sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Flames – Partes 2 e 3


Enquanto esperamos pela estréia da 10º temporada amanhã, mais duas partes da minha fic... pra distrair. 
Os personagens não são meus, eu bem queria, mas não são...Ah, comentem. Fico agradicida!Boa leitura!!
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Titulo: Flames
Autora:Roberta Clemente
Classificação: R
Spoiler: Não


PARTE 2



Oliver cheirou os cabelos de Chloe enquanto ela dormia. A primeira vez que fez isso sentiu junto com o perfume algo se completando dentro dele. Algo inexplicável e inédito para o herói solitário que tinha se transformado. Na primeira vez que teve Chloe em seus braços, que sentiu o perfume delicado daquela incrível mulher as coisas começaram a fazer sentido e ficar mais claras, agora não conseguia se despedir sem repetir o mesmo gesto, levando com ele o cheiro dela.

Deu um leve beijo na face dela deixou o bilhete que escreveu rapidamente, em silencio e levantou devagar. Por nada a acordaria, nem mesmo para dizer se despedir, se contentaria com a lembrança que levaria com ele.

Conferiu mais uma vez o balcão e as coisas que deixou para ela, incluindo a flor sobre o guardanapo e sorriu de canto. Se lhe dissessem um ano atrás que estaria agora escrevendo bilhetes, deixando flores e para Chloe, não acreditaria. Mas estava, era verdade, era ela dormindo a alguns metros dele depois de uma noite inteira juntos.

Olhou mais uma vez para Chloe e depois de suspirar fechou a porta.  Mesmo não querendo deixar a festa no melhor, tinha que fazer. Agora era o único responsável pela junção Luthorcorp/Indústrias Queen. Desde a morte de Tess.

Tess. Ainda era difícil acreditar que Tess havia morrido. Que aquela mulher que queria salvar o mundo tinha terminado sua história como uma vilã.

Graças a Chloe, à vontade e desejo de voltar para ela à morte de Tess não lhe colocou em xeque. Saber que um dia voltaria aos braços de Chloe o manteve vivo e quando conseguiu não deixaria nada tirar isso dele, nem mesmo a morte de alguém que havia perdido há anos, que havia mudado tanto que sua despedida não deixou saudades, apenas um grande pesar.

Atravessou o salão já movimentado da Talon sem enxergar ninguém e desejando que os próximos dias passassem correndo. E que nada mudasse tanto quando estivesse de volta. Que nenhuma guerra estourasse e que pudesse continuar de onde tinha parado.

Quando chegou a Star City foi inundado por trabalho, problemas que Tess havia criado e transações que não tinha conhecimento vieram à tona. O caos estava prestes a se instalar em sua empresa, a empresa que era de seus pais. Então antes que fosse engolido vivo, mergulhou de cabeça no trabalho.

Reuniões intermináveis, jantares com acionistas para acalmar os ânimos, uma rotina maçante de dias, que só era quebrada quando conseguia falar com Chloe. Ela era seu alento, seu porto seguro. Quando chegava a ponto de explodir lembrava-se do cheiro dos cabelos dela ou olhava a vista de sua sala e estava pronto para outra.

Depois de uma semana as coisas começaram a se acalmar e como em um quebra-cabeça voltar aos seus lugares. Com o dom para os negócios herdado de seu pai Oliver fez com que as especulações de crise não passassem disso, especulações. E em alguns dias a Indústria Queen voltou a ser a mais lucrativa do país.

Podendo respirar Oliver voltou a fazer o que mais gostava, pode ser a outra parte dele. Ser Green Arow era libertador, necessário, tanto quanto um braço ou uma perna, respirar. E andar pelos telhados de Star City era andar no quintal de casa. Familiar demais. Poderia saltar por mais de um minuto sem precisar abrir os olhos, conhecia de cor cada prédio.

Mesmo assim não conseguia não sentir falta de Metropoles, de casa. Olhar a cidade de cima era como observar uma foto antiga, que sempre vai estar lá, fazendo parte da história, mas que não corresponde mais com o presente.

Oliver subiu no parapeito enquanto esperava. À noite atingindo seu ápice e era como se criasse vida própria. Som, cheiro, cor. Só esperando por ele, enquanto esperava mais um pouco.

-Torre de Vigilância está online! – chama Chloe no ouvido de Oliver.

-Arqueiro Verde também online! – responde Oliver quando finalmente escuta a voz tão esperada de Chloe, seu oráculo.

-Boa noite Arqueiro! Como está à cidade está noite? – pergunta Chloe ainda em tom formal.

-Linda e brilhante! Você deveria vê-la daqui de cima! – informa Oliver quando escuta um risinho baixo de Chloe.

-Já me disseram isto antes – diz Chloe com a voz suave.

-Um gênio!Presumo! – se gaba Oliver.

-Genioso talvez, gênio? Não sei!Alguém que passa as noites pulando de telhado em telhado usando calças coladas pode ser considerado um gênio? – pergunta Chloe em tom de duvida.

-Há!Muito, muito engraçado!... Também sinto sua falta – responde Oliver que mesmo com a voz distorcida e grave não pode disfarçar o desconforto.

-Ok!Me desculpe, achei que este fosse o nosso lance, nos provocar antes do trabalho, mas se falar da sua roupa te deixa sensível, eu paro e nós podemos ir ao que interessa – ironiza Chloe.

-Torre de Vigilância...

-E eu sinto... Arqueiro, sua falta! – interrompe Chloe, meio que gaguejando.

Chloe não poderia ver, mas a reação de Oliver foi sorrir e seus olhos se fecharem momentaneamente por debaixo dos óculos escuros.

-Cuidado, estou no parapeito do prédio mais alto da cidade. Um tombo daqui e vou virar um pontinho verde no asfalto – brinca Oliver.

-Há!Muito, muito engraçado. Você não tem permissão para isso, só para terminar o que tem que fazer e trilhar o caminho de volta para casa!Então siga os tijolos dourados! – da à ordem Chloe, no seu melhor estilo.

-Não precisa dizer duas vezes Dorothy! – acata Oliver.

-Certo, então posso dizer que está acontecendo um roubo a banco três quarteirões de você?

-Preferia saber o que está vestindo, mas... Ao trabalho Torre de Vigilância – diz Oliver levantando seu arco e o abrindo.

Segundos depois ele puxa uma flecha e apontando para o telhado do prédio da frente atravessa a noite de sua cidade, cidade que um dia fora a sua preferida entre todas.

Patrulhar durante as noites lhe trazia um animo novo. Enfrentar um dia fechado no escritório ficava mais fácil quando sabia que teria liberdade a noite. E por ter Chloe com ele tornava tudo mais interessante. Passava os dias esperando as noites.

E o inesperado aconteceu. A um dia de voltar para Metropoles um compromisso em outra cidade surgiu. Algo fora do roteiro, que ele sendo a cabeça da empresa teve que cumprir. Seriam mais alguns dias longes. Tudo bem, ele era adulto para controlar sua ansiedade. E Chloe era adulta o suficiente para entender.

Sentado em sua mesa ele ficou em silencio por alguns segundos antes de tirar o celular do bolso e ligar para ela.

-Hei! – atende Chloe tão baixo que Oliver mal escuta.

-Hei!Te acordei? – pergunta ganhando tempo.

-Acordou!Ainda bem – responde Chloe com a voz ainda meio presa, quase ofegante.

-Tudo bem, Chloe? – se preocupa Oliver. Lembrando do sono agitado dela.

-Sim, sim!...

-Tem certeza? – insiste ele percebendo algo errado. E diante do silencio ele se preocupa mais, esquecendo a razão de sua ligação. – Chloe?

-Tenho, tenho! Mas então, tem uma coisa que preciso te dizer, mas tem que ser pessoalmente, já está em Metropoles? – desconversa Chloe em tom mais alto, deixando a sonolência de lado e falando com charme.

-Hum!Sobre isso... Mudança de planos – finalmente diz Oliver.

-Pra onde você vai? – pergunta Chloe sem esconder da voz o desapontamento.

-Seattle! Me desculpe...

-Tudo bem!Os sintomas do vírus “Tess” ainda estão no ar por ai – explica por ele.

-É!Quando menos espero sai um fantasma ruivo do meu armário – concorda Oliver frustrado.

Oliver escuta o sorriso forçado de Chloe do outro lado. Nenhum dos dois estava feliz. Queriam ficar juntos, tinham a necessidade um do outro depois de tudo o que passaram.

-Tenho um avião na garagem. Vou mandar e ele deve chegar ai antes do almoço, me sinto ridícula com ele aqui e você precisando...

-Não se preocupe, sou rico esqueceu, posso comprar outro se quiser – brinca Oliver, pelo menos tenta. – E ele está a sua disposição até você decidir usar.

-Certo Sr. Queen! – embarca na brincadeira.

-Certo... Então eu falo com você depois? – pergunta Oliver, em tom de incerteza.

-Claro!Boa viagem Ollie! – responde Chloe tentando parecer animada.

-Obrigado!Tchau!

-Tchau!

Oliver desliga sentindo algo estranho. Como se aquela conversa tivesse fora de tempo, lugar. Como se fossem duas pessoas estranhas e não ele e Chloe. Algo estava fora da ordem.

Respirando fundo ele abre a gaveta ao lado da cadeira e tira o porta retrato com a foto de Chloe que escondia. Nela os olhos verdes de Chloe gritavam vida e força. Um dia perguntaria quando a foto fora tirada, gostaria muito de saber o que se passava na mente dela naquela época.

Sentia a falta dela e daqueles olhos cheios de opinião. Sentia mais do que imaginava ou esperava e gostaria de sentir. Piscando para se libertar da viagem mental que começava a fazer para casa, Oliver devolve à foto a gaveta e depois de não conseguir mais ver os olhos de Chloe ele vai de encontro ao seu compromisso.


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PARTE 3

Os dias seguintes foram como Oliver temeu que pudessem ser. Maçantes e intermináveis. Forçava-se a prestar atenção no que lhe diziam e mostravam. Falava o suficiente e nada mais, economizava todo o tempo que conseguia. E ao final de cada reunião, de cada jantar, ao voltar para o hotel esperava poder falar com Chloe e não conseguia.

Tudo o que trocaram nos últimos quatro dias desde aquele telefonema foram algumas mensagens de texto. Clark e o vilão da semana pareciam ficar com todo o tempo e atenção de Chloe. Gostaria de poder afastá-la deste mundo de vigília constante que a rodeava. Que pelo menos uma vez pudesse ser só os dois. Sem nada nem ninguém para salvar. Que o mundo se virasse sem eles.

Voltou a Star City criando mil planos na mente para seqüestrar Chloe, levá-la para o outro lado do mundo se preciso. Podia vê-la nas ruas de Paris ou Praga. Definitivamente Praga. Sempre achou que combinava com Chloe e adoraria mostrar a ela.

A idéia começava a criar forma e no elevador para o seu escritório já imaginava Chloe nas noites de Praga, as margens do Vitava.

Seu sorriso se desfez quando encontrou sua secretária, de nome impronunciável, até para ele, parada diante da porta do elevador lhe esperando com uma expressão de angustia. Na verdade ela sempre tinha esta expressão no rosto. Oliver rápido chegou à conclusão de que era desgosto por causa do nome.

-Feliz em me ver Rossiyska? – pergunta Oliver, brincando com a senhora de cara fechada.

-Rossyskaya, senhor! – corrige.

-Certo! – concorda Oliver passando apressado por ela, indo em direção a sua sala.

-Sr. Queen, me pediram para avisar que seu avião pousou a algumas horas em Star City e ele está disponível – informa a secretária quase colidindo com as costas dele que para de repente.

-O que?Mas eu deixei... – murmura Oliver, confuso.

-Sim! – ela espera.

-Nada, algum recado? – pergunta ele com o olhar mudado. Quase duro.

-Não!Nenhum, só o lembrete da sua ultima reunião antes de sua viagem para Metropoles. – responde ela olhando nos papeis que carregava.

-Ok!Certo!Ultima reunião! – diz Oliver, com os ombros caídos e de olhos fechados.

Ele atravessa a sala de espera tentando entender o porquê de Chloe ter dispensado o avião que ele tinha deixado para ela. O porquê de não retornar suas ligações. Enfim de ter sumido nos últimos dias.

Entrou de cabisbaixo em sua sala e foi surpreendido. Quando levantou a cabeça encontrou a figura dela, parada de pé, atrás de sua mesa, olhando pelo vidro de sua sala. Aparentemente sem notar sua presença ela olhava concentrada para fora, com as mãos no bolso da calça preta.

E mesmo de costas ele não precisou de mais que um segundo para reconhecer Chloe. Seus cachos loiros, seus ombros cobertos pela jaqueta de couro verde que ele adorava, o contorno de seu quadril que havia decorado, e o cheiro leve de seu perfume na sala.

-Chloe? – chama Oliver, só para confirmar.

-Você tinha razão!A vista daqui é linda – diz ela ainda olhando para fora, para o entardecer na cidade das estrelas.

Oliver não consegue conter o sorriso enquanto caminha para ela. Ainda não acreditava que Chloe estava ali, na sua frente, precisava tocá-la para ter certeza. Quando chega perto o suficiente cerca a cintura dela com as duas mãos, olha para o céu alaranjado que Chloe contemplava e não resistindo da um beijo nos cabelos macios dela.

Quando sente o toque de Oliver, Chloe deixa seu corpo encostar-se ao dele, se encaixando perfeitamente no dele. E quando a mão dele percorre sua barriga ela segue o braço dele enquanto se vira. Encontrando seu olhar com o dele.

-Oi! – diz Chloe com um sorriso largo.

-Oi! – responde Oliver, um pouco mais sério, ainda com saudade. – O que você está fazendo aqui? – pergunta balançando a cabeça.

-Os tijolos dourados parecem ter ficado invisíveis, achei que estivesse precisando de uma mão pra te levar pra casa, então... Vim te buscar – desabafa Chloe encarando o peito dele. Ela não vê o sorriso se formar no rosto de Oliver com aquela explicação.

-Você não tem noção do quanto é bom escutar isso. Tentei tanto falar com você nos últimos dias, estava tudo tão estranho que por um segundo pensei... – ele não termina, mas é suficiente para Chloe levantar a cabeça e encontrar os olhos inseguros de Oliver sobre ela.

-Eu sei! As coisas estão estranhas, principalmente comigo, um dos motivos pra querer te ver, mas aconteceu tanta coisa nesses dias. Você conhece Metrópoles, a cidade onde tudo pode acontecer – diz Chloe com um sorriso nervoso no rosto. – Mas tem uma coisa que você deveria ter aprendido neste tempo Ollie.

-O que?

-Que não vai se livrar de mim assim, não assim. Acha que fui atrás de você pra te deixar solto por ai? – questiona ela mordendo o sorriso e olhando de lado para ele.

Oliver sorri. Mais relaxado agora. Ele aperta os braços em volta dela, trazendo Chloe para mais perto até ela perder contato com o chão. E a uma respiração um do outro eles se experimentam, com rápidos e macios beijos, até encontrarem a posição certa e poderem se perder na boca um do outro.

Foi preciso três toques do telefone na mesa de Oliver para eles interromperem o beijo. Chloe afasta o rosto para olhar para ele, que continua de olhos fechados. Ela massageia a nuca dele e coloca a boca na orelha dele para acordá-lo.

-Você não vai atender? – sussurra.

-Não quero! – responde Oliver também sussurrando e apertando mais um pouco.

Mas cedendo ele deixa o corpo de Chloe escorregar pelo dele, até que os pés dela se firmassem no chão de novo. Ele ignora a chamada que vem do lado de fora de sua sala, só se concentra nos olhos verdes de Chloe, cheios de vida a sua frente.

-Tudo bem Ollie, não vou embora sem você – tranqüiliza Chloe.

-Você pode me esperar no meu apartamento? – pede Oliver com um sorriso convidativo.

-Claro.

-Depois posso te mostrar um pouco de Star City – se anima Oliver com a possibilidade de ter Chloe em Star City com ele.

-Se tiver um café estou feliz. – concorda Chloe dando de ombros.

- Não se preocupe, antes que comece a tremer de abstinência te levo no melhor café da cidade. Têm alguns!Talvez não com o charme da barraca de Metrópoles, mas acho que vai gostar. – compara Oliver provocando Chloe. Por muitas vezes ele tentou levá-la a outro, mas ela nunca aceitava trocar seu café preferido, mesmo que por uma noite só.

Chloe aceita a provocação. Ela olha em volta mordendo o lábio inferior e ganha um beijo no pescoço. Ela rápido se agarra a camisa dele. Oliver foi direto ao seu ponto fraco, um toque, um beijo no pescoço e ela se entregava.

-Ok, Sr. Queen!Você é o anfitrião, estou em suas mãos – se desarma Chloe.

-Certo! Te encontro depois e saímos para jantar – diz dando mais um beijo.

-Então você só tem que fazer uma coisa agora Ollie.

-O que?

-Me deixar ir. – brinca Chloe, chamando atenção dele.

-Oh!Ok!As chaves do meu apartamento estão na primeira gaveta, enquanto isso, vou ver o que a miss simpatia quer comigo. – concorda Oliver com os braços no alto.

-Certo.

Chloe ri do apelido que ela também tinha dado a secretária de Oliver e dando a volta na mesa ela se senta na cadeira de presidente de Oliver. Ela olha para a mesa e tentando adivinhar ela tenta as gavetas da direita.

Oliver de pé do outro lado levava o telefone no ouvido quando percebe a gaveta que Chloe estava prestes a abrir.

-Não!Está não... – ele grita e fecha os olhos quando percebe que é tarde demais. Chloe já está com o olhar no interior da gaveta, surpresa e com um sorriso congelado no rosto. –Não Srta. Rossyskaya!... Eu não gritei com você! – gagueja Oliver, enquanto olha para Chloe. Ela olha para ele por baixo, sorrindo e fecha a gaveta devagar. – A outra – ele gesticula também balançando a cabeça, visivelmente sem graça.

-Está? – aponta Chloe sem esperar resposta. Ela abre pega a chave e levanta rápido. Apesar de divertido não queria deixar Oliver mais constrangido ainda. Ela usaria isso a seu favor quando precisasse.

Oliver a espera na frente da mesa com o olhar de menino que ela adora. Segurando o telefone no peito, era a vez dele ser gozado, mas ela fica na ponta dos pés e lhe dá um selinho gentil

– Até mais tarde Ollie – se despede.

Oliver a observa pegar a bolsa no sofá e sair da sala, quase flutuando, deixando seu perfume e sua presença no ar. Amava aquela mulher. Deus como amava aquela mulher. Sempre achou que conhecesse todos os tipos, que nada mais fosse novo. Isso até Chloe Sullivan, ela foi à maior descoberta de sua vida.

A menina que conheceu anos antes, a amiga fiel que se mostrou depois, capaz dos maiores sacrifícios pelos que ama, a mulher forte e sexy que se transformou. Todas em uma pessoa só. E ele era o único com permissão de ver todos os lados de Chloe Ann Sullivan. Ela era única e aparentemente sua.

Incrivelmente as horas seguintes correram. Sua ultima reunião praticamente voou. Em três horas ele estava livre. Voltou ao seu apartamento sem pressa, sabendo que Chloe o esperava não precisava se afobar.

Entrou na cobertura e ela estava quieta. Iluminada pelo luar que vinha de fora ele pode ver os sinais de que Chloe esteve lá. Seu computador aberto na mesa de centro da sala, rodeado de alguns papeis, uma xícara no balcão da cozinha e a luz leve vinda de seu quarto.

Parou debaixo do batente e pode ver o contorno do corpo dela na cama. De costas para ele, com as pernas encolhidas. Oliver se aproximou e quando alcançou o rosto dela teve a certeza de que dormia. Tranqüila, com a mão debaixo do rosto. Ele sorri satisfeito por tela ali e andando macio entra no banheiro. Deixaria Chloe descansar enquanto ele ficava pronto para eles saírem.

Chloe não acordou com a presença de Oliver, nem com o barulho do chuveiro. Ela simplesmente despertou alguns minutos depois. Olhou em volta, procurando por ele e então notou a presença dele no banheiro. Levantou e caminhou se espreguiçando até ele, antes de chegar à porta do banheiro notou que se arrumar antes tinha sido uma grande besteira. Seu vestido, seu cabelo e sua maquiagem estavam fora de lugar.

Entrou no banheiro enorme da suíte e deu de cara com Oliver em uma das pias. De toalha enrolada na cintura, fazendo a barba. Ele não conseguia ficar feio ou menos bonito, nem se tentasse muito. Assim do jeito que estava agora, sem roupas ou carros caros, desarmado de suas obrigações de herói, ele era perfeito. Adorava poder ver o herdeiro bilionário, o super herói, sendo só um homem e o amava por isso, por conseguir sê-lo. Este homem incrível. Amava todas as partes dele, mas amava mais este, Ollie. Deus!Como amava o amava, gritava para si mesma.

-Existe um aparelhinho, bem simples na verdade, chamado barbeador elétrico, sabia? – fala Chloe, chamando atenção dele para ela.

-Eu sei. Mas ele e o furo no meio queixo não se deram muito bem – diz Oliver sacudindo a lamina na água.

-Oh! O furo! – diz Chloe erguendo a cabeça e balançando, concordando com ele.

-Você sabe, é um charme meu, uma marca – se gaba Oliver, dando de ombros enquanto Chloe começa a caminhar para ele.

-É Deus nos livre, reles mortais, de ficar sem ele – Chloe entra na brincadeira. –Anda, me dá! – ela pede o barbeador.

-O que?Nem pensar! – se nega Oliver.

-Você confia em mim ou não? – questiona Chloe com uma sobrancelha erguida, enquanto espera com a mão no ar.

-Minha vida, sim. Meu rosto, não sei se devo. – ele argumenta meio encolhido. Mas vendo que ela não recuaria cede, dando a lamina na mão dela.

-Qual é! Não é como se fosse seu ganha pão – brinca Chloe pulando e sentando na pia. Oliver congela a expressão, meio assustado e ela ri.

-Se um dia ficar pobre ele pode ser o meu único ganha pão – responde Oliver, um tanto indignado.

-Ou eu posso conhecer um lugar que está sempre precisando de gente para servir e que saiba mexer na maquina de café – diz Chloe oferecendo outra opção.

-O que? – pergunta Oliver dando um para trás.

-Estou brincando Ollie, vem cá – ela baixa o tom de voz, falando firme – Confia em mim – pede puxando ele pela ponta da toalha, o fazendo parar entre suas pernas. Oliver obedece, seguindo os comandos dela.

-Vou sujar seu vestido! – afirma Oliver

-Isso é uma promessa? – pergunta olhando nos olhos dele a sua frente.

Ele também olha dentro dos olhos verdes dela. Se aproximando ele coloca as mãos em volta dela, espalmadas na pia e oferece o rosto a ela. Chloe teria todo o poder sobre ele.

Ela morde o sorriso e começa. Colocando a lamina no pescoço dele ela sobe lentamente em direção ao queixo. Ela se concentra nele enquanto ele se concentra nela, nas micro-expressões que se formam no rosto dela.

-Senti sua falta! – Oliver quebra o silencio.

Ela desvia o olhar do pescoço dele pela primeira vez.

-Eu também senti – diz ela tirando mais uma parte do creme de barbear.

-Tem alguma coisa que queira me dizer Chloe? – pergunta Oliver, sério, com a voz grossa.

Chloe ergue primeiro os olhos, encontrando o olhar penetrante dele, depois ergue a cabeça, se afastando um pouco.

-Tem – responde desviando brevemente o olhar para limpar a lamina na água. Ela sente as mãos dele em seu quadril quando investe mais uma vez no que fazia. – Quando estava naquele duto de ventilação e as coisas saíram de controle, você disse que me amava – ela pausa, sentindo a respiração quente dele ficar mais pesada. – Eu disse que também te amava e... –ela olha nos olhos dele depois de terminar o queixo dele – Não foi só pelo momento. Eu te amo Ollie – se declara enfim – Eu te amo – repete puxando-o para mais perto.

Ela o beija com paixão e urgência, pela primeira vez talvez, era ela quem se mostrava, se abria. Em segundos ele se entrega com a mesma vontade que ela. Subindo as mãos pelas costas dela e descendo até encontrar o contorno do quadril, que puxa, fazendo escorregar na pia até encontrar o seu.

Agarrada a nuca dele Chloe não consegue parar de beijá-lo. Nunca tinha desejado tanto Oliver. Resquícios do creme de barbear passaram para seu rosto e sumiram em seguida, de tanto que se movimentavam. Chloe erguia o corpo, envolvendo Oliver com seus braços, seus ombros, enquanto sugavam a boca um do outro.

Descendo as mãos pela curva das costas dele ela encontra a toalha e a puxa até afrouxar e cair, depois prende as pernas em volta da cintura dele. Ela geme quando sente as mãos dele entrarem por debaixo do seu vestido encontrando sua bunda. Ele aperta a tirando do mármore por um instante.

-Eu também te amo, Chloe! – sussurra no ouvido dela, subindo as mãos levando o vestido com elas. Ele se afasta o suficiente para passar o vestido pela cabeça dela e nada mais. Não queria deixar nem um segundo de tocá-la.

Chloe ergue os braços, ajudando a se livrar do pano e quando encontra os olhos dele nela e em seguida a boca dele na dela. Também tinha urgência no beijo dele. Ela se segura na nuca dele quando Oliver envolve sua cintura com os braços, tirando no balcão.

Unidos pelo beijo Oliver caminha com Chloe nos braços para o quarto. Eles caem na cama ainda unidos. Oliver cobre o corpo de Chloe com o seu e ela rola ficando sobre ele. Com Oliver ela perdia a cabeça e não se importava, ela podia ser ousada, abusada se quisesse.

Empurrando ele contra o colchão ela coloca a boca atrás da orelha dele e fala bobagens. Oliver fecha os olhos e ri. Permanecendo com eles fechados quando Chloe começa descer por seu pescoço, ele se agarra as cochas dela a sua volta e aproveita a sensação. Ela explora seu peito depois a barriga com a boca. Ele aperta a boca quando o prazer fica maior e ela volta fazendo o mesmo caminho com a língua.

Quando ela morde o queixo recém barbeado Oliver abre os olhos. Os olhos dela apertados por um sorriso, os cachos caindo sobre o rosto, ela estava linda. Ele percorre com a mão retirando uma mecha da frente e rola por cima dela.

Segurando o pescoço e a perna dela sobre a dele Oliver beija o canto da boca dela e Chloe morde de leve, se segurando para não gemer enquanto Oliver percorre as mãos por seu corpo. Ela se agarra ao lençol, juntando em seu punho.

Algum tempo depois o mesmo serviu para cobrir os corpos cansados dos dois. Encaixados Oliver brincava com o umbigo de Chloe, fazendo círculos e com a outra mão alisando os cachos loiros dela que caiam sobre seu braço. Chloe ria baixinho, de olhos fechados, afastava a mão dele e ria de novo quando ele voltava.

-Achei que teria que te seqüestrar pra ter você só pra mim – sussurra Oliver.

-É mesmo? – pergunta Chloe abrindo os olhos – Você iria me seqüestrar?

-Já tinha o plano na cabeça – responde ele rouco.

-E pra onde você me levaria? – questiona curiosa.

-Bem, eu ia te levar, mas como você correu atrás de mim – ele desdenha

-Oh! – ela empurra a mão dele mais uma vez de sua barriga e mais uma vez ele volta. Ela então gira, ficando de frente pra ele. –Fala, pra onde você me levaria? – ela pergunta deitando a cabeça no braço dele.

-Eu te levaria pra... – ele pausa pra aumentar o suspense, arrumando o lençol em volta dela. – Praga.

Os olhos de Chloe brilham.

-Praga?Sempre quis conhecer Praga! – afirma com um sorriso infantil.

-Claro que quer, ela é sua cara. Romântica, histórica, acolhedora, apaixonante... E é conhecida pela comunicação – explica Oliver passando a mão no braço dela.

Por um segundo Chloe se perde na idéia de conhecer outro lugar. De sair e ver o mundo. Se afastar um pouco de tanta responsabilidade. Oliver percebe no olhar dela e espera, mas logo ela acorda, voltando a sua realidade.

-Quem sabe um dia? – diz ela, um pouco triste.

-Quem sabe? Eu te levo pra onde você quiser Sullivan – se oferece Oliver, tirando um sorriso dela.

-Praga!Só você mesmo Ollie – diz Chloe girando de novo sobre ele.

Oliver passa as mãos nas costas dela até encontrar os ombros.

-Nós não vamos tomar aquele café, não é? – pergunta Oliver, rendido.

Chloe passa no nariz no dele e diz baixinho na boca dele:

-Não! – encaixando mais um beijo.

No meio da noite Oliver despertou, mas não abriu os olhos. Tinha a necessidade de mudar de posição, mas teria que fazer com cuidado para não acordar Chloe, aparentemente em seu apartamento ela dormia muito bem. Só que não a sentiu em seus braços, onde ela estava quando dormiu.

Abriu os olhos e viu o outro lado da cama vazio. Virou se espreguiçando e não a encontrou. Levantou e se enrolou no lençol. Passou pela mala dela no chão, fechada, e a procurou no banheiro, que a luz apagada indicava estar vazio.

Sabia onde a encontraria. Provavelmente diante de seu computador, com uma xícara de café na mão e comunicador na orelha. Ela não conseguiria passar uma noite sem saber o que estava acontecendo em Metrópoles.

Oliver caminhou com um sorriso irônico no rosto pra quando encontrasse Chloe. Que logo virou um bico, acompanhado de uma ruga de confusão. O computador de Chloe estava na mesma mesa, do mesmo jeito. E se já era estranho ficou mais quando Oliver procurou na cozinha e achou a caneca que encontrou quando chegou, com café seco no fundo. Chloe não passara por ali.

Ele sai da cozinha, confuso e quando se preparava para chamar o nome dela deu de cara com a porta da rua aberta. Oliver corre até ela e para do lado de fora e nada. Para onde ela teria ido há àquela hora e sem avisar?

Oliver corre para dentro e pega o telefone da sala. Disca rápido o numero de Chloe e espera. Dois segundos quase sem conseguir escutar alguma coisa além de seu coração acelerado, o telefone de Chloe toca no quarto.

Ele corre e fica frustrado quando entende que o som vem de dentro da bolsa de Chloe. Mais confuso ainda ele olha em volta, tentando juntar as coisas, mas nada faz sentido. A mala dela estava intacta. A bolsa, celular e computador continuavam lá. Tudo indicava que Chloe simplesmente tinha levantado e saído, deixando tudo para trás

 

CONTINUA...

7 comentários:

  1. *____* eu quero o resto! (essa história de não saber o que vai acontecer não faz bem pra mim, Roberta).
    ameeei o cap.

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  2. hehehehe...foi mal.
    Mais algo me diz que vc vai ver o proximo e antes de todos...ha!

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  3. Ah eu amo chlollie, lendo isso agora me dá ainda mais vontade de socar aquelas criaturas que decidiram cortar o flashback de Chlollie '¬¬
    Vilm@

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  4. Parabéns Roberta!!!!!!!

    A fic está muito legal.

    1 - O que a Chloe viu na gaveta????

    2 - Por que ela saiu e para onde foi????

    Eu quero ler logo o próximo capítulo.

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  5. Odio, né Vilm?Muita mancada!

    Oi Karina.
    Na gaveta tinha a foto dela!Lembra, que no final da parte 3 ele abre a mesma gaveta e tira uma foto dela?
    E por que ela saiu e pra onde, só na próxima parte...hehe

    Valeu meninas

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  6. Betinhaaaaaa
    sou sua fã amo como escreve!!!
    a fic está incrível !!
    adoro a Chloe provocando Oliver...

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  7. Nossa... AMEI!!!! Os diálogos estão perfeitos e e eu estou curiosíssima...

    Parabéns!!!!

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