Titulo: Hello, My Old Heart
Autora: Roberta Clemente
Banner: Roberta Clemente
Classificação: NC-17
Nota: Minha intenção é dividir essa fic em três partes, dois pontos de vista e um com os dois, mas veremos qual o andamento. A história vai de 9x06 até 10x15, após isso é por minha conta.
Resumo: .Deveriam estar comemorando o primeiro aniversário de casamento, mas ao invés disso Oliver apaga Chloe da sua memória.
10
Podia sentir o cheiro dela invadindo seus sentidos, a pele macia onde seus lábios e dedos estavam repousados. O silêncio era tão confortável
e combinava com o calor que os dois corpos juntos criaram naquela longa e ao
mesmo tempo tão breve noite. Oliver não quis abrir os olhos, há semanas não se
sentia assim, despreocupado e sem pressa. Se fosse honesto não se lembrava de
ter sentido isso um dia, sem o mundo nas costas, sem o peso de todas as suas
decisões e principalmente erros.
Não saberia dizer em qual momento da noite resolveu invadir o
espaço pessoal de Chloe, mas no momento não estava se importando. Não quando
pareciam tão perfeitamente encaixados e feitos um para o outro. Precisou desde
sempre garantir sua própria segurança, sua zona de conforto, mas ali, com ela
em seus braços tudo isso vinha de forma natural. Estava começando a entender o
porquê de toda a sua loucura por aquela mulher.
Sempre viu no olhar de Chloe essa segurança, foi por isso que a
recrutou para o seu time. A embalagem pequena não passava de um disfarce para a
força da natureza que Chloe Sullivan era. Sempre soube e foi por isso que confiou
nela, Chloe era a mulher que queria ao seu lado em uma emergência. Seus olhos
sempre emanaram fidelidade, força, o coração que lhe faltava em muitos
momentos. Nunca foi cego, Chloe não era uma pessoa comum, nascida para
banalidades e simples existência.
Um sorriso rompeu sua resistência à consciência quando se
imaginou sendo arrebatado por ela na primeira noite juntos. Quando achou estar
surpreendendo com suas jogadas e foi arrasado por essa mulher arrasadora. Isso
por que só tinham dormido abraçados, imaginou como seria se naquela noite na
cozinha tivesse ido até ela. Teria se apaixonado pela segunda vez? Teria?
Achava que sim.
Quando percebeu estava afundando o nariz nos cachos loiros,
apertando seu abraço em volta dela, se inclinando mais sobre o seu corpo
pequeno e quente. “Bom, dia”, disse contra sua nuca e colocou o edredom
entre eles, saindo devagar da cama.
Queria tanto se lembrar dela, deles, acordá-la com um beijo e
ter a vida que ela dizia que eles tinham. Daria tudo para se lembrar, mas não
conseguia e esse buraco continuava lhe roubando o momento presente. Chloe
merecia mais, na verdade desconfiava de que ela merecesse tudo.
Voltou para o seu quarto de repente frio e tomou um banho
rápido. Precisava resolver algumas coisas no escritório antes que Chloe
acordasse. Ela estava melhor, mas queria passar o dia a sua disposição para que
ela pudesse continuar descansando. Além disso de tempos em tempos um problema
lhe vinha a mente. O seu novo investidor. A visita dele a suas instalações, ou
a partes muito bem escolhidas dela, era na verdade uma desculpa para vê-lo de
perto e acabar com uma suspeita, ou confirma-la.
Foi para a sala em vez do escritório e deixou o som baixo da
TV lhe fazer companhia enquanto se atualizava. Muita coisa podia mudar no mundo
dos negócios em apenas um dia e havia feito à escolha de passar o dia anterior
com Chloe, sem internet, telefone ou contato com sua secretária. Faria de novo,
é claro, mas agora tinha muitas informações para absorver.
“Oi”, Chloe chamou do hall. Tinha dormido como uma pedra e
acordado sozinha e meio desorientada. “Oliver?”.
Oliver tirou os olhos da tela do computador em seu colo e
olhou para ela, meio surpreso. “Oi”, ele olhou em volta e para o relógio na
tela da TV, que marcava dez da manhã. Ele estava li há três horas. “Você
levantou?... Claro, são dez da manhã e eu não fiz o seu café. Você deve estar
faminta.”
Chloe deu um sorriso para a falta de jeito dele e se
aproximou fechando o cinto do robe. “Na verdade, eu não estou com fome... Só de
café, é claro”, ela se corrigiu enquanto se sentava ao lado dele no sofá.
Queria se aninhar em seu peito, mas de novo se impediu de fazer isso. Acordar
durante a noite e sentir Oliver abraçado a ela foi como um sonho que sabia que
acordaria querendo mais.
“Isso significa que você está bem?”, Oliver riu e olhou nos
olhos dela, sentiu um pouco do calor da sua presença e sem pensar muito passou
um braço em volta dela, puxando Chloe para mais perto. “Sério. Como você está
se sentindo?”
Seus dedos agarraram a camiseta dele, Chloe se acomodou ao
seu lado e deixou sua cabeça descansar sobre o peito largo dele, como sempre
fez. “Melhor”, ela fechou os olhos e fingiu que nada havia mudado, que aquela
era a pessoa que mais a amava no mundo, que olharia para ele e sem precisar
dizer nada ele se inclinaria e lhe beijaria. “Obrigada por ficar comigo”, ela
abriu os olhos e olhou para ele.
Quis se inclinar e quis mais que tudo beija-la, mas aquela
voz grave em sua cabeça ainda lhe dizia que não era a hora. Que ainda precisava
consertar um monte de coisas e burradas para ter direito a toca-la como ela
merece. “Não precisa agradecer. Ainda mais por que eu não fui nada legal,
tirando seu espaço.”
Chloe deu um sorriso pequeno e olhou para as próprias mãos.
Podia ficar decepcionada, mas não queria demonstrar. Então deu de ombros e
suspirou bem alto. “Tudo bem. Eu já me acostumei a dividir não só a cama com
você, mas o travesseiro também.”
Oliver mordeu o sorriso. “Aposto que você quis voltar a
dividir o Talon com sua prima depois de descobrir que não roubo só a coberta.”
“Sei lá”, Chloe cruzou os braços para dar mais dramaticidade
a sua atuação. “Acho que tenho o dom para mártir mesmo, por que você fica com
metade do meu travesseiro desde a primeira noite que passamos juntos”.
“Por que você se casou comigo?”, Oliver perguntou se sentindo
um pouco envergonhado. “Quero dizer, por que você continuou casada comigo
depois que o feitiço by Zatanna passou?”.
Chloe apertou os lábios um contra o outro e considerou. “Bem.
O sexo era razoavelmente bom”, ela respondeu e deu de ombros mais uma vez sem
olhar para ele. “E eu estava desempregada, sem meu lugar na Watchtower, sem
teto. Não tinha muito o que fazer para me ocupar”.
Oliver a soltou e cruzou os braços. “Deus, mulher. Esqueça
que fiz essa pergunta. Acho que meu ego não aguenta tanto”, ele se afastou dela
fazendo o mesmo drama. O silêncio foi quebrado pela risada curta dela e Oliver
não conseguiu se manter no papel de ofendido e olhou para Chloe do outro lado
do sofá. “Você é má”.
Chloe mordeu o sorriso e se aproximou dele. Aparentemente
algumas coisas não podiam ser mudadas por uma pancada na cabeça, como a
tendência a fazer drama do seu marido. “Se eu disser que foi por causa do seu olhar
castanho, por me sentir segura e eu mesma cada vez que você olhava para
mim...”, ela levou uma mão ao rosto dele, há tanto tempo não o tocava. “e que o
sexo era mais do que bom, eu ganho café da manhã?”.
Oliver gargalhou colocou a mão sobre a dela, virando a cabeça
para deixar um beijo demorado em seu pulso. “Você já disse”, ele falou sobre
sua pulsação e olhou em seus olhos verdes. Chloe era muito mais do que esperou
quando acordou no hospital semanas atrás e estava começando a acreditar que ele
também. Ela estava lhe convencendo disso. “Vou fazer alguma coisa para você
comer e já volto”.
Oliver apertou sua mão antes de levantar e Chloe sorriu.
“Obrigada. De repente comecei a sentir fome. Acho que meu estomago está se
recuperando”, ela olhou distraída para os papeis espalhados sobre a mesa de
centro. “O que é tudo isso?”
Pegando uma panela em um dos armários Oliver olhou sobre o
ombro. “Era para ser uma pesquisa, mas na verdade virou uma grande bagunça.
Acho que perdi o jeito para stalkear possíveis investidores da IQ”.
Chloe ergueu uma sobrancelha, agora realmente interessada.
“Duvido, mas, por favor, conte-me. Quem é esse investidor?”.
Oliver colocou algumas frutas sobre o balcão. “Ele é inglês e
está em Metropoles para conhecer nossas instalações. O nome dele é...”
“Jack Portman”, Chloe respondeu por ele e levantou o olhar da
pasta que tinha nas mãos. “Está aqui”, ela se encolheu.
Oliver sorriu e continuou. “Acontece que eu o convidei para
ver o que eu quero que ele veja e poder tirar essa cisma, o que não dá pra
fazer com um oceano entre nós... Sei lá, acho que essa sensação na verdade é
totalmente infundada”.
Chloe olhou para os papeis com outros olhos. “Você quer que
eu faça uma pesquisa sobre ele?”
Oliver parou o que estava fazendo e olhou para Chloe.
“Absolutamente, não. Chloe você está doente e precisa de comida, não de
trabalho”, ele respondeu enfaticamente e voltou a cortar a maçã que tinha na
mão.
“Eu sei, você tem toda razão, mas Oliver, se você está
preocupado eu estou e não é como se eu não tivesse feito isso para você outras vezes”,
ela levantou uma sobrancelha. “Você já usou minhas habilidades outras vezes
para pesquisa industrial e vai levar só alguns minutos, eu juro”.
“Chloe. Você deveria estar na cama agora, se cuidando e não
cuidando de mim”, Oliver argumentou, mesmo sabendo com quem estava falando, a
pessoa menos egoísta e mais altruísta que conhecia. “Então, por favor. Relaxe e
espere sua comida chegar”.
“Ok. Mas e se eu prometer pesquisar apenas enquanto você
prepara meu café e nada, além disso?”, Chloe tentou negociar. Ainda estava se
sentindo doente, Oliver tinha toda razão em querer que fosse devagar, mas não
conseguiria relaxar sabendo que ele estava preocupado com um possível
investidor.
Oliver colocou as mãos sobre o balcão e a encarou. Chloe
estava abatida, mas o olhar de determinação em seu rosto deixava bem claro de
que aquela era uma briga perdida. “Você tem quinze minutos”, ele cedeu.
“Perfeito”, ela respondeu confiante e se inclinou para pegar
o computador dele que estava sobre aqueles pobres papeis desperdiçados com
impressões desnecessárias. Quinze minutos eram mais do que suficientes para
conseguir a ficha completa de Jack e pessoas próximas. “Vamos ver quem é esse
Jack Portman”.
Uma hora depois Oliver estava sentado no chão da sala
recolhendo todos os papeis inúteis que havia imprimido sobre Jack, um dos
homens mais honestos que surgiram nos últimos tempos interessados em colocar
dinheiro nas Indústrias Queen. Tinha agora toda certeza de que poderia
trabalhar com ele e graças à investigação de dez minutos que Chloe fez. Graças
a ela também tinha corrido para remarcar o encontro com ele para o dia
seguinte.
Olhou para Chloe dormindo no sofá e sentiu um misto de
sentimentos. A fragilidade em seu rosto pálido o incomodava, mas não era capaz
de diminuir a força que emanava do seu corpo, da sua presença. Talvez não fosse
só ela a se sentir segura e ela mesma. A cada minuto ao seu lado se sentia mais
confortável consigo mesmo, com essa versão tão madura que fora obrigado a
encarar e mais seguro para ser tudo isso. Ela o inspirava, acabara de
descobrir.
“Chloe?” sussurrou contra sua testa e notou que além de se
mexer ela levou uma mão ao estomago. “Você quer voltar para a cama?”
Ela abriu os olhos devagar, mas não respondeu. Ficou ali
olhando para Oliver, que estava a centímetros do seu rosto, olhando em seus
olhos como se esperasse algo além de uma resposta. Chloe continuou em silêncio
e tocou o maxilar quadrado de seu marido, podia sentir a respiração dele contra
sua pele.
Oliver não perguntou de novo, só sentiu a respiração pesar no
instante em que a mão quente dela o tocou. “Você ao menos quer um travesseiro?”
Chloe deu um sorriso largo e girou no sofá, se acomodando
ainda mais. “Melhor marido”. Ela encolheu as pernas na tentativa de ficar ainda
mais confortável enquanto ele ia ao seu quarto. Seus olhos já estavam quase
fechando de novo quando Oliver voltou à sala.
“Parece que tem alguém querendo muito falar com você”, Oliver
olhou para o celular em sua mão e o entregou a ela. “Estava tocando quando
entrei no seu quarto”.
Chloe estranhou e pegou o celular, se sentando para verificar
quem tinha lhe telefonado cinco vezes enquanto Oliver ajeitava o
travesseiro. Seus olhos cresceram quando
viu de quem eram as ligações. “Foi Bruce. Alguma coisa deve ter acontecido, vou
retornar”.
Oliver a observou ignorar o travesseiro que havia buscado e
levantar com uma expressão preocupada no rosto. “Ou ele está com muitas
saudades”, tentou brincar, mas não adiantou, a expressão dela não mudou nem um milímetro.
“Oi, Bruce”, Chloe ficou aliviada quando Bruce atendeu. “O
que aconteceu?” perguntou imediatamente por que sabia que ele não telefonaria
tantas vezes seguidas apenas para dizer oi.
Oliver começou a se preocupar e ficou ao lado dela,
esperando. “Ele está bem?”
Chloe olhou para Oliver ao seu lado. “Vou pegar meus arquivos
e te chamo em cinco minutos”, ela desligou e voltou sua atenção para ele. “Eu e
Bruce estamos trabalhando há meses em um caso, sobre um promotor de Gotham que
atuou em Metropolis há alguns anos e está envolvido com trafico internacional
de armas. Acontece que ele agora é um senador eleito e sua rede ficou ainda
maior”.
“OK”, Oliver assentiu.
“Eu e Bruce estamos colhendo provas há meses contra ele, tudo
muito devagar, mas parece que Bruce conseguiu algo grande o suficiente para fechar
nosso caso e ganhar uma matéria”, Chloe explicou calçando seus chinelos, criando
na mente uma programação para escrita, entrega e provável prisão do senador.
Oliver tentou acompanhar entender e acompanhar o entusiasmo
dela. “E por que vocês não passaram isso para Tess? Ela poderia ter ajudado,
afinal os recursos estão todos lá” perguntou deixando de lado a outra pergunta
de lado. O porquê de não ter contado para ele.
Chloe parou no meio do caminho para o quarto e olhou para
Oliver. “Bem, por que esse é um projeto meu e do Bruce. Nós trabalhamos bem
juntos e está tudo sob controle”, ela sorriu e continuou seu caminho.
Oliver tentou entender, mas ela não lhe deu a oportunidade.
Se bem que teve boas horas livres para isso. Chloe e Bruce passaram as próximas
quatro horas ao telefone. Planejando a derrocada do tal promotor senador. A Oliver
só restou observar enquanto os dois trabalhavam e ficar fora do caminho. Chloe
entrou no modo detetive e se não a obrigasse a comer teria passado a tarde
falando e escrevendo, ignorando o fato de ainda estar se recuperando.
Poderia ter aproveitado para adiantar o seu próprio trabalho,
treinar, mas não conseguiu se afastar. Chloe era adulta, aquela era uma
situação de emergência, mas ainda achava que ela poderia precisar dos seus
cuidados. O que começou a lhe irritar a certa altura do dia. Como ela podia
largar tudo, inclusive sua recuperação para trabalhar com Bruce? Era ridículo,
mas saber que Chloe e Bruce trabalhavam juntos lhe incomodava. Não sabia por
que, mas incomodava. Talvez fosse a imagem enervante de Bruce que tinha na
cabeça, imagem que nada combinava com a de um vigilante, muito menos a do
Batman. Mas quem era ele para julgar, certo?
Quando começou a escurecer Chloe ainda estava trancada no escritório
conversando com Bruce e Oliver resolveu que sairia para patrulhar naquela
noite. Faziam três noites que não saia e já que Chloe não precisava dele, a
cidade precisava. Foi para sua sala de treino e fez meia hora de preparação
antes de ir se equipar. Estava quase vestido quando escutou a porta pesada atrás dele
bater.
“Você resolveu patrulhar?”, Chloe perguntou parando atrás
dele.
“Sim. Já faz tempo que não vou e já que você está melhor
achei que seria legal dar a noite de folga a Clark”, ele respondeu sem olhar
para ela, vestindo seu colete.
“Concordo”, ela disse se aproximando.
Oliver apertou os lábios um contra o outro e foi até o painel
onde seus arcos ficavam expostos. “E seu projeto?”
Chloe parou ao lado dele e pegou a besta que sabia que ele
escolheria. “Em fase final. Já escrevi e
mandei meu artigo para o meu editor, que vai ficar muito feliz em Star City.
Agora é com ele e Bruce em Gotham. A matéria deve ser primeira capa amanhã e o senador com certeza vai almoçar no xadrez”.
Oliver viu a euforia na voz dela e se sentiu culpado por
estar tão mau humorado, mas era mais forte que ele. “Parabéns”, ele forçou um
sorriso e pegou a besta da mão dela. “Você merece”.
Chloe sorriu genuinamente. “Obrigada”, agradeceu e deu de
ombros pegando duas flechas. “Mas o mérito da ultima prova é toda do Bruce”.
“Sim, ele tem crédito. O de te fazer largar tudo mesmo doente
para passar uma tarde inteira ao telefone, de te fazer escrever um artigo, que
aposto que está impecável em uma hora, quando deveria estar na cama descansando”
“Ollie”, Chloe ficou surpresa com o tom, com a mudança de
atitude. “Eu estou bem. Sério”.
“Eu sei”, ele se virou para ela e fechou o colete. “Bruce
deveria ter ligado ontem, assim você teria melhorado antes”.
“O que?” demorou alguns segundos para Chloe entender o
comportamento dele. Já havia visto aquilo antes e também com Bruce. Só que
não naquele grau ríspido. “Você está com ciúmes?” perguntou o cutucando no
peito, achando um pouco de graça.
Oliver ergueu imediatamente as duas mãos no ar. “Uou. Eu não
estou com ciúmes. Não seja ridícula, por que eu teria ciúmes?”
Chloe engoliu seco diante da rapidez com que ele negou e
balançou a cabeça. “Claro! Por que teria ciúmes de mim, certo? Eu sou só... eu”,
Chloe deu de ombros sem tentar esconder a mágoa com a rápida tentativa dele de
afastar qualquer demonstração de interesse nela. “Eu desisto. Você nunca vai
olhar para mim como uma mulher. Eu voltei a ser aquela Chloe para você.” Ela descartou
as flechas que estava segurando na mesa e saiu da sala o mais rápido que
conseguiu. Se negava a chorar, muito menos na frente dele.
Oliver ficou ali parado, sem reação, sem resposta, sem
palavras, se sentindo cansado e muito, mas muito confuso. Mas talvez fosse
melhor deixa-la sozinha por algum tempo. Tentar se desculpar no momento poderia
ser ineficaz e em parte falso de sua parte. Então foi patrulhar de qualquer
jeito. Só que nem a adrenalina de parar um grande assalto e uma agressão foi
capaz de acalmar sua mente. De tirar Chloe da sua cabeça. A todo instante se
via revivendo a ultima conversa e só ficava mais irritado consigo mesmo. Pensou
em dezenas de respostas menos cretinas que poderia ter dado a ela quando foi
acusado de estar com ciúmes. Ainda mais agora que estava cada vez mais claro
para ele que tinha feito uma cena motivada pelo mais puro ciúmes.
Não quis admitir, mas ver Bruce ganhando toda a atenção de
Chloe despertou algo dentro dele que nem sabia existir. Só que não soube lidar
com isso e acabou descontando na pessoa errada. De repente sentiu uma vontade
urgente de voltar para casa. “Watchtower. Estou encerrando a noite.” Avisou a
Tess e mirou o telhado seguinte sem esperar uma resposta.
Foi direto para o quarto de equipamentos quando chegou à
cobertura. Tirar seu traje e tomar um banho lhe daria tempo para pensar em um
jeito de pedir desculpas que não parecesse algo superficial ou forçado. Como
imaginou o apartamento estava quieto e escuro, ela havia se exilado mais uma
vez no quarto de hospedes. Então passou
direto por ele e foi para o chuveiro pisando leve, mesmo sabendo que ela
saberia que ele havia voltado são e salvo para casa.
Voltou vinte minutos depois com a mente mais clara e
tranquila. Ainda não sabia ao certo o que dizer, mas estava se sentindo mais
confiante para conversar com Chloe do mesmo jeito que ela sempre foi com ele,
de forma franca. Empurrou a porta do quarto e logo notou a luz apagada, talvez
ela estivesse dormindo, mas encontrou a cama vazia e arrumada. Seu coração deu
um salto no peito.
Ela não estava no quarto e não estava no banheiro. Oliver
voltou para o corredor se sentindo momentaneamente perdido. Onde ela estaria? Teria
Chloe saído enquanto ele estava patrulhando ou enquanto tomava banho?
Imagina-la fugindo dele causou um desconforto quase físico, algo que nunca
tinha sentido antes na vida. Procurou no escritório, talvez ela tivesse voltado
a trabalhar, mas nada. A sala também estava vazia, a cozinha. Quando estava
começando a pesar se ligava para o seu celular ou não notou a porta para o
terraço entreaberta. Se aproximou devagar e sentiu um peso deixar seu peito
quando a avistou apoiada no parapeito.
Saiu para encontra-la e notou quando ela olhou ligeiramente de
lado ao notar sua presença e voltou a encarar a vista de Metropolis em
silêncio. Ela estava furiosa com ele, podia ver pela sua postura rígida, pelos
braços cruzados diante do peito, como se estivesse abraçando a si mesma e
principalmente pelo silêncio. “É claro que eu estava com ciúmes, Chloe. Com
muito”, ele admitiu e tão estranho quanto verdadeiro foi ouvir as próprias
palavras.
Chloe não disse nada, só apertou os braços em volta de si e
ergueu a cabeça. Estava tão magoada e novamente cansada que não sabia se
algumas palavras seriam capazes de melhorar alguma coisa.
Oliver se aproximou dela e a virou para olhar em seus olhos.
Precisava que ela acreditasse nele. Ela continuou de braços cruzados, então
segurou em seus cotovelos e olhou bem fundo em seus olhos verdes. “Eu não soube
o que fazer com esse sentimento, eu fiquei confuso e extremamente irritado
comigo mesmo. Por que Chloe, eu preciso ser sincero, às vezes, por milésimos de
segundos eu me pego me corrigindo, dizendo para mim mesmo que não posso te ver
assim. E acho que foi por isso que reagi daquele jeito, por que admitir estar
com ciúmes seria admitir que te desejo”, ele engoliu seco antes de continuar. “E
Chloe, eu te desejo, muito. Na verdade é só o que eu ando fazendo ultimamente.
Olhando para você como uma mulher maravilhosa e querendo te tocar a cada
segundo".
Sem pensar muito sobre o assunto se inclinou e pressionou
seus lábios contra os dela. Eles eram tão macios quanto havia imaginado e ficou
ali, até que precisou de mais. Oliver sugou o lábio inferior dela e a persuadiu
a abri-los para ele. Um arrepio percorreu seu corpo no instante em que sua língua
encontrou a dela no meio do caminho. Sabia que seu cérebro estava lhe
enganando, mas era como se há muito tempo não beijasse uma mulher. A sensação
de recordação acordou algo dentro dele.
Talvez fosse ridículo e piegas, mas Chloe se sentiu flutuar,
como se seu corpo estivesse lhe escapando e para se manter firme precisasse se
agarrar a ele. E foi o que fez. Há muito tempo não sentia o coração acelerar
daquele jeito no peito, desde a primeira noite com ele depois de voltar para
casa, quando era só incerteza e Oliver a recebeu na Watchtower com um buquê de
rosas e um sorriso. Ouvi-lo dizer que a desejava tirou um peso esmagador do seu
coração e agora, sentindo novamente seus lábios ferozes nos seus despertava o
melhor desespero que já havia sentido. Ficou na ponta dos pés e agarrou o
pescoço dele, o puxando para mais perto, para que pudesse aprofundar o beijo.
Oliver fez o que há muito tempo sentia vontade de fazer.
Afundou os dedos das duas mãos nos quadris dela, sentiu mesmo que através do
tecido fino do robe de seda o quão macia ela era. Gemeu sem perceber quando
Chloe invadiu sua boca com a língua. Se pressionou conta ela e não se importou
que ela percebesse o quanto estava excitado, na verdade queria que ela soubesse.
Se sentiu motivado a subir suas mãos por debaixo da seda quando ela deixou sua
boca para correr a língua por seu pescoço. “Oh, você é má, muito má” ele
balbuciou enquanto ela mordia sua orelha.
Chloe sorriu e sussurrou contra a orelha dele. “Você quer que
eu seja boazinha?”
Oliver se afastou suficiente para olha-la. “Eu quero que você
volte a dormir no nosso quarto”.
Ela o olhou de lado, com desconfiança. “Por que, por um acaso você descobriu
que dorme melhor quando está roubando meu travesseiro?”
Oliver riu e assentiu. “Na verdade sim. Minha cabeça pode
estar meio bugada, mas parece que meu corpo sabe e tem certeza que sente uma
falta enorme do seu”. Ele se inclinou novamente para beija-la, dessa vez um
beijo mais lento. “Então?” perguntou
descansando a testa na dela.
Ela mordeu o sorriso. “Então eu digo que sim. Eu volto para o
nosso quarto”, Chloe respondeu e alcançou a boca dele, precisava beija-lo de
novo. Oliver passou um braço em volta da sua cintura e agarrou sua coxa com a
outra mão, tirando seus pés por completo do chão. Agarrou-se a ele enquanto era
conduzida ao seu quarto, quarto que estava morrendo de saudade.
E foi tudo tão familiar, mas novo. Ser deitada em sua própria
cama, observa-lo tirar seu robe e camisola com maestria, beijar seus seios, o
pequeno vale entre eles e parar ali para sentir as batidas do seu coração
acelerado, correr os dedos em suas costas largas e empurrar a calça com a ponta
dos dedos para fora de suas pernas ridiculamente longas, sentir a ereção do seu
marido toca-la pela primeira vez tirando parte do seu ar. Naquele momento foi
como se não houvesse nenhuma amnésia, como se aquela coronhada nunca tivesse
sido dada, Oliver correu a língua por cada centímetro do seu estomago e
barriga, separando suas pernas no final, a experimentando como um doce preferido
que é deixado para o final. Tudo natural, menos a vontade que sentiu de chorar
quando ele a penetrou. Os sentidos de felicidade e prazer acabavam de ser
redefinido na sua mente.
Oliver sentiu cada músculo tremer quando se afundou nela. Por
um segundo tudo o que conseguiu fazer foi deitar a cabeça no peito dela e
sentir, deixar aquela sensação desconhecida fazer dele o que quisesse. Foi
então que entendeu o que todos haviam lhe dito nas ultimas semanas, sobre como
ele era com Chloe, fazia mais sentido agora que estava tão intimamente
conectado e entregue a ela. Não sabia ser possível sentir aquilo, mas sentia. Se moveu devagar e quando voltou a se afundar nela Chloe segurou seu
rosto entre as mãos. Soube ali, olhando em seus olhos que era certo.
CONTINUA...
Desculpem pela demora pessoas lindas. E deixem um comentário, nem que para xingar.
Adorei o Oliver todo enciumado do Bruce kkk e finalmente os dois ficando juntos , mas poxa você é má Roberta parou na melhor parte , mal posso esperar para o próximo capítulo.
ResponderExcluirAline
A primeira coisa que pensei em comentar foi: você é má Roberta, muito má!! Kkkkk
ResponderExcluirMas é uma má genial... Sabe o quanto amo o Bruce, e o quanto adoro os sentimentos que ele desperta no Oliver, e como despertou... \o/
Você sabe como nos deixar querendo mais... Vou te xingar não, só porque você sempre nos compensa... Já estou aqui, ansiosa por mais! Obrigada por este capítulo incrível!
Ah, e que 2017 seja lindo e abençoado, com muita paz e realizações!
GIL
Aguento não, vou ler de novo!!!! Aaaaaahhhhh!! *-*
ExcluirGIL
2
Excluiramei lindo continua
ResponderExcluirAmei, não vejo a hora de ler o desfecho desta fic. Não tem como xingar vc kkk. Suas fics são demaisssss.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirtá tudo muito maravilhoso...to achando que vem algo não tão bom por aí kkkkkkk
ResponderExcluirContinuaaaa, Roberta.
Ahhhh que saudade que eu estava!!!!
ResponderExcluirObrigada por não desistir da fic.
Quando é q eles vão descobrir a gravidez da Chloe? ( essa é a minha suspeita XD)
Noelle
Roberta, por onde andas?
ResponderExcluirQueremos continuação...😉
sim queremos amo essa historia continua por favor
ResponderExcluirBetaaaa,cadê vc??
ResponderExcluirNão nos abandonaa. Queremos o próximo capítulo.
Bjs
Nati
Cadê novos capítulos ? bjsssss
ResponderExcluirtbém esperando a continuação! bjs Su
ResponderExcluirRoberta minha flor, cadê voce? Tá viva?
ResponderExcluirNum abandone suas leitoras assim não ... preciso de continuação urgente! Meu coração já não aguenta tanta espera.
Bjs! Nati
Achei q ia ganhar presente hoje...to triste.
ResponderExcluirVolta Robertaaaaa, posta capitulo novo pra gente, nao esquece de nós nao.
Feliz dia das mães, pras mamães aqui do blog.
Queremos mais capítulos Roberta.
ResponderExcluirKkk
faz um ano estou louca pelo final continua por favor.
ResponderExcluirNossa, ainda continuo com esperança!! :D
ResponderExcluirTudo certinho, Roberta?! Espero que sim!!
GIL
Faz tempo, muitas saudades ..espero que você esteja bem Roberta
ResponderExcluirBem, já são mais de 2 anos! ��
ResponderExcluirGil
Neh,e eu continuo voltando, na esperança de ter atualização.
ExcluirFora q o chlollie4ever tá off.
MUITO TEMPO CONTINUA BJSS
ResponderExcluirE eu continuo voltando, relendo e esperando uma continuação.
ResponderExcluirEspero que esteja bem!
Relendo já não sei por quantas vezes!! Kkkk
ResponderExcluirGil