sábado, 9 de outubro de 2010

No Greater Love

Título: No Greater Love
Classificação: PG
Autora: iluvaqt
Disclaimer: Os personagens pertencem a Warner a DC Comics.

A ligação vem quando ele menos espera. Havia visto a gravação da câmera de segurança umas cem vezes até agora e as repetições ainda não fazem nada pra atenuar a dor ao assistir o que ela fez, o que eles fazem com ela.

Ele procurou por respostas, pistas, por qualquer um que pudesse ajudá-lo a encontrá-la, mas a cada vilão desprezível que ele encontrava, a cada pista que achava mais perguntas surgiam e nada mais perto de tê-la em seus braços.

Porque ele esperou tanto tempo pra lhe dizer como se sentia? Porque permaneceu em dúvida, acreditando que ela ainda não estava pronta pra ouvir o quanto ele a amava, que ele faria qualquer coisa por ela, qualquer coisa que ela pedisse, segui-la, segui-la pra qualquer lugar? Ao ver a expressão dela, o maxilar firmemente travado com determinação, sua voz firme ao concordar com os termos da liberdade dele, ele percebeu a verdade. Ela se apaixonara por ele há muito tempo, tão intensamente e completamente como ele tinha se apaixonado por ela e agora ela não estava lá.

Ela deixou tudo pra trás. Deixou todos sem uma palavra de despedida ou um aviso do que planejava fazer. Lois, Clark, a Liga, Watchtower, a vida dela, nada disso a abalou em sua decisão... tudo para que ele voltasse. Mas voltar pra onde? Lágrimas quentes queimavam nas bochechas dele, isso acontecia muito quando estava sozinho. Naqueles instantes quietos e não interrompidos quando ele era deixado com lembranças sobre ela e seus pensamentos o permitiam ver as mudanças entre eles e ele percebia que não tinha ninguém a culpar a não ser si mesmo. Ela não sabia, como poderia, umas poucas palavras nos últimos momentos em que se falavam não poderiam transmitir com exatidão como ele se sentia. Ela não entendia o custo real de sua decisão, que sem ela, a vida dele não significava nada. Sem ela ele seria uma concha vazia. Sem ela pra guiá-lo, ele se perderia. Perderia seu propósito.

Nas semanas que seguiram o seu retorno, ele percebeu que talvez houvesse alguma verdade nas muitas alegações de que Chloe estava morta, também percebeu que ao ficar obcecado com o sacrifício dela, negligenciou seus deveres. Seu dever com os cidadãos de Metropolis, seu papel de líder na Liga. Enquanto ela os incentivava, os mantinha em foco, fazia toda a pesquisa complicada e proporcionava todas as saídas, ele era aquele em que todos se espelhavam e confiavam ao planejar suas estratégias, aquele que liderava as missões. Victor tinha tentado manter a Watchtower fluindo, mas ele não era nem de longe tão eficiente ou completo como Chloe. John tentou continuar sua tarefa mesmo com tudo acontecendo com a Checkmate, os Laboratórios Cadmus e os subordinados de Darkseid, mas ele tinha feito praticamente nada pra ajudar. Na verdade, ele se isolou de todos eles, inclusive de Lois, que como ele estava determinada a encontrar respostas, recusando-se a acreditar que Chloe estava morta, para o desespero de Clark.

O telefone tocou e ele distraidamente o pegou, atendendo enquanto ainda lia os últimos relatos financeiros. Não se importava muito com o que acontecia com sua empresa, mas entre a morte de Tess e seu tempo fora dos trilhos no ano passado, os Diretores estavam em cima dele, praticamente respirando em sua nuca pra manter a cabeça dele nos negócios.

“Venha assim que puder. É a Chloe, ela está...”

Ele colocou o celular no bolso sem esperar pra ouvir o resto da mensagem, loucamente procurando suas chaves. Se ele não as tivesse na próxima batida de seu coração, iria correr pela porta e pegar um taxi. Algo que nem lembrava a última vez que tinha feito, mas faria agora porque tinha que chegar até ela.

Clark o encontra no corredor, ele está na sua roupa de trabalho, mas a gravata está torta, geralmente um sinal de que ele esteve brincando em sua roupa personalizada vermelha e azul de spandex e acabou de rapidamente se trocar pra suas roupas comuns.

Oliver diminui a distância entre eles com passadas longas e apressadas, tinha estacionado o carro em duas vagas, mas não podia se importar menos se o Zonda fosse rebocado. Era substituível, Chloe não era.

“Oliver, espera. Você precisa deixar Emil falar com você antes.”

“Ao diabos com isso Clark, todos vocês pensaram que ela estava morta. Preciso vê-la.” Ele passa por Clark e entra no quarto. As persianas estavam baixas, então ele não pôde ver pela janela, mas assumiu que acertou o quarto pelo simples fato de que Clark estava andando de um lado pro outro na frente da porta.

Oliver não pode se mover, as pernas congeladas e seus pés parecem pesos mortos. Ele está olhando pra ela naquela cama estreita do hospital, tubos e amarras por todo seu corpo. Ele nem pode ver seu lindo rosto, está meio coberto com bandagens e o aparato respiratório. Seu cabelo uma vez brilhante e dourado está escurecido com suor e as ondas uma vez suaves pendiam em amontoados melancólicos no travesseiro. Ela está tão pálida, quase cinza de palidez. O ar dele deixou o peito no instante em que a viu e seus pulmões estão implorando por oxigênio, ele vê os pontos pretos aparecerem no canto de sua visão, lembrando-o que ele tem que continuar respirando.

Ele desvia os olhos de sua forma pequena e imóvel pra outra pessoa sentada ao lado da cama dela. A cabeça escura da mulher está baixa, e ela segura um dispositivo circular. Emitia um brilho violeta e atingia o perfil de Chloe, ela se contorce na cama e ele sai de seu estado de estupor.

Ele atravessa o quarto e empurra a mulher pra longe de Chloe.

Ela encontra seu olhar com olhos compreensivos e mesmo quando ele usa toda sua força pra segurá-la, impedindo-a de voltar a fazer o que quer que estivesse fazendo, ela sequer se retrai ou exige que ele a solte.

Clark coloca uma mão no ombro dele e o maxilar de Oliver trava com a raiva. “Ela está ajudando a Chloe. É um raio curativo. O corpo dela passou por mais coisas do que alguém devia ser capaz de suportar. Ela é uma lutadora, mas precisa de ajuda, Ollie. Deixe Diana ajudá-la.”

Oliver relutantemente solta a morena, apenas notando agora o quão impressionante ela era. Ela é alta, quase tão alta quanto Clark, com os olhos de um azul como o dia mais claro do verão, pele como um perfeito alabastro, mas nada disso importa pra ele. Ele mal a nota agora que sabe que ela não é uma ameaça pra Chloe. Todo seu foco está na mulher agarrando-se a vida diante dele. A mulher que tinha trocado sua vida pela dele sabendo perfeitamente bem o preço disso. Ele daria qualquer coisa pra vê-la abrir seus olhos verde-musgo suave, seu sorriso brilhante. Apenas ouvir a voz dela, sentir seu toque na pele dele. A garganta dele se fechou e um soluço amargo escapou dela. Seus joelhos cederam e ele se apoiou numa parede,deixando sua cabeça pender contra ela, fechando os olhos contra a dor. O jeito que seu coração estava doendo não podia ser uma fração do que Chloe devia estar sentindo agora. Ela era forte, muito mais forte do que ele era. Não podia vê-la assim, estava literalmente o partindo em pedaços. Esse tormento era muito mais efetivo que qualquer ataque das Female Furies. Era bem muito mais mortal que aquele chicote da Granny. Ele iria a qualquer lugar, daria qualquer coisa, sangraria mil vezes se isso significasse que podia desfazer o que aconteceu.

“Onde?” ele pergunta, a voz frágil e rouca.

“Carter a encontrou. Ele localizou uma anomalia na atmosfera usando o amuleto do Dr. Fate, e a trouxe diretamente pra Emil.”

“Três meses...” ele sussurrou antes de esmurrar a parede em frustração. “Eles a tiveram lá por três meses.”

Clark tentou não evidenciar seus pensamentos, mas era horrível em esconder as coisas dos seus amigos. Especialmente verdades. Onde ela esteve, se Carter estava certo... Pode ter sido por muito mais que três meses. Tempo era relativo. Ela pode ter ficado em Apokolips por um ano, talvez mais. Não havia como dizer que horrores ela tinha suportado, tanto mentais quanto físicos. Eles não sabiam de nada agora. J’onn não conseguiu ler a mente dela. Sua mente estava fechada. Clark não queria pensar no que isso podia significar.

Oliver sentiu seu amigo paralisar, e o silêncio o denunciou. “Você sabe de alguma coisa, o que é?”

Clark se endireitou e inspirou profundamente, ainda que isso fosse desnecessário. “Quando eles te levaram, eles te mantiveram aqui na Terra, foi isso que tornou possível ela encontrá-los e oferecer uma troca. Chloe não estava em nenhum lugar perto da Terra. Por isso acreditamos neles quando disseram que ela estava morta. Devíamos ter continuado procurando.”

Oliver bufou. “Carter não acreditou.”

“Não,” Clark admitiu, “Não acreditou. Mas só porque ele tem amigos que sabem coisas.”

“E ele não pensou em compartilhar essa informação? Não pensou que isso me ajudaria a encontrá-la?”

“As pessoas que ele conhece estão bem escondidas. São desertores de Darkseid. Que tipo de ajuda você acha que eles poderiam nos dar se estivessem mortos? Você estava ligado demais a isso, Oliver. Não tinha as idéias claras, andando por aí, perguntando coisas, pressionando em busca de respostas, você foi longe demais com...”

“Se você mencionar aquele subordinado nojento que riu sobre a vida da Chloe como se ela não fosse nada mais do que um inseto a ser esmagado, eu vou pegar minha pedra verde e te jogar dessa janela eu mesmo,” Oliver urrou. “Ele não merecia justiça, ele não merecia viver.”

“Acho que vocês dois precisam sair,” Diana interviu suavemente, mas com autoridade. “Ela está inconsciente, mas o subconsciente ainda é suscetível a estímulos do ambiente. Toda essa hostilidade é contraproducente ao processo de cura dela.”

Oliver deixou a cabeça pender, percebendo que ficar fora de controla agora era a pior coisa que podia fazer por Chloe. Ele precisaria ser calmo, tranqüilizador e precisaria a apoiar. Como ela fez com ele quando ele ficou num coma induzido curando-se das queimaduras de Zod. Ela tinha ficado ao lado da cama dele, dia e noite trabalhando pelo seu smartphone pra manter tudo funcionando, nem mesmo saindo pra tomar café – Bart levava pra ela, apenas saindo quando um alerta na Watchtower não podia ser ignorado. Mesmo quando ele teve alta, ela pegou as coisas dele e as levou pro pequeno quarto na Watchtower pra que pudesse cuidar dele enquanto suas feridas curavam.

Ele cuidaria dela. Ela estava ali agora e ele rezaria por um milagre. Sorriu com gratidão para a mulher que Clark chamou de Diana. Não ficaria no caminho dela novamente. “Se tiver qualquer coisa que você precisar, qualquer coisa que achar que pode ajudá-la, me avisa.”

Diana sorriu, seus olhos azuis travando nos dele com compreensão e empatia. “Apenas converse com ela. Faça com que ela continue a lutar.”

Oliver se inclinou pra mais perto e tirou uma mecha de cabelo do rosto dela. “Estou aqui, Professora. Acabei de te ter de volta, e você nem ouse pensar em me deixar de novo. Eu te amo demais pra isso.” Apertando a mão fria e escorregadia dela, ele engoliu seco o nó que se formava em sua garganta e deixou as lágrimas de alívio por poder tocá-la, vê-la, tomarem conta. Assim que aqueles lindos olhos verdes abrissem, ele iria lhe dizer novamente. E em todos os minutos de todos os dias seguintes. Ele nunca iria deixá-la esquecer.

7 comentários:

  1. Ai meu Deus... que linda!!!!! Amei!!!!!!

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  2. Linda linda linda!!!
    Ela por um acaso não tem continuação tem?

    Diana???

    Ai tadinho do Ollie e tadinha da minha Chloe, toda acabada.

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  3. Hummm... foi o que eu pensei Roberta... tinha que ter uma continuação...

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  4. nãoooooooooooooooo muito triste...

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  5. Aaaai muito triste !! quase choro,se tiver continuação gostaria de ver a loirinha já se recuperando porque ver ela assim nossa é triste, sem contar o pobrezinho do Ollie sofrendo junto.
    Parabéns Ivy !!

    Anne

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  6. Infelizmente a fic não tem uma continuação (bem que eu gostaria e olha que eu pesquisei). Infelizmente meeesmo, porque é tão fiel aos personagens, simplesmente linda :D

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  7. perfeita tinha que ter a continuação


    sou nova no blog e estou adorando todas as fics sou muito fã das pessoas que lutam pra manter o amor desse casa lindo #momentoperfeito

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