlollie! Que sexta feira chegue logo.
Alívio o inundou quando ela pegou sua mão e lhe ofereceu aquele meio sorriso insolente. Ele passou a amar aquele sorriso e tudo que ele representava. Era esse pequeno gesto, esse minúsculo, insignificante meio sorriso que o fazia saber que tudo ficaria bem – ao menos durante aquela noite – porque ela estaria ali com ele. Era esse meio sorriso sorrateiro e sedutor que o fazia relaxar e esquecer os problemas do mundo, porque pelas próximas poucas horas apenas eles existiriam. Era esse sorriso secreto que ele sabia ser dado somente pra ele, e ele deleitava-se com isso.
Por mais que ele quisesse se perder no pequeno mundo de prazer só deles, as últimas palavras dela passavam por sua cabeça, como um disco arranhado;
“Melhor tomar cuidado Ollie, vou começar a achar que você está se apaixonando por mim.”
Como que ele deveria entender isso? Ele estava bem ciente de que tudo que ela queria era um rolo ‘sem nenhum envolvimento’. Mas ele estava afundando mais e mais sob o peso dos incontáveis encantos dela; sua beleza, sua perspicácia e é claro, aqueles sorrisos secretos. Ele queria mais dela e estava achando difícil participar de seus jogos agora. Ele queria levá-la pra sair em público, ele a queria em seus braços nos eventos sociais monótonos, e ele queria apresentá-la ao fluxo interminável de celebridades como sua namorada. Em resumo, ele queria Oliver Queen e Chloe Sullivan – parceiros contra todas as probabilidades.
Tudo isso estava borbulhando dentro dele e ela deve ter percebido – diabos, ela sempre percebia – porque assim que eles estavam dentro da segurança do elevador, subindo pra Torre de Vigilância, ela perguntou;
“Está pensando em alguma coisa, Ollie? Você mal disse nada desde...” ela parou de falar e ele sabia que tinha entendido a fonte de sua preocupação. Ele abriu a boca pra dizer algum tipo de resposta brincalhona ou uma possível insinuação, mas ela o cortou. “Escuta, Ollie, você sabe que eu estava só brincando mais cedo certo? Quero dizer, eu não sei por que eu disse aquilo. É claro que você não está se apaixonando por mim, porque estaria? Eu sou eu e você é... bem, você. Só estamos nos divertindo afinal de contas. Sem laços ou fitas.” Ela tinha começado falando diretamente com ele, mas perdeu sua convicção e passou a murmurar consigo mesma. Ele sabia que ela estava tentando afastar suas inseguranças enquanto sutilmente dizia pra ele não insistir no assunto. No entanto, Ollie não podia se controlar mais, especialmente depois que ela admitiu sua óbvia falta de auto-estima.
Houve uma longa pausa enquanto eles saiam do elevador e ela silenciosamente o levou até seu quarto, ainda de mãos dadas. Ollie finalmente arranjou coragem e a virou pra que ela pudesse encará-lo, perguntando;
“Seria tão ruim?”
“Hã?” Ela olhou pra cima confusa, olhando direto nos olhos dele como se estivesse tentando decifrar a estranha mistura de emoções que via ali.
“Seria tão ruim... se eu estivesse me apaixonando por você?” Ele eventualmente perguntou.
Ele nunca tinha se sentido tão nervoso na vida como se sentia agora. Ficar diante dos grandes magnatas do mundo dos negócios não o incomodava, lutar contra a escória nas ruas de Metropolis e de Star City como o Arqueiro Verde, era como se fosse uma segunda personalidade dele agora, mas ficar diante de Chloe Sullivan e pedir pra ela aceitar seu amor o fazia tremer em seus sapatos Armani. A espera estava destruindo-o, lenta e dolorosamente.
“Sim, seria.” Ela falou baixinho e ele sentiu seu coração se partir com a rejeição dela. Ele tirou as mãos do corpo dela e se virou pra esconder as lágrimas que se formavam rapidamente. Ele não estava acostumado a isso, ele era Oliver Queen – playboy – geralmente era ele que partia o coração. Uma fonte de emoções irrompeu de dentro dele, a raiva conseguindo chegar à superfície primeiro.
“Por quê?” ele gritou virando pra encará-la novamente, não se importando se ela via sua desolação. No entanto, quando ele viu as lágrimas silenciosas descendo pelas bochechas dela, ele falou novamente, num tom mais gentil – apesar da mágoa dela; ele decidiu arriscar de vez – “Porque é tão ruim eu estar apaixonado por você?” Ele tentou julgar a reação causada pela confissão dele; choque seguido por tristeza seria seu chute.
“Porque se eu me permitir…” Ela parou e respirou fundo como se falar lhe causasse dor, “amar você; Eu vou apenas acabar perdendo você no processo. Meu coração foi quebrado tantas vezes Ollie, que da próxima pode despedaçar de vez, se tornando algo irreconhecível, uma bagunça sem conserto. Eu fui machucada tantas vezes – todas as minhas cicatrizes – Eu estou além de qualquer reparo agora.”
Ela estava respirando pesadamente como se estivesse tentando retomar o controle depois de ter seu coração arrancado do peito. Ela parecia que estava perdendo algum tipo de batalha interior depois de ter baixado a guarda. Ollie odiava vê-la daquele jeito, especialmente tendo causado seu sofrimento. Ele mentalmente se deu um tapa por fazê-la chorar e jurou que nunca mais seria a causa das lágrimas dela. Ele queria mais do que tudo consolá-la, mas não tinha certeza de como fazer isso. Se ele dissesse que a amava de novo, certamente ela teria a mesma reação horrível. Ele fez com que ela se abrisse com ele e agora ela estava pagando o preço. Ela tinha calado seus demônios por tanto tempo, que agora que eles tinham sido soltos, não seriam escondidos dentro dela de novo sem uma boa briga. Ele queria lutar e salvá-la – ser o herói dela, mas como poderia se ela não o queria, se ela não queria seu amor?
“Chloe, eu...”
“Não Ollie, por favor, não me mime com clichês bonitos e falsas promessas. Sou bem grandinha e você é bem grandinho. Podemos ter ficado um pouco envolvidos um minuto atrás, mas nós dois sabemos que não importa o que esse relacionamento seja, vem depois do nosso trabalho e da segurança do mundo.” Ele estava chocado e um pouco impressionado com a habilidade dela de afastar os sentimentos e clinicamente lidar com a situação. O preocupava, no entanto, que mesmo depois da confissão dela de suas inseguranças, ela o afastava e continuava a lutar sozinha. Antes que ele pudesse responder ela estava falando de novo; “Ollie, posso ver que está tentando pensar em algo que me console ou apóie pra dizer, mas não faça isso! Não me diga que você sempre estará aqui, ou que você nunca vai me magoar, ou até mesmo que você me ama, porque ambos sabemos que no final das contas, são todas mentiras.”
“Ok, Chloe. É nisso que você quer acreditar então? Que eu sou um garoto patético que nunca poderia fazer você se sentir especial, ou segura, ou amada? Que eu vou te decepcionar no instante que as coisas ficarem difíceis? Que vou simplesmente fugir e te deixar porque não posso lidar com as repercussões de um relacionamento? Fala sério, Parceira, você me conhece melhor que ninguém - eu cometi erros no passado, mas quando as coisas dificultam, eu encaro com coragem. Eu posso ser seu herói se você me permitir. Eu posso passar todos os dias lentamente fechando as fendas do seu coração com beijos gentis, mas você tem que querer isso. Você pode ficar sentada aqui nessa torre; escondendo-se disso o tanto que quiser. Mas você não pode ignorar o mundo que está lá fora; você não pode me ignorar – porque eu não vou desistir de você. Nunca.”
Ele estava espumando de raiva e realmente queria socar alguma coisa. Com força. Apesar disso não se arrependia do que tinha dito, podia ter sido com um pouco mais de raiva do que ele tinha a intenção, mas ela o tirara do sério com todas as suposições sobre ele. Certamente ela o conhecia bem o bastante pra entender que se ele disse que a amava realmente falava sério, e falava sério com todos os compromissos que vinham com isso. Laços e fitas inclusos.
Ele estava prestes a ir embora, agitado demais pra esperar a resposta dela por mais tempo, mas ela pegou sua mão e o puxou de volta. Lentamente ela andou na direção dele e gentilmente deslizou as mãos pelo abdômen dele e pelas costas dele, abraçando-o apertado. Ele soltou a outra mão dela e correspondeu ao abraço, puxando-a contra ele. Eles estavam tão perto que era difícil dizer onde um terminava e o outro começava. Ele deixou escapar um longo suspiro que não tinha percebido que estava segurando, quando os dois relaxaram nos braços um do outro. Esse momento de perfeição absoluta e proximidade continuou por um tempo antes dele eventualmente tirar seu queixo do topo da cabeça dela e inclinar-se pra sussurrar no ouvido dela;
“Eu amo você, Chloe.”
Ele sentiu o sorriso dela contra seu peitou antes dela erguer a cabeça e dizer;
“Eu também amo você, Oliver.”
Ele não conseguia conter seu sorriso radiante. Ele tentou falar, mas as palavras falharam então ao invés disso mostrou pra ela a intensidade de sua emoção com um longo e apaixonado beijo. Eles continuaram até o último segundo, até separarem-se desesperados por ar. Ele ficou ali e a abraçou, apenas admirando-a e maravilhando-se com o fato de alguma forma ter ganhado o amor daquela mulher incrível. Ele ainda estava olhando pra ela, absorvendo cada pedacinho do momento até que ela quebrou seu devaneio com um meio sorriso insolente.
Ele amava aqueles sorrisos secretos.
Mas não tanto quanto a amava.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Don't touch Oliver Queen's Woman - Tradução

Uma fic da Calie1 muito bonitinha. É bem pequena, eu traduzi pra descansar de outra meio grande que tô traduzindo. xD Ainda não peguei o pique da Ivy, mas prometo que vou traduzir mais fics.
Essa não tem um momento exato na série, mas se passa já com Chlollie em andamento. =D
Boa leitura!

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Chloe gritou e deu um pulo. Não por causa da mão que deslizou por baixo de sua saia, a resposta a isso foi um sobressalto. Não, o grito que ela deu foi por ter visto o ‘mendigo’ que estava conectado à mão levar um soco e cair de cara no chão. O corpo conectado ao braço era de ninguém menos que Oliver Queen. Ela deu um pulo pra trás quando o homem acertou o chão. “Oliver!”

Mas ele não pareceu ouvir. Ao invés disso ele virou o braço do homem pra trás e o levantou do chão, colocando-o de joelhos com um puxão. A cabeça dele caiu para o lado e depois se ajeitou, piscando e parecendo retomar o foco. Os olhos dele se viraram pra cima e acharam os dela, sangue escorrendo do canto da boca dele.

“Eu acho que você deve desculpas a ela,” Oliver rosnou no ouvido do homem, curvado por trás dele.

O rosto do homem se contorceu em desgosto e ele cuspiu nos pés dela. Uma mistura de cuspe e sangue quase os acertou. Ela enrugou o rosto e moveu-se para trás, com medo de que ele tentasse de novo. Porém as chances eram de que isso não aconteceria, não quando Oliver torceu o braço dele fazendo com que o homem se contorcesse e gritasse com dor.

“Peça desculpas,” Oliver disse com os dentes trincados. Ele pausou, e quando o homem não fez som algum ele torceu novamente, com toda a intenção de quebrar o braço do homem se ele não falasse logo.

“Desculpa!”

Com escárnio, Oliver soltou o braço do homem, empurrando-o pra frente fazendo com que ele caísse no chão. Quando ele deu a volta ao redor do homem, agarrou o braço de Chloe e puxou-a para longe da multidão que olhava e sussurrava.

“O que você pensa que está fazendo?!” ela disse em uma voz baixa para não atrair mais atenção ou suspeita do que já tinham atraído. Quando ela tentou soltar o braço ele segurou mais forte e continuou puxando.

“Eu sei que você está furiosa,” Oliver disse, e a arrastou pelo resto do caminho até a saída.

Uma vez que estavam longe de olhos e ouvidos, Chloe plantou os pés no chão e puxou o braço. Dessa vez ele soltou. “Pode ter certeza de que estou furiosa! Disfarce, Oliver. O que significa que você não me conhece... Eu não conheço você.”

“Eu sei o que significa,” ele disse, “mas quando nós bolamos esse plano, ele não incluía você com uma série de mãos subindo por baixo da sua saia.”

“Bem, isso é óbvio...” Chloe disse sarcasticamente e revirou os olhos. Ao invés de continuar ela aproveitou o momento para se afastar e analisar a situação. Ela também não gostou do modo como a situação ficou, e na verdade estava quase contente com o fato de que o homem recebeu o que merecia. Há chances de que ela não seja a primeira mulher a ser tratada de maneira tão rude. Ela sabia também que Oliver não ficaria por perto deixando isso acontecer com ela. Mas foi a reação dele, ou a força na reação dele, que a incomodou. O que Oliver fez não foi simplesmente agarrar o cara ou o empurrá-lo pra longe. Ele deu um soco nele, o torturou, forçando-o a pedir desculpas e quase quebrou o braço dele. E também havia o caso da relação não tão pública deles. As pessoas reconheceram Oliver Queen; aqueles que não reconheceram antes da briga reconheceram depois. “Mas aquela explosão... você é o Arqueiro-Verde,” Chloe sussurrou asperamente, “torturar um cara à submissão não é exatamente parte da personalidade de um herói.”

Oliver se aproximou e estreitou os olhos. Ele ficou meio aborrecido por ela, como sempre, vê-lo somente como o Arqueiro-Verde, como se fosse a única personalidade dele, como se ele não fosse uma pessoa normal. “Eu não fui sempre o Arqueiro-Verde, Chloe. Eu ainda sou um homem. E quando eu coloquei meu punho na cara daquele homem não tinha nada haver com salvar o mundo e tudo haver com ele ter colocado as mãos em você.”

“E todas aquelas pessoas lá?!” Ela jogou a mão pra cima, apontando para o clube que eles tinham acabado de sair. “As pessoas que acabaram de ver Oliver Queen espancar um cara qualquer porque ele pôs as mãos por baixo da saia de uma garota e arrastar a dita garota pra fora?”

“A garota não tem nome?” Oliver perguntou convencido. Os olhos dela se estreitaram, mas ele não se perturbou.

“Ela não tem agora... mas dê um tempo a eles... Tenho certeza de que em um dia ou dois ela terá.” Chloe nem tinha certeza se ele entendeu o que ela quis dizer. Claro, as pessoas diriam ‘uma mulher desconhecida’, mas em algum momento, se isso for para os jornais, especialmente se uma foto tiver sido capturada, ‘uma mulher desconhecida’ logo seria ‘Chloe Sullivan’. “Se alguém tiver sorte ou for esperto o suficiente, e não importa o quanto você negue, isso vai estar em todo canto. E isso,” ela apontou para eles dois, “não vai mais ser um segredo.”

“E daí?!” ele exclamou. “Merda, e daí? Então tá, o momento disfarce foi estragado, mas ao menos eu não tenho mais que me preocupar com as pessoas molestando você enquanto eu estou bem ao lado!” Ela pareceu um pouco surpresa com a reação dele, mas isso não o impediu de continuar. “Eu já estou cansado pra porra de me preocupar com o que as pessoas pensam. E o que acontece com eu quero? E que acontece com poder sair em público, levar você pra algum lugar, ir a um encontro de verdade? Eu não me importo com o que as pessoas pensam. Você sabe o que eu quero? Só quero dizer que você é minha namorada e acabou!” Silêncio, foi tudo que ele ouviu quando sua explosão terminou. Então ele lentamente percebeu seu erro. As coisas com a Chloe eram diferentes; ela era diferente. Ele sabia que ela não queria a publicidade, as nomeações, os olhares. E acima de tudo, ela queria manter as coisas simples. Os sentimentos dela por ele eram reais, disso ele tinha certeza, mas ela não queria complicar as coisas. O problema era que, mesmo que torná-la sua namorada publicamente significasse complicar as coisas, ele não se importava.

Chloe era uma pessoa observadora, normalmente. Ela nunca perdia um detalhe. Mas com o Oliver, ou pelo menos no seu relacionamento com o Oliver, ela perdeu todos. No começo ela não percebeu a atração dele por ela, mesmo que ela estivesse atraída por ele há algum tempo. Então ela foi tola o bastante para pensar que eles poderiam manter isso como diversão e continuar sendo amigos. Ela tinha se convencido disso, mesmo quando deveria ser óbvio que os sentimentos dela estavam mudando, que a mudança nos dele era tão óbvia pra todos exceto ela. Então quando os dois esclareceram as coisas, admitindo que fosse mais que amizade, mais do que amigos com benefícios, mais do que só diversão, que eles se gostavam, queriam ser um do outro exclusivamente, ela de alguma forma se fez acreditar que manter em segredo seria melhor, que eles continuariam do mesmo jeito. De alguma forma ela não viu o quanto ilógico isso era. Agora, aqui estava ela, ouvindo os verdadeiros sentimentos do Oliver sobre o relacionamento secreto deles, e ela teve que imaginar como não tinha visto a infelicidade dele com essa situação. Uma das primeiras coisas que ela tinha que fazer era deixar de ser tão abstraída quanto à relação com Oliver. “Por que você não disse isso antes?”

Ele foi pego de surpresa pela pergunta simples dela, mas se recuperou rapidamente. “Porque não era o que você queria.”

Ela chegou a outra conclusão nesse momento, o relacionamento deles tinha sido constantemente o que ela queria. Só diversão, sem laços foi desejo dela, o segredo, isso foi vontade dela, mas não foi sobre ela. “Eu... tenho medo das repercussões,” ela admitiu honestamente. “Não significa que não seja o que eu queira.”

A maciez do tom dela tirou dele a vontade de brigar. Com um suspiro ele deu um passo à frente e segurou o rosto dela com as duas mãos, inclinando-o pra trás pra que ela olhasse pra ele. “Eu sei. Mas eu não estou planejando ir a lugar nenhum, eu estou nisso com você, em longo prazo. Por quanto tempo podemos manter isso?” Ela fez que sim com a cabeça, no que ele esperava que fosse uma confirmação. “Eu sei que não vai ser fácil, tem coisas que você não vai gostar, mas eu quero isso com você. Eu quero poder fazer coisas normais com você, Chloe.”

“Não somos normais,” ela argumentou fracamente.

“Eu sei,” ele concordou suavemente. “Mas ainda somos humanos.”

“Ok,” Chloe disse firmemente e balançou a cabeça.

Oliver ergueu as sobrancelhas. “Ok? Tipo, nada mais de segredos? Nada mais de se esconder atrás de portas fechadas?”

Ela riu da surpresa dele. Era justo que ela aceitasse, desse um pouco de si mesma já que ele já deu tanto de si mesmo pra ela. “Bem, não TODOS os segredos, feijão-verde,” ela disse com uma piscadela. Ele sorriu pra ela e de repente ele a estava beijando, ardente e intensamente. O tipo de beijo que ela normalmente teria interrompido quando em público. Ao invés disso, ela envolveu os braços no pescoço dele, puxando-o para mais perto. Quando eles finalmente se separaram ela estava sorrindo, corpo pressionado contra o dele, e já considerando ir para o apartamento dele. Era mais próximo, no fim das contas. “Porém, você sabe que vai ter as mãos cheias, certo? Quero dizer, você vai ter sorte se o cara não der queixa, Oliver.”

“Confia em mim,” ele sussurrou e deu um beijo nos lábios dela, “Eu já estive em situações piores antes.”

Quando ele a beijou novamente ela decidiu desistir de se preocupar com a imprensa e a possibilidade de a polícia bater na porta dele. A maioria aceitaria a versão de eventos dela e do Oliver. Se não, Oliver tinha uma namorada bem habilidosa quando se tratava de computadores. Era incrível como algumas coisas simplesmente desapareciam.

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domingo, 18 de abril de 2010

It’s not You (It’s Me)

Agora uma fic que não é tradução. Na verdade, é de uma leitora do blog que também é escritora, a Roberta Clemente. Ela me mandou essa fic e eu achei incrível, resolvendo na hora publicar aqui.
Boa leitura!


Titulo: It's Not You (It's Me)
Autora: Roberta Clemente
Classificação: Pg-13
Categoria: 9º Temporada
Casal: Chloe/Oliver
Spoilers: Não
Capítulos: 1/1
Completa: Sim

 
Resumo: Chloe resolve tirar uma noite para fazer algo diferente de salvar o mundo ou os amigos.
Ela não sabe que isso também pode lhe trazer grandes emoções. 



It's Not You (It's Me) 
 

Olhando Metropolis de cima ela parecia tão quieta e calma. Um doce engano. Ela escondia os piores tipos de pessoas. De ladrões a meta-humanos. Todos com as piores intenções que um ser humano pode ter, foi o que Chloe pensou de sua Torre de Vigilância. 

Tinha visto demais para se iludir. O mundo era cruel e as pessoas piores. Mas era sua função proteger as poucas que se salvavam e tinha jurado para si mesma que a partir de agora sua vida seria dedicada a isso. Tirar monstros das ruas.
 

E estava preparada para tudo. Tudo menos um dia de tédio. O que era raro se tratando de Smallville e Metropolis. Chloe suspirou deixando sua vidraça e correu para sua mesa. Lá teria alguma coisa para fazer, sempre tinha... mas nada.  Incrivelmente nada lhe prendia a atenção naquela noite. 

Então ela engoliu seco e fez uma coisa que há muito não fazia. Desligou os computadores. Sentiu uma pequena tristeza, que logo passou. Mas quando a solidão ameaçou lhe invadir junto com o silêncio que ficou sem os computadores ligados, resolveu ligar para um amigo. 


Clark!Seria ele... Mas pensou melhor, em como ele a evitava nos últimos tempos e sentindo uma pontada de orgulho próprio não ligou. Se não havia o que fazer, se não havia nenhum vilão para combater, nenhum super-herói para socorrer, faria o que há muito não fazia. Iria para casa, dormir. 

Não voltava a Smallville há pelo menos algumas semanas. Fez o caminho preocupada e tensa. Ainda era difícil para ela se separar de sua “Torre de Vigilância”, as duas tinham se tornado continuação uma da outra, mas se forçou. Entrou no seu pequeno apartamento, jogou sua bolsa no balcão da cozinha e quando olhou para a cama, escolhendo de que lado dormiria, Lois saiu do banheiro a toda.


- Chloe? É você mesmo, ou um “Avatar”? – ela diz em um tom sarcástico.

- Oi Lois! – Chloe cumprimenta a prima sem debater.

Lois para na frente de Chloe e segura seus braços, apertando.

 - É você mesmo! – Lois diz  fingindo surpresa.

- Muito engraçado, Lois!... Bem, você! – Chloe devolve sem ânimo e se solta dela e mirando suas forças na cama. Tudo o que precisava era chegar até ela. Depois tudo ficaria bem. Mas quando faltava apenas se jogar, quando já tocava o lençol macio, Lois interrompe seu momento.

- Nós vamos sair! Anda! – Lois diz praticamente mandando.

Chloe não diz nada, só ergue o corpo de novo e olha para Lois que estava linda, impecável com seu melhor vestido, parada entre a cozinha e o quarto, segurando outro vestido, preto.

- Oh, não! Eu não vou mesmo – Chloe diz, rindo nervosa enquanto virava a cara para o vestido.

Lois bufa e joga o tubinho preto nas costas de Chloe.

-Você vai, a menos que tenha alguma coisa para fazer. Você tem? – ela pergunta enfezada. – Por que você não faz mais nada da vida Chloe!Você sumiu depois que Jimmy... Você sabe!

De costas Chloe amarga as palavras de Lois.

- Então você vai, eu já resolvi! –Lois intima, abrindo a porta e parando do lado de fora – Te dou alguns minutos, só alguns, depois disso eu venho aqui chutar seu traseiro. OK?

Chloe olha para Lois e fica tocada pelo esforço dela em ter sua companhia.

- Ok! – ela diz baixinho, com um sorriso singelo no rosto.

Lois se ergue em entusiasmo e fecha a porta sorrindo. Chloe por outro lado murcha, sentindo um frio na barriga. Há muito tempo não saia. Ver gente, gente comum, gente que não sabia o que ela fazia, a assustava um pouco. Mas fez, por Lois. 

Tomou um banho rápido, se maquiou, deixou os cabelos curtos lisos, bem lisos, como fazia antes e vestiu o pretinho “básico” de Lois. Apesar de mais alta, Lois era bem mais magra que ela e o vestido ficou justo, justo como sua prima sabia que ficaria. 


Chloe se olhou no espelho e surpreendentemente se sentiu bonita. Mas faltava algo. Ela correu para sua bolsa e tirou um batom. Vermelho. Ele era o toque que faltava, combinado com um salto bem alto. 


Agora além de bonita se sentia um pouco mais “sexy”. Não muito. Quando Chloe desceu as escadas do Talon, Lois a olhou com um enorme sorriso no rosto. Chloe tinha conseguido o que queria. Impressionar uma mulher era o melhor dos elogios. Sabia que estava bem.


- Uau!Você está um arraso prima! – Lois diz segurando a mão de Chloe e a rodando.

- Obrigado! – Chloe agradece dando de ombros. – Eu me sinto a Cinderela!
- Cinderela não tinha esse batom – Lois diz olhando para a boca de Chloe.

- Posso não ser a pessoa mais sociável de Metropolis, mas não ando sem um passaporte – diz Chloe fazendo bico.

- Essa boca vai abrir qualquer porta hoje! – Lois completa, piscando para Chloe, a puxando pela mão.

Chloe é levada por Lois ao melhor clube de Metropolis. O do momento, onde filas se faziam na porta.
Filas que não eram páreo para Lois e sua conversa de repórter e para o batom vermelho de Chloe. Juntas elas não tiveram problemas e nem precisaram perder tempo esperando. 


Chloe sentiu uma ponta de inveja, ainda sentia falta dessas regalias que uma repórter do jornal mais importante da cidade tinha. Não podia mostrar a eles sua carteirinha do sindicato das ligas de super-heróis.
Se houvesse uma. Antes de entrar ainda teve o ultimo pensamento sobre, o que colocaria na sua carteirinha. Profissão? “Watchtower”. Ela teria passe livre provavelmente.


Lá dentro não pode não se empolgar com o forte som da música eletrônica e com a beleza do lugar.

- Vem, vou te apresentar uma pessoa – diz Lois.

Ela leva Chloe até o bar. Lá o barman logo corre para atendê-la. Chloe pensa no que pode ter de tão especial naquele homem para Lois querer apresentá-lo a ela. Ele era normal demais.

- Esse é o homem da sua vida, pelo menos por hoje – Lois diz batendo uma mão no balcão, apontando a outra para ele.

- Oi – ele diz sem graça.

- Oi – diz Chloe mais sem graça ainda.

Chloe não tem tempo de entender a conversa, Lois coloca na mão dela uma dose de qualquer bebida e a faz beber. Ela não faz perguntas e vira. Lois a segue.

- Sempre faça amizade com o barman, e ele vai te deixar satisfeita a noite toda! – Lois explica. – Sempre faça amizade com os subalternos, mesmo de um lugar assim.

- Esquece que também fui uma repórter? – pergunta Chloe com uma ponta de pesar nos olhos.

- Não!Claro que não!Aprendi com você! – diz Lois

Envaidecida Chloe sorri. Depois puxa Lois para a pista. Se tinha de se divertir, se estava marcado que aquela noite seria a dela, Chloe se jogou de cabeça, dançou com Lois por horas, bebeu e riu muito. Como se estivessem na sala de casa quando crianças. Quando vestiam as roupas da mãe dela e fingiam ser adultas. 

Algum tempo depois quando o corpo desacostumado pediu descanso Chloe se socorreu no bar. Levantou a mão e o seu novo amigo correu para lhe servir mais uma dose.


- Chloe? – chamou uma voz bem familiar, mas surpresa.

Chloe virou em busca daquela voz e viu ele parado alguns passos atrás, saindo da multidão. Alto e loiro! Oliver se aproximou tão surpreso quanto se estivesse vendo um fantasma.

- Ollie! – Chloe diz receptiva. Pra mais espanto ainda de Oliver.

Ele não se lembrava quando tinha sido a ultima vez que tinha encontrado Chloe em algum lugar que não fosse investigando alguma coisa ou alguém.

- Meu professor! – Chloe quase grita , fazendo Oliver dar um pulo e chegar mais perto.

- O que aconteceu, ficou sem conexão? – ele provoca.

- Por quê? – Chloe pergunta com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Por nada!Só achei que tinha deixado a vida social para os mais desocupados. – Oliver se explica , com um sorrisinho encantado no rosto.

- Shii!Não conta pra ninguém, mas essa é minha identidade secreta – Chloe sussurra , fazendo cara de mistério.

O sorrisinho de Oliver se transforma em um enorme sorriso.

- OK!Pode deixar, seu segredo está guardado comigo – ele diz, entrando na brincadeira. – E se me permite dizer, sua identidade secreta está linda essa noite – e elogia abaixando a cabeça, reverenciando e dando ênfase ao elogio.

- Obrigada! – Chloe diz  dando de ombros, mais uma vez, agradecendo ao segundo elogio da noite. – Agora Sr.Queen, vou voltar para a pista e me divertir com o que conseguir, antes que vire abóbora de novo.

- Claro! E Chloe?

- Sim?! – Chloe para e olha para ele.

- Que bom que ouviu meu conselho – ele diz sorrindo com o canto da boca.

Chloe o responde com um grande e sincero sorriso e Oliver a observa voltar para a pista. Não pôde deixar de notar algo de muito diferente nela. Não saberia dizer o que era, mas tudo bem, teria tempo para isso, pelo jeito dividiriam a mesma noite. 

Ainda surpreso Oliver se debruçou sobre o balcão. Virou a dose de tequila que lhe foi oferecida e deixou descer queimando por sua garganta. Gostava da sensação. Era boa. Não era como antes. Que bebia para esquecer, sem se importar com o gosto, e sim com o efeito. 


Agora tudo o que sentia era bom, tudo que lhe fazia se sentir vivo. Até a dor de certa forma era boa.
Havia passado tanto tempo querendo e tentando morrer que agora não queria mais perder tempo. Queria viver e rápido, tinha sede de coisas novas.
 

Por aquela noite, a diversão era suficiente. Chegou ao clube com pompa de rei. Recebeu as regalias que sua fama de playboy lhe proporcionava. Era observado por todos os olhos femininos. Como sempre. E não precisava pedir para ser servido.
 

Todos os clubes da cidade sabiam qual era sua bebida preferida. Tudo era fácil. Muito fácil. E isso tirava um pouco da graça, muito, mas tinha se acostumado. Ele voltou para seu lugar. Lugar onde poucas pessoas tinham acesso, onde era especial. A área VIP.
 

De cima Oliver podia olhar todos. Todos tão sem graça e sem vida. Menos uma pessoa que lhe chamava atenção. Mesmo sem querer Oliver não conseguia tirar os olhos de Chloe. Desde que ela cuidou de seus machucados e desde que ele lhe ensinou a atirar, não conseguia mais olhar para ela da mesma maneira.
 

Os movimentos dela eram gentis e delicados. Como a bailarina de uma caixinha de música. Em câmera lenta. Quase hipnotizado ele não percebeu que era observado bem de perto. Lois o encarou tentando ler as expressões dele e depois de procurar o que ele olhava quase se chocou. Se não achasse graça.

- Ei! Mais respeito! –Lois diz em tom de provocação.

- O que? – Oliver diz saindo de seu transe. – Respeito?Não entendi – ele questiona.
 
- Acho que entendeu sim! – ela diz olhando para Chloe.

Ele nega balançando a cabeça e olhando para trás.

- Estou quase não pedindo o que vim lhe pedir – Lois diz  reservada.

Ela lhe da às costas e finge se despedir, mas Oliver fala a fazendo parar:

- O que é? – ele pergunta curioso.

- Preciso que tome conta dela pra mim – eladiz  já esperando a negativa que viria a seguir.

- Não! Sua prima é grandinha demais – Oliver argumenta, desconfortável com o pedido.
Normalmente era Chloe quem cuidava dele.

- Por favor? Eu praticamente a arrastei pra cá, se eu deixá-la é perigoso ela nunca mais sair de casa. – Lois argumenta, com um sincero olhar de pesar e preocupação.O que fez Oliver balançar.

- Você sabia que depois que Jimmy morreu é a primeira vez que ela sai, pra se divertir? – ela diz  praticamente sentenciando Oliver a aceitar. Depois disso ele não teria como negar.

- Ok! – ele aceita , fingindo descontentamento.

- Ótimo!Ela não precisa saber – Lois orienta  enquanto da um beijo no rosto dele e sai.

Oliver acompanha o caminho de Lois até Chloe. Ele tentou adivinhar o que Lois estaria dizendo, a desculpa que estaria dando para sair em seguida, deixando Chloe sozinha e murcha na pista. 

Era como se ela estivesse virando abóbora mesmo. Fazendo o caminho inverso. Seu brilho diminuiu até quase se apagar e Oliver achou que era hora de entrar em cena. Ele saiu de sua área de conforto, deixou suas companhias interesseiras e foi ao encontro de Chloe. Ela estava precisando dele. 


Mas quando chegou à pista não encontrou a mais. Ele olhou em volta, talvez não estivesse enxergando devido o tamanho dela. Mas ela não estava mais lá, ele saberia se estivesse. O lugar ficou mais triste, o que denunciava sua ausência. Oliver correu para a porta. Na portaria foi abordado pelo segurança que vendo Oliver olhar insistentemente para os lados lhe perguntou:


- Posso ajudar, Sr. Queen?

Oliver olha mais uma vez para cada lado e finalmente dá atenção para o homem.

- Você viu uma loira passar por aqui? – pergunta.

- Loira?Algumas... – responde rindo.

- Não é qualquer loira, ela é especial. Um metro e sessenta cabelos curtos, vestido preto e um batom provocante – descreve rapidamente.

- Por que não disse logo? – responde o grande segurança, sorrindo – Ela passou por aqui com cara de poucos amigos e foi para lá – aponta para a esquina escura.

Oliver dá um tapa de agradecimento no ombro dele e corre. 

Ele vira a esquina e tenta enxergar longe. Apenas algumas pessoas andavam naquela rua. 


Andando cabisbaixa e sozinha na calçada ele vê Chloe. Se segura para não correr, a vontade era de correr, até chegar nela, mas em vez disso segue atrás dela, andando o mais rápido que pode.
Ele também não chama por ela.
Espera estar perto o suficiente para sentir o rastro do perfume dela e estica o braço.
E antes mesmo que ele tocasse o ombro dela, Chloe se vira e espirra um gás de pimenta em seu rosto.
Oliver não tendo tempo de se defender leva as mãos aos olhos.
Chloe se assusta quando percebe quem é e o que fez.

- Oliver? – pergunta ainda tentando acreditar que era mesmo ele.
Sem resposta, pois ele esfregava os olhos tentando se livrar da dor. Ela vai ao socorro dele.
- Me desculpe!Eu não sabia que era você – se explica ela tentando olhar para ele que estava curvado gemendo.
- Eu te ensino a atirar e você anda com gás? – pergunta ele furioso.
- O arco não cabia na bolsa – devolve Chloe a provocação.
- Claro – diz ele. – Oh, meu Deus!Como isso arde – diz ele soltando em seguida um gemido alto e doloroso, quase um grito.
Chloe segura o rosto dele com as duas mãos e o ergue.
Ele tenta abrir os olhos, mas cada movimento seu faz o gás entrar de novo em seus olhos, causando mais dor.

- É melhor lavar – diz Chloe preocupada.
- Nós estamos no meio da rua, Chloe. – esbraveja Oliver.
- Eu sei, mas perto da Torre – explica colocando o braço dele em seu ombro, pra que assim pudesse guiá-lo até a torre.
Oliver não discute, a dor era muito grande e queria se livrar dela o mais rápido possível.
Então agarrou o ombro de Chloe deixando que ela se tornasse seus olhos.
Entraram na Torre de Vigilância e Chloe o deixou a poucos passos do sofá.

- Fique aqui, eu já volto. – diz Chloe correndo para a pequena pia que ficava debaixo da escada.
- Pra onde eu iria se você me deixou cego? – pergunta ele, ríspido enquanto se joga nas almofadas.
Depois de pegar uma pequena bacia de aço e enche-la com água gelada Chloe voltou correndo e a colocou sobre a mesa de centro.
Oliver se retorcia de dor.

- Aqui, eu trouxe água fria – diz ela pegando as mãos dele e guiando até a bacia.
Oliver imediatamente encheu as duas mãos levando ao rosto a água refrescante.
Refez o gesto até que o ardor dos olhos começasse a ceder.
Quando o alivio lhe tomo, ele finalmente se acalmou.

Chloe esperava com uma toalha branca nas mãos.
Vendo que ele ainda não conseguia abrir os olhos ela imergiu a toalha na água, até que ficasse encharcada, depois torceu o suficiente para deixá-la fria.
Depois empurrou Oliver, o fazendo deitar com a cabeça no encosto do sofá vermelho.
Oliver soltou um suspiro de prazer quando a toalha tocou seus olhos.

- Me perdoe – se desculpa mais uma vez Chloe – Eu não queria... Se soubesse que era você não teria...
- Eu sei Chloe! – interrompe Oliver, mais calmo.
- Mesmo assim – insiste ela segurando a toalha no rosto dele.
- Não deveria ter te abordado do jeito que fiz, foi minha culpa – diz ele assumindo o erro.
De repente uma ruga surge na testa dela. Ele não estava vendo então ela podia fazer as caretas que quisesse enquanto tentava entender o que ele fazia atrás dela.
Não conseguindo resposta ela perguntou:
- O que você fazia atrás de mim afinal, Ollie? – questiona.

- Eu? – pergunta Oliver, tentando ganhar tempo até que pensasse em uma resposta.
- Você Oliver!Ou vai dizer que estava ali só de passagem? – questiona Chloe de novo, mas agora num tom firme.
- Não! – nega e não encontrando nenhuma justificativa, pelo menos plausível ele diz a verdade – Lois me pediu pra ficar de olho em você!E eu aceitei, sem saber o que meus olhos sofreriam por isso – diz ele tentando descontrair e tirar a importância do fato.
- Lois simplesmente pediu e você aceitou ser minha babá? – diz Chloe, ficando irritada.
- Não...
- Ou você perdeu alguma aposta – diz Chloe puxando a toalha do rosto dele e se levantando – você pode ir agora.
Oliver se esforça e abre os olhos.
Quando percebe Chloe longe levanta num pulo e vai à direção dela.
Chloe para na frente da porta, praticamente expulsando Oliver.

- Ei, por que o tratamento? – diz Oliver com os olhos apertados.
- Lois não tinha que ter lhe pedido isso. Você não tem nada a ver com meus...
- Claro que tenho – interrompe Oliver, baixando a voz no final.
Chloe sorri. Mas logo devolve a frieza ao olhar.
- Não. E se estiver preocupado com Lois, se preferir, eu digo a ela que me trouxe até aqui – diz Chloe forçando um sorriso.
- Não tem nada a ver com Lois, tem com você e com... – diz Oliver, parando antes que dissesse o que veio em mente. Que não conseguiria deixá-la. Que se importava com sua tristeza – Com meus olhos, isso, com meus olhos – diz ele colocando as mãos nos olhos e dando pequenos passos para trás. Até que seu corpo encontrasse o braço do sofá.
- Qual é Oliver?Você é o “Green Arrow”! Você já sobreviveu a muitas coisas, um pouco de gás não faz nem um arranhão – diz Chloe rindo da encenação.
- É sério!A sua pimenta é diferente de tudo que eu já enfrentei – lamenta Oliver, jogando a cabeça pra trás, pra dar mais ênfase à dor que fingia sentir.
Vendo que ele não desistiria teria que desmascará-lo ela mesma.
Andou até ele e segurou seu rosto de novo.

- Olhe pra mim, deixe-me ver – manda Chloe.
- Não consigo! – responde ele, com a voz apertada.
- Claro que consegue. Abra os olhos Oliver e olhe pra mim. – guia Chloe. Sendo obedecida.
Oliver abre os olhos.
Com ele sentado no braço do sofá ficavam da mesma altura e os olhos de Chloe estavam bem à frente dos seus.

Chloe passa a ponta dos dedos de leve nas pálpebras dele.
- Não disse que estavam ruins? – sussurra Oliver, fechando-os e aproveitando o carinho, o toque macio de Chloe.
- Não estão nem vermelhos – responde Chloe.
- Vermelhos como o seu batom? – provoca Oliver abrindo novamente os olhos.
- Viu, pode até ver as cores – diz Chloe com uma das sobrancelhas arqueadas.
Ela tira as mãos do rosto dele e se afasta, mas Oliver segura seu pulso.
Fazendo Chloe voltar à posição em que estava.

- E tem como não ver seu batom?Eu não pude tirar os olhos enquanto você dançava – se arrisca Oliver.
Chloe sente um frio sair de seu estômago e percorrer sua espinha. O clima tinha mudado muito rápido e ela não tinha se preparado. Sem saber o que dizer ela só, sorri.
Em agradecimento ao suposto elogio.

- Obrigada, eu acho! – agradece desviando o olhar.
Quando o silêncio começava a ficar estranho e constrangedor, ele falou:
- Lembra quando disse que tinha que escutar seu coração e “largar”? – pergunta Oliver olhando nos olhos dela.
Chloe estremece por dentro e confirma com a cabeça.
- Não chegou à hora? De deixar a dor, antes que seu coração endureça e não possa mais voltar – diz Oliver arriscando. Aquele era um assunto delicado. Nunca haviam falado abertamente. E pelo desconforto que via nela temeu que ela corresse.
- Eu estou tentando – diz Chloe, hesitante.
- Posso te ajudar – diz ele intensificando o olhar.
Chloe dá um passo para trás, recuando a investida dele.
Oliver segura seu pulso mais forte, impedindo que fugisse.

- A morte de Jimmy afetou a nós dois, Chloe! Mas você me salvou – relembra Oliver, sorrindo – Me deixe salvá-la também.
Ele puxa a mão dela de volta a seu rosto.
E alcançando o dela passou a mão delicadamente até a nuca e segurando firme a trouxe para mais perto.
Chloe não conseguiu resistir.
Oliver era irresistível Não tinha como combater aquela aproximação.
E queria mais que tudo se livrar daquele sentimento que há meses lhe corroia por dentro.
E ninguém melhor que ele.
Não era forçado, eles se sentiam a vontade um com o outro.
Parecia tão certo e natural que não impediu que ele a aproximasse tanto dele que seus rostos ficaram separados apenas por seus lábios que se roçavam.

- Eu não sei se consigo! – diz Chloe, hesitando.
- Sou eu Chloe! Eu te conheço melhor que ninguém!E sei que você consegue tudo o que quiser – sussurra Oliver na boca dela.
Sentindo a eletricidade de seus lábios, as faíscas percorrerem seu corpo.
Nunca havia desejado tanto aquela linda loira. Que estava a um segundo de ser dele.
Em pouco tempo Chloe parecia ter se tornado parte dele, como um braço ou uma perna.
Sem ela, ele não conseguiria mais fazer nada.
E em apenas algumas noites, alguns momentos juntos ela tinha se tornado mulher para ele.
O beijo que começou hesitante logo se tornou urgente.
Em alguns movimentos Oliver tirou o batom de Chloe e todas as suas armas.
Chloe se entregou ao momento e a Oliver.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Three Heartbeats - Tradução

Essa fic é meio antiga, do final da 8ª temporada (começo da era sombria de Samllville =P). Mas como eu não gostei muito da reação do Oliver quando a Chloe fugiu com o Davis em Beast (acho que não fui só eu, né?), gostei muito dessa fic, mesmo sendo meio sombria também. Espero que gostem.


Spoiler: Até o episódio “Beast”.

Autora: Isabel5

Sumário: Como a autora acha que o episódio “Beast” deveria ter acontecido.

Original: http://www.fanfiction.net/s/5033306/1/Three_Heartbeats

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Chloe sabia que soava melodramático, mas toda vez que ela ouvia a sacola bater contra a parede uma pequena parte dela morria por dentro. Ela caminhou pelo Talon contando os batimentos do seu coração de três em três. Três batimentos para ir do porão aos fundos, outros três batimentos para ir dos fundos ao balcão. Ela levou mais três batimentos para ir do balcão até a porta e pensou se ao fim dessa tarefa ainda sobraria alguma parte dela.

Ao chegar à porta teve que colocar a sacola no chão. Ela se recusou a prestar atenção ao som esguicho e repugnante que a sacola fez quando chegou ao chão e pacientemente ignorou a larga poça de sangue que ficou para trás quando pegou a sacola de volta. Três batimentos cardíacos para chegar à lixeira, sabendo que deveria achar um lugar mais longe de seu apartamento. Mais longe da cidade seria ideal, mas ela não conseguia juntar forças para ir mais longe.

Olhou para suas mãos e para o sangue que agora às manchava. O sangue do homem que ela sabia que a teria assassinado se não fosse por Davis, mas ainda assim não importava. O que importava no momento era que ela, Chloe Sullivan, tinha acabado de se dispor de um corpo.

Chloe foi ao chão ao sentir o peso de tudo cair sobre ela e a sufocar. Com suas costas contra o frio metal da lixeira, ela se permitiu um momento de fraqueza e as lágrimas caíram como se ela tivesse aberto as comportas. Lá no fundo ela tinha que saber que isso aconteceria. Chloe é uma pessoa lógica, ela pode conectar as coisas mais rápido do que qualquer um que conhece. É muito boa em deduzir o que é mais plausível de acontecer em qualquer situação e planejar de acordo. Essa é parte da razão pela qual Oliver lhe deu o trabalho de Watchtower. Mas ainda assim ela nunca previu jogar fora sacolas cheias de partes do corpo na lixeira onde ela jogou fora a lasanha de ontem.

Dizem que as escolhas fazem a pessoa quem ela é. Todas as decisões feitas no decorrer da sua vida, grandes ou pequenas, formam o seu futuro. Ela tinha a sensação de que essa decisão em particular iria fazer mais que formar seu futuro, iria defini-lo.

Quando ela se virou naquela noite, há uma semana, e Davis estava na frente dela, ela ficou aliviada por um segundo. Antes da traição, antes de descobrir o que ele tinha feito, ele tinha sido amigo dela, e morte nunca é algo que você quer para um amigo, especialmente quando está em suas mãos.

Três batimentos cardíacos e a realidade da situação tinha ficado bem aparente para Chloe. Davis tinha voltado dos mortos, então Doomsday tinha voltado dos mortos. As pedras de meteoro não o tinham matado, só serviram para fazê-lo mais invencível, intocável e, nas próprias palavras dele, imortal. A última coisa que Chloe percebeu, descendo de volta os degraus do porão quando cada osso do seu corpo tinha dito para correr, dito para ela pegar as pessoas que ama e ir para o mais longe quanto humanamente possível de Metrópolis, ou no caso do Clark, não tão humanamente possível, foi que ela era a solução. Ela era a única coisa que impedia Davis de sair do seu porão para o mundo real e matar todos que ficassem em seu caminho, até finalmente matar Clark.

As mãos dela tremiam quando ela pegou na maçaneta e ela amaldiçoou todos em que pôde pensar enquanto contou três batimentos cardíacos, e se decidiu. Ao invés de sair correndo, ela se trancou no porão com a besta que uma vez foi seu amigo. Amaldiçoou Faora e Zod por criar Davis em primeiro lugar, por mandá-lo à terra. Amaldiçoou Jor-El por mandar Clark. Amaldiçoou Johnatan e Martha Kent por achá-lo e trazê-lo para casa. Amaldiçoou Lionel Luthor por promover seu pai, o que causou a mudança de Metrópolis para Smallville. Amaldiçoou o professor de sua classe, cujo nome escapou dela no momento, por escolher Clark Kent para levá-la para conhecer o local. Amaldiçoou a si própria por ir tão desesperadamente atrás da verdade por trás de Clark e, eventualmente, descobrir o segredo dele. Enquanto olhava para os olhos frios e calculistas de Davis Bloome, sabendo que havia um monstro espreitando muito perto da superfície para conforto, ela finalmente o amaldiçoou por tudo o que ele fez a ela e tudo o que ela sabia que ele eventualmente faria.

O telefone celular dela vibrou em sua cintura, trazendo-a de volta ao presente e a sensação a fez pular, se engasgando em um soluço. Ela esfregou os olhos e olhou para o telefone; era Davis. Ela apertou ignorar antes de correr de volta para dentro do Talon e para o porão. Se tivesse sorte levaria apenas uma hora mais ou menos para acalmá-lo e então poderia passar o resto da noite esfregando toda superfície disponível com alvejante. Até a hora de a equipe da manhã chegar não haveria nenhuma evidência de que um assassinato brutal havia acontecido lá e Chloe poderia talvez ter algumas horas para dormir antes de ter que ir à Fundação Isis.

Quando Chloe ia abrir a porta do porão ela teve a mesma sensação de sempre. Sua mente dizia para correr enquanto seu corpo tremia com medo não esgotado. Ela ignorou tudo isso, colocou no rosto o maior sorriso que podia compor depois do que tinha acabado de fazer e virou a maçaneta, entrando na toca do leão.

Malabarismo era uma coisa na qual Chloe era boa. Fazer malabarismo com os amigos e a reportagem, com a escola e a reportagem, com a vida e a reportagem e com a reportagem e ajudar seu melhor amigo alienígena a caçar e destruir prisioneiros alienígenas fugitivos de outra dimensão, tudo isso enquanto ajudava Oliver a derrubar os laboratórios 33.1. Em todo esse tempo ela nunca tinha ficado tão cansada como estava agora. Não importava quantas coisas estivessem acontecendo em sua vida, ela sempre arranjava tempo para dormir, mesmo que não fosse por oito horas completas. Mas não mais. Entre abrigar um alienígena assassino em massa e fingir que não estava abrigando um alienígena assassino em massa em seu porão, jogar fora um corpo, seus clientes na Fundação e ajudar Oliver, dormir tinha sido a última coisa em sua cabeça e aparentemente a primeira coisa na dos outros.

“Eu estou aqui há vinte minutos e você bocejou nove vezes.” Oliver falou, fechando a porta do porta-arquivo e suspirando mais uma vez enquanto o fez. Ele tinha implorado com a Chloe quando tomou conta da Fundação, para deixá-lo comprar um porta-arquivo novinho e não rosa, mas ela simplesmente sorriu e o lembrou que eles combinavam com o sofá rosa.

“Não vou nem me incomodar em comentar sobre o fato de que você está contando meus bocejos.” Chloe falou, ao bocejar novamente.

“Bocejos são contagiosos, sabe?” Oliver disse, bocejando. “Então porque você bocejou dez vezes agora, eu também, e eu não gosto de bocejar.” Ele pontuou. Chloe se levantou da mesa e foi até a cafeteira, servindo uma xícara grande e começando um novo pote. “E essa é a terceira xícara de café no mesmo tempo.”

“Oliver, não tem nada que eu possa procurar pra você e enviar pro seu escritório?” Chloe tomou um gole do café. “Você tem que fazer isso pessoalmente?”

Oliver simplesmente sorriu para ela e foi até o já mencionado sofá. “Você está ocupada. Não é nada urgente, só algumas coisas em que quero dar uma olhada.”

Chloe o encarou por um minuto e então semicerrou os olhos. “Deus, como você vence no poker está além de mim. Seu blefe é tão óbvio.” Ela tomou mais um gole do café. “O que você está fazendo aqui?”

“Clark estava preocupado com você.” Oliver admitiu. “Ele disse que você vivia cansada ultimamente, estava começando a esquecer coisas, trocar coisas.”

“Se isso é por causa do computador, o Clark pegou de volta.” Chloe protestou.

“Não é por causa do computador.” Oliver sacudiu a cabeça. “É um pouco por causa do computador. A Chloe que eu conheço nunca colocaria informações tão sensíveis em um laptop e seria estúpida o suficiente para perdê-lo de vista por um segundo.” Os ombros de Chloe caíram e ela esfregou a testa. “Bart disse que você o ajudou a ultrapassar um sistema em Belgrado às duas da manhã.”

“E?” Chloe franziu a testa. “Não é o meu trabalho?”

“É, mas aí o Victor disse que estava com você online analisando pedidos de compras às quatro da manhã e a Dinah disse que você a ajudou com reconhecimento umas cinco e meia.”

“Qual é o ponto, Oliver?” Ela praticamente gritou com ele.

“Meu ponto, mal-humorada,” ele ergueu as sobrancelhas para ela, “é o seguinte: quando foi a última vez que você dormiu?”

Chloe abriu a boca e então fechou rapidamente, lembrando da última vez que tinha dormido. Tinha começado bem, exceto pela estranha sessão de amassos com Davis em um sonho que rapidamente se transformou no pior pesadelo quando ela viu o corpo de Clark desmembrado pendurado na parede do porão. Ela não sentiu vontade de repetir a performance, mesmo que fosse só em um sonho. Isso também a fez perceber que ela não podia baixar a guarda nem por um segundo ou tudo que ela fez teria sido por nada e Davis mataria Clark e depois o resto do mundo. Então sono tinha virado inimigo e café o melhor amigo. “Eu durmo.” Chloe mentiu.

“Uau.” Oliver riu dela. “E você achou que o meu blefe era ruim.” O sorriso dele sumiu e ele bateu de leve no assento ao seu lado. Chloe caminhou até lá relutante e se sentou ao lado dele. “Isso é sobre o Davis?” Ele perguntou calmamente.

O batimento cardíaco de Chloe se acelerou, mas então ela percebeu que não tinha como Oliver saber sobre Davis. Ele enterrou pessoalmente o corpo e não tinha motivo nenhum para acreditar que Davis estava em qualquer lugar além de onde ele o deixou. “Não.” Chloe disse.

“Mentirosa.” Oliver sussurrou, colocando um braço em volta do ombro dela. “Você fez o que tinha que fazer.” Oliver falou. “O que Clark não pôde fazer. Você o salvou, salvou a todos nós.”

“Eu sei disso.” Chloe disse, sua voz baixa e tremendo enquanto as lágrimas beiravam a borda de suas pálpebras. “Mas toda vez que fecho os olhos...” Por mais vergonhoso que fosse, ela não pôde evitar quando os soluços tomaram conta.

“Shh.” Oliver esfregou as costas dela tentando acalmá-la. “Você não pode dormir porque você vê o rosto dele. Porque todo sonho é pesadelo.”

“Sim.” Chloe disse. A primeira coisa completamente honesta que ela disse a ele nesse dia.

“Você está assustada.” Oliver disse. “Você está com medo dele, com medo do que ele fez, você está com medo de si mesma.”

“Sim.” Chloe chorou. “Eu estou com medo o tempo todo.” Chloe finalmente admitiu em voz alta. “Eu estou com medo do que vou ver quando fechar os olhos e eu estou com medo de que quando eu abrir os olhos ele vais estar lá comigo. Eu estou simplesmente com medo.” Oliver a puxou para mais perto, seu coração doendo por Chloe. “Mas acima de tudo eu estou tão cansada.” Ela disse para ele. “Eu estou cansada de sentir medo, estou cansada de sentir culpa, eu estou simplesmente tão cansada, Oliver.”

“Tá tudo bem.” Ele a consolou, seus lábios plantando um beijo tranqüilizador em sua testa. “Tá tudo bem.” Ele disse de novo. “Eu estou aqui.” Ele prometeu para ela. “Não vou a lugar nenhum então por que você não fecha os olhos.” A respiração de Chloe parou em sua garganta. “Só por um tempo, só por um minuto. Eu vou estar bem aqui, vou estar aqui o tempo todo, tá bem?”

Chloe não tinha forças para protestar mais então balançou a cabeça a baixou, repousando-a no ombro de Oliver. Ele a fez dormir murmurando algo que ela não conseguia entender bem e fazendo círculos com a mão em suas costas.

Oliver olhou para a forma de Chloe dormindo, seu rosto relaxado pela primeira vez em semanas. As sobrancelhas dela não mais enrugadas, as linhas em volta dos olhos e da boca dela agora lisas e não enrugadas com preocupação. A boca dela estava levemente aberta respirando profundamente enquanto ela dormia no colo dele e Oliver sentiu a tensão se esvair do seu corpo.

Clark foi quem disse a ele o que Chloe tinha feito, o que ela teve que fazer porque Clark não podia. Clark foi quem primeiro mencionou que não achava que Chloe estivesse dormindo, mas por algum motivo foi Oliver quem tomou a decisão de ir ver se ela estava bem. Era Oliver o único que podia entender como era tirar uma vida pelo bem de Clark Kent. Era Oliver que estava talvez um pouco mais preocupado com o bem estar de Chloe sendo o chefe ou mesmo o amigo que deveria ser.

Ele viu quando a respiração dela se acelerou, a testa franziu e os olhos se fecharam mais fortemente. Ele assistiu quando um pesadelo tomou conta do estado pacífico dela e sentiu a raiva ferver em seu estômago. Ele sussurrou palavras de conforto no ouvido dela, gentilmente esfregou as costas dela e ela relaxou, seu sono se tornando pacífico mais uma vez, mas ainda assim Oliver se enfureceu.

Ele se enfureceu com Davis Bloome, por pedir a ela para fazer o que fez. Enfureceu-se com Clark Kent por não ter a força que Chloe teve. Mas principalmente, se enfureceu consigo mesmo por não saber sobre o perigo, por não ter estado lá para salvá-la, para ajudá-la quando ela mais precisava. Ele jurou que isso não aconteceria novamente, ele não deixaria que ela ficasse nessa situação de novo enquanto ele estivesse por perto para impedir. Chloe estava longe de ser indefesa, um fato que ela era rápida em pontuar para qualquer um que sugerisse o contrário, mas mesmo assim, ela não era a mulher de aço que fingia ser e ele estava determinado a fazer com que ela não tivesse mais que fingir. Enquanto ele formulava um plano para manter Chloe Sullivan o mais segura quanto pudesse, um que beirasse levemente a criação de um modelo em escala de Metrópolis, popular a coisa com atores e tacar Chloe no meio à lá Show de Truman, Oliver lentamente caiu no sono.

Chloe podia se sentir saindo de um sono bem profundo e resistiu a cada passo do caminho. Ela estava mais confortável do que tinha estado em semanas agora e isso tinha menos haver com a coisa levemente atolada em que esteve dormindo, achou que tinha mais haver com o braço forte e protetor que estava em volta de sua barriga. Com o movimento, o braço segurou mais forte em volta dela e uma voz familiar sussurrou palavras de desencorajamento por trás do pescoço dela. “Oliver?” Chloe pensou, confusa, tentando visualizar uma situação em que ela e Oliver terminassem dormindo juntos em algum lugar.

Ela abriu os olhos levemente e viu que a sala estava envolta em escuridão. Luzes aleatórias do lado de fora da janela a mostraram que era noite e havia carros passando por perto e uma fraca luz fluorescente rosa flutuando em frente poderia ser nada mais do que a placa da Fundação Ísis. Lentamente tudo veio à tona. Ela estava trabalhando com o Oliver quando eles começaram a discutir sobre os hábitos de dormir dela e de alguma forma isso terminou com os dois dormindo juntos no sofá rosa estúpido. Ela odiava o sofá rosa e o porta-arquivo rosa que combinava, mas eles incomodavam o Oliver então ela fingiu amá-los.

A dor da cãibra no pescoço dela estava lentamente ultrapassando a vontade de implicar com o Oliver então ela decidiu que na próxima vez que ele se oferecesse para redecorar ela aceitaria a oferta. Oliver murmurou novamente e Chloe voltou à completa consciência. Ela tinha que se lembrar de fazer pouco dele sobre não só o chamego, mas sua relutância em acordar da sesta. Uma luz apareceu na mesa na frente dela e ela franziu a testa até perceber que era o seu telefone e que ele estava chamando. Ela esticou uma mão e o pegou, vendo Talon na tela; seu corpo congelou.

Talon foi o nome que ela pôs no número de Davis para que ninguém o visse no telefone dela e Chloe entrou em pânico. Ela olhou para o relógio na tela do telefone e percebeu que esteve dormindo por quase sete horas. A ligação desconectou e ela viu quarenta e duas chamadas, todas do Davis. Ela se sentou abruptamente empurrando Oliver e fazendo com que ele também acordasse. “O que tá acontecendo?” Ele perguntou grogue.

“São quase oito da noite.” Chloe disse, procurando freneticamente pelos seus sapatos. Eles devem ter caído em algum momento durante o tempo em que esteve dormindo. “Eu não acredito que dormi tanto.”

“Você estava cansada.” Oliver rebateu. “Aparentemente eu também.” Ele passou uma mão pelo cabelo.

“Mas eu tinha coisas pra fazer.” Chloe o encarou acusadora, como a culpa fosse dele. “Eu tenho coisas que preciso... tenho que ir.” Ela sacudiu a cabeça, pegando a bolsa e andou em direção à porta.

“Ir?” Oliver franziu a testa, se levantando. “Chloe, espera um minuto, se acalma.”

“Tranca quando sair?” Ela pediu, e então partiu. Oliver ficou lá sozinho, confuso, e tentando ao máximo não pensar sobre o fato que ele esta foi a melhor “dormida” que ele teve em meses.

“Eu sei, me desculpe.” Chloe abriu a porta do porão com força e desceu correndo os degraus.

“Onde você esteve?” Davis perguntou, chateado. Seu rosto estava pálido, seu corpo todo tremia e ele pareceu reagir visivelmente à presença dela, acalmando-se rapidamente.

“Eu fiquei presa na Fundação e não percebi que horas eram, sinto muito mesmo.” Chloe franziu a testa.

“Eu te liguei tantas vezes.” Ele disse e ela fechou os olhos, envergonhada.

“Eu sei, me desculpa.” Chloe disse. “Mas eu estou aqui agora. Estou bem aqui.” Ela assegurou, sentando na cama improvisada que eles fizeram para ele.

“Eu sei.” Davis sentou ao lado dela e repousou a cabeça em seu ombro, franzindo a testa. Ela tinha um cheiro estranho. Chloe tinha seu próprio cheiro, era uma mistura de seu xampu de romã e aquele leve cheiro de ozônio que sai dos computadores, que Davis amava, mas hoje algo estava diferente. Ele podia sentir romã e podia sentir o cheiro dela, mas sobre isso havia algo diferente. Havia uma pitada de sabonete misturado a um cheiro amadeirado, quase como serragem, presos às roupas e ao cabelo dela, e Davis não gostou desse cheiro. Antes que ele pudesse perguntar a ela o que era, ela começou a passar a mão no cabelo dele, a única coisa que parecia acalmá-lo o suficiente para dormir relaxado, esquecendo o cheiro e simplesmente pensando na Chloe.

Enquanto a respiração de Davis se regulou quando ele caiu no sono, Chloe aproveitou para se acalmar. Ela desperdiçou um dia, desperdiçou um dia inteiro dormindo quando podia ter ficado procurando por uma solução. Ela tinha três opções e nenhuma das três era muito promissora.

A opção número um era uma cura, algo que pudesse separar Davis da besta. Idealmente, se acharia que essa era a melhor, mas Chloe achava que não. Se ela o curasse, o transformando em um cara normal, será que ela estaria fazendo um favor a ele? Ele não mais teria vontade de matar, mas teria a memória de todos aqueles que ele matou, todas aquelas pessoas, e eram tantas. Que tipo de vida era essa?

A opção número dois era a prisão, não a prisão real de Metrópoles, mas a Zona Fantasma. Se ela pudesse de alguma forma mandá-lo para lá ela poderia mantê-lo lá, onde Clark e a humanidade estariam a salvo. Mas ela não tinha certeza se estava pronta para condená-lo a uma eternidade naquele inferno.

A opção número três era assassinato. Se por um milagre ela encontrasse um modo de matá-lo e mantê-lo morto ao invés de voltar mais forte, mas ela também não sabia se podia fazer isso. Ela sabia que se chegasse a fazer isso, como Oliver e como ela já havia feito, ela poderia matá-lo se isso significasse salvar Clark, salvar o mundo. Isso não significa que ela queria e como essa não era a melhor opção no momento, ficou como último caso.

Os dedos dela continuaram o seu ritmo, deslizando pelos cabelos de Davis enquanto pensava sobre o que estava tentando não pensar. Acordar nos braços de Oliver foi algo que Chloe, definitivamente, não esperava. Ela se sentiu segura pela primeira vez em muito tempo e pelos primeiros gloriosos segundos depois de acordar ela conseguiu esquecer-se de tudo exceto a sensação dos braços do Oliver em volta da cintura dela e o novo e familiar frio que isso causava em sua barriga. Durante aqueles poucos minutos não havia nenhum Davis, nenhum Doomsday, nenhum assassinato, nenhum segredo. Só havia ela e Oliver. Então seu telefone tocou, a realidade voltou e isso tudo acabou.

Ela olhou para Davis para ter certeza de que ele estava em um sono profundo o suficiente para que ela saísse e fosse lá para cima por algumas horas, fazer algo para jantar, tomar um banho e passar um tempo pesquisando e possivelmente ajudando Victor e AC com um armazém em Miami, após mostrá-los o quanto ela não apreciou eles terem dedurado ela para o Oliver. Ela levantou da cama e subiu as escadas o mais quieta e rapidamente possível.

Oliver abriu os olhos lentamente, ajustando-se à luz, sentindo sua cabeça latejar e doer. “Oliver, vamos lá cara, acorda.” Jimmy disse, na frente dele. Ele olhou em volta confuso, parecia estar no porão do Talon. Ele não conseguia lembrar como chegou lá primeiramente, até sua cabeça latejar e tudo vir à tona.

Clark tinha vindo ao seu escritório, interrompendo um dia perfeito para lhe dizer que a cova que Oliver cavou e enterrou Davis Bloome estava vazia e Clark temia que ele fosse atrás de Chloe. Enquanto Oliver já estava mentalmente planejando o resgate de Chloe em sua cabeça, Clark estava pedindo a ele que fosse até ela e a mantivesse segura até ele conseguir achar uma maneira de colocar Davis na Zona Fantasma.

Oliver lembrou-se da briga que eles tiveram depois disso. Lembrou de si mesmo gritando com Clark devido a sua covardia. Ele pontuou que o único modo de manter Chloe e todo mundo a salvo era matar Davis. Quando Clark disse que sempre havia outra maneira, outras opções, Oliver riu.

“Outras opções?” Oliver perguntou. “Você quer dizer, fazer com que seus amigos o matem por você?”

“Isso não é justo.” Clark falou mais alto com ele.

“Não é justo?” Oliver gritou. “O que não é justo são todas as pessoas por aí com sangue nas mãos para você poder manter as suas limpas e puras. Isso não é justo.”

Ele tinha sido grosso, mas não errado. Oliver matou Lex quando Clark não pôde, Chloe matou Sebastian Kane e, mesmo sem sucesso, matou Davis Bloome quando Clark não pôde. Agora ela estava em perigo e o melhor que Clark podia pensar era colocá-lo na prisão.

Enquanto ele lentamente voltou à consciência, tentou controlar a situação. Tentou evitar que Jimmy cometesse suicídio com o assassino psicótico enquanto pensava nas informações que tinha. Chloe tinha mantido Davis em seu porão por meses, provavelmente desde que ele cavou a saída da cova que Oliver fez. Ela tinha escondido ele lá embaixo e mantido tudo em segredo.

Será que ela estava protegendo Davis? Essa não podia ser a razão, Oliver se recusava a acreditar que ela estava fazendo isso pelo Davis. Não, Chloe não era esse tipo de pessoa. Mesmo se uma vez ela tenha sentido algo pelo cara, ela não seria capaz de ignorar os assassinatos, o mal dentro dele. Se ele conhecia Chloe, e ele era uma das poucas pessoas que podia afirmar isso com certeza, ela estava fazendo isso pelo Clark. Ela estava ajudando Davis, mantendo ele sob controle para manter Clark, e o resto do mundo, seguro. Ela era tão idiota.

Chloe ligou para Davis e Oliver tentou avisá-la, tentou mantê-la longe e segura, mas ele já havia aprendido que a segurança de Chloe era quase impossível se dependesse dela. Ele simplesmente fechou os olhos e esperou que conseguisse formular um plano antes que ela chegasse lá.

Chloe desligou o telefone, suas mãos tremendo, analisando pela milésima vez se ela estava fazendo a coisa certa, se esse era realmente o caminho a se seguir. Ela sabia pelo Dr. Hamilton que não havia cura, nenhum modo de consertá-lo. Ela ainda não tinha coragem de mandá-lo para a Zona Fantasma, nem o poder para isso, e ela não podia matá-lo. Porém Tess havia denunciado ele e a polícia o estava procurando, era só uma questão de tempo para que ele fosse encontrado, especialmente se ele continuasse passeando por aí como fez naquela tarde. Fugir era a única opção que restava, eles definitivamente não podiam continuar em Smallville.

Ela tinha saído por duas horas e ele já tinha feito reféns no seu porão. Talvez ela devesse entregar tudo. Talvez ela devesse ter contado ao Clark que Davis estava em seu porão e não mandado ele em uma busca fantasma para o Alaska. Não tinha como voltar atrás agora, ela só tinha que chegar ao Talon antes que Davis perdesse o controle. A última coisa que ela queria era ter que se livrar de mais dois corpos antes de sair de casa para sempre.

Pisou mais fundo no acelerador, tentando pensar na melhor forma de faze isso. Deveria se despedir ou simplesmente partir sem deixar vestígios? O que seria melhor para as pessoas amadas que ficariam para trás? Deveria explicar o que estava fazendo, porque estava fazendo isso? Será que eles saberiam? Será que eles a conheceriam bem o suficiente ou simplesmente pensariam como Jimmy, que ela estava apaixonada por Davis e os assassinatos, o monstro, não a incomodavam? Esse pensamento foi como uma facada no coração. Claro que eles já a conhecem bem, saberiam que ela não era assim, não saberiam?

Ela estacionou em local proibido em frente ao Talon, correu para dentro e praticamente deslizou pelos degraus para o porão. Levou o tempo de três batimentos do seu coração para que ela entendesse completamente a cena em sua frente. Davis com as duas mãos, uma em cada lado, na cabeça de Jimmy e Oliver acorrentado a um cano atrás dele, gritando para que ele parasse. “Chloe nunca perdoaria você.” Oliver disse, e para o total alívio de Chloe, Davis largou Jimmy, e ela conseguiu respirar.

“Você está certo.” Davis disse. “Chloe nunca me perdoaria por matar o marido dela, você significa muito pra ela.” Ele se virou para Oliver e Chloe soube o que estava acontecendo provavelmente antes de Oliver. “Vai ter que ser você.”

Mais três batimentos cardíacos, foi todo o tempo necessário para que ela decidisse como sair desse desastre, como consertar as coisas e nesses três batimentos o coração dela se partiu com a idéia. Ela correu para eles, largando a bolsa e a jaqueta para segurar os braços de Davis quando os dedos dele se apertaram ao redor do pescoço de Oliver.

Davis soltou os braços, Oliver inspirou o mais que necessário ar e Chloe o encarou por três batimentos cardíacos, esperando dizer tanto em tão pouco tempo. Ela tirou os olhos dela dos confusos dele e olhou para Davis. “Eu estou aqui.” Chloe disse, movendo ele habilmente para longe de Oliver, para longe de Jimmy. “Eu estou aqui agora, se acalme.”

“Chloe.” Davis caiu sobre ela, abraçando-a fortemente e ela teve que usar toda a sua força reserva para não gritar, não empurrá-lo para longe em desgosto, mas abraçá-lo.

“Chloe?” A voz de Oliver estava magoada e confusa e um com tom de algo que Chloe veio a conhecer muito bem nas últimas semanas, traição. “Chloe, o que tá acontecendo aqui?”

“Eu tenho tudo sob controle.” Ela disse a ele. “Podemos ir agora, deixá-los aqui e sair da cidade, esqueça eles.”

“Não podemos.” Davis sacudiu a cabeça. “Eles sabem que eu estou aqui. Eles sabem que estou com você.” Ele beijou a testa dela. “Ninguém vai acreditar no Jimmy, ele tem um histórico de crises psicóticas e alucinações sobre Davis Bloome, o assino em série. Mas não podemos confiar no Oliver.”

“Podemos.” Chloe protestou.

“Ele vai contar.” Davis rosnou.

“Ele não vai.” Chloe disse ao mesmo tempo em que Oliver decidiu falar.

“Pode ter certeza que eu vou.” Oliver gritou.

Davis se separou de Chloe e suas mãos estavam em volta do pescoço de Oliver em segundos. “Só essa coisa, só essa única coisa e nós podemos ser livres.”

“Ele não é uma coisa, Davis, ele é uma pessoa, ele é meu amigo.” Chloe implorou. “Você não pode simplesmente... ele é meu amigo.”

Algo impediu Davis de quebrar o pescoço de Oliver e o que mais amedrontou Chloe foi que não foi ela. Não foi a presença dela nem nada que ela fez, foi o próprio Davis, ele se controlou. O que aconteceu depois foi a coisa mais surreal da semana, o que quer dizer muito para uma garota abrigando um alienígena assassino em série fugitivo. Davis se inclinou para perto de Oliver, bem ao lado de sua bochecha o cheirou.

Davis precisou de menos de três batimentos cardíacos para se lembrar do cheiro, sabonete e ferragem. O cheiro com que Chloe estava impregnada na outra noite, o cheiro que o incomodou tanto. “Era você.” Davis rosnou.

“Era eu o quê?” Oliver sussurrou, um verdadeiro medo em sua voz.

“Você estava com ele.” Davis virou para Chloe lentamente. “Você disse que estava trabalhando, mas estava com ele.”

“Não Davis.” Chloe deu um passo para frente. “Por favor.”

“O cheiro dele.” Davis cuspiu. “Você estava coberta disso. Ele estava sobre você.”

“Eu não estava.” Oliver sacudiu a cabeça. “Nós só dormimos. Nós estávamos só dormindo.”

Chloe fechou os olhos e Oliver percebeu tarde demais que era a coisa errada a dizer. “Você não toca nela.” Davis rosnou para ele e virou para Chloe. “Eu estava errado antes, não estava?” Ele perguntou. “O Jimmy não é o mais importante pra você, é ele, não é?”

“Davis, você precisa se acalmar.” Chloe implorou para ele.

“Você achou que poderia tirar ela de mim?” Davis perguntou ao Oliver. “Você achou que era bom o suficiente pra ela?” Ela segurou o pescoço de Oliver e apertou com força. “Você não pode. Ela é minha, você tá entendendo? Ela é minha.”

“Ele sabe.” Chloe segurou os braços de Davis e os olhos dele começaram a perder a cor vermelha.

“Ela é minha.” Davis disse.

“Eu sou.” Chloe tentou assegurá-lo. “Eu sou sua.” Ela engoliu o desgosto e o beijou. Ela forçou seus lábios contra os dele e se recusou a soltar até os braços dele ficarem em volta da cintura dela e não ao redor do pescoço de Oliver. “Eu sou sua.” Ela disse, se afastando. “Eu preciso que você vá lá em cima, preciso que você guarde algumas coisas em uma mala ok? Eu vou cuidar deles e então nós poderemos partir.”

“Ok.” Davis sorriu para ela e a beijou novamente.

“Ok.” Chloe balançou a cabeça. “Guarde só as minhas roupas, não preciso de mais nada.”

Davis balançou a cabeça e subiu os degraus. “Chloe, me solta daqui.” Oliver disse. “Me desamarra e nós podemos te tirar daqui, te deixar segura.”

“Não posso.” Chloe foi até ele e apertou as amarras. “Eu vou ligar pra alguém quando estivermos fora da cidade e dizer que vocês estão presos aqui. Não vai passar de uma hora, eu prometo.”

“Chloe, você não está seriamente pensando em partir com esse cara.” Oliver implorou.

“Eu tenho que ir.” Ela disse. “Eu sei o que estou fazendo.”

“Você está tão longe de saber o que tá fazendo.” Oliver sacudiu a cabeça para ela.

“Eu posso controlá-lo.” Chloe disse. “Eu posso manter Davis, evitar que ele se transforme em Doomsday. Enquanto ele for Davis ele não está matando ninguém, não está matando o Clark e não está matando você.”

“Você não pode tomar essa responsabilidade. Isso não é problema seu, ele não é problema seu.”

“Ele pode não ser problema meu,” Chloe sussurrou, “mas até o Clark poder fazer o que precisa ser feito, eu sou a solução.”

“Você não é, Chloe. Não é mesmo.” Oliver implorou, e eles ouviram Davis bater a porta do apartamento de Chloe.

Chloe sorriu tristemente para ele, segurou seu rosto e o beijou docemente. As lágrimas que corriam pelo seu rosto alcançaram os seus lábios, tornando o beijo salgado e agridoce. Ela se afastou ofegante. O que deveria ser uma simples despedida se transformou em muito mais e Chloe não estava preparada para isso. Pelo olhar de Oliver, ele também não. “Eu tenho que ir.”

“Chloe!” Oliver puxou as amarras. “Não faça isso.”

“Eu tenho que ir.” Ela esfregou os olhos.

“Eu vou te encontrar.” Oliver puxou as amarras mais fortemente. “Eu vou fazer o que eu puder pra te encontrar, onde quer que você esteja nesse planeta, ou fora desse planeta. Eu vou te encontrar e te trazer de volta.”

“Não, você não vai.” Chloe sacudiu a cabeça e repousou uma mão no rosto dele. “Ele estava certo, sabe? Eu não sei quando isso aconteceu, mas você é a pessoa mais importante pra mim.”

“Chloe.” Lágrimas se acumularam nos olhos dele e Chloe se afastou.

Três batimentos cardíacos foi todo o tempo que Chloe levou para mudar sua expressão de tristeza para excitação quando Davis chutou a porta aberta. “Pronta?” Ele segurava uma sacola para ela.

“Sim.” Chloe balançou a cabeça, indo para os degraus.

Oliver nunca entendeu o que as pessoas queriam dizer com ‘as coisas se moviam em câmera lenta’, não até aquele segundo, aquele agonizante segundo. Ele podia ver cada movimento, do balançar dos cabelos dela quando ela passou pela saída de ar ao leve toque da mão dela, quando ela estendeu o braço automaticamente para segurar um corrimão que não estava lá. Foi como se tivesse levado uma eternidade para ela subir as escadas, e ele usou esse tempo para memorizá-la. Ele não também tinha certeza de quando isso aconteceu, mas ela também se tornou a pessoa mais importante para ele e não havia nada que ele pudesse fazer para salvá-la. Ele queria se enfurecer, ele queria chorar, queria fechar os olhos para não ter que a ver ir embora, mas não conseguia fazer nenhuma dessas coisas.

Eles chegaram ao degrau do topo, abriram a porta e a cabeça dela se virou para ele. Seus olhos se encontraram por um, dois, três batimentos cardíacos, e então ela partiu.

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