The Green Leather Jacket, tradução

 

Uma fic diferente de toda essa coisa da décima temporada, pra variar um pouco. Essa na verdade se passa na oitava temporada, uma espécie de continuação de Hex. E não é uma fic Chlollie romântica, então eu realmente não sei se vocês vão gostar. Mostra mais a amizade dos dois, ele a ajudando a superar as coisas :D E também mostra o Oliver dando aquela jaqueta de couro verde absurdamente linda pra Chloe (sério, eu quero uma daquelas.)

Enfim, falei demais de novo.
Boa Leitura e comentem! :D

The Green Leather Jacket é uma fic da iheartBL

The Green Leather Jacket

Ela colocou os dispositivos Bluetooth de volta na caixa antes de sentar no sofá. Colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, ela suspirou fundo, os olhos passeando rapidamente pelo escritório. Watchtower estava oficialmente online... Watchtower... O codinome que Oliver lhe deu há alguns anos atrás... Era oficial agora. Todo o conceito da Watchtower, escondido atrás de uma parede na Fundação Isis, era a única coisa pela qual ela ansiava, a única coisa que a alegrava.

Seus olhos caíram no relógio digital, seus números verde-neon a incomodando, lembrando-a do sono que percebeu que precisava. Era perto de 3 AM, e ela podia sentir o peso em suas pálpebras. O apartamento do Talon tão longe lá em Smallville... não era como se ela tivesse alguém pra ir pra casa. Lois ainda estava fora, e Jimmy... Ela o disse pra não desistir dela, deles... Talvez fosse uma causa perdida. Acabara de se meter em outro segredo, um que jamais poderia explicar pra ele, ao menos não tão cedo. De repente, o sofá estava começando a parecer muito confortável. Ela sempre podia dormir ali, não era como se nunca tivesse feito isso, apesar de não ter a intenção disso antes.

Esse mero pensamento a fez perceber quão sozinha estava, e o ar que preenchia o largo espaço ficou sufocante. Oliver tinha saído. Tinha ido comprar pra ela um café muito merecido. Agora, no entanto, ela não tinha certeza se queria o estímulo do café. Dormir aparentava ser tão mais agradável. Daria-lhe a chance de escapar. Watchtower tinha sido uma boa distração, mas queria escapar da realidade, da sua vida não tão normal.

No entanto ela aceitava sua vida anormal. A vida de repórter, agora era de Lois, ela não a queria mais. Estava destinada a mais... Watchtower... era ali que ela pertencia. Ela abraçava o conceito como um todo, era só que quando estava sozinha que aquelas vozes assombravam sua cabeça e a lembravam do quão solitária ela estava. O sono era seu amigo. Queria tanto sucumbir a uma soneca, mas quando fechou os olhos, aquelas vozes ficaram mais altas. Ótimo, agora ela provavelmente estava doida, ou se tornaria uma insone, se já não era uma.

Então essa solidão a atacou, a assomou por todos os lados. Porque Oliver estava demorando tanto pra pegar alguns copos de café? Agora ela precisava da cafeína, ela a queria. Se estivesse acordada o bastante, poderia organizar todos os arquivos da Isis e fazer uma atualização mais que necessária no banco de dados, isso se Oliver já não tinha feito isso. Seus olhos piscaram e ela apoiou as mãos nos joelhos quando a exaustão tomou conta dela. O relógio analógico grudado a parede continuava com seu tique-taque, o ritmo ensurdecedor. Não queria que seus pensamentos vagassem até Jimmy, mas eles continuavam indo até ele e ela estupidamente continuava repetindo em sua mente a cena onde foi visitá-lo enquanto estava presa no corpo da Lois, analisando cada detalhe... analisando e analisando novamente.

“Não desista de nós, por favor...”

Ela sentiu as lágrimas se formando em seus olhos, ameaçando traçar seu caminho até a superfície. Ela mordeu o lábio. Precisava de uma distração... Seus olhos doíam com a falta de sono e a proximidade das lágrimas, mas por um tempo ela seria capaz de afastá-las. Notou a caixa que repousava sobre a mesa. Quando que aquilo tinha parado ali?

Chloe levantou e foi até a mesa larga, seus saltos há muito abandonados. Sua curiosidade mais uma vez superou o melhor de si, mas com alguma esperança, dessa vez, isso não a colocaria numa situação comprometedora. Era uma caixa prateada, sem ao menos um laço, mas ela achou que realmente não precisava de um. Pegando o cartão, ela leu as palavras. Demorou mais que o necessário, porque alguns bocejos escaparam dela e as palavras borravam, mas ela conseguiu no final.

Feliz Aniversário para a garota que realmente merece.

Um sorriso chegou até seus lábios. Julgando pelas palavras, ela sabia de quem era. Ele havia dito palavras similares pra ela em sua festa, indo embora antes que ela recebesse um pouco do pó mágico da Zatanna. Oliver. Ela nem tinha notado que ele chegou na festa sem um presente. Realmente não ligava.

Ela tirou a tampa e afastou o papel, os olhos absorvendo a visão do couro verde. Inicialmente, ela pensou que era alguma piada do Oliver, alguma piada maluca e doentia pra tentar fazê-la rir. Não ia dar certo. Mas quando tirou da caixa, viu que não era de forma alguma o uniforme do Arqueiro Verde de Oliver, mas sim uma jaqueta, uma jaqueta de couro verde. Verde e couro, e pra ela, era meio que irônico. Ainda assim, ela sorriu. Ele realmente sabia como fazê-la se sentir melhor. Ele realmente sabia como restaurar um pedaço de sua felicidade mesmo sem estar ali. Além do mais, a jaqueta era maravilhosa. O couro era macio, e o verde era de um tom perfeito, nem escuro e nem claro demais.

“Estava imaginando quando você notaria isso, Parceira.”

Assustada, ela se virou na direção de Oliver, e quase deixou a jaqueta cair. “Oliver,” ela respirou fundo, “você...”

“te assustei, me desculpa,” ele terminou por ela, “mas você vai ter se acostumar com isso cedo ou tarde.”

Ele tinha um ponto. Ela pegou um dos copos de café que ele estendia pra ela com um minúsculo sorriso. Parte dela queria rir. O presente era irônico. Verde e couro como no uniforme do Arqueiro Verde. Era como se ela fosse sua líder de torcida pessoal agora, um mascote humano que andava e respirava. Daí a parte dela que queria rir venceu. Ela gargalhou.

Os olhos de Oliver arregalaram-se um pouco, e então Chloe mostrou a jaqueta pra ele. Ele não achava isso minimamente divertido. Pensou que ela amaria. Sempre havia gostado dela de verde, combinava com ela e destacava o verde de seus olhos. Não era culpa dele que por acaso ela ficava ótima na cor favorita dele, e não ajudava o fato de que ela usava frequentemente.

“Desculpa,” ela resfolegou, “... Eu amei... realmente amei.” E apenas pra provar seu ponto, ela a colocou. Claro que servia perfeitamente. Ela se virou pra encará-lo e sua risada cessou. Ele apenas a encarava e, em troca, ela fazia o mesmo. Ainda havia um silêncio no ar, mas Chloe não ousou pensar muito no que ele poderia estar pensando.

Ao invés, seus pensamentos voltaram pra Jimmy. Como que esse amigo dela podia a conhecer tão bem, mas o cara que pediu que ela fosse sua esposa... simplesmente não podia? Claro que ela tinha sua parcela de culpa no fracasso do relacionamento deles. Ela não tinha sido sincera com ele. Ela permitiu que Davis a convencesse de que Jimmy estava alucinando, coisa que ele não estava, mas ela aceitou seu erro, o admitiu. E mesmo que a amizade dela com Oliver estivesse na corda bamba, ele ainda havia escolhido aparecer na festa de aniversário dela. Ele tentou fazê-la se sentir melhor. Jimmy não tinha feito nenhuma dessas coisas. Ela não queria desistir dele. Não queria que ele desistisse dela. Era simples assim. Era tão simples que a idéia era… normal. Chloe suspirou, mordendo o lábio.

Ela não percebeu seus olhos sem vida até que Oliver perguntou se ela estava bem. Ela parecia bem? Chloe cometeu o erro de olhar pra ele. O jeito com que o rosto dele estava franzido com preocupação, o jeito com que irradiava simpatia... Ela não podia suportar. Já tinha ouvido muitos eu-sinto-muito tanto de Lois quanto de Clark e não precisava de mais. Então deixou suas lágrimas presas escaparem. Deixou suas emoções vazarem, o que provavelmente não era o melhor, considerando que não queria pena, mas pensar racionalmente naquele momento estava além dela.

“Chloe...” ele murmurou alarmado. Realmente não estava preparado pra esse tipo de reação. A Watchtower havia sido uma boa distração, mas isso era tudo. Quando ela guardava todos os dispositivos Bluetooth e desligava os computadores, sua vida real sempre aparecia pra dar um tapa em sua cara... sua real vida confusa e bagunçada...

Ela se afastou um pouco dele, rezando pra que ele não dissesse aquelas doze letras de desculpas que ela estava começando a odiar tanto. E ele não o fez. Ele apenas deu uns passos a frente e colocou os braços ao redor dela. Afastou os dedos dela do copo de café, colocando-o na mesa antes de puxá-la pra ele, e ela foi sem protesto. Ela achou conforto no abraço quente dele, se acalmou com o cheiro de couro que emanava dele. O cheiro dele tinha se tornado tão familiar que era quase... normal... exatamente como o caos que era a vida dela. E o melhor de tudo, ele não disse nada. Ele a deixou chorar. Ele a deixou ter seu momento de vulnerabilidade, um aspecto que originalmente a assustou porque ele era Oliver e ela era Chloe. Eles eram profissionais, mal eram amigos, e isso raramente se confundia com outra coisa, mas um simples e ah tão normal presente depois, e eles eram mais.