Strings That Tie To You

Titulo: Strings That Tie To You 

Autora: Roberta Clemente

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Resumo: O rumo inesperado do dia e estava fazendo Chloe duvidar de si mesma. Mas no final algo ou alguém poderia mudar tudo.

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Chloe encarou a porta fechada do elevador por um minuto inteiro antes de ter vontade de sair daquele cubículo. Aquela talvez seria sua ultima chance de ficar sozinha e queria aproveitar cada segundo antes de sair e enfrentar perguntas que não queria responder.

Tudo parecia estar caminhando a exata perfeição quando no ultimo instante o chão sumiu debaixo dos seus pés. O único problema era que não poderia culpar ninguém, a não ser a si mesma. Afinal a decisão de voltar ao mundo do jornalismo investigativo havia sido sua e só sua.

As lembranças da ultima hora foram demais, obrigando Chloe a buscar ar do lado de fora. Ela empurrou a porta do elevador e respirou fundo, tentando manter o estomago no lugar. Talvez estivesse em choque afinal.

-Chloe? - Oliver chamou por ela, entrando na sala, vindo do escritório onde esteve fingindo trabalhar enquanto esperava ansiosamente. - Então, como foi?

Chloe abriu a boca e olhou para ele, mas não conseguiu dizer nada diante do seu entusiasmo.

-Uau. Você gastou todas as palavras existentes no seu artigo? O segundo de primeira capa em menos de 24 horas, eu devo acrescentar - Oliver pontuou com uma reverência. Não conseguia se conter o orgulho que sentia da sua esposa, que havia escrito o artigo do ano ao denunciar um esquema de corrupção gigantesco no estado da Califórnia. Só que no momento ele era o único comemorando. - O que foi? Ele escapou?

-Não. - Chloe respondeu em um pequeno sussurro. Ela ficou de costas e começou a tirar os saltos.

-Por que se foi isso, talvez você queira repensar sobre a ajuda do time.  - ele deu um passo na direção dela.

-Não.

-Chloe, eu sei que era uma questão de honra pra você poder separar a Watchtower da jornalista, mas as vezes...

-Não. - Chloe o interrompeu rispidamente, mais do que ela pretendia. Ela olhou novamente para ele. - Katsuro não fugiu. A policia cercou a mansão onde estava se escondendo com a família e ele... se matou.

Oliver engoliu seco, pego de surpresa com aquela informação. Não que devesse. Há algum tempo era considerado normal um homem da nacionalidade de Katsuro dar a vida em troca da própria honra.

-Chloe. No Japão até algum tempo atrás...

-Na frente da família. - Chloe explicou fechando os olhos para não chorar, de novo. - Esposa e dois filhos. Crianças... - e terminou não se contendo. Ela levou uma mão a boca e chorou.

-Oh, Chloe, - Oliver correu até ela e a abraçou apertado. - Eu sei o que está se passando na sua cabeça agora. Então não. Não ouse se culpar por isso. - Eu sinto muito.

Chloe chorou mais ainda. Ela fechou os dedos na camiseta dele e chorou toda raiva que estava sentido de si mesma.

-Esse é o seu trabalho, expor a verdade. O que um criminoso faz ou como ele reage a justiça, não é culpa sua - Oliver disse contra os cabelos dela. - Eu tenho muito orgulho de você.

-Obrigada, mas eu tomei uma decisão, - Chloe se afastou do peito dele e secou algumas lágrimas. - E vou pedir demissão amanhã.

-O que? - Oliver acompanhou em choque Chloe se afastar dele. - Você vai pedir demissão?

-Sim. Eu vou - ela confirmou com determinação e se abaixou para pegar os sapatos descartados no canto.

-Você não pode. Não assim de cabeça cheia.

-É? E o que vai estar diferente amanhã? - Chloe quase gritou. - Katsuro ainda vai estar morto e aquelas crianças ainda vão estar com as imagens da morte dele na cabeça. Nada vai mudar e eu não quero mais isso.

-Chloe, por favor. Você ama o que faz. É seu sonho e você demorou tempo demais pra se permitir vivê-lo de novo.  - ele tentou convencê-la. Não podia ficar de braços cruzados e deixá-la cometer este erro.

-Meu sonho é fazer do mundo um lugar melhor. E eu consigo isso com a Liga, sendo Watchtower. Acho que no fundo eu quis abraçar o mundo, eu sempre fiz isso, só que eu não sou forte. - Chloe correu a mão pelo cabelo, se sentindo angustiada e frágil. -É muita responsabilidade.

-Eu sei como você deve estar se sentindo agora. Exatamente por tudo o que disse, mas você não pode tentar controlar a mente de um criminoso. Sem o seu artigo ele continuaria ganhando dinheiro com o sofrimento de centenas. O mundo precisa das suas palavras também. - Oliver disse sinceramente olhando nos olhos dela.

Chloe o encarou de volta, em conflito. Era apaixonada pelo jornalismo, estava excitada pelo recomeço, mas não aguentaria suas consequências. Não quando seu outro trabalho exigia tanto dela, deles. E não neste momento.

-Eu já me decidi - ela reafirmou calmamente sua decisão e se afastou dele, caminhando firmemente na direção do quarto.

Oliver pensou em impedi-la de sair da sala e daquela conversa, mas decidiu contra. Talvez fosse melhor deixá-la sozinha para que pudesse pensar. Ele suspirou fundo e também foi na direção do corredor, mas em vez de ir para o quarto entrou em seu escritório e fechou a porta.

Durante os próximos trinta minutos ele pensou e repensou sobre os últimos meses em Star City. Estava sendo difícil retomar o controle de sua empresa e vida como um local, Chloe vivia pressionada para mostrar serviço no principal jornal da cidade e para provar que servia para ser uma Queen, mas eles estavam tirando o desafio de letra. Eram ótimos no que faziam e uma equipe quase imbatível.

Oliver desligou o computador e deixou a sala, não conseguiria trabalhar de qualquer jeito e já tinha dado tempo suficiente para Chloe tomar um longo banho. Ele deu um empurrão leve na porta do quarto e olhou para a penumbra do lado de dentro. Chloe estava deitada de costas para a porta e para o seu lado da cama.

Ele entendeu a mensagem, mas preferiu ignorar. Sem se importar em ser cuidadoso Oliver engatinhou até Chloe e deitou ao seu lado, encaixando seus corpos.

-Você sabe que eu vou sempre te apoiar, não é? - ele perguntou contra os cabelos dela.

-Sim. Eu sei - Chloe respondeu baixinho, sentindo a mão dele na sua perna.

-É por que eu te amo e quero te ver a pessoa mais feliz do mundo. Então eu me vejo na obrigação egoísta de te dizer que você vai cometer um erro se afastar o jornalismo mais uma vez da sua vida. - Oliver disse sinceramente. Diante do seu silêncio ele se inclinou e deixou um beijo demorado na nuca dela. Por um segundo ele teve medo de estar forçando, mas ela alcançou sua mão e entrelaçou os dedos nos seus. - Boa noite, Chloe.

A noite passou rápido para os dois. Chloe se viu tão cansada que adormeceu em poucos minutos. Oliver aliviado pegou no sono depois de velar o sono dela por algum tempo. De manhã ele ficou surpreso por acordar sozinho na cama. Ele olhou para o relógio e para a janela, estava começando a clarear, Chloe não deveria estar fora da cama.

Ele levantou correndo e procurou por ela fora do quarto. No andar de cima apenas o leve som do ar condicionado era claro, só quando começou a descer os primeiros degraus pôde escutar os estalos suaves  de dedos ágeis contra um teclado. Ela estava trabalhando.

Surpreso ele se aproximou e a encontrou sentada no sofá com seu antigo laptop laranja no colo. Era uma visão tão familiar que Oliver sentiu o peito apertar de emoção. Aquela era sua esposa, fazia parte de quem ela era.

-Trabalhando? - ele perguntou em um tom baixo de voz. - E sua decisão de se demitir?

-Acontece que meu editor não foi avisado e me ligou há uma hora aos berros - ela respondeu sem olhar para ele.

-Aos berros? - Oliver cruzou os braços. Aparentemente também estava cansado, a ponto de não escutar o telefone.

-É. Eu tenho cinco minutos para enviar a matéria sobre o desastre que foi a prisão do Katsuro se quiser que ela seja capa do jornal de hoje  - Chloe explicou rapidamente, parando apenas para alcançar sua caneca esquecida na mesa de centro.

-Capa? - Oliver ergueu uma sobrancelha, se sentindo um pouco mais alerta. - É isso que você quer?

-Sim. - Chloe olhou para a tela mais uma vez e bateu o indicador sobre uma tecla, enviando o texto para o email do seu editor. Deixando o computador de lado ela deu um meio sorriso e ficou de pé.

-Você mudou de ideia, não é? - Oliver perguntou cerrando levemente os olhos. Era como se a tensão da noite passada tivesse sumido.

-Mais ou menos - ela respondeu vagamente e passou por ele, indo para a cozinha.

-OK. Eu ainda estou meio devagar - Oliver apontou o caminho as suas costas, fazendo referencia ao quarto. -Então se quiser explicar para o resto da classe.

Chloe abriu a geladeira e pegou uma caixa de dentro. Ela caminhou lentamente até o outro lado e tirou um garfo da gaveta.

-Claro - ela começou, abrindo a caixa, pegando uma quantidade generosa de torta de chocolate.- Mas primeiro eu queria agradecer o apoio que você sempre me dá.

Oliver sorriu e assentiu, aceitando o agradecimento em silêncio. Ele se aproximou dela lentamente.

-Sempre que precisar. Você está comendo em vez de pegar mais um refil de café? - ele perguntou distraidamente enquanto olhava a caixa de torta.

-Eu estou com fome? - ela respondeu defensivamente, colocando uma garfada de torta na boca de forma provocante.

-Bem. Agora eu também estou  - ele disse roucamente, segurando o quadril dela, se inclinando para saborear o chocolate nos lábios dela. - Fala comigo.

A expressão dela ficou séria novamente e Chloe precisou respirar fundo antes de começar.

-Eu sinto que reagi mal ontem, sobre tudo, - Chloe revirou os olhos para si mesma. -É claro que eu tenho direito de ficar magoada, mas não precisava ter sido tão extrema. Me desculpe.

-Você não tem que se desculpar - Oliver segurou o queixo dela.

-Acho que surtei por que... Eu preciso te contar uma coisa muito importante. - Chloe ficou agitada de repente.

-O que? - Oliver perguntou com preocupação.

-Eu amo minha profissão, amo os resultados de uma matéria bem escrita e uma boa história. Só fiquei com medo que esse lado negativo me afetasse justo agora que... - Chloe sentiu o coração bater contra o peito.

-Agora que o que, Chloe?

-Que eu estou grávida - ela confessou e segurou o ar.

Estava guardando aquela informação há dois dias e era sua intenção compartilhá-la na noite anterior, enquanto estivessem comemorando. Só que tudo deu errado e ela não quis falar, não estando terrivelmente triste e culpada.

-Você. - Oliver balbuciou sem conseguir pensar em uma segunda palavra. Nada no mundo o prepararia para escutar aquilo.

-Ollie? - Chloe ficou ainda mais nervosa diante da expressão ou falta de expressão no rosto dele.

-Por isso o surto? - ele conseguiu perguntar.

-Sim. - ela deu um passo para longe dele e olhou para as próprias mãos, que estavam grudadas uma na outra. - Por mais que eu ame meu trabalho eu não quero ser afetada daquele jeito cada vez que algo der errado. Não me faz bem, e se não faz bem a mim não faz para o bebê. - ela arriscou de novo um olhar para ele. - Vou mudar minha carreira e ser menos... investigativa.

-Bebê? - finalmente um sorriso rompeu o choque e se fixou no rosto de Oliver. - Um bebê, nós vamos ter um bebê? Pra nós dois? - ele gesticulou entre eles.

-Deus, eu espero que sim - Chloe respondeu, se sentindo um pouco mais aliviada.

Oliver riu e se inclinou, puxando Chloe para o seu peito. Ele não conseguiu parar de rir enquanto a abraçava apertado. Um filho, teriam um filho. Aquela era a melhor noticia do mundo.

-Deus, como eu te amo. - ele declarou segurando o rosto de Chloe entre as mãos.

-Eu também te amo, tanto - Chloe respondeu do fundo do coração. Agradecia todos os dias por tê-lo ao seu lado, para os momentos difíceis como na noite passada e para os momentos que de felicidade que mudariam sua vida, como agora.

Ele se inclinou ao mesmo tempo em que ela ficou na ponta dos pés e eles se encontraram no meio do caminho para um beijo cúmplice.

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