quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Flames - Parte 6

Olá meninas!Mais um parte da fic... Lembrando que os personagens não me pertencem. Uma boa leitura e por favor...comentem. Façam uma autora feliz...Valeu!!!
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Titulo: Flames
Autora: Roberta Clemente
Classificação: R
Spoiler: Não
Nota: O nome da FIC é uma música da banda VAST.




PARTE 6


Sobrevoando Metrópoles Chloe olha fixamente para baixo, para os prédios e quase não os reconhece. Quando o avião tocou o solo do aeroporto de Metrópoles Chloe segurou o ar nos pulmões. Voltar para casa era ligeiramente estranho. Como se tivesse saído há muito tempo e não fosse a mesma pessoa que deixou a cidade para trás.

A partir de agora seria oficial, para todos e para ela, a partir do momento em que saísse daquela aeronave, sua mãe estaria morta para o mundo.

Enquanto o avião taxiava recebeu o apoio de Oliver. Demonstrado em um toque e um entrelaçar de dedos.

-Pronta?

Chloe responde com um leve balançar de cabeça e um sorriso fraco e breve. Oliver solta o cinto de segurança e Chloe congela em sua cadeira. Ele se vira para olhar para ela, preocupado. Talvez agora, quando estava prestes a dar de cara com a realidade, ela finalmente estaria sentindo o que deveria sentir. Oliver pediu por isso enquanto a encarava.

-Minha mãe se sacrificou pra que eu tivesse uma vida... Então é o que eu vou fazer. Nada de me lamentar, nem chorar. Ok? – ela pergunta, incerta, procurando nele uma confirmação.

-Você pode chorar se quiser, não é errado. Você pode sentir o que quiser Chloe! Ninguém vai te julgar por isso. – argumenta Oliver, cada vez mais preocupado.

-Eu vou! – ela responde rápido, como uma idéia fixa. – Vida normal, certo?

Ele odeia aquilo, mas concorda segurando a mão dela. Chloe precisava de seu apoio e não de sua oposição, por mais que ele quisesse externá-la.

Logo a porta do avião abre e a escada baixa, ela nota o contorno borrado de alguém esperando na pista. Levantou os olhos enquanto descia os degraus enxergou seu melhor amigo, aguardando com um olhar de pesar, todinho para ela.

Pela primeira vez em dois dias seu peito se apertou. Ver Clark, seu amigo, amigo que passou com ela a infância e adolescência sem a mãe, fazia velhas lembranças voltarem a sua mente. De todos, ele era quem mais sabia como essa ferida ainda doía nela.

Clark era agora um homem diferente, mais sério, mais firme e de certa forma até mais frio. Inclusive com Chloe, mas ao ver a amiga descer do avião carregando as cinzas da mãe, não pode deixar de sofrer por ela. Ao ficar de frente um para o outro ele olhou rapidamente para a maleta de metal prateada na mão de Chloe e depois para o olhar duro no rosto sem expressão dela.

-Eu sinto muito, Chloe!

-Obrigada!

Ignorando Oliver, Clark abraça Chloe, que depois de alguns segundos retribui. Oliver tenta, mas não consegue não se sentir incomodado com a reação de Chloe. Ela obviamente se sentia a vontade com Clark, de uma maneira que ele ainda não conseguia.

Na limusine Oliver e Chloe se sentam lado a lado, em silencio. Oliver nota que Chloe evita olhar para a maleta no banco da frente. Ela olha para o lado de fora de maneira estranha. Como se tentasse decorar cada detalhe ou lembrar.

-O que foi? – ele pergunta baixinho.

-Nada. É que... Parece que foi outra vida. – ela explica, franzindo a testa, meio sem entender o que dizia.

-Eu sei como é!

Ela olha para ele e sorri, em seguida chega mais perto, parando o corpo ao lado do dele. Oliver passa o braço em volta dela e Chloe deita a cabeça no peito confortável dele. Era tudo meio surreal para ela, tudo, menos Oliver. Ele era seu porto-seguro, sua estabilidade, sua sanidade. Olhando para cima, para ele, Chloe sorri de verdade pela primeira vez desde aquela noite no apartamento dele, desde aquela conversa na cama, antes de tudo mudar.

-Já disse que te amo? – ela pergunta, quase divertida.

-Não ultimamente! – responde Oliver sorrindo, pego de surpresa com aquela pergunta.

-Eu amo! – ela diz suspirando e enterrando a cabeça de novo no peito dele e fechando os olhos.

Oliver aperta o braço em volta dela. Queria mostrar com o toque que estava ali para ela e sempre estaria.

-Você já decidiu onde vai jogar as cinzas? – questiona Oliver meio tímido.

-Não!Ainda não!

-Tudo bem, você tem algum tempo. – ele a conforta. – E... Você não contou a Clark tudo, que você... – ele pausa, por perceber que não sabe como continuar. Como classificar Chloe agora.

-Que sou uma infectada de novo?Ou ainda? – ela continua por ele. – Ainda não consegui pensar nisso direito. Não sei o que pensar, então, não tenho que dizer a ninguém. – a voz dela míngua. – Esse pode ser nosso segredo?

Ela pede e Oliver da um breve sorriso de satisfação. Gostava da cumplicidade deles, sempre gostou e ter a confiança sobre algo tão sério. Mas está era outra coisa sobre Chloe que fazia seu coração disparar.

Uma coisa era nascer com algum poder, outra era sentar e esperar por algum. Podendo ser qualquer coisa. Era torturante.

-Claro!... Mas nós podíamos falar pelo menos para Emil, ele pode te examinar. Não é melhor tirar a duvida? – Oliver deixa sua preocupação escapar de sua boca.

-Tudo o que quero agora é chegar ao meu pequeno apartamento, barulhento, isso se Lois não destruiu o lugar. – ela brinca ainda de olhos fechados.

Oliver franze a testa, surpreso. Sabia que ela desviaria o assunto, mas não assim.

-Você pode ficar na Torre do Relógio. Lá você vai ter privacidade – oferece, tentando ser prestativo, dando um lugar para Chloe poder chorar se quiser sem que Lois veja, mas escondendo a real vontade de continuar com ela.

-Oh, Sr. Queen!Não te ensinaram que não se faz uma proposta destas a uma namorada? Ela pode nunca mais ir embora – provoca Chloe.

-Ok!

Chloe levanta a cabeça suficiente para olhar para ele. Ela olha de lado, examinando o rosto dele e Oliver não move um músculo, firme em sua proposta.

-Obrigada!Mas eu estou com desejo da minha cama!Você entende, não é? – ela pergunta fazendo careta. E em seguida seus olhos perdem o brilho. Por mais que tentasse não conseguia manter por muito tempo o ar de normalidade.

-Sim!Entendo – ele não força. Conteria, se esforçaria para manter o controle enquanto estivesse longe dela. Mas se era vida normal que Chloe queria, uma vida normal ela teria dele.

Quando entrou em seu apartamento Chloe esperava e teve a confirmação, Lois não estaria esperando por ela. Obrigada! Teve o súbito desejo de ficar sozinha, no silencio e pediu enquanto subia as escadas para que a prima não estivesse em casa. Não queria outro abraço ou olhar como o de Clark. Pena alheia lhe causava certa raiva. Não sabia explicar por que, mas causava.

Olhou em volta, mais uma vez se atendo aos detalhes. Tudo era diferente, não que estivesse, mas parecia diferente. O som do ar condicionado que ela sabia que a cada dez segundos mudava, de repente ficou agradável. Sua cama a alguns passos dela, de longe parecia convidativa. Olhou para a porta atrás dela e quis trancar, jogar a chave pela janela e nunca mais sair. Lá estaria segura de pessoas que saberiam o que ela tinha feito.

Mas não podia. Teria que enfrentar o mundo, a vida, as pessoas. E pra isso guardaria fundo qualquer sentimento de sofrimento. Não se permitiria sofrer nem chorar. Respirou fundo e levantou a maleta em sua mão. Olhou para ela fixamente.

-Me desculpe mãe!Eu queria chorar, mas...não consigo.

Nos dias seguintes Chloe se ocupou. Passou dias inteiros na Torre de Vigilância. Atualizou todo o sistema, montou esquemas para todos da equipe. Ajudou um por um, de manhã, tarde, noite e madrugada. As missões da Liga nunca foram tão bem sucedidas ao redor do mundo quanto neste período em que Chloe trabalhou sem parar. Com isso não teve tempo de chorar nem de pensar sobre ela.

Ainda assim conseguiu tempo para ficar com sua prima, retomando a amizade que há algum tempo tinha perdido espaço para guerras contra kandorianos, super-heróis e namorados. Duas vezes por semana elas paravam qualquer coisa para se encontrar no café preferido delas e colocar a conversa em dia. Chloe se esforçava para mostrar interesse nos assuntos da prima. Ainda mais por saber que no fundo Lois só queria lhe animar.

-Clark está precisando usar óculos. – dispara Lois, falando sem parar.

-Sempre achei que Clark Kent ficaria bem de óculos. – expõe Chloe um antigo pensamento.

-Não é? Ele nunca enxerga o Borrão. Sei lá, talvez Clark seja um daqueles infectados de Smallville e seu poder seja a superdistração. – Lois joga os braços para o alto, dando ênfase.

Sem saber que aquele comentário tinha tanto a ver com Chloe. Não Lois, eu sou!Se você soubesse. Queria se sentir incomodada com o comentário, ter medo da reação de Lois se ela soubesse, mas não tinha. Da primeira vez que se descobriu uma infectada, um de seus maiores temores era a reação de seus amigos.

Poucas coisas agora lhe faziam sentir alguma coisa e a cada dia que passava menos coisas tinham impacto nela.

-Torre de Vigilância! Missão cumprida! – chama Clark.

-Ok Borrão!E onde deixou nosso amigo metaphormo? – questiona Chloe de seu posto na Torre.

-Fora do alcance de qualquer um que queira seu poder.

-Certo!

-Pensei que os infectados estivessem em extinção. – ele solta um riso misturado com suspiro, antes de perceber o que tinha acabado de dizer. – Me desculpe Chloe, não quis ser insensível...

-E não foi!Minha mãe não era a ultima da espécie. Infelizmente vamos cruzar com muitos infectados ainda. – ela lamenta.

-Isso é verdade!Bem, me despeço por aqui Torre.

-Ok Borrão!... Você está liberado para voltar para casa e sugiro que pense em outro codinome enquanto empilha palha. – ela provoca, se esforçando para ser divertida.

-Vou pensar. Tchau!

As noites de patrulha começavam a ficar cansativas. Seu corpo começava a denunciar as horas de trabalho forçado que Chloe o submetia. Ter que manter as aparências também consumia suas energias. Fingir que gostava do que fazia mesmo não gostando mais era exaustivo. E fazer por fazer também era difícil. Amava aquele trabalho e agora não encontrar sentido nele.

Por isso suas noites preferidas eram as que Oliver patrulhava. Com ele a noite sempre ficava um pouco melhor. Oliver sempre conseguia tirar dela uma risada sincera pelo menos.

-Me diz de novo por estou patrulhando? – pergunta Oliver, um tanto irritado.

-Como assim Arqueiro?

-Eu sei que ai só tem vidraças, mas sei também que você pode olhar através dela e se fizesse isso... Veria que chove sem parar há mais de uma hora. – a voz dele treme de frio.

Chloe sorri, mas não deixa nenhum som passar pelo comunicador, não queria que Oliver percebesse. Ela continua em silencio, aumentando o suspense.

-Torre?Você ainda está ai? A chuva deve ter estragado meu comunicador – ele provoca.

-Estou Arqueiro!... Por que você não vem pra casa? – ela chama

-O que queria escutar.

-Vou te esperar ao lado de uma garrafa de vinho! Então não demora.

-Oh, não!Quero você bem alerta Torre! Deixe que eu abra a garrafa – Oliver diz com a voz distorcida, o que deixava a conversa mais interessante.

-Posso ouvir seus pensamentos daqui.

-Interessante!

-Só me lembre de apagar está conversa depois.

Eles entram na cobertura de Oliver agarrados. Chloe praticamente pendurada no pescoço dele enquanto Oliver agarrava sua cintura. Ele percorre as mãos largas nas costas dela durante um beijo quente e intenso. O gosto amadeirado do vinho ainda estava lá, passando de língua pra língua.

Chloe estava mais intensa que o normal e Oliver percebia a mudança. Desde os últimos acontecimentos, quando estavam juntos Chloe tinha pressa. Melhor que ninguém ele lia as mudanças, por mais sutis.

Os pequenos gesto dela diziam tudo, era visível o esforço que ela vinha fazendo. Tudo parecia calculado, cada ação, sorriso ou fala, tudo preparado para mostrar aos outros que estava bem. Menos quando estavam juntos. Chloe se permitia perder o controle. A maneira que ela o tocava, o beijava, era diferente.

Ela sussurra na orelha dele seu desejo.

-Faz amor comigo Oliver! – ela pede mordiscando a orelha dele, o deixando praticamente sem ação ou poder de reação.

Ela puxa a jaqueta dele com a boca colada na dele. Oliver a segue pelo corredor até o quarto. Era inútil lutar e ele não queria lutar. Queria Chloe, sempre e sempre. Fazer amor com ela era a experiência mais intensa e maluca que tinha vivido até agora. Era um viciado e não queria a cura.

As roupas foram ficando pelo caminho. Quando pararam diante da cama Oliver estava somente de cuecas e Chloe não conseguia não contemplar aquele corpo perfeito. Ela percorre as mãos descendo pelo peito torneado, apertando as pontas dos dedos até chegar ao estomago definido. Ela faz a volta pelo umbigo e sobe dando um passo a frente o empurrando para a cama. Oliver cai sentado e espera por ela com o olhar fixo no dela. Quando as mãos quentes dela tocam seu rosto ele puxa o corpo dela pra junto dele.

Chloe se sente protegida no colo de Oliver, pelos braços fortes a sua volta. Ela continua a explorar os músculos de Oliver, começando pelas mãos grandes dele em volta de sua cintura, ela percorre tocando de leve a pele bronzeada, o ombro largo e morde de leve até chegar ao pescoço.

-Me faz sentir?Eu quero sentir! – ela implora por algo, com a voz fraca.

Oliver obedece, tomando a boca dela, a enchendo com toda sua paixão. Um beijo intenso, urgente, acompanhado de toques e apertões pelo corpo todo. Chloe se entrega por completo. Oliver seria sua salvação, ele a manteria viva. O prazer que Oliver a proporcionaria lembraria que de ainda era humana, que podia sentir alguma coisa. Ainda tinha salvação.

Agarrados ainda Chloe se aninhou no peito de Oliver. Nem depois ela conseguia parar de tocá-lo. Percorria a mão no estomago dele, tinha medo de se separar, de perder a conexão, aproveitaria até quando pudesse.

-Tudo bem? – ele pergunta apertando levemente o braço dela.

Chloe reflete por um segundo, talvez dois, e levanta a cabeça para olhar para ele.

-Sim!Estou! – ela sorri. –Você, me conserta!

-Conserto? – ele pergunta, meio sem jeito, sem esperar.

-Eu não estou feliz Ollie! – Chloe sem esperar também, externa algo que ela sabia, mas não dizia. – Eu não gosto de mim no momento, no que estou me tornando. Você é a única pessoa que me impede de me tornar a Rainha do Gelo.

Oliver presta atenção nas palavras dela. Esperou por este momento, e ficou aliviado por ela perceber enfim que aquela não era ela. E era mais do que esperava ouvir. Ele sorri em compreensão.

-O que você está passando, o que você passou, é mais do que muita gente agüentaria. Mas você é forte, a mais forte. Não se preocupe isso vai passar. E eu vou estar aqui quando isso acontecer, não vou a lugar algum. – ele oferece um sorriso que só ele sabia dar, que é correspondido com outro por Chloe. Ela esconde o rosto no peito dele e Oliver a abraça. – Certo Sra. Green? Eu gosto de como isso soa.

Chloe gargalha e aquele som é música para os ouvidos de Oliver.

-Certo Sr. Green! –ela concorda olhando suavemente para Oliver.

Oliver se perde nos olhos dela. Há dias não escutava Chloe rir, nem se quer sorrir com vontade e agora faziam contato, como antes. Mesmo quando ainda eram só amigos e parecia não falar a mesma língua do resto do mundo, eles se entendiam. Algo parecia começar a mudar, e pra melhor. Uma luz no fim do túnel. Uma esperança de ter sua Chloe de volta.

Ele rola por cima dela, parando o rosto a alguns centímetros do dela. Chloe fecha os olhos. Ela espera para sentir o beijo calmo e lento que Oliver da nela. Tinha certeza, uma das poucas de sua vida, que sentiria o coração disparar e a pele arrepiar quando os lábios dele tocassem os seus. E ela não estava errada.

Na manhã seguinte Chloe acordou e em silencio se desvencilhou dos braços de Oliver. A manhã estava fria, bem diferente da noite anterior. Ela rouba um lençol, mas em seguida puxa uma manta, cobrindo ele. Ela beija a face relaxada de Oliver e na ponta dos pés deixa o quarto.

Na cozinha ela liga o automático e em apenas alguns minutos uma bandeja com café, algumas frutas e cereais está pronta. Depois de um sorriso insatisfeito pra ela, Chloe sai em direção ao quarto.

Passando pela sala o cenário lhe chama atenção, tanto que antes que percebesse estava parada, olhando para o sofá vermelho. Com o olhar fixo ela quase podia ver Moira sentada lá, com o olhar perdido para fora, quase podia também escutar a voz doce da mãe dizendo o quanto a amava.

E do nada a lembrança quase materializada de sua mãe trouxe uma avalanche de sentimentos sobre ela. Fora de controle elas escaparam do lugar que Chloe as tinha trancado. Saudade, culpa, tristeza, medo, raiva, frustração, decepção, solidão, um a um lhe atingiu com tanta violência que quase a derrubou no chão.

Oliver rodou na cama e a ausência de Chloe lhe despertou. Ver o outro lado da cama vazia lhe causou calafrios. Andava assustado, esperando sempre por algo que não sabia quando e nem como, mas viria.

A manta colocada em cima dele lhe tranqüilizou. Ela estava lá. Era só encontrá-la e começar mais um dia ao seu lado. Oliver levanta e sai do quarto colocando o par de jeans que tinha ficado no chão na noite passada. No corredor ele esfrega os braços. Deveria ter colocado uma blusa. De longe ele enxerga a bandeja de café no chão, no primeiro degrau do corredor. Ela não tinha sido derrubada, nada parecia mexido, ela simplesmente tinha sido posta lá.

O coração de Oliver congelou por um segundo e o calafrio voltou a percorrer seu corpo. Andando devagar ele pulou a bandeja e logo viu Chloe, para seu alivio, bem. Sentada no sofá, enrolada no lençol branco, de costas, olhando para a janela.

-Chloe? – ele chama com medo na voz.

Ela não responde, mas deixa a cabeça cair para frente. Como se quisesse se esconder dele. Oliver avança na direção do sofá, parando atrás dela. Era nítido que ela estava chorando. O rosto molhado de Chloe brilhava com a luz que entrava, ela segurava o choro, mas o corpo trêmulo lhe entregava.

-Você está bem? –ele pergunta sabendo a resposta.

-Foi minha culpa!Tudo minha culpa! – a voz dela era sofrida. – Ela perdeu a sanidade por minha causa.

-Não foi sua culpa! Ela queria te proteger, qualquer mãe faria a mesma coisa.

Chloe estava inconsolável. O argumento de Oliver só fazia doer mais. Ela cobre o rosto quando as lágrimas descem descontroladamente por seu rosto. Os anos em que culpou a mãe por abandoná-la, por crescer sozinha. Por fazer seu pai se fechar para a vida e no fim ter sido tudo por ela era demais. Era muita gente sofrendo pela segurança dela. Não se sentia merecedora deste sacrifício.

-Ela quis me ver, se despedir de mim. Ela me chamou por semanas, eu simplesmente ignorei... Eu ignorei Oliver. – aos prantos Chloe se culpava cada vez mais.

Agora, vendo a dor dela Oliver quase se arrependia por pedir para que Chloe sentisse algo, colocasse para fora. Não agüentava vê-la sofrer assim. Ele se senta de frente para ela, segurando o rosto dela entre as mãos.

-Me escuta!O que você acha que sua mãe teria dito pra você?... Eu sei!Que nem por um momento ela se arrependeu!Que você valeu cada minuto, cada esforço!Eu tenho certeza, Chloe! –ele fala sério, olhando nos olhos dela, passando toda a segurança na voz. Acreditava no que dizia.

Os olhos de Chloe transbordam. Doía demais, era uma dor interminável, sem fim. Tudo veio a ela de uma vez só. As perdas, os sacrifícios que ela fez e que fizeram por ela.

-Estou me sentindo tão sozinha! – ela se agarra a Oliver. Se refugiando no peito dele.

Oliver a abraça apertado. Ele estava ali, mas sabia que a dor que ela sentia era só dela, intransferível, ninguém poderia sentir por ela e que doeria por muito tempo. O mundo era cruel com pessoas boas, colocando obstáculos quase desumanos no caminho. Ele provou cedo o que era a solidão e Chloe também. Mas não precisava ser sempre assim. Chloe esteve para ele e estaria para ela também. Seria o conforto dela.



CONTINUA...


7 comentários:

  1. Roberta esse é o meu capitulo favorito até agora, por isso:
    Mais por favor.
    Parabéns é sério =)
    Vilm@

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  2. Meu Deus, Roberta!!!!!! Que emocionante!!!!! Gente vcs estão arrasando!!!

    Vc e a Vilm@, simplesmente demais!!!!

    Parabéns, Roberta... estou completamente presa, presa, presa, presa nessa história... portanto, seja piedosa e não demore a postar o próximo capítulo... tenho um sério problema de ansiedade, ok? :)

    Parabéns, novamente!!!!

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  3. Oi lindas!!!!

    Vilm@, adoro, saber que a cada cap vai melhorando.
    Pode deixar.

    Chlollie4ever...Ah, obrigada!!!
    A Vilm@ está arrasando mesmo.
    E é exatamente essa a intenção...prender o leitor \o/ eba \o/

    hahahaha...pode deixar, não vou demorar não, próximo cap logo logo.

    Valeu!!

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  4. dizer que amei esse cap. é pouco! Roberta, ele é tão absurdamente envolvente, assim como todo o resto da fic. :D
    por favooooooor, posta logo ^^

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  5. Ah, obrigada Ivy!Mesmo!!^^

    Vou postar sim, acho que...amanhã vai.
    Não vou deixar vcs ansiosas...hehehe

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  6. ahuahaua
    Eu acho muito profundo o modo como você escreve a Chloe, e o que eu acho mais bonito é a ligação chlollie cada vez mais bonita, cada vez mais cheia de amor...

    o cap é sensacional neh, a Chloe buscando humanidade,tentando não enlouquecer, esfriar...com todas as maluquices e o Ollie bem sabe do que ela está passando afinal ele já esteve na sarjeta sem vontade de viver..

    Emocionar, Prender, inspirar, essa fic nos deixa meio 'perdidinhas'

    Betinha
    em pé e avante com o proximo cap...
    rsrs

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  7. Obrigada!Sabe que acho mais fácil escrever o Ollie?Chloe é minha preferida, mas Ollie é muito mais fácil.

    Ollie é meio que meio principe nessa fic, né?Uma das minhas versões dele.
    Ele é o apoio dela

    Avante!Vou postar agora, e valeu pelo comentário!

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