sexta-feira, 16 de abril de 2010

Chloe Sullivan Walked In, Capítulo 4

O último capítulo, finalmente! Demorou pra sair por causa de um pequeno acidente com minha mão esquerda, mas agora tá tudo resolvido. ;D
Espero que gostem da fic assim como eu gostei de traduzir.
Boa leitura!

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--4—

Chloe olhou com pânico cego para o monitor diante dela, o ponto que representava o Arqueiro Verde tinha sumido da tela, indicando que alguma coisa devia ter acontecido com o comunicador dele. Ela não sabia o que fazer. Deveria ligar pro Clark? Oliver disse pra não ligar. E a comunicação interrompida não necessariamente significava que alguma coisa tinha acontecido com ele. Ele podia ainda estar bem.

Ela estava prestes a ligar pro Bart invés disso, sabendo que ele ao menos seguiria suas ordens, ao contrário de Clark. Ela o mandaria pra analisar a situação e reportar tudo pra ela, não tentar consertar imediatamente como Clark faria.

Minutos que pareciam horas depois, Chloe estava prestes a falar com Bart quando Oliver Queen entrou cambaleando, encharcado de sangue, segurando um comunicador quebrado numa mão e a barriga na outra.

“Ai meu Deus.” As palavras vieram por vontade própria, ecoando na sala enquanto Chloe corria pro lado dele, o segurando antes que ele pudesse cair. Ele se equilibrou no balcão e ela se apressou em pegar uma toalha, pressionando-a no canto da barriga dele. Ele se encolheu de dor. Quanto sangue ele tinha perdido?

“Calma, Parceira. Já tive machucados piores.”

Ela o ignorou. Ela não podia aguentar isso, vê-lo coberto de sangue. “Ollie, eu sinto tanto,” ela disse “não devia ter te mandado pra lá sozinho. Não sei o que eu–”

“Não se preocupe com isso,” ele disse através dos dentes rangidos, “Nenhum de nós achou que isso iria dar errado. E eu estou bem. Sério.” Ele disse, assustando-a ao colocar a mão dele sobre a dela, mão com a qual ela segurava a toalha. Ele parecia ter percebido seu erro e retirou sua mão quase instantaneamente, deixando Chloe se sentindo estranha e desconfortável.

“Só—só segure isso aí. Vou ligar pro Emil,” ela disse a ele, pegando sua mão e colocando-a de volta na toalha pra que ela pudesse pegar o telefone.

“Não ligue pro Emil,” ele disse a ela. “Não tem por que. Só pegue o kit de primeiros socorros. Eu mesmo vou fazer o curativo.”

“Não vai,” ela discutiu. “Eu quero que ele dê uma boa olhada nisso. A última coisa que precisamos é que você desmaie por perda de sangue ou perceba que perfurou um órgão vital ou algo assim.”

“Eu não vou desmaiar e não perfurou. Não é tão ruim assim. Sou perfeitamente capaz de cuidar disso,” ele disse firmemente.

“Oliver!” ela quase gritou. “Deixe de ser idiota! Vamos sim mandar dar uma olhada nisso. Aquela bala passou direto por você!”

“Sim, e por isso não tem nenhuma bala pra remover. Tudo que eu preciso é de um pouco de álcool, gaze, e esparadrapo.

“Bom, eu não vou arriscar!” ela vociferou.

Ele a encarou. Então depois de um silêncio longo e hostil, ele disse através dos dentes rangidos, “Sim, você vai. Supere isso. Posso tomar minhas próprias decisões.” Ela ficou parada, atordoada até que ele passou por ela pra procurar o kit de primeiros socorros.

Ela se virou pra ele. “Eu achei que você tinha morrido, Ollie, Tive visões de você morto numa poça de sangue naquele maldito beco pro qual eu te mandei. Então não venha me dizer pra superar isso,” ela despejou as palavras.

Oliver se virou pra olhar pra ela, chocado.

“Vai se sentar agora. Você vai ter o que quer. Não vou ligar pro Emil, mas não vou aceitar você passeando pela sala, apenas se enfraquecendo ainda mais.”

Ele não se moveu.

“Senta!” ela berrou.

Oliver foi até o sofá, retraindo-se de dor enquanto tentava se sentar.

Chloe juntou as coisas pra fazer o curativo e se ajoelhou ao lado dele. Ela cuidadosamente tirou a túnica dele o mais gentilmente possível. Suavemente, ela levou um pano molhado à ferida, limpando ao redor dela o melhor que podia pra ver com que estava lidando.

Ela deu um suspiro aliviado, vendo que realmente não tinha sido um bom tiro. Um pouco pro lado e ele estaria apenas arranhado. Ela não deu a Oliver uma chance de se preparar antes de limpar a ferida com um pano embebido em álcool. Ele gritou em choque, mas ela o segurou firme, sabendo que era mais fácil assim. Não pediu desculpas, apenas continuou em silêncio com seu trabalho. Ela colocou mais e mais gaze sobre o ferimento, formando camadas, pressionando o mais forte que podia, na intenção de que parasse de sangrar até que finalmente conseguiu. Mexeu na mão dele, indicando que continuasse segurando a gaze no lugar. Ela o puxou um pouco pra frente antes de começar a enfaixá-lo, dando uma volta e meia.

Ela tentou cuidar dele sem pensar. Forçou a atividade a ser tediosa e mecânica porque ela não ficava próxima assim dele há mais de um mês, e tocar a pele dele e sentir seus olhos nela era enlouquecedor. Ela desejou que ele parasse. Quanto mais ele olhava pra ela, mais quente o rosto dela parecia ficar. Quando suas mãos finalmente pararam de se mover, não tendo mais nenhuma ocupação pra elas, ele falou.
“Chloe –”

“Você precisa comer alguma coisa e beber um pouco de água,” ela interrompeu, se levantando abruptamente e indo até a geladeira.

“Chloe,” ele repetiu, levantando pra ir atrás dela. Daí ele gemeu e tapou a boca com a mão.

“Você está sentindo náusea por causa da perda de sangue. Está desidratado, então sente de novo,” ela disse a ele. Ele provavelmente sabia de tudo isso, mas não disse nada, apenas seguiu as ordens dela, suspirando ao se sentar.

Ela trouxe uma garrafa de água e um saco de batatinhas fritas. “Aqui.”

Ele os pegou com uma careta. Ignorando as batatinhas fritas ele tirou a tampa da garrafa e bebeu quase tudo de uma só vez. Quando terminou ele abriu a boca pra dizer algo, Chloe o cortou.

“Agora as batatinhas fritas.”

Ele a encarou.

“Coma.”

Com os olhos travados nela, ele irritadamente abriu o saco e comeu uma. Ele engoliu. “Feliz?”

Ela fez que sim, já andando pra deixá-lo.

Oliver quase rosnou de tanta frustração. “Você não pode mesmo nem olhar pra mim?”

Ela se virou pra ele. “Estou olhando pra você.”

“Mas não gosta de fazer isso,” ele reclamou, olhando fundo nos olhos dela, tentando encontrar a resposta que ele estava procurando em algum lugar dentro deles. Porque ela não o queria?
“Você está certo,” disse baixinho, se virando mais uma vez e indo colocar mais café pra ela. “Coma a batatinha frita,” ela disse no exato momento que ele estava começando a colocar o saco de lado.

“Sabe, não gosto que você fique mandando em mim assim.”

Houve uma pausa. “Me desculpa.”

Ele ficou surpreso com a simplicidade disso, tendo esperado uma resposta mais sarcástica. Brigar com Chloe era simples. Isso não era brigar, no entanto. Ele não tinha muita certeza do que eles estavam fazendo.

Ela deu uma olhada rápida nele, o peito doendo. Ela não tinha mentido. Tinha realmente achado por um horrível instante que ele estava morto... Que ela tinha feito com que ele fosse morto.

Oliver percebeu a expressão dela e isso o confundiu ainda mais. “Porque você está me olhando assim?”

Os olhos dela vagaram pra longe, incertos. “Só estou feliz por você estar bem.” Ela não podia dizer quanto tinha ficado assustada. Seus olhos se fecharam na tentativa de afastar o sentimento. Por alguns instantes terríveis, ela sentiu como se tivesse perdido tudo que era importante pra ela.

Oliver a estudou antes de ceder à frustração. “Que droga, Chloe. Que diabos?”

Ela levantou a cabeça pra olhar pra ele, surpresa.

“Qual é o problema comigo que faz você se recusar a sequer considerar a idéia?”

A boca dela abriu em confusão.

“Eu não entendo! Me explique, Chloe. Você obviamente gosta de mim ao menos um pouco. Porque é uma idéia tão horrível ter um relacionamento de verdade comigo? Quero dizer, não é como se aquilo entre a gente fosse apenas sexo casual ou algo assim. Somos bons amigos demais pra isso e temos história demais pra isso. Havia laços envolvidos desde o começo, você reconhecendo-os ou não. Então o que tem de tão errado em mim? Como você pode simplesmente ficar parada aí e me dizer que não sente nada por mim?”

“Eu—Eu—” Chloe gaguejou, não sabendo como explicar pra ele. Quando ela disse que não podia, ela nunca tinha pensado que ele iria interpretar assim, como se tivesse algo errado com ele. “Oliver, não acredito que não tenho um jeito melhor de te explicar isso, mas não é você, sou eu.”

Ele a encarou.

“Eu te disse,” ela sussurrou suplicante. “Não tenho nada pra te oferecer, Ollie. Não tenho nada mais pra dar.”

E finalmente as palavras dela assumiram o significado correto na cabeça dele. “Ah, Chloe,” ele a olhou mortificado. “Chloe, não. Você não tem que –não. Porque faria –Deus, não.” Ele se levantou do sofá, lentamente dessa vez, se preparando pra uma onda de náusea que por sorte não veio. Ele se aproximou dela com cuidado, temendo que ela escapasse. “Ah, Chloe. Eu não quero que você se despedace ainda mais por mim” ele disse a ela. “Eu só quero que você me deixe entrar um pouco. Talvez te dar um pouco de mim.” Ele estendeu as mãos tentativamente pra colocar o cabelo dela atrás da orelha.

Com essas palavras, o corpo de Chloe tremeu enquanto ela respirava fundo e desmoronava em cima dele, soluçando. Ele a envolveu com seus braços, imaginando como ela podia sequer pensar que ele deixaria que ela se machucasse, antes de perceber que todo relacionamento dela não fez nada além de arrancar pedaços, dando nada em troca pra ela. Ele a segurou mais forte, prendendo-a contra o peito dele como se ela fosse desaparecer se ele a soltasse. Quando ele disse que queria mais, ele quis dizer que queria dar mais de si, não tirar mais dela. “Chloe,” ele disse suavemente, “por favor.”

Mas ela ainda estava chorando, ainda murmurando repetidamente, “Não posso. Simplesmente não posso.” O instinto dele era discutir, dizer que ela podia ou que ela devia tentar, mas sabia que não iria ajudar em nada. Ele segurou seu queixo pra fazer ela olhar pra ele, e ele envolveu seu rosto com as mãos, secando as lágrimas como os dedos.

“Mas eu posso,” ele disse a ela, inclinando-se para beijá-la. A reação foi instantânea. O que era pouco mais de um mês passou a se parecer com anos enquanto eles percebiam o quanto seus lábios sentiram falta um do outro. Chloe estremeceu com o beijo, e finalmente entendeu que tinha sido mais difícil e mais doloroso pra ela tentar ficar longe dele. Ela vinha ignorando o que realmente precisava.

“Ah, meu Deus, eu senti sua falta,” Oliver sussurrou contra a boca dela.

“Senti sua falta também,” ela confessou, os olhos ainda fechados.

“Olha pra mim,” ele disse, se afastando um pouco. Os olhos dela abriram. “Não vou pedir mais do que você pode dar, ok? E eu não vou aceitar nada sem dar algo também. Eu sei que você se machucou. Nós dois nos machucamos. Mas isso não significa que tem que ser assim com nós dois.”

Havia essa palavra, aquela que a fazia querer fugir para as montanhas: ‘Nós.’

Ele viu o pânico a ameaçar. “Não vou deixar você fugir de novo.”

Ela não respondeu.

“Eu sei que você está com medo, e sinto muito por não ter entendido isso antes, mas eu prometo que não importa o que aconteça, eu não vou embora. Talvez não dê certo, mas eu não vou embora. Voltaremos a ser amigos.”

Chloe nem tinha certeza se amizade era possível depois disso.
“Ah, Parceira, você sabe que eu sou teimoso o bastante pra fazer dar certo.”


Finalmente, ela concordou, e Oliver soltou o ar que ele nem tinha percebido que segurava. Ele beijou a testa dela, depois o nariz e por último seus lábios de novo.

“Sabia que eu quase fui pra Antártida por sua causa?” ele brincou, apoiando a testa na dela.

Ela riu exaustivamente. “Antártida?”

“Mmhmm. Então nunca mais me abandone assim.”

“Porque pra Antártida?”

“Não sei. Pinguins?”

“Como os pinguins teriam ajudado?”

“Você acha mesmo que eu estava sendo racional?”

“Bom, só estou tentando entender por você iria pra Antártida.”

“Você faz perguntas demais.”

“Então me cale.”
Oliver obedeceu prontamente, imaginando que tinha merecido essa.

3 comentários:

  1. MORRI!
    Eu sei que deve dá muito mais trabalho traduzir fics com mais de um cap, mas elas são sempre adoráveis né?
    fica aquela expectativa deliciosa
    adorei =)
    ollie, cale a chloe pra sempre \o_ (L)

    Mônica

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  2. hahahahha

    “Então me cale.”
    Oliver obedeceu prontamente, imaginando que tinha merecido essa.

    ahuahua a melhor parte!!!

    Letícia

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  3. Ai, eu sabia que a preocupação faria Chloe ceder rapidinho!...hehehe
    E eu adorei essa encanação do Oliver em querer saber por que ela não o queria.

    "Então me cale"...essa é minha garota.
    Final perfeito!

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