terça-feira, 30 de março de 2010
Boys Like Oliver, tradução
http://www.fanfiction.net/s/5828007/1/Boys_Like_Oliver_II
Boa leitura ;D
“Vamos lá,” Chloe disse. “Hora de se levantar. Vamos pra escola hoje.”
“Eu tenho mesmo que ir?” veio o gemido petulante enquanto ele cobria a cabeça com o travesseiro. “Porque não pulamos toda essa coisa de ‘escola’?”
Chloe deu uma risada. “Sim, você tem. Vamos.” Ela caminhou até a cama e tirou os lençóis sem dó, o expondo. Ela o cutucou. “Vamos. Fora da cama.”
“Eu não fiz meu dever de casa!” ele grunhiu e Chloe gargalhou.
“Ok, Oliver, sério,” ela disse, sentando na ponta da cama. “Isso está ficando ridículo. Eu tive mais facilidade em tirar sua filha da cama do que estou tendo com você.”
Oliver estendeu a mão de repente e a puxou pra perto dele, aconchegando-a em seu peito confortavelmente. “Sim, bem, não é minha culpa você ter criado nossa filha pra ser tão estranha que ela gosta de escola.”
Tentando se soltar, ela riu de novo. “Ei! Qual o problema de gostar de escola?” ela perguntou indignada.
Oliver riu, fazendo cócegas na barriga dela e com isso fazendo-a gritar. “Você está certa. O que eu estava pensando?”
Chloe suspirou. “Oliver, realmente temos que levantar. Eu preciso tomar um café.”
Oliver resmungou e a soltou. “Qual é a série que ela está mesmo?”
“Sério, Oliver?” Chloe riu dele.
“Falando sério,” ele grunhiu irritado, aceitando as roupas que ela jogava em sua direção e começando a se vestir.
Chloe riu da expressão sonolenta dele. “Ela começa a sexta série hoje, lembra? Ela vai pra Excelsior e é tudo sua culpa. Eu queria que ela ficasse em casa e freqüentasse a escola pública, mas naaaaaaaão. Eles tinham que começar a permitir garotas em Excelsior.”
Ele olhou pra ela. “É tarde demais pra mudar de idéia?”
Ela lhe lançou um olhar chocado. “O que?”
“Escola pública é boa.”
Chloe estreitou os olhos pra ele, suspeita. “Por quê?”
“Porque se ela for pra escola pública, eu posso ameaçar e intimidar os garotos que chegarem perto dela.”
Chloe riu alegremente. “Não,” ela disse, andando até ele com um sorriso. “É tarde mais. Ela vai para a Academia e ela vai estar longe do seu olho-que-tudo-vê e ela vai namorar garotos. Vários garotos. Alguns deles vão até mesmo ter intenções menos que nobres.”
Oliver a encarou. “Não tem graça.”
“Ah, fala sério. Você estudou em Excelsior,” ela provocou, ficando na ponta dos pés para beijá-lo.
“É isso que me preocupa.”
Chloe riu novamente. “Bom argumento.” Ela ajeitou o colarinho da camisa dele e se virou pra sair do quarto. “Vamos bonitão. Nosso avião sai em uma hora. Se apresse e desça.”
Oliver observou ela sair com uma sobrancelha erguida, os quadris dela balançando suavemente enquanto ela andava. O fato de Chloe ser mãe não diminuiu em nada o tanto que ela parecia sexy pra ele.
Ele desceu rapidamente e encontrou Chloe tomando café e conversando animadamente com a filha deles, Ann. Ele recostou-se na entrada por um instante pra observá-las despercebido. Era incrível como Ann começava a se parecer com a mãe. Ela tinha os mesmos olhos e nariz, e é claro que ela tinha cabelo loiro, apesar disso vir dos dois lados. Ela deixava o cabelo maior do que o da mãe, com cachos suaves caindo pouco abaixo de seus ombros.
Ann com certeza tinha herdado o senso de humor sarcástico e a insaciável curiosidade da mãe. Ele culpava todas as histórias de suspense que Chloe tinha lido pra ela quando Ann era pequena. Ela era brilhante como Chloe, também, uma notável boa aluna. Excelsior a ‘recrutara’ sem parar até que Oliver finalmente cedeu. Ele gostava da idéia de ela ir pra escola que ele freqüentou, mas ele não queria que ela ficasse tão longe. Internatos não eram pros pais que queriam se livrar de seus filhos? Ele riu da idéia, lembrando-se que isso não era inteiramente verdade e que Ann definitivamente merecia a melhor educação possível.
Apesar do tanto de Chloe que ele via na filha, Chloe frequentemente insistia que ela era mais parecida com Oliver do que qualquer outra coisa. Ela era mais segura e confiante como ele, e ela era aventureira demais pro seu próprio bem. De acordo com Chloe, Ann tinha a boca e os ombros dele e andava como ele. Ele não tinha tanta certeza, mas nunca discutia, sendo mais espero que isso. Ele sorriu ao pensar que ela definitivamente herdara uma coisa dele: ele começou a ensiná-la a arte do arco e flecha quando ela fez nove anos, e ela se apaixonou por isso instantaneamente. Ele tinha a impressão que ela seria uma atiradora melhor que ele um dia, não que ele dissesse isso pra ela, é claro.
Com um suspiro ele foi até elas e beijou o topo da cabeça de Ann antes de se sentar ao lado de Chloe.
“Seu pai diz que você precisa procurar o professor Hamilton na primeira semana. Você lembra de Emil?”
Ann fez que sim. “O cientista maluco, certo?” ela comeu outro pedaço da panqueca.
Oliver riu. “Esse mesmo. Ele vai cuidar de você e garantir que você aprenda tudo. “ ele parou por um momento. “Falando nisso,” ele disse, e Ann olhou pra ele, já esperando uma brincadeira, “me faça um favor e tire notas melhores que as que sua mãe tirou na escola. Estou cansado de ela ser o gênio da família. Ela joga isso na minha cara o tempo inteiro.”
Ann riu e Chloe revirou os olhos. “Não jogo.”
Tanto Oliver quanto Ann arquearam as sobrancelhas de forma idêntica. “Claro,” eles disseram juntos.
Chloe riu. “Certo. Só se saia bem, mas não se prenda demais as suas aulas pra que não deixe de se divertir, ok? Faça vários amigos e entre num clube ou algo assim. Tenha uma vida social.”
Ann revirou os olhos de forma semelhante a que Chloe fez momentos antes. “Eu sei, mãe. Ficarei bem.”
“Em que clube você vai entrar?” Oliver perguntou curioso.
Ela deu de ombros. “Eles têm um clube de arco e flecha—”
“Excelente.”
“—mas eu estava pensando em talvez escrever no jornal.”
Oliver gemeu dramaticamente. “O que você fez com ela?” ele exigiu saber de Chloe que por sua vez ria.
“Só se certifique de ser algo que você goste,” ela disse pra Ann, que concordou, sorrindo. “E nem precisa ser um clube. Não tenha medo de sair com os amigos e apenas se divertir. Eu sempre me arrependo de ter sido tão reclusa na escola.”
Oliver a encarou e depois olhou pra filha. “Nada de garotos.”
Ann e Chloe suspiraram simultaneamente.
“Pai.”
“Oliver.”
Ele apenas estreitou os olhos pras mulheres de sua vida. “Nada de garotos.”
Oliver, costumava ser uma escola só para garotos. A quantidade de garotas lá é mínima, Eu acho que apenas 30% são mulheres agora. Não vai ser possível pra ela evitar garotos. Além do mais, meus melhores amigos na escola eram garotos. Você não quer que ela conheça alguém como Clark?”
“Não,” ele disse autoritário. E então olhou pra Ann. “E principalmente, você precisa discernir muito cuidadosamente quais garotos fazem você se lembrar de mim—”
Ann arqueou uma sobrancelha pra ele.
“—e ficar longe, bem longe deles. Entendido?”
Ann gargalhou.
“Ela age como se achasse que estou brincando quando digo isso,” ele disse sarcasticamente, olhando de Ann para Chloe irritado.
Chloe deslizou a mão pelo seu braço. “Sim, querido.”
“Estou falando sério! Nada de garotos como eu!”
“Mas eu gosto de você, pai,” Ann provocou.
“Sim. Você gosta de mim. É permitido que você goste de mim. Pra falar a verdade, é obrigatório. Mas você não pode gostar de ninguém que te faz lembrar de mim.”
Ann arqueou as sobrancelhas mais uma vez, levando o prato sujo para a lavadora de louça. “Qual é o problema de garotos como você?”
Chloe riu. “É, qual o problema de garotos como você, Ollie?” ela provocou.
O rosto dele ficou vermelho. “Você sabe muito bem.”
“Na verdade, tinha esse garoto no dia do registro,” Ann disse, subindo as escadas pra pegar suas coisas. “Ele me lembrou muito de você, pai. Ele era bastante egocêntrico.”
Chloe segurou uma risada.
“Ele disse que iria me procurar quando as aulas começassem. Acho que ele era um ano mais velho. Bonitinho, também. Ele provavelmente poderia me mostrar a escola,“ ela gritou lá de cima, sabendo que o deixaria furioso.
“NÃO!” Oliver gritou de volta pra ela.
Chloe era dominada por uma risada silenciosa e ele a encarou.
“Não consigo ver a graça aqui.”
“Me desculpa, é só que eu não acho que tem como ela escapar de conhecer ‘garotos como você’ naquela escola. Metade do corpo estudantil é feito de garotos como você.”
Oliver se levantou da mesa. “Ann!” ele chamou.
“Sim, pai?”
“Mudança de planos!”
“Que?”
“Você vai pra uma escola católica só de garotas. Com freiras.”
Eles ouviram uma risada lá de cima. “Certo,” veio a resposta sarcástica dela.
Ele olhou pra Chloe. “Sério. Porque ninguém me leva a sério nessa família?”
Chloe levantou e andou até ele, o beijando de leve. “Porque somos mais espertas que isso.”
“Não me distraia,” ele disse ao passo que as mãos dela deslizavam por seus ombros e ao redor do seu pescoço. “Ela não vai.”
“É mesmo?” Chloe provocou, ficando na ponta dos pés para poder beijar o pescoço dele sedutoramente.
“Sim,” ele disse sério. “Ou então eu vou com ela pra ficar de olho nela.”
Chloe riu baixinho. “Mas aí quem ficaria comigo?”
“Quem liga? Eu me recuso a deixar ela chegar perto de qualquer garoto.”
Chloe se aproximou mais dele. “Eu ligo. Afinal, ela vai ficar lá até a Ação de Graças. Eu vou ficar sozinha aqui sem nada pra fazer, ninguém pra me fazer companhia. O que eu vou fazer com todo esse tempo livre?” ela perguntou sugestivamente, fazendo bico de leve.
Uma das sobrancelhas de Oliver se ergueu. “Ann!” ele chamou de novo.
“Sim, pai?” veio a resposta dela pela segunda vez.
“Dá pra se apressar? Temos um vôo pra pegar.”
“Pai, você é o dono do avião.”
segunda-feira, 29 de março de 2010
Of Kept Women and Concubines, tradução
Agora uma fic da Calie, pra variar um pouquinho. Fico imaginando as fics depois de Escape, provavelmente vai sair um monte, a greve na faculdade vai ter acabado e eu vou demorar pra traduzir de novo. Mas por enquanto a greve não acabou então eu ainda tenho muito tempo livre :P
Boa leitura!
Oliver massageou a nuca enquanto abria as portas das Torres Queen, nem mesmo notando o segurança que já ia em direção a porta. Seu motorista já estava esperando por ele, segurando a porta de trás do carro aberta pra ele. Oliver jogou suas coisas dentro e se virou pra encarar os dois homens que o seguiam. “Uma semana. Vocês disseram uma semana pra arrumar essa bagunça. E agora parece que eu vou ficar aqui mais duas. Vocês podem dizer pra eles que eu não estou contente.” Ele nem mesmo deu uma chance para que respondessem ao entrar no carro. O telefone dele tocou enquanto ele recostava-se no banco. Com um suspiro ele o tirou do terno. Era o rosto de Chloe que o encarava. Clicando na nova mensagem ele fez uma careta enquanto lia. “Quando você vai voar de volta pra cá?”
A última mensagem que ela tinha recebido dele era de horas atrás quando ele disse que estaria em reuniões o dia inteiro. O que significava provavelmente mais do que um dia de trabalho normal pra uma pessoa. Então ela ficou razoavelmente surpresa em ouvir a voz dele tão cedo.
“Já terminou?”
“Não. Não ia ficar pronto hoje, por isso eu sai mais cedo.”
Ela deu uma pausa por um breve momento, mas tinha certeza que ele notou isso. “Pensei que você terminaria hoje?” O coração dela afundou com esse pensamento, mas ela não deixaria que ele soubesse disso.
“Acho que a única pessoa que pensava isso era eu. Ou ao menos é o que eles me levaram a acreditar. Acho que pode durar mais algumas semanas.”
Mais algumas semanas. Ao pensar nisso ela não conseguiu não se sentir desapontada e talvez levemente preocupada. Com certeza ela sentia saudades dele, mais do que ela admitia. Mas não tinha percebido até aquele momento que ela não confiava nele, ao menos não totalmente. A relação deles era tão estranha, repleta de segredos. Eles não eram exclusivos porque nunca tiveram uma conversa sobre um relacionamento real. Nunca parecia uma boa hora pra falar do assunto já que eles concordaram que manter em segredo era melhor. “Bem, tenho certeza que consigo aguentar firme aqui sozinha.” Era disso que eles geralmente falavam: trabalho. Claro que as conversas eram amigáveis e frequentemente desviavam do assunto, mas não para os detalhes românticos do relacionamento deles. Então ela não diria que sentia falta dele, ou que queria vê-lo. A relação deles não lhe dava margem pra falar isso.
“Não tenho dúvidas. Tem estado ocupada?”
Chloe resistiu à vontade de suspirar, porque a verdade era que não estava. Sem trabalho pra mantê-la ocupada ela notava a ausência de Oliver muito mais do que pensava que faria. “Não, as coisas estão misteriosamente tranquilas.” Como sinal de tédio ela apoiou a cabeça no encosto da cadeira de couro e ficou girando em círculos. “Clark deve estar entediado também. Porque nós dois conseguimos arranjar tempo e almoçar juntos um dia desses.” Ele riu em resposta e isso a fez desejar poder vê-lo mais.
“Então a Torre de Vigilância pode ficar sem você por uma semana?”
“Uma semana?” Chloe apoiou os pés no chão pra parar de girar e sentou reta. “Por quê? Algum problema?” Ele suspirou.
“Além do fato de que estou preso aqui por mais duas semanas...”
“Pra onde eu vou?” Ela criava várias situações em sua cabeça na medida em que os segundos passavam, mas nenhuma fazia sentido.
“Ou você é lerda ou eu não estou sendo claro o bastante. Quero que você venha pra Star City passar a semana.”
Ela não disse nada inicialmente, e ele deve ter percebido porque continuou.
“Você não deve ter problemas em trabalhar daqui e eu posso agendar um vôo em primeira classe pra você hoje à noite.”
“Oliver, você não acha que isso é um pouco... óbvio?” ela tinha outras palavras que podia usar, mas não disse. Eles tinham uma relação que acontecia entre quatro paredes. E entre quatro paredes pouca coisa podia acontecer além de sexo. E ela estava bem com isso, mais ou menos. O que ela não tinha certeza era se estava tudo bem pra ela voar pelo país pra satisfazer as necessidades primárias dele. “Além do mais, eu não posso largar tudo por causa dos seus desejos tipicamente masculinos.” De início ela ficou pensando se ele se ofenderia, mas ele riu.
“Então você está dizendo que não gosta da idéia de ser a amante?”
“Não me insulte.” Ela se recostou na cadeira novamente e deu um impulso, girando mias uma vez. “No dia que você me denominar sua amante vai ser o dia que eu vou mudar as coordenadas do seu jato das Indústrias Queen e você vai se descobrir preso em outra ilha. E se você conseguir sair de lá vivo você vai voltar e descobrir que está falido.”
“Eu riria se não achasse que você está falando sério.”
“Homem sábio.”
“Então te manter como minha concubina está fora de questão? Vou assumir que você não gosta dessa coisa de portas trancadas então.”
Estando sozinha ela sequer escondeu o riso e impulsionou a cadeira de novo, girando mais rapidamente. A resposta seria não, mas em algum lugar dentro dela a idéia de ser a concubina dele era meio tentadora. “Só nas Quintas.” Ela brincou.
“Lembrarei disso na próxima Quinta.”
Ela percebeu de repente que ela estava na verdade ficando excitada por essa reviravolta na conversa. Eles tinham ultrapassado algum limite não dito, discutindo o relacionamento deles. “Você não vai estar aqui na próxima quinta.”
“Mas você vai estar aqui.”
"Oliver..."
“Ah, Chloe… Eu estou absolutamente entediado. Mudar pra Metropolis meio que reduziu minhas possibilidades de diversão
“E o que eu vou dizer pro Clark e pra Lois? Quero dizer, eu não posso simplesmente desaparecer por uma semana.” Ele suspirou. Ou ele estava vendo a falha no plano dele ou estava se cansando de tentar convencê-la.
“Não me importo. Invente algo, diga a eles que você está vindo pra Star City.”
“Não posso simplesmente dizer que vou pra Star City, porque senão eles iriam definitivamente-”
“Eu não me importo se você disser a eles que está vindo porque eu estou excitado e estou fazendo você pegar um vôo para que eu possa transar.”
A rispidez na voz dele a fez parar e por um momento ela ficou sem resposta.
“Não é isso que eu quis dizer. E não é por isso que eu estou pedindo pra você vir.”
“Então você está dizendo que não quer sexo?” ela perguntou, afiada.
“Não. Sim. Quer dizer, é lógico que tem alguma coisa a ver com isso. Mas eu queria te ver também.”
Ele podia estar mentindo, mas ele era mais esperto do que mentir pra ela.
“Só quero dizer que realmente não ligo pro que você vai dizer pra eles. Não importa. Pare de se preocupar com o que eles pensam.”
Ela queria comentar que tinha muita certeza de que ele também se preocupava, mas ela não o fez. “Oliver... E o que eu vou fazer, ficar a toa o dia inteiro enquanto você está nas reuniões? Quero dizer, eu sei que acabamos de brincar com isso, mas eu realmente não quero ficar sentada o dia inteiro esperando você voltar, mesmo que você diga que isso não é só sobre sexo. Essa coisa, sendo um segredo, significa que eu não poderia ir pra lugar nenhum. Você ser da alta sociedade e tudo mais torna isso difícil.” Houve um breve resmungo do outro lado da linha e ela sabia que algo que ela disse o deixara irritado, o problema era que ela não conseguia descobrir o que era.
“Saia. Eu não ligo. Você realmente acha que eu ia simplesmente te esconder em algum lugar? Porque você acharia isso?”
Ela abriu a boca pra responder, mas ele rapidamente interrompeu.
“Esquece. Eu não quero saber. Arrume suas malas e traga algo bonito, e não somente pra ficar no quarto.”
Os lábios dela se curvaram levemente num sorriso, mas ela ainda estava meio desconfiada. “Bonito pra que?”
“Quero te provar uma coisa. Na verdade, coloque na mala algumas roupas bonitas. Vamos sair,
“Oliver!” Ela começou, pulando da cadeira e procurando freneticamente algo pra parar com as bobeiras dele.
“Não vou aceitar um não como resposta porque você não tem nenhuma desculpa. Você disse que está entediada e que as coisas andam tranquilas. Você disse que você não quer passar o final de semana inteiro trancada e sendo tratada como minha amante, coisa que você não é por falar nisso, e eu vou te provar isso. E quanto a Lois e o Clark, isso é algo que você tem que resolver sozinha. Eu não ligo se eles pensarem que vamos nos casar
“Ótimo.” Ela disse num tom cortante. “Vou dizer a eles que vamos nos casar
“Ótimo. Te vejo em breve.”
E aí ele desligou. “Arghhhhh!!!” Ela resistiu à vontade de atirar o celular pra longe. Era incrível… momentos atrás ela estava lamentando a ausência de Oliver na vida dela nas últimas semanas e aí ele liga pra ela, praticamente insiste para que ela vá pra Star City, não se importa com que o Clark e a Lois vão pensar e admite que quer a companhia dela pra outras coisas além de sexo, e ainda assim ela estava brava. Só Oliver Queen podia causar tantas emoções conflitantes.
Ele pressionou o botão para encerrar a chamada e riu olhando pro telefone antes de colocá-lo de volta no terno. A conversa não tinha exatamente seguido o rumo que ele esperava. Pensamentos de manter Chloe como uma amante ou concubina permaneciam em sua cabeça e ele não podia não revirar os olhos pra estranha direção que a conversa deles tomou.
Quando ele ligou pra ela com a proposta de trazê-la pra Star City não tinha sido só por sexo. Claro, era provavelmente metade da razão, mas ele também sentia falta da companhia dela.
Esconder a relação deles de Clark e Lois no começo tinha sido uma decisão sábia. Mas na medida em que o tempo passava e Oliver percebia sua ligação com Chloe crescendo ele não conseguia se importar com quem sabia sobre ele e Chloe.
Apesar dela obviamente não acreditar ele provaria isso pra ela, não havia dúvidas disso.
Vinte minutos depois de ficar andando de um lado pro outro na torre mexendo nervosamente nos computadores, ela recebeu uma mensagem dele.
Aeroporto Internacional de Metropolis
Vôo 346
Delta
7:00
Estou te encaminhando o itinerário. Um carro estará esperando você no aeroporto
Por um momento ela só ficou olhando pra mensagem. Sem mesmo ter certeza de como reagir à insistência dele. Era lisonjeira e preocupante ao mesmo tempo. E mesmo assim isso não impediu o lampejo de animação que ela sentia no momento.
Então ela entraria no jogo dele, levaria algo bonito na mala e apenas veria o quão preparado ele estava pra sair com ela
Eyes Wide Open, tradução
E mais uma da Tarafina, que se passa seis anos depois dessa temporada. Sooo cute.
Esse era um daqueles momentos onde pela primeira vez na vida dela, não era ela que tinha que viver com o coração partido, mas ao invés disso ela era a causadora. Chloe Sullivan sempre vinha em segundo; ela era negligenciada, subestimada, e geralmente ela era a amiga ao invés da amada. Mas por um instante no tempo, ele fez ela se sentir diferente. Ele a levantara e a colocou no primeiro plano; não acostumada a isso, ela nem percebeu o que estava acontecendo. Chloe tinha amado, sido amada, mas aqueles instantes, aqueles fragmentos de lembranças pouco se comparavam ao que ele dava pra ela, ao que eles compartilhavam.
Num certo momento, ela aceitou a vida como era e parou de tentar ver mais do que as coisas aparentavam ser. Ela era responsável pela comunicação de um grupo de super-heróis que pra falar a verdade estavam apenas começando, ainda encontrando seus lugares num mundo que eles nunca imaginaram que pudesse existir até darem o primeiro passo para tal. Tendo sua parcela razoável de sonhos e expectativas pra sua vida e sem nunca saber o que ela estava destinada a ser até Oliver Queen lhe entregar um comunicador e a planta de um depósito do 33.1, Chloe não cresceu acreditando que ela seria a mágica por trás das cortinas até que um dia ela se tornou isso. E agora, se aproximando de seu trigésimo aniversário, ela entendeu que todos aqueles momentos estranhos em sua vida, os momentos que ninguém acreditaria que aconteciam ou podiam acontecer a não ser que vivessem a vida dela, tornaram-na cega para as coisas mais simples e normais.
Ela tinha 24 anos quando eles começaram o lance deles; naquela época chamavam de amigos-com-benefícios e com o passar do tempo eles nunca pararam pra mudar o título. Olhando pra trás agora ela sabia que a medíocre tentativa deles de ter algo sem emoção e mais físico provavelmente durou só umas semanas, no máximo. Ela não era o tipo de mulher que não se envolvia, que não perguntava e perguntava até que soubesse tudo da pessoa com a qual ela compartilhava a si mesma. E sinceramente, ele era do mesmo jeito. Talvez se ela fosse outra pessoa; uma estreante sem nome ou uma caça-celebridades, ele teria sido capaz de simplesmente aproveitar aquilo pelo que era. Mas sexo se tornou fazer amor e flerte se tornou conversas reais. Ele era aquele pra quem ela recorria, com quem ela compartilhava os segredos, dúvidas, e mesmo os medos que ela raramente admitia pra si.
Quase seis anos e ela não percebeu que o não-relacionamento deles era exatamente o contrário. Ela sempre afirmou que eles viviam separadamente, mas a verdade era que a Torre de Vigilância tinha uma cama que ela não usava há tempos, na verdade essa cama foi tirada de lá pra colocar outras pra quando os garotos estivessem cansados demais pra deixar a base. Ela vivia com ele, compartilhando a cama, o closet e a cômoda dele por pouco mais de cinco anos e ela mentiu pra si mesma o tempo todo. Quando ele a apresentou como sua namorada, ela não ligou; era menos complicado do que explicar que eram ‘apenas amantes.’ E não era como se fossem acreditar neles de qualquer forma; não depois de capas de tablóides, de acompanhá-lo em vários jantares e bailes, de ficar ao lado dele quase 24 horas por dia. Parceira, ela se assegurou; apenas fazia sentido que eles passassem tanto tempo juntos. Que importava se eles compartilhavam quarto de hotéis, todos os cafés da manhã, almoços e jantares, ou se a voz dela estava na mensagem da caixa postal dele? Eles trabalhavam e se divertiam juntos, dura e frequentemente, e talvez o coração dela tenha sido quebrado vezes demais e as defesas dela deixaram-na completa e totalmente cega!
Era primavera, 2016, e ontem Oliver Queen perguntou pra ela de forma bem simples, “Se eu te pedir em casamento você vai admitir que você foi minha esse tempo todo?”
E ela gaguejou, todo o ar deixando-a num grande ímpeto que a fez engasgar. “Q-Que?”
Ele deu um meio-sorriso, mas tinha algo de triste no rosto dele, algo que fez o peito dela doer. Estendendo a mão, ele colocou o longo cabelo loiro dela atrás da orelha. “Eu aceitei que ia levar algum tempo pra você mudar de idéia, mas acho que depois de seis anos ou estamos na mesma página ou você está lendo um livro diferente...” Com os lábios se firmando, ele balançou a cabeça. “Eu amo você... Você sabe disso, você sabia disso esse tempo todo...” Ele olhou pra ela com os olhos penetrantes e então engoliu seco. “Eu escolhi seu anel três anos atrás, mas eu sabia que você não estava pronta... Eu sou paciente, mas não sou idiota.”
Sobrancelhas se franzindo, ela balançou a cabeça negativamente. “Oliver...”
Ele suspirou estremecido. “Eu... Eu pretendo passar o resto de nossas vidas juntos. Eu só gostaria que você percebesse que isso já começou.”
Com isso, ele deixou que ela pensasse. Ele saiu da casa deles, do lar deles, e ele não voltou mesmo horas depois, quando a noite caiu.
Ela sentou no sofá, o laptop deixado de lado, abraçando os joelhos, as sobrancelhas franzidas
Era manhã, a chuva caia num temporal, e ela podia vê-lo lá embaixo na rua, mãos enfiadas na jaqueta preta enquanto ele caminhava com a cabeça abaixada. Ele estava tão certo que ela ia dizer não? Ela tinha o magoado tanto assim? Em seis anos, ela sabendo disso ou não, nunca houve outra pessoa pra ela senão ele. Era com ele que ela dançava nos bailes beneficentes que ela ia apenas pra apoiá-lo. Era com ele que ela ria, era ele que ela abraçava enquanto dormia, quem ela ansiava ver antes de dormir e todas as manhãs ao acordar. Seis anos do relacionamento mais forte que ela já teve e mesmo quando ela achava que eles eram apenas amantes, não havia ninguém em quem ela confiasse mais.
Não havia ninguém mais.
Não pra ela.
Levantando do sofá, as lágrimas secando em suas bochechas, ela correu pra porta da frente, escancarando-a e se apressando em descer as escadas. Ele estava no meio delas, os olhos se erguendo pra encontrar os delas, confusos, incertos, e até com medo. Ela se atirou nele, sentiu quando seus braços a envolveram, segurando-a facilmente e eles trocaram de lugar, ela no degrau debaixo, olhando pro rosto que ela conhecia tão bem; cada traço, cada cicatriz, cada centímetro de perfeição masculina. Os braços ao redor dos ombros dele, as mãos na lateral do pescoço e no rosto dele, o polegar acariciando o cabelo dele atrás da orelha. Narizes se roçando, ela olhou pra ele, já que os olhos dele não olhavam pros dela agora.
“Me desculpa,” ela sussurrou, olhos queimando com um jorro de novas lágrimas. “Eu fui idiota e cega e você estava certo... Você estava tão certo...” Ela engoliu seco, forçou a emoção pra dentro para que ela pudesse dizer o que estava entalando a garganta. “Isso começou há tanto tempo atrás; nós começamos antes mesmo de ficarmos juntos...” As sobrancelhas dela franziram em dolorosa sinceridade. “E eu estava com medo; estava com tanto medo de ter amar. Mas eu amava, eu amo, eu só não queria admitir, eu não queria perceber que você podia não sentir o mesmo.”
Ele fez uma careta, franzindo as sobrancelhas. “Como você pode sequer pensar que eu-”
Ela revirou os olhos. “Achei que já tivéssemos estabelecido que eu estava pensando bem pouco,” ela interrompeu com um traço de alegria. “A questão é que eu sei agora. Eu não estou escondendo e eu não estou fingindo. Olhos bem abertos, Ollie...”
Os lábios dele suavizaram-se lentamente, curvando-se nos cantos. “Você sabe que isso quer dizer que eu vou me casar com você, certo?”
Com uma risada, ela sorriu em alívio. “Depois de seis anos, é bom mesmo!”
Rindo, ele a abraçou apertado, enterrando o rosto no cabelo dela. “A idiota mais esperta que eu já conheci, professora.”
Suspirando, ela sorriu. “Cuidado, Queen… A última coisa que você quer é uma esposa amarga e irritante em suas mãos.”
Levantando-a até que as pernas dela envolvessem sua cintura, ele a segurou de modo que seus rostos estivessem colados, a tristeza agora substituída pelo entusiasmo e amor que ela estava acostumada a ver. “Esposa... Gosto de como isso soa.”
“Isso já era bem esperado,” ela sussurrou, se inclinando até que os lábios dele estivessem separados por uma respiração.
Gotas de chuva escorrendo pelo rosto dele, ele sorriu. “E agora você viu a luz.”
“Mm...” ela concordou. “Agora beije sua noiva, Oliver. Ela sentiu sua falta muito mais do que até ela sabia...”
Com uma risada, ele fez isso, e Chloe Sullivan nunca fechou seus olhos pra ele, pra eles, novamente.
domingo, 28 de março de 2010
Bourbon Confessions, tradução
Uma idéia absolutamente incrível da Tarafina, é tudo que posso dizer.
Ela é uma bêbada alegre; do tipo que dança sem nenhum passo específico em mente, rindo o tempo todo. Ela parece livre e feliz e uma parte dele não pode evitar a felicidade por ser testemunha desse lado dela. Ela estava tão endurecida ultimamente; tão amargurada e exausta e esperando o pior. Quando eles ficaram juntos ele esperou que isso desaparecesse; sim, era só sexo, mas ele achou que aliviaria parte do stress dela e que ela voltaria a ser aquela pessoa doce que ele conhecia. Isso não aconteceu. Pra ser sincero, agora ele sentia como se ela tivesse mais segredos e mais problemas e por mais que ele estivesse ali, ao alcance dela, com ouvidos atentos e um ombro pra ela chorar, ela não se permitia fazer isso. Ela o tocaria, beijaria, ficaria completamente nua na frente dele numa cama de lençóis de cetim verdes, mas não diria pra ele porque doía e como ele podia fazer isso parar.
Quando ele chega em casa da patrulha, lá está ela; já tinha bebido meia garrafa de uísque e enquanto seus membros inferiores reagem à forma provocante que ela dança quase semi-nua em sua sala, seu cérebro está tentando adivinhar o que tinha a deixado tão pra baixo. Ele não conseguia, no entanto, não observar os quadris dela se movimentando, a saia levantada num nível indecentemente alto mostrando as coxas longas e torneadas. Ela desabotoou a camisa, puxando-a para fora da saia e a deixou aberta, revelando os seios envolvidos pelo sutiã e a pele clara e macia. A camisa desliza pelos ombros, parando na altura dos cotovelos enquanto ela ergue os braços e dança em círculos, descalça e na ponta dos pés, escutando a música que vinha do aparelho de som e sorrindo pra si mesma, de olhos fechados.
Ele engole seco quando ela gira, quando ela ri livremente, uma onda calorosa de risos escapando da garganta dela. As bochechas estavam coradas, o cabelo uma bagunça como se ela tivesse penteado com os dedos e o deixado desarrumado. Sua calça de couro parece ficar mais apertada em uma região, até demais e então ele sabia que a teria antes que conseguisse algumas respostas. Ele tinha que se livrar dessa idéia porque obviamente havia algo errado, algo que a fez vir até ele, ficar chapada e bancar a bêbada inocente na sala dele. Chloe Sullivan nunca baixava a guarda e pra ela fazer isso, queria dizer que ele tinha que prestar atenção. Fechando os punhos com determinação, ele se retrai com a dor; a palma da mão esquerda com uma ferida aberta graças ao idiota que segurava uma faca negligentemente; isso ao menos lhe dava uma coisa pra se concentrar ao invés da forma delicada dela dançando.
Deixando ela se divertir, ele vai ao banheiro e limpa a ferida com mertiolate antes de envolvê-la numa gaze. Ele aproveita a oportunidade e troca de roupa; tira o uniforme de couro e coloca uma calça moletom e uma camiseta preta. Ele vai precisar de uma barreira entre eles e ele sabe que assim que os dedos dela tocarem na pele dele, ele começará a ceder. Só a idéia dela lá na sala, excitada e interessada em fazer mais do que apenas ficar girando no ar o fazia ficar excitado e com vontade. Ele livrou-se do pensamento, no entanto, respirou fundo e disse a si mesmo que ele não estragaria isso.
Quando ele volta pra sala, ela está inclinada de frente pro som, procurando outro CD. Ele começa a olhar seus pés e sobe até a cintura, parando quando vê um pedaço de renda verde entre as coxas dela. Passando a mão na boca, ele engole seco. Ela seria a morte dele.Caminhando até ela, ele tenta manter os olhos no cabelo dela, nos cachos desordenados, mas seu olhar desliza pra nuca, pra inclinação dos ombros suaves e expostos e depois segue a linha das costas. Ele pigarreia, parcialmente pra impedir que ele ceda e também pra alertá-la de sua presença.
Se ela estivesse sóbria ela teria visto ele chegar bem antes dele entrar na cobertura.
Ela gira, olhos arregalados e surpresos, mas a boca se curvando num sorriso bem próprio dela “Ei...” ela cumprimenta, esquecendo-se da música ao caminhar na direção dele.
A boca dele fica seca na medida em que ela se aproxima e ele quase chega pra trás quando as mãos dela o tocam. Ele fica parado, no entanto, mesmo quando as mãos dela repousam em seu peito, enrolando a camiseta dele nos dedos como se já quisesse se livrar dela e afunda as unhas na pele. Oh Deus… ele quer ceder.
“A festa começou sem você…”
Ele olha pro uísque na mesa de centro e pros sapatos que ela tirou, a bolsa dela jogada no sofá junto com o tailleur dela. “Estou vendo...” Incapaz de se segurar, ele deixa as mãos se apoiarem nos quadris dela e apertarem. “O que estamos comemorando?” ele pergunta, olhando nos profundos olhos verdes dela, procurando por algum tipo de sinal.
Ela desvia o olhar, o sorriso hesitante. “Não podemos nos divertir um pouco de vez em quando?” ela quis saber antes de olhar pra ele. “Esquecer tudo e todos...”
Ele quer ser seu consolo, a pessoa com a qual ela podia contar, mas ele também sabia que ela queria sexo, que ela achava que tudo entre eles era só sobre isso. E não era, nunca foi pra ele. No entanto, ele não percebeu isso até a primeira noite que ela deixou que ele a tocasse; até o momento em que ele a ouviu gritar o nome dele e arquear-se buscando sua boca incansável. No momento que ele tomou os lábios dela como se fossem dele, propriedade de Oliver Queen, ele sabia que estava perdido. Ela chutaria o traseiro dele se ouvisse seus pensamentos possessivos, mas ele não conseguia impedir aquele pequeno defeito de homem primitivo.
“E quem estamos tentando esquecer?” ele pergunta, deslizando as mãos na cintura dela, polegares acariciando a pele exposta.
“Hmm...” ela geme, olhos tremulando enquanto ela inclinava o corpo pra mais pra perto dele “Todos que não são eu e você!”
Ele gosta de como isso soa; até mesmo quer afogar o resto do mundo com a outra metade do uísque e concentrar tudo de si neles. Mas ela não está falando de todos, ele sabe. Ela podia não deixar que ele entrasse na fortaleza que ela construiu, mas ele ainda a conhece melhor do que ninguém.
“Posso saber alguns nomes?”
Enfadada, ela o encarou. “Você não está entrando no jogo, Ollie!”
Ele dá um meio sorriso. “E que jogo é esse, Parceira?”
Ela o encara, mas estava bêbada demais pra demonstrar sua raiva usual. “Nos provocamos, damos uns amassos e depois transamos até que eu esteja muito, muito satisfeita...” As mãos subiam pelo peito dele e acabaram em seus cabelos, os dedos passando por eles. “Sem perguntas, lembra?”
Ela está o atraindo pra perto e ele é fraco o bastante pra permitir. Ele pode sentir a respiração dela em sua boca, o nariz dela roçando no dele, e observa os olhos verdes se fecharem. Os quadris dela se movimentaram lateralmente, pressionados contra o corpo dele e por um momento ele quer se permitir, ceder, e então ela o beija e ele pode sentir o gosto do álcool na língua dela. Chloe bebia, mas nunca esse tanto, nunca tanto pra perder todas as suas inibições. Ela era sempre cuidadosa em manter algumas barreiras entre eles; e não era até ela ficar meio-embriagada de sexo que ela deixava seu lado mais íntimo aparecer. Aí então, exausta, ela talvez deixasse algumas coisas escaparem, talvez conversasse com ele sobre como ela estava se sentindo ou sobre o trabalho. Mas quando chegava muito perto, ela sempre se afastava, mesmo quando era óbvio que ele não estava perto de nada.
Ele começa a se afastar, mas hesita, beijando-a suavemente na boca antes de suspirar. “Posso adivinhar?”
Com os polegares massageando o pescoço dele, a testa encostada na dele, ela acena que sim com suavidade.
“Clark?”
Ela torce o nariz e nega com a cabeça.
“Lois?”
Mesma resposta.
Ele hesita em sugerir o próximo nome, mas o deixa escapar de sua boca mesmo assim. “Jimmy?”
Ele fica tenso, esperando a dor inevitável cobrir o rosto dela.
Mas ela não faz mais do que negar com a cabeça.
Agora ele está confuso. Não havia muitas pessoas que eram próximas o bastante da Chloe pra chateá-la.
“A equipe?”
Ela sopra o ar, irritada. “Um em especial,” ela concede.
“Ok...”
Ela não falava com AC ou Dinah há uma ou duas semanas; os dois estavam em missões fora do país e ele não via nenhum motivo pra qualquer um dos dois se desentender com ela. Bart aparecia frequentemente, mas se o flerte constante dele não tinha a enlouquecido ainda, ele não sabia o que o jovem velocista podia ter feito. E Victor não era do tipo que causava essa reação; ele e Chloe não brigavam, bem, nunca.
O que deixava ele.
“Está falando de... mim?”
Não fazia sentido pra ele considerando que a última pessoa a quem alguém recorreria seria aquela que a irritou, mas também a lógica não andava de mãos dadas com o álcool.
Tirando seus braços do corpo dele, ela se afasta, vira e começa a andar pra longe sem prestar atenção no caminho. “Tá vendo... por isso que era sem perguntas!” ela exclama. “É como se você já soubesse as respostas. Então pra que perguntar?” Levando as mãos ao ar, ela gira de volta, os olhos estreitando-se pra ele. “É tudo culpa sua, Oliver Queen!”
Ele franze as sobrancelhas. “Se importa em elaborar a frase?”
Suspirando, ela deixa escapar um grunhido de irritação. “Você é tão... E aí você... E então eu... e nós...!”
Meio sorrindo, ele balança a cabeça em negação “Ainda não consegui visualizar isso... Talvez frases inteiras ajudem.” Ao ver o olhar zangado dela, ele encolhe os ombros. “Só uma sugestão.”
Mexendo a cabeça, ela começa a andar de um lado pro outro e ao fazer isso ela leva as mãos até os cabelos, mas o jeito que a camisa dela está pendurada torna esse ato desconfortável, então a próxima coisa que ele sabe é que ela tirou a blusa e a jogou de lado. Pra ser sincero, ela aparentemente decide que a maioria das roupas dela não é necessária, então ela tira logo a saia e a chuta pra longe também. Agora andando de um lado pro outro com a calcinha verde e o sutiã preto, ela resmunga irritada consigo mesma.
Ele começa a achar que apenas ignorar o problema teria sido uma idéia melhor.
Suspirando, ele caminha até ela. Ele já estava bem encrencado, podia muito bem terminar o trabalho. “Chloe...?” Alcançando-a, ele pega o braço dela e a obriga a parar. “Você pode pelo menos falar comigo? Por favor?” Olhando pra ela como se procurasse algo, ele espera ela decidir o que fazer. “Eu não tenho idéia do porque você está brava e eu quero ter, eu quero...”
Subitamente, a raiva se transformou em tristeza. “Isso!” ela exclama. “É por isso que estou chateada!”
Ele pisca. “Hã?”
“Você!” Meio que rosnando, ela o empurra, apenas ficando mais irritada quando ele nem sai do lugar. “Você é tão compreensivo e acolhedor e você sempre quer conversar ou escutar ou – ou me abraçar!” ela despeja cada razão como se fossem motivos pra se culpar. “Como é que pode ser só sexo quando você faz eu me apaixonar por você toda vez? É como... como se você não pudesse evitar isso... Você apenas está sempre lá e você é tão espirituoso e tem uma resposta pra tudo que eu digo e você faz com que eu me sinta tão...” Balançando a cabeça, ela pisca pra evitar as lágrimas. “É só que você me faz sentir e eu não quero sentir... Eu não quero, Oliver...”
Surpreso, ele não tem certeza do que dizer então ao invés disso ele a abraça. Envolvendo seus braços ao redor dela, ele a puxa pra perto até que seu rosto dela esteja enterrado em seu peito. E no início ela luta com ele, tenta empurrá-lo, mas aí ela cede, desiste, e apenas chora. Mãos agarrando a camiseta dele, ela soluça, ombros tremendo, e ela deixa que ele a segure. Ele mexe no cabelo dela, sussurra no ouvido, acaricia suas costas; faz tudo que acha que pode acalmá-la, que pode fazer ela sentir que está tudo bem. Demora alguns minutos até que ela pára, até que ela tenha chorado tudo que tinha pra chorar. E depois disso ela apenas o abraça de volta, os braços caindo ao redor da cintura dele, os dedos em nós atrás dele.
“Estou cansada,” ela diz pra ele.
Meio-sorrindo, ele acena e se abaixa pra pegá-la nos braços. Ela dá um gritinho, seus braços envolvendo o pescoço dele, e ela olha pra ele, sorrindo. As lágrimas ainda estavam lá, molhando as bochechas dela, mas ela não sofre mais com elas.
“Ainda está brava?” ele pergunta, indo até o quarto.
Ela nega com a cabeça, olhos se fechando enquanto ela brinca com um fio solto da camiseta dele.
“Ainda bêbada?”
Dando uma gargalhada, ela faz que sim. “Muuuuuuuuito…”
Rindo baixinho, ele a deita na cama e sorri quando ela desliza pra debaixo dos cobertores.
Mas quando ele dá um passo pra sair ela faz um som de reprovação. “Onde pensa que você está indo?”
Divertido por ela, ele olha pra trás. “Pensei em limpar a bagunça que você fez na minha sala...”
Fazendo que não com a cabeça, ela volta pros travesseiros com um suspiro “Venha pra cama.”
Se apoiando na entrada, ele arqueia uma sobrancelha. “Você realmente acha que você consegue aguentar essa noite, Parceira?”
Ela o encara séria, “Fica calado e vem pra cama.” Apontando pro lugar vazio ao lado dela, ela gesticula impacientemente pra que ele se junte a ela.
Com uma risada, ele fecha a porta do quarto e atravessa a distância pra se deitar do lado dela. Se aninhando, ela parece relaxar perto dele de uma forma que ela só faz depois deles fazerem sexo incrível. E aí ela senta de repente e ele acha que ela tá retornando ao juízo normal. O coração dele para no peito, o estômago afundando. Mas com um resmungo irritado, ela apenas tira o sutiã, atira pro lado e deita de novo. Calma como ele nunca conheceu, alívio esmagador, tomam conta dele. Abraçando o corpo dele, ela apóia a cabeça em seu peito e fecha os olhos. “Melhor,” ela murmura num suspiro.
Com o cobertor em cima deles, ele a abraça com um braço, a mão com o curativo quieta na cintura dela, enquanto a outra mão desliza pelo braço dela, gentilmente acariciando sua pele. Olhando pra ela deitada totalmente confortável, quase nua e se aninhando nele, ele sente seu sorriso desaparecer. Ela se lembraria disso pela manhã? Ele tem que se perguntar.
“Oliver?” ela sussurra embriagada, o que mostra que ela não é nem um pouco quieta como pensava que era.
“Hmm?”
“Eu meio que amo você,” ela diz em voz baixa, gentilmente.
Mexendo no cabelo dela, ele engoliu seco. “Eu também amo você.”
“Mm,” ela suspira de forma sonhadora. “Noite.”
Ele acena tremulamente. “Boa noite.”
E enquanto ela dorme com os lábios curvados num sorriso, Oliver pode apenas ter esperanças de que quando a manhã chegar, ela não retire tudo que disse. Ele não consegue dormir, não consegue fechar os olhos, com medo de que tudo se torne apenas um sonho. Com o amanhecer se aproximando, ele espera o melhor, porque enquanto ela só pode admitir coisas profundas quando está embriagada com uísque, ele já aceita essa realidade. Ele ama e vai amá-la pelo resto de sua vida e agora tudo que ele tem que fazer é com que ela perceba que se sente exatamente do mesmo jeito.
sábado, 27 de março de 2010
The Rules, tradução
Fic da BlueSuedeShoes. Depois de um bom tempo sem postar nada, estou de volta ;D Ah, 02/04 que não chega... ¬¬' Na regra número oito, fiz duas observações sobre a tradução. Estão no fim da fic ;D
Havia certas coisas que uma garota aprendia depois de um tempo. Havia formas de se proteger. Havia formas de proteger as pessoas com que você se importa. Havia formas de prosseguir. Havia formas de sobreviver. Havia certas providências que tinham que ser tomadas pra garantir que você continue e que seu coração não possa ser quebrado. Havia coisas que tinham que ser feitas, regras que tinham que ser seguidas.
Regra Número Um: Sempre guarde o segredo.
De uma paixonite de alguém no ensino fundamental até suas origens alienígenas, não interessa o que seja. Se você sabe algo sobre alguém e esse alguém não quer que ninguém mais saiba (algumas vezes eles não queriam nem que você soubesse), aprenda a engolir a verdade e enterrá-la tão fundo que nunca possa voltar à superfície. Segredos devem ser guardados. Guardar segredos salva vidas. Mantenha-sua-boca-fechada.
Regra Número Dois: Quando seu melhor amigo disser que não gosta de alguém com quem você está andando, você escutará.
Não, não importa que fosse o primeiro cara a demonstrar algum interesse romântico em você em um ano ou que você não tenha sido beijada há mais tempo que isso. Não, não importa se você está furiosa com seu melhor amigo pela milionésima coisa estúpida que ele ou ela fez com você. Seu melhor amigo inevitavelmente vai estar certo e vai ter que te salvar do maníaco homicida pelo qual você infelizmente estava atraída.
Regra Número Três: Nunca confie nos quietinhos.
Não irrite, zombe ou provoque os supostos “quietinhos” de qualquer forma. Não faça amizade com eles. Não se aproxime deles. Os evite de qualquer jeito possível porque de algum modo eles vão ganhar poderes sobre-humanos e então ou vão querer te atacar, e nesse caso você precisará ser salva, ou eles vão decidir de repente que você será a única pessoa que eles não querem matar... E você ainda assim vai precisar ser salva.
Regra Número Quatro: Se é alienígena em sua origem, fique longe, bem longe.
Ao descobrir que seu melhor amigo é, como ele gosta de se referir, “um viajante intergaláctico,” seu mundo vai subitamente explodir e se tornar uma galáxia... Várias galáxias, na verdade. Nesse momento, você deve fazer a decisão clara e consciente de nunca tocar, provar, usar, possuir, ou ficar num lugar com algo em que você reconheça uma origem alienígena. Mesmo quando seu amigo alienígena te disser que está tudo bem, fique atenta. Isso vai do colar com uma pedra de meteoro que sua amiga está usando, do anel de classe feito com uma pedra de meteoro que sua escola distribuiu até o computador alienígena que você vai hackear com a inteligência alienígena que você não devia ter.
Regra Número Cinco: Mantenha-sua-cabeça-baixa.
Não chame atenção pra si. Não faça novos amigos. Não flerte. Não tente ser a mais esperta ou a mais bonita ou a melhor em qualquer coisa. Fazer isso atrai a atenção das pessoas. Algumas delas vão tentar te matar. E mais assustador, algumas delas vão gostar de você ou te amar e você vai gostar delas também. Você pode até mesmo amá-las. E aí você vai perdê-las. E você vai se machucar. Você vai sentir dor. Você vai sentir o tipo de solidão que ninguém devia conhecer. Sua dor vai ser indescritível ao vê-las ir embora uma a uma. Algumas irão sem querer ir, muitas não. Então não, não fique amiga da garota simpática e vivaz pela qual seu amigo está apaixonado. Não, não tente ‘salvar’ a alma perturbada que parece tão gentil e carinhosa. Não, não beije o adorável tipo gravata-borboleta que está fazendo estágio com você no verão.
Regra Número Seis: Comece a portar uma arma.
No instante em que você tiver autorização legal pra isso. Ponto final. Na verdade, se você puder colocar suas mãos em uma (discretamente) antes de ter a autorização, não hesite. Uma vez com a arma de sua escolha, aprenda a usá-la. Se possível, se torne perita nisso (tendo em mente que sim, isso vai infringir a #5). Habilidades em combate corpo-a-corpo também são extremamente valiosas.
Regra Número Sete: Sempre corra.
Assim que você ver sua chance de ouro, corra. Corra pra bem longe, o máximo que puder. Quando você for seqüestrada, lute. Quando estiver presa, não pare de bater nas barras da cela mesmo quando os nós dos seus dedos começarem a sangrar. Quando estiver encurralada, morda, arranhe, rasgue a pessoa ou a coisa que está te encurralando. Fuja.
Regra Número Oito: Não caia.
Não caia. Não caia fora¹. Não caia de amores². Muito simples. Se envolver ‘cair’ de alguma forma, simplesmente não faça. Cair torna mais fácil pro assassino/monstro te pegar. Cair fora significa que sua relação com seu melhor amigo ficará tensa e ele estará tão afastado de sua vida que ele quase não chegará a tempo quando alguém estiver prestes a te matar. Quanto menos tempo você passar enterrada viva, melhor. Cair de amores significa ter uma fraqueza e eventualmente se machucar.
Regra Número Nove: Se torne uma fortaleza.
Sim, como aquela que você viu no ártico feita de gelo. Visualize a fortaleza e concentre-se até que você se torne ela. Deixar as pessoas entrar significa se machucar. Quando sentir que a fortaleza está sendo demolida, feche os olhos, prenda a respiração, e foque tudo que você tem em reconstruí-la.
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Sim, essa era a lista de regras vitais que Chloe lentamente reuniu durante os anos que trouxeram pra ela nada além de um coração machucado, vazio, solidão e perda. Depois de perceber que ela tinha se acostumado à dor e às ameaças de morte e a vir sempre em segundo lugar, as primeiras regras foram feitas. Desde o fim do ensino médio elas se tornaram cada vez mais vitais para sua sobrevivência. Ela ficou imaginando quando elas começaram a soar tão amargas.
Talvez tenha sido no dia que Jimmy disse que casar com ela foi o maior erro da vida dele. Ou talvez no dia que Clark deu as costas a ela e todas as coisas humanas, apenas pra subitamente decidir que a prima dela era uma exceção que valia a pena fazer. Pode ter sido antes disso. Pode ter sido ao ver todos os amigos dela do ensino médio lentamente irem embora porque eles não podiam lidar com o fato de fazer parte de um universo tão imenso. Eles queriam manter suas vidas limitadas à Terra. Ela tinha sido a única a permanecer, e era nisso que dava: ela sozinha, detrás de um monitor.
Ela suspirou. “Maldito seja.”
Não, não Jimmy. Nem Clark. Nenhuma das pessoas diretamente responsáveis pela pessoa que ela tinha se tornado. Era sobre a pessoa que de alguma forma começou a forçá-la a quebrar as regras.
Oliver.
Ela xingou de novo, só de pensar nele. Ela não sabia como ele tinha feito isso, feito ela se abrir, o deixar entrar. No entanto, ele conseguiu de algum modo. Ela culpou a vulnerabilidade, principalmente. Ele por acaso estava lá no exato momento que ela estava fraca, no exato momento que ela pensou que não conseguiria aguentar mais, que ela precisava de alguém.
Ela gostaria de culpar o álcool, mas ela mal tomou um gole do maldito uísque naquela noite.
Talvez ela devesse culpar a mágica. Se não fosse pelo pai da Zatanna e aquele gibi amaldiçoado idiota, ela não estaria vulnerável pra começo de conversa.
Qualquer fosse a razão, porém, Oliver passou pelas defesas dela e invadiu – algo que era mais ou menos parte da essência dele, quando ela pensou sobre isso – e ela se permitiu confiar, importar... Talvez até amar, todas as coisas que ela se proibiu fazer.
E aí ele provou que ela estava certa, provou que as regras foram feitas pra serem seguidas.
Ela pensou em se deixar desmoronar e chorar, queria isso terrivelmente, mas não se permitiu. Isso subitamente se tornou a Regra Número Dez. Não chore. Só faz você se sentir fraca.
Por quê? Porque ela tinha feito aquilo? Porque ela se permitiu… ela nem conseguia pensar nisso. Ela queria odiá-lo, odiá-lo por magoá-la, por fazer ela se sentir desprezível e horrível. Ela sabia que algumas vezes passava dos limites, geralmente porque estava se esforçando tanto em seguir as regras, mas certamente ele devia conhecê-la bem o bastante naquela altura pra entender que ela nunca fez nada por dinheiro. Isso era tão longe de ser ela... Era a coisa mais insultante que alguém havia dito pra ela. E isso passava por uma longa e variada lista.
Mas como se isso não fosse horrível o bastante, ele tinha colocado sal numa ferida aberta ao fazer ela se sentir usada, descartada, miserável. Nunca em sua vida ela tinha se sentido de tão pouco valor, tão barata e ele tinha feito isso. Ele fez com que ela se sentisse assim.
Algumas lágrimas finalmente caíram e ela xingou. Uma regra novinha em folha ia embora pela janela graças a ele, ela pensou amargamente, afundando no chão e abraçando seus joelhos.
E então ele apareceu.
Simplesmente fantástico. Ela quase riu histericamente da idéia de que mais uma vez ele conseguiu aparecer no pior momento possível. Ela odiava estar vulnerável.
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Quando Oliver entrou na Torre de Vigilância, seu coração quase parou. Havia certas coisas que ele nunca esperava ver na vida, e Chloe Sullivan no chão, abraçando suas pernas, chorando abertamente era definitivamente uma delas.
“Chloe! Você está bem? O que aconteceu?” ele olhou ao redor enfurecido, meio-esperando ver algum sinal de que ela tinha se ferido fisicamente. Ele não viu nada, nenhum sinal de que alguém além dela esteve lá. Ele ajoelhou ao lado dela e a puxou para o peito dele. “Chloe, o que há de errado?” ele perguntou acariciando as costas dela de forma tranqüilizadora. Os músculos dela ficaram tensos ao toque dele.
“Me deixa sozinha.”
“Ah, claro.” Ele revirou os olhos. “O que há de errado?” ele repetiu.
“Eu te odeio.”
O coração do Oliver apertou. Ele ficou com medo de ter magoado os sentimentos dela no outro dia, mas ele nunca esperava isso.
“Chloe, não diga isso. Eu não quis dizer aquilo. Nada daquilo.”
“Cala a boca. Eu não me importo. Você ainda disse.”
“Eu estava com raiva.”
“Você acha que eu não fico com raiva?”
“Na verdade, acho que não. Eu acho que você guarda seus sentimentos por várias semanas até ter uma combustão interna e eu te encontrar no chão chorando, mas essa é uma descoberta nova. Eu posso estar errado,” ele brincou de leve.
Ela reservou um momento pra olhar furiosamente pra ele.
“Desculpa.”
“Você é doente, sabia disso?”
“Vejo que essa conversa não está indo pra nenhum lugar bom pra mim.”
“Bem, eu tenho que te dar crédito por uma coisa, Queen. Seus instintos são infalíveis.”
“Chloe, eu estou realmente, verdadeiramente e honestamente arrependido. Direi isso um milhão de vezes se você prometer me perdoar antes da milionésima primeira.”
Ela fez uma cara de escárnio.
“Estou falando sério, Parceira,” ele disse, na esperança de que o termo carinhoso melhorasse seu humor ou ao menos o fizesse parecer menos com um vilão.
“Sabe, eu tinha superado isso há tanto tempo.”
Ele não tinha certeza do que isso significava. “Eu-”
“Quero dizer, sério!” ela disse, sua voz de repente aumentando em volume. “Ninguém se cansa da mesma velha história? Quantas vezes você pode ver um cara partir o coração de uma garota antes que a história perca a graça?” ela reclamou.
Oliver ficou mortalmente imóvel. Partir o quê? O que ela acabara de dizer? “Chloe?” Sua própria voz parecia estranhamente removida dele.
Ele tinha apressado as coisas com ela, ele sabia disso. Eles tinham ido do primeiro beijo a dormir juntos numa questão de instantes e ele não tinha uma desculpa real pra isso a não ser dar vazão aos sentimentos que queriam ser libertados a mais tempo do que ele gostaria de admitir. Então ele fingiu que era casual, que era simples e que não era importante porque não importava o tanto que ele precisava dela, ela precisava e merecia resolver as coisas no seu próprio ritmo.
Baseado nas palavras dela, esta, aparentemente, tinha sido uma má decisão.
“Chloe,” ele repetiu.
“O que é?” ela perguntou concisamente.
“Eu não sabia que era capaz de partir seu coração.”
“Bem, você é um idiota,” ela disse sarcástica, e ele percebeu que a única razão pela qual ela não tinha se soltado dele era que ela estava exausta demais pra isso. Ela estava sentada ali apenas esperando que eventualmente ele desistisse e fosse embora.
“Não sou.”
“Você é.”
“Não,” ele disse firmemente, “não sou.”
“Sim,” ela o imitou “você é.”
Ele suspirou pesadamente. “Certo. Eu sou um idiota, mas eu realmente não sabia que iria te magoar tanto quando eu disse aquelas coisas.”
Ela abriu a boca pra dizer algo, mas ele a cortou.
“Não que isso seja desculpa por te magoar pra início de conversa.”
Ela estreitou os olhos pra ele.
“Ou por não estar consciente de que eu podia fazer isso.” Ele chegou à conclusão de que se defender não ia ajudar em nada sua situação. Ele iria dizer qualquer coisa, o que ela precisasse ouvir se isso fizesse ela se sentir melhor.
“Obrigada. Desculpas aceitas. Agora vá embora.”
Ele arqueou uma sobrancelha pra ela. “E se eu me recusar?”
“E eu me importo se você está com vontade de perder tempo? Apesar de que alguém pensaria que você tem coisas melhores pra fazer.”
Ele riu sombriamente, afastando seus braços dela e se apoiando nos calcanhares. “Eu não consigo imaginar algo que poderia fazer tão valioso uso do meu tempo do que estar com você.”
Ele anotou um ponto pra si quando viu a cabeça dela se inclinar involuntariamente na direção dele. Aparentemente, foi uma coisa boa pra se dizer.
“Eu também não posso imaginar,” ele continuou “outra pessoa com quem eu preferia estar. Pra falar a verdade, você se tornou uma distração tão agradável que eu frequentemente penso em te sequestrar e passar todo meu tempo com você.”
Ela se virou pra ele e arqueou uma sobrancelha. Com um suspiro profundo, ela se levantou do chão e se afastou dele. Ele a observou, incerto se deveria segui-la ou não até que ela se virou pra ele e disse uma única palavra: “Distração?”
Ah. Ponto perdido então.
Ele se levantou. “Foco,” ele corrigiu.
Ela revirou os olhos dramaticamente e foi tomar água.
“Você não acredita em mim,” ele provocou levemente, indo atrás dela e envolvendo-a num abraço por trás dela e prendendo seus braços no processo.
“E porque eu deveria?” ela perguntou exausta.
Ele ficou em silêncio por um instante, dando um beijo no topo da cabeça dela. “Porque é verdade.”
“Sim. Obrigada. Isso foi muito convincente,” ela retrucou, tentando se soltar do abraço dele.
“Chloe,” ele disse cautelosamente. “Estou falando sério. Se você não sabe que me importo com você mais do que com qualquer outra pessoa em minha vida, então eu falhei com você miseravelmente.”
Ela congelou.
“Eu me importo,” ele confirmou pra ela, sabendo que ela questionava o que ele acabara de dizer. “Juro que me importo, Parceira. Basicamente chegamos ao ponto onde eu sou incapaz de amarrar meu cadarço sem você.”
Ela não disse nada, esperando silenciosamente, e ele podia notar que ela prendia a respiração. Com Chloe, isso significava que ela estava tentando reconstruir as muralhas que momentaneamente tinham caído inúteis. Ele tinha muito pouco tempo antes dela se fechar completamente pra ele.
A voz irritante que continuava voltando em sua cabeça nos últimos meses mais uma vez se fez ouvir.
Você não quer que ninguém saiba como é importante pra você, então age como um idiota.
Ele suspirou pesadamente. Certo. Impetuosamente.
“Chloe, eu amo você.”
Silêncio ensurdecedor.
Com grande esforço ele se obrigou a falar de novo. “E com isso eu não quero dizer que gosto de você ou que você é importante pra mim. Quero dizer que estou completa, cega e inevitavelmente – e talvez até um pouco pateticamente – apaixonado por você.
O único som que ele ouvia era a respiração dela.
Ele torceu, rezou para que isso fosse uma coisa boa.
Ele a sentiu tentando se virar pra ele e então ele afrouxou o abraço. Os olhos dela encontraram os dele, e ele viu que ela ainda estava chorando. Ansiosamente, ele ergueu a mão pra secar as lágrimas do rosto dela.
Ela afastou a mão dele, colocando-a de lado. “Não faça isso.”
Ele sentiu o nó na garganta. “Desculpa,” ele baixou a mão.
Ela revirou os olhos. “Não isso. A outra coisa.”
Ele a olhou, confuso. “O que?”
Ela suspirou. “Quebrar as regras,” ela disse, e seus braços voaram ao redor do pescoço dele, os lábios dela encontrando os dele tão subitamente que o pegaram desprevenido. Num instante, porém, ele a beijava de volta tão intensamente quanto podia. Ele estava confuso, nem mesmo tinha certeza se isso significava que ele estava perdoado ou não.
“O que isso quer dizer?” ele conseguiu dizer ainda com os lábios nos dela.
A boca dela se separou da dele enquanto ela se afastava e fechava os olhos, aparentemente pensando bem na resposta. Então, olhando nos olhos dele, ela disse com um quê de resignação, “Provavelmente que você é bom pra mim.”
Observações:
1 – Graças à bendita regra, eu tinha que usar a palavra cair. A expressão original era ‘fall out’, que quer dizer ‘abandonar’, ‘desertar’. Refere-se ao fato dela ter ido embora com o Davis na oitava temporada. Mas pra encaixar, eu usei ‘cair fora’.
2 – Mesmo caso da tradução acima. O ‘cair.’ A expressão original era ‘fall in love with’, que fica melhor traduzida como ‘se apaixonar por’. Mas pra encaixar no contexto, tive que usar isso.