Flames

Titulo:Flames
Autora: Roberta Clemente
Classificação: R
Nota: O nome da fic é uma música da banda VAST. Uma versão alternativa da 10ª temporada.
PARTE 1 PARTE 2 E 3 PARTE 4 PARTE 5 PARTE 6 PARTE 7 PARTE 8 PARTE 9 PARTE 10 PARTE 11 PARTE 12 PARTE 13 PARTE 14 PARTE 15 PARTE 16 PARTE 17 PARTE 18

PARTE 19

Era quase meio dia quando Oliver conseguiu respirar fundo e deixar o corpo relaxar sobre a cadeira especialmente escolhida para ele. O dia, até aquele momento, estava sendo cheio, mas muito produtivo. Havia fechado dois contratos e nem tinha almoçado ainda.

Oliver franziu a testa e olhou para o lado a procura do seu celular. A lembrança do almoço o fez pensar em Chloe e se perguntar se ela já teria comido alguma coisa. Ele demorou alguns segundos para encontrar o aparelho enterrado debaixo de uma pilha de papeis que estavam a sua espera para a segunda etapa do dia.

-Ai está você. - ele disse puxando o celular. A satisfação deixou seu rosto quando viu a quantidade de ligações perdidas e de mensagens.

Aquilo nunca era uma boa noticia. Mensagens se acumulando em um curto espaço de tempo significava alguma crise ou emergência do tipo apocalíptica. E Oliver teve certeza de que algo estava muito errado quando viu que todas as ligações e mensagens vinham de uma só pessoa. Chloe. Seu coração deu um pulo quando colocou as mensagens para escutar.

-Oi. Sou eu. Só queria saber se você está bem - Chloe perguntou com a voz suave e calma. Sem deixar transparecer qualquer emoção, além de uma casual preocupação. Mas Oliver sabia que não deveria relaxar e sim se preparar para as próximas.

-Ollie... Eu estou me sentindo sozinha e queria escutar a sua voz, mas só quando comecei a falar lembrei que você teria reuniões importantes... Desculpe. Tchau. - uma Chloe mais afetada pareceu ter deixado aquele recado e Oliver quis ligar para ela, mas conteve-se.

-Sou eu de novo.  Sei que você está ocupado, mas se, assim, por um acaso escutar esse recado... Você me liga? Eu preciso escutar sua voz - Oliver escutou Chloe fungar e explodir em um choro. - Eu não te mereço. Eu continuo te escondendo as coisas. Oliver eu estou sentindo tudo. É tanta dor, tanta tristeza vindo de fora. Eu fechei as janelas, mas não adianta, eles continuam a entrar na minha cabeça...

A ligação foi interrompida de repente e Oliver ficou imediatamente de pé. Seu coração já estava batendo descontroladamente a aquela altura. E ele se recriminou por ter deixado que a situação chegasse a aquele ponto. Seu cérebro o lembrou de quando saiu de casa de manhã Chloe estava bem, dormindo profundamente e tranquila, mas seu coração continuava lhe acusando. O que teria acontecido nesse meio tempo?

Ele passou por sua secretária sem dizer nada, com o celular ainda colado a orelha. Nem a próxima reunião ou compromisso o faria parar. Ele precisava chegar em casa logo.

-Eu não posso mais ficar aqui... Eu tenho que ir embora, onde eu não escute nada...

Oliver paralisou no lugar, antes de começar a correr na direção dos elevadores. Seu peito apertou de forma dolorosa, não acreditando direito no que estava escutando. Já havia escutado, lido, isso uma vez e jurou para si mesmo que nunca mais deixaria Chloe se afastar dele.

Por favor. Não suma, não suma...

Ele continuou repetindo mentalmente o pedido e quase não percebeu Clark parado a sua frente quando saiu do elevador. Se não fosse a dor de bater em seu ombro teria continuado seu caminho sem olhar para trás. Mas seu olhos procuraram o rosto familiar a sua frente e Oliver suspirou aliviado.

-Eu preciso da sua ajuda - ele pediu antes que Clark pudesse dizer qualquer coisa.

-Eu estou aqui para isso - Clark respondeu calmamente.

-Você... - Oliver o encarou por alguns segundos. Clark estava com aquela cara de sofrimento tão conhecida por todos, o olhando por baixo. Um olhar cheio de pena também. - Onde ela está?

-Na fazenda. Oliver, ela precisa ficar sozinha - Clark respondeu diretamente. Se preparando para uma reação.

-O que? - Oliver olhou incrédulo para ele. Como se Clark tivesse perdido todo o juízo. - Sozinha? Eu não vou deixar Chloe sozinha. - ele começou a dar a volta em Clark. Precisava correr para a fazenda, mesmo que sem ajuda.

-Se aproximar dela só vai machucá-la ainda mais. - Clark quase gritou, se esquecendo por um instante onde estavam. Cercados por funcionários e visitantes.

Oliver parou diante dessas palavras e olhou sobre o ombro.

-Eu estava com Lois no Planeta quando escutei Chloe gritar. Quando eu cheguei lá ela estava... Fora de si. - Clark olhou para o chão com a lembrança. - Ela pode sentir tudo a sua volta. A minha preocupação quase foi demais para ela.

Oliver levou o punho apertado a boca e encarou Clark de volta. Deveria ter feito alguma coisa antes. Não deveria ter esperado tanto e agora Chloe estava sofrendo por isso.

-Você fez bem levando Chloe para a fazenda. - ele admitiu, se acalmando um pouco, tentando raciocinar. -Mas se os poderes dela deram esse salto desde a manhã, não vai ser suficiente.

-O que vocês estavam fazendo sobre o assunto? - Clark perguntou, sem nenhuma acusação na voz, apesar de estar aflito com a situação de sua melhor amiga.

-Emil e uma equipe dos meus melhores pesquisadores estão tentando encontrar um jeito de conter os avanços dos poderes dela, mas Chloe não é só uma infectada por meteoros, ela é uma meta e é ai que as coisas complicam. É difícil encontrar uma saída sem colocá-la em um laboratório como um rato. - ele explicou, frustrado.

-Ok. Eu vou me encontrar com Emil e explicar o que está acontecendo e enquanto eu vejo se ele chegou a alguma conclusão, você vai para fazenda. Lois está lá com ela.

Oliver olhou para Clark e sorriu brevemente, agradecido por não ter de se manter afastado. Ele assentiu diante da compreensão de seu amigo. Não conseguiria fazer nada sem antes colocar os olhos em Chloe, ter a certeza de que ela estava minimamente bem.

Ele se viu paralisado cinco minutos depois. Após ser deixado diante do celeiro da fazenda Kent por Clark, Oliver olhou para a porta de madeira sem saber o que fazer. Precisava se acalmar antes de entrar e seus nervos não cooperavam. Seu coração estava acelerado e tinha certeza de que sua ansiedade podia ser sentida por ela.

-Ollie.

Oliver piscou, saindo de seus devaneios e medos por um instantes. Ele olhou sobre o ombro e viu Lois descendo os degraus em frente a porta da cozinha onde haviam se conhecido. Ele respirou profundamente. Quem diria que chegaríamos aqui, assim? Ele quase tendo um colapso nervoso e ela com os olhos vermelhos de preocupação. Os dois temendo pela pessoa que mais amavam no mundo.

-Oi - ele respondeu baixinho, como se sua voz também fosse causar algum incomodo.

-Eu não consigo ir até lá - Lois disse, deixando o olhar subir a pequena janela do segundo andar do celeiro.

-Por que? - Oliver questionou. - É tão grave assim? - seus olhos seguiram o dela. Sabia que Lois não se afastaria de Chloe neste momento a menos que fosse realmente necessário.

-É. Cada vez que eu tentei me aproximar eu só a machuquei mais. Como se eu fosse toxica. - Lois abraçou a si mesma.

Oliver se sentiu mal por ela e tentou confortá-la tocando seu ombro. O máximo que podia fazer no momento. Ele respirou fundo e tentou pensar no que fazer para chegar perto sem perturbar Chloe. Ela precisava dele.

-Tente esquecer o panico que está sentindo agora e lembre-se só o quanto a ama e você vai conseguir. Eu não consegui - Lois o aconselhou e deu de ombros, se afastando.

Oliver a observou voltar para dentro da casa e pensou em suas palavras. Lois estava certa. O caminho para dentro daquele celeiro era se desapegar de seus medos e se concentrar em tudo de bom que havia, que existia em ter Chloe em sua vida. Amá-la todos os dias e ser amado da mesma forma.

Alguns minutos e o pensamento de uma vida inteira ao lado dela fez Oliver sorrir. Ele se sentiu preparado e marchou para dentro do celeiro escuro. O primeiro andar estava quieto como imaginou, foi só dando mais alguns passos que escutou um choro vindo de cima. Tão baixo quanto triste.

Foi preciso se apegar a lembranças de como se sentia cada vez que Chloe sorria para ele pra poder prosseguir. Subindo devagar as escadas ele escutou uma movimentação repentina e se apressou.

-Sou eu. Sou eu - ele disse baixinho para não assustá-la ainda mais.

Chloe se arrastou até o canto oposto e se encolheu. Ela abraçou os joelhos e fechou os olhos enquanto se preparava para mais dor. Sabia que o momento em que Oliver a encontrasse naquele estado miserável seria terrivelmente doloroso para os dois, ainda pior para ela.

Mas para a sua surpresa o que vinha de Oliver não era nada mais que uma carinhosa preocupação e amor. Muito amor, no meio de toda a angustia que podia sentir se aproximando dela.

-Ollie - Chloe ergueu a cabeça hesitante. Ela olhou para ele e em segundos seus olhos estavam transbordando, de alivio. Ela ficou de pé e correu até ele e se jogou em seus braços. -Eu te amo tanto.

Oliver a abraçou imediatamente. Ele envolveu cada centímetro que pôde e a segurou contra si, como se nunca mais fosse largar. Ele se forçou a não pensar em mais nada, a não se no quão bom era tê-la em seus braços, em segurança. Mesmo que não fosse durar muito tempo.

...CONTINUA.

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