terça-feira, 26 de outubro de 2010

Flames - Parte 7

Olá!Perdão pelo atraso com a continuação. Então para compensar, prometo que amanhã posto uma continuação, ok?...Então é isso. Os personagens não me pertencem(quem dera), não tenho beta, os erros são meus e só meus e...Comentem!E boa leitura!
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Titulo: Flames
Autora: Roberta Clemente
Classificação: R
Spoiler: Não
Nota: O nome da FIC é uma música da banda VAST.



PARTE 7


Se isolar do mundo na Torre de Vigilância quando Jimmy morreu tinha sido mais fácil para Chloe. O caminho mais fácil, o da fuga. Evitar a dor e focar sua atenção na guerra dos outros tinha sido sua escolha.

Mas não desta vez. Agora trilharia o caminho mais difícil. O de enfrentar. Sentiria em toda a sua essência, etapa por etapa. Choraria tudo o que tivesse para chorar, colocaria suas aflições para fora e não guardaria nada com ela.  Nada que pudesse com o tempo aumentar de tamanho, se transformando em uma bola de neve de sentimentos ruins.

Oliver não deixou Chloe sozinha por nenhum instante. Passou dias sendo o ombro dela, o companheiro, parceiro. Eventualmente até chorou, mas na maior parte do tempo foi à força dos dois, por ela. Manteve-se firme ao lado de Chloe, se um dos dois tivesse que cair que fosse ela, com ele para amparar.

Ele não se preocupou com mais nada que não fosse ela. Parou de trabalhar, de patrulhar, até de sair de casa. Chloe e Oliver sumiram por dias.

Os primeiros foram os mais difíceis para Chloe, ela não conseguia sair da cama. Foi como pegar uma gripe muito forte, seu corpo era a tradução do seu estado de espírito. Ambos arrasados.

Oliver velou o sono dela e a abraçou quando perdeu o controle. Foi enfermeiro, forçando-a a se alimentar e foi também amigo, conversando com ela por horas. Sobre tudo e sobre nada.

A mulher dormindo em sua cama era a visão da exaustão. Ela dormia calma e profundamente, mas as marcas de horas de choro eram claras em sua pele branca.

Olhando Chloe abraçada ao travesseiro, Oliver rezou para não ter errado ao querer que Chloe sentisse a perda da mãe. Começou a temer que aquilo fosse demais para ela. Que Chloe se perdesse no processo e conseqüentemente a perdesse também. Era um caminho perigoso, uma linha muito tênue, entre o sentir e se entregar. Mas ele estaria lá. Ele puxaria Chloe de volta.

Ele se aproxima dela, inclinando-se o suficiente para conseguir cheirar seus cabelos. Percorrendo o rosto dela com o dele, depositando um beijo suave em sua testa. Vai ficar tudo bem, Chloe! No caminho para a porta do quarto ele pega uma camisa e sai pelo corredor com ela nas mãos. Antes que pudesse vesti-la percebe o elevador se movimentando.

Não precisou que chegasse à cobertura para adivinhar quem estaria nele. Era meio surpreendente que tivesse demorado tanto para aparecer.

Quando terminava de vestir a camiseta preta Oliver viu um Clark Kent visivelmente irritado abrir a porta do elevador e ir em sua direção.

-Onde está Chloe? – pergunta Clark com sua voz empostada.

-Oi pra você também! – Oliver provoca. Nunca perderia a chance.

-Lois me disse que ela está aqui com você. Há dias ela não aparece na Torre de Vigilância. – Clark explica rapidamente.

-E só agora você apareceu?Uau! – Oliver joga na cara de Clark algo que há dias tinha na mente.

-Eu preferi dar tempo a ela. Mas percebi que este tempo está se arrastando. – Clark se explica, incomodado.

-Ela está aqui há mais de uma semana Clark! – Oliver informa, com as mãos no bolso da calça larga. Ele fala e olha sério para o melhor amigo de Chloe. – Você poderia ter vindo antes, quando ela realmente precisou.

Clark sente aquelas palavras como um soco.

-Como ela está? – ele pergunta com a voz mais calma.

-Melhor!Mas ainda em frangalhos – Oliver fala. Por um segundo se sentindo tocado pela preocupação evidente nos olhos de Clark.

-Ela parecia bem. – Clark deixa os olhos cair para o chão, confuso.

-Era tudo mentira. Ela não estava bem, era só olhar pra ela direito. – Oliver se mantém firme.

-Eu deveria ter notado. Chloe sempre esconde o que sente. Ela prefere se consumir a colocar para fora – a postura de Clark muda, seus ombros caem enquanto encara o chão.

-Não desta vez. Ela está sofrendo, está passando o inferno, mas está passando – Oliver inclina a cabeça, dando ênfase as suas palavras. Ele pode ver nos olhos de Clark que ele está contrariado. Provavelmente por Chloe ter recorrido a ele. Queria, mas não podia não sentir uma ponta de satisfação.

-Eu quero vê-la. – Clark endurece a postura de novo e caminha em direção ao quarto.

Oliver se coloca na frente.

-Ela está dormindo.

-Preciso falar com ela.

-Espere. – Oliver pede, sabendo que não conseguiria impedi-lo se ele realmente tentasse passar. Tinha medo de que ver Clark pudesse despertar em Chloe medos. Nos últimos dias Chloe conseguiu falar sobre ser uma infectada, como foi difícil a primeira vez. Ela contou tudo o que Oliver não sabia e em como estava apavorada com a inevitável aparição de poderes.

-Você está me escondendo algo? – Clark questiona como de costume. Odiava ser o ultimo, a saber.

-Tem mais uma coisa. – Oliver baixa o tom de voz.

-O que?

-Chloe... Ela é ainda é, uma – ele suspira, odiava ter que rotular Chloe. Droga – Infectada. – Oliver torce para não dito alto demais, demais para Chloe ouvi-lo chamá-la assim.

A expressão de Clark é de surpresa. Ele encara Oliver como se estivesse diante de um louco.

-O que?

-Na noite que Moira morreu, eu acordei e Chloe tinha sumido. Ela invadiu o hospital respondendo a um chamado da mãe, que depois ela não se lembrava de ter recebido. – Oliver coça a nuca, nervoso.

-Não acredito!Achei que Braniac tinha retirado os poderes dela – Clark se preocupa, fica tenso, com uma ponta de culpa, que sempre sentia quando Chloe se prejudicava por ele. –É tudo minha culpa.

Oliver revira os olhos, não acreditando nas palavras dele.

-Isso não é sobre você Clark. É sobre ela. – ele se segura para não gritar com o fazendeiro a sua frente.

-Preciso falar com ela. – Clark ignora Oliver e da um passo a frente. – Preciso saber como ela está, sai da minha frente Oliver.

-Sei que se você quiser, faz picadinho de mim. Mas me escuta, ok? Chloe ainda não sabe como lidar com isso, ela ainda está tentando se acostumar com a perda da mãe. Uma coisa de cada vez, ou ela não vai agüentar. – os olhos de Oliver eram mais suaves. Pedintes. Eles pediam de Clark um pouco de compreensão.

E ele conseguiu. Clark deixou os braços cair, entendo os argumentos de Oliver. Chloe era mais importante. Oliver suspira aliviado, quase sorrindo.

-Ok!Agora vou ver se ela está acordada. Chloe vai gostar de te ver.

Não a tempo. Oliver vê a expressão de Clark mudar quando ele coloca os olhos em algo atrás dele. Ele se vira rapidamente e vê a figura de Chloe, ainda de camisola, sair timidamente do quarto e caminhar pelo corredor na direção deles. Ela ainda estava pálida e abatida, mas Oliver sorri para ela mesmo assim, como se tudo estivesse bem.

-Oi Chloe! – Clark vai ao encontro dela. Com o mesmo olhar de pêsames de dias atrás.

-Oi! – Chloe diz com a voz fraca.

-Vim ver como está. – ele olha pra ela por baixo.

-Estou bem. Sinto muito ter sumido. Deveria ter feito um vídeo explicativo. – ela tenta ser divertida, mas não consegue. Seus olhos caem para o chão rapidamente.

-Não vim por isso, me preocupei com você.

-Obrigada! – Chloe ergue o olhar para Clark Ela tenta continuar, mas não consegue, recebendo um abraço em socorro. Clark a coloca em seus braços e Chloe não consegue conter as lágrimas. Ela não tinha mais este controle, a todo instante se pegava aos prantos.

-Vai ficar tudo bem! – ele a consola.

-Eu sei, eu sei – Chloe se solta de Clark, tentando se animar. Ela balança a cabeça positivamente. –Oliver tem cuidado muito bem de mim.

Chloe passa por Clark e vai ao encontro de Oliver, que a recebe com um braço a sua volta. Clark observa o olhar cúmplice que os dois trocam.

-Fico feliz por você não passar por isso sozinha! – ele fala sinceramente.

-Ainda espero a hora que Oliver vai se cansar de mim e do meu choro e me mandar de volta Lois – Chloe brinca sem muito entusiasmo.

-Isso não vai acontecer – Oliver aperta o abraço, sorrindo para ela, tentando fazer parte daquele pequeno esforço dela.

-Tenho certeza que não – Clark comenta sorrindo para os dois. Depois caminha na direção de Chloe. – Só queria ter certeza de que está bem. Eu sei o que está passando, sei o quanto solitário é a dor da perda, mas vejo que não está sozinha, que tem Oliver, mas de qualquer jeito, eu estou aqui também.

Chloe deixa um suspiro escapar. Clark era importante demais na vida dela, tanto quanto seu apoio.

-Obrigada! – ela agradece.

Ele sorri para ela, entendidos. Em seguida olha para Oliver, confiando a ele sua melhor amiga. Clark estende a mão para Oliver, que aceita e o cumprimenta com um leve aceno.

Oliver e Chloe vêem Clark sumir no elevador, abraçados ainda. Chloe aperta os braços em volta dele e afunda o rosto em seu estomago. Oliver a protege esfregando em movimentos circulares a mão nas costas dela.

-Vem, acho melhor voltarmos pra cama.

-Boa idéia.

Eles deitam de frente um para o outro, Oliver acarinha o rosto dela enquanto Chloe repousa a mão na lateral de seu corpo. Chloe parecia uma porcelana frágil, a ponto de se estilhaçar. Em silencio Oliver fazia o contorno do rosto dela. Chloe piscava algumas vezes ao toque relaxante dele.

-Isso é bom! – ela fecha os olhos, sorrindo levemente.

-É?

Ela confirma com a cabeça e olhos ainda fechados. Oliver se aproxima, dando um beijo leve nas pálpebras dela.

Chloe nunca tinha se sentindo tão vulnerável diante de alguém quanto se sentia diante de Oliver. Estava como nunca tinha se permitido estar. Colocou as armas na mesa, se despiu de todos os seus pudores. Oliver estava vendo algo que ninguém mais tinha visto. Ele conhecia agora todos os lados de Chloe Sullivan, e não tinha se assustado ainda.

Oliver sofria por Chloe, sentiria por ela se pudesse, mas ficava feliz de poder enfim retribuir o que ela tinha feito por ele. Ela salvou sua vida, mais de uma vez, o que fazia agora não era nada se comparado ao que ela fez e sacrificou por ele. Aquela mulher foi ao inferno por ele, agora cuidaria dela se preciso, para sempre se preciso.

-Te amo! – Oliver sussurra.

-Mesmo com essa cara? – Chloe murmura. Afundando o rosto despido de qualquer artifício para melhorá-lo. Há dias ele não sabia o que era maquilagem.

-Está brincando?Você está mais linda do que nunca! –ele diz sinceramente, olhando nos olhos dela. Ele não mentia, o rosto limpo de Chloe ficava mais bonito ainda, quase puro ao natural.

-Mentiroso!Mas... Também te amo! –ela se declara. Amava aquele homem. Não saberia dizer onde estaria agora se não fosse por ele.

Ela se aproxima dele, coloca a mão sobre a face suave de Oliver, até seu nariz tocar o dele. E gentilmente toca o lábio superior dele com o seu, o inferior, até suas bocas se fecharem, colando uma na outra, em um beijo lento, quase em câmera lenta.

Oliver percorre as costas dela com a mão, até chegar à curva do quadril, onde ele segura firme, puxando Chloe para mais perto. Com o outro braço ele passa em volta dela, puxando o corpo dela para cima do seu, sem interromper o beijo. Chloe espalma as mãos sobre o peito largo de Oliver, devagar ela interrompe o beijo, mas não tira a boca da dele.

Queixos unidos agora ela olha para ele e busca abrigo, deitando a cabeça no peito, sobre o coração de Oliver.


-Seu coração está acelerado! –ela diz simplesmente.

-Acho que foi o beijo. – ele responde rindo.

Chloe sorri. Ela continua com o ouvido no peito dele, escutando as batidas fortes do coração dele.

-O meu deve ser descompassado. – ela fala com uma careta.

-Por que diz isso? – Ele se preocupa com o tom na voz dela.

-Era onde estava, os traços de meteoro, onde provavelmente ainda está – sua voz é fria.

-Nós podemos pedir para Emil te examinar, Chloe.

-Logo, eu prometo.

-Não precisa prometer professora. – Oliver tenta descontrair, essa era a tática que usava com ela sempre que tocavam no assunto.

-Preciso!Sei que se preocupa Ollie. Não posso ser egoísta, não posso sucumbir ao impulso de empurrar isso com a barriga.

-Qualquer um faria isso. – ele a conforta fazendo círculos em suas costas.

-Eu sei!Mas não seria inteligente também. Não sou novata nisso, não posso me dar ao luxo de ignorar e acabar acordando de novo em uma gaveta com uma etiqueta no pé – a lembrança quase dói.

-Não vou deixar isso acontecer. – pensar em Chloe em um necrotério fez o coração de Oliver disparar. Apertou os braços em volta dela. Tentando disfarçar seu medo, pra que ela não percebesse sua agitação interna.

-Clark estava certo sobre uma coisa.

-É?O que? –ele pergunta olhando para ela. Que se esforça, colocando o queixo em seu peito e encontra os olhos mais doces que ele já viu.

-Eu tenho você. – Chloe aperta os lábios, tentando conter as lágrimas.

Oliver sorri satisfeito para ela, e Chloe escala seu corpo para mais um beijo.

O luto por sua mãe foi a coisa mais difícil que Chloe enfrentou na vida. Nem todas as loucuras rotineiras, as experiências de quase morte, de perdas incontáveis, foram tão dolorosas de ultrapassar.

Nem uma vida inteira sem ela se comparava as semanas depois de sua morte. Se crescer sem ela foi solitário, saber que nunca mais teria a chance, a esperança de encontrá-la, era muito pior.

Mas com o passar dos dias a dor começou a dar lugar a uma tranqüilidade estranha e incomum. Como se um peso, o peso de sempre esperar por algo, desaparecesse, deixando seu coração um pouco mais leve. Começava a se conformar e isso lhe fazia bem.

Passou a ver as coisas sobre outra perspectiva. Não enxergava mais a vida que recebeu de sua mãe como uma maldição e sim como um presente. Caberia a ela viver bem e fazer o bem.

Ainda sem vontade de voltar ao trabalho Chloe se concentrou em outra parte de sua vida, que só lhe trazia alegria, Oliver. Se ter o apoio de um homem incrível como ele era parte da vida adulta, nunca mais desejaria a simplicidade da infância. Oliver era perfeito em seus pequenos detalhes. Deixando-a vontade todos os dias que passou na casa dele. Atencioso e cuidadoso ele fez tudo ficar mais fácil, dosando o cuidado com o espaço necessário.

Agradecia encontrar Oliver tranqüilo ao seu lado depois de acordar no meio da noite com o coração apertado

Oliver entrou na cozinha e encontrou Chloe diante do fogão, virando algumas panquecas, visivelmente animada com aquela pequena tarefa. Ele sorriu para ela, mesmo de costas, por um breve momento. Depois se aproximou silenciosamente, até suas mãos encontrarem a curva perfeita do quadril dela e sua boca a têmpora macia.

-Oi – ela suspira sorrindo.

-Oi – ele desce a boca pelo rosto dela quando Chloe deixa a cabeça cair para o lado.

-Você está com fome?... Posso fazer alguma coisa pra você comer. – ela provoca.

-Quer dizer que essas panquecas, que podem alimentar uma família, já têm dono? – Oliver percorre o nariz pelo pescoço dela.

-Hahan!

-Fico feliz em saber que seu apetite voltou!Já estava preocupado, se você começasse a emagrecer demais teria que te guardar no meu bolso. –a voz dele é rouca.

Chloe vira rapidamente, sem aviso, pegando Oliver de surpresa. Ele afasta o corpo temendo a espátula na mão dela.

-Você está me chamando de pequena? – Chloe exige apontando a espátula para ele.

-Calma!Abaixa está arma – a voz dele é controlada, em um tom baixo.

-Você nunca reclamou do meu tamanho.  

-Por que seu tamanho é perfeito!Ele encaixa perfeitamente no meu! – Oliver sorri para ela, puxando Chloe pela cintura.

Chloe revira os olhos, se recusando a ceder facilmente. Depois ela larga a espátula no balcão atrás dela. Olhando para Oliver por baixo ela observa a roupa dele. Percorrendo as mãos no terno cinza dele.

-Você está bonito Sr. Queen! – ela diz ajeitando a gravata que ele insistia em deixar desalinhada e que era um de seus charmes. –Elegante.

-Prefiro minhas camisetas, mas acho que elas não inspiram muito respeito diante de uma diretoria. – Oliver torce os lábios.

-Talvez se você fosse de couro verde, carregando seu arco? – Chloe da de ombros. Ela da um sorriso em seguida, quando Oliver cerra os olhos.

-Tenho que ir... São só algumas horas, logo estou de volta – ele explica sério.

-Tudo bem, Ollie!Eu posso ficar sozinha, faça o que tem que fazer – a voz dela é confiante, um pouco mais que nos últimos dias.

-Eu sei!

Ela concorda balançando a cabeça positivamente, em seguida seus olhos mudam e ela deixa o rosto cair. Oliver imediatamente ergue com o indicador o queixo dela, fazendo olhar para ele.

-Hei, o que foi?

-Estou te dando trabalho, não?Sua rotina sempre foi agitada, a agenda de um bilionário, com festas, jantares. Agora... – a voz dela era triste, incomodada. E quando ele reagia do que jeito que estava reagindo, rindo dela, seu coração apertava mais ainda.

-Pensei que tivesse percebido. – ele sussurra, fechando um dos olhos.

-Percebido o que? – ela pergunta confusa.

A expressão dele se suaviza.

-Que eu larguei essa vida, há muito tempo atrás, Chloe. Quando ficamos juntos pela primeira vez – ele da de ombros.

Chloe morde o sorriso. A resposta perfeita, mais uma vez.

-Acho que não percebi. – charmosamente ela meche na gravata dele, desarrumando de novo, do jeito que ele, e ela, gostava.

-Tudo bem!Eu estou aqui pra isso também. Te mostrar o namorado incrível, sensacional e humilde que eu sou – ele provoca com um sorriso brincalhão no rosto.

-Muito humilde – ela enfatiza com a testa franzida. – E sexy também – completa puxando o comprimento da gravata, trazendo Oliver pra perto dela, pro beijo quente que o esperava.

Oliver envolve Chloe em seus braços enquanto ela tem os lábios macios sobre os dele. Adorava quando era ela quem controlava o beijo E adorava mais que tudo, ver Chloe reagindo.

-Você tem mesmo que ir? – ela pergunta com o queixo ainda no dele.

-Prefira ficar aqui com você e as panquecas, mas tenho que ir.

-Ok – ela diz compreensiva.

Oliver cheira o pescoço dela, se despedindo com um leve selinho. Depois vai para a porta.

-Te encontro lá então? – ela pergunta, com a voz um pouco incerta.

Oliver gira nos calcanhares e olha para ela.

-Você tem certeza? Não precisa fazer isso agora.

-Eu sei, mas quanto antes eu superar isso, melhor. –ela sorri, como se tentasse se convencer de suas palavras.

-Ok!Te encontro lá então.

-Obrigada! – o sorriso dela vem depois de um suspiro. Depois ela meio que se sacode, pegando a espátula e correndo para as suas panquecas.

Oliver a observa antes de sair. Eu poderia me acostumar com isso. Amava aquela mulher em sua cozinha. Todas as versões dela. Essa que aos trancos e barrancos superava mais um tombo era uma de suas favoritas. Logo ela estaria bem, logo ela estaria bem para ir embora. Oliver inspira o ar de seus pulmões e sai.

Algumas horas depois ele termina sua reunião com alguns acionistas sedentos por algo que mostrasse que Oliver não estava perdendo o controle dos negócios. Sempre que se ausentava muito tempo de sua imagem de playboy gastão eles se preocupavam. De algum jeito inexplicável esta imagem era o termômetro deles.

-Bem senhores. Foi um prazer, mas uma companhia mais graciosa que a de vocês, me espera – ele coloca a mão no peito. – Sem ofensa.

A dúzia de engravatados em volta da mesa começa a se entreolhar, se esforçando para não sorrir. Oliver acha divertida a facilidade de manipular pessoas que enxergam cifrões nos olhos de todo mundo.

Saindo de lá ele dirigiu pelo centro de Metropoles e seu pensamento foi até Chloe. Passou a reunião tentando ferrenhamente não deixar sua mente percorrer o caminho de volta para casa. Preocupava-se com ela a cada minuto. Mas agora, quase hora do encontro marcado seu coração se acalmava. Mesmo sabendo que o próximo passo não era um dos mais fáceis.

Entrou com seu carro no cemitério da cidade e as lembranças ruins logo correram até ele. A ultima vez lá havia sido a mais difícil. Enterrar Jimmy. Lembra-se com perfeição do rosto arrasado de Chloe. E agora lá estava ela de novo. Não é justo.

Parada diante do enorme lago ele enxerga ela. De preto, apenas com um lenço verde enrolado no pescoço e com a caixa metálica na mão. As cinzas de Moira.

-Oi – ele percorre o braço em volta dela, apertando os dedos no ombro e fica aliviado por ser recebido com um sorriso.

-Oi – ela encara o lago dourado pelo sol que começava a se por. Aquele lago seria o repouso, o ultimo de sua mãe. – Eu não tenho um lugar.

-Como? – ele olha para ela enquanto ela continua a encarar a água.

-As pessoas costumam ter um lugar, um que represente a relação, um lugar que as duas vão sempre se lembrar quando olhar ou pensar. Eu e minha mãe nunca tivemos este lugar. – uma lagrima desce o rosto dela.

-Vocês tem lembranças, é mais importante – Oliver conforta Chloe, esfregando a mão no braço dela.

-São poucas, mas... são minhas – ela sorri por de baixo das lágrimas que descem sem controle.

Ela respira profundamente antes de abrir a mala e tirar a urna de dentro. Com um punhado das cinzas de Moira na mão ela caminha até a beira do lado. Oliver esperou, era o momento dela.

-Eu sinto muito mãe!Por tudo o que não viveu. Mas obrigada, pelo amor incondicional e puro que teve por mim, ele me salvou e continua salvando... Todos os dias mãe. Te amo! – as cinzas caem quando Chloe abre devagar o punho.

Quando pronta Chloe foi até Oliver, que a envolveu em seus braços. Chloe se refugiou no conforto do abraço dele e chorou.

A noite caiu e Oliver observou Chloe distante, pensativa como deveria estar depois de tudo. Ele temia por este momento, o momento de seguir em frente, um dos mais complicados quando não se sabe para onde ir. Não sabia por que, mas tinha impressão que dar uma direção a ela era responsabilidade sua, caberia a ele puxar Chloe de volta.



CONTINUA...

10 comentários:

  1. Ahhhhhhhh que lindo.
    Adoro ver o efeito Queen sobre a Chloe, e ela sem máscaras sem receios.
    Ah o Clark é o Clark '¬¬
    Hoje a noite tem mais? ADORUUUUUU
    Vilm@

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  2. Obrigada!

    Juro que tentei deixar Clark mais...amigo.

    Olha, eu falei que teria mais hoje, mas ainda não leram, mas...vou postar sim.

    Valeu Vilm@

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  3. ai caramba, o Ollie tah um príncipe de couro verde total...adoreiii a parte da cozinha,a Chloe fazendo panquecas e ele admirando ela, e o momento hot... perfeito

    ah o Clark está tentando superar essa fase de sentir culpado...as vezes sinto falta do menino de smallville(eu tb sou clark fã, apesar de chlollie ofuscar o resto)... bem mas isso é assunto pra série

    e a cena final é de novo o Ollie perfeito, dando apoio e tudo mais...

    *___________*
    essa fic é ótima

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  4. A fic está maravilhosa Roberta. Oliver e Chloe estão perfeitos e o Clark... bem é o Clark.

    Quero mais!!!!!!!!!!!!

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  5. Tem alguém que não esteja apaixonada pelo Oliver neste momento? Fic e série?...hahahaha

    Clark é um assunto delicado!Ainda vou fazer um fic com meu Clark ideal.Juro!

    Obrigada Leticia!!


    Oi Karina!!!
    Valeu pelo comentário e elogio.
    Vou postar mais!

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  6. Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

    Gente... que fic LINDA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Cada dia me apaixono mais por essa história, Roberta... Parabéns, parabéns, parabéns...

    Não tenho nem palavras... essa fic é MARAVILHOSA...

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  7. Obrigadaaaaa!=)
    Valeu mesmo!Fico felizona!!!
    Tem continuação já!

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  8. concordo com todos os outros comentarios, essa fic é maravilhosa, emocionante do começo ao fim , sem falar no TDB do Ollie!Parabens!

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  9. Estou rindo até agora com a parte da espátula. Kkkk

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