Titulo: Hello, My Old Heart
Autora: Roberta Clemente
Banner: Roberta Clemente
Classificação: NC-17
Nota: Minha intenção é dividir essa fic em três partes, dois pontos de vista e um com os dois, mas veremos qual o andamento. A história vai de 9x06 até 10x15, após isso é por minha conta.
Resumo: .Deveriam estar comemorando o primeiro aniversário de casamento, mas ao invés disso Oliver apaga Chloe da sua memória.
5?
Oliver
suspirou longamente, aproveitando aquela sensação de acolhimento, quente e
macia. Ficaria ali por horas a fio, mas o som do seu despertador não gostou da
ideia. Então despertou e rolou na cama gelada, dando um tapa em seu celular, o
derrubando sem querer, mas impedindo que a música chegasse ao fim.
Ficou ali
parado por alguns segundos, encarando o teto e não pôde não pensar no incomodo
que era acordar sozinho. Estava acostumado, desde seus pais o acordando quando
criança a apenas algumas mulheres ficando tempo suficiente para o amanhecer
aquela era a sua vida. Nada de novo, se não fosse o fato de que agora era um
homem casado. Não fazia sentido, mas não estava disposto a tentar entender no
momento. Então era melhor começar o dia logo.
Jogou o
lençol longe e se sentou, pisando em seu celular agredido. “Merda”, Oliver
xingou e se inclinou para pegar aparelho. A tela acendeu e o rosto de Chloe se
iluminou nela. Toda dourada, relaxada e nua, o encarando. Tão diferente da
Chloe que conhecia, traumatizada e isolada em sua Torre. A amiga que o
resgatou, mas uma mulher visivelmente danificada, como aquela do lado de fora
do quarto.
Quatro dias
haviam se passado desde o incidente no escritório e eram como dois estranhos vivendo
sob o mesmo teto. Sabia que ela estava lhe dando espaço para se adaptar, não o
pressionando com perguntas e cobranças, mas sabia também que isso a machucava,
podia ver em seus olhos a decepção por não se lembrar deles, dela. Daquela
versão congelada na tela do seu celular. Então deu espaço a ela, o que acabou construindo
um buraco entre eles. Buraco que estranhamente não se importava em fechar.
Entrou na configuração do celular e trocou o papel de parede para o primeiro
que encontrou e foi para o chuveiro.
Aquele dia
seria complicado, teria sua primeira reunião com o conselho depois da sua...
mudança de condição. Havia passado os últimos dias estudando os dois últimos
anos de sua empresa, cada transação, cada queda, o fim da fusão entre as
Industrias Queen e Luthor Corp. A presença de Lionel, mesmo que momentânea
quase tirou seu chão, quis muito se lembrar, imaginou centenas de vezes o que
teria feito ao homem que matou seus pais, mesmo que a aquela versão. Então
antes que isso ameaçasse tirar sua paz ela entrou em ação.
Suspirou quando
se lembrou do instante constrangedor em que Chloe entrou em seu escritório e
lhe contou a maneira madura com que lidou com a presença de Lionel. “Você poderia ter feito qualquer coisa,
Oliver. Mas percebeu que algo era mais importante do que aquele pequeno momento
de satisfação. A sua vida, nossa vida.” Saindo em seguida, sem esperar por
uma reação, pergunta ou comentário.
Gostaria de
se lembrar desta versão, ser essa versão madura de si mesmo, que colocava o bem
maior acima da própria vingança, mas não se lembrava e com certeza não era esse
homem que todos esperavam que fosse. Emil lhe garantiu que poderia recuperar a
memória a qualquer momento, mas que também poderia levar dias, semanas ou
meses. Não criou esperanças e do nada sentiu uma vontade urgente de simplesmente viver com o que
estava em suas mãos.
Sua reunião
começaria em uma hora e meia e precisava se preparar. Não convenceria o
conselho de que estava em condições de continuar a frente da sua empresa se
chegasse despreparado. Sabia blefar, mas queria provar ser capaz, afinal não
fazia muito tempo, na sua memória reduzida, é claro, desde que havia voltado do
seu momento de autodestruição, queria trabalhar, ainda mais agora que sua
empresa havia se desvinculado do nome dos Luthors.
Tomou banho
e correu para a cozinha carregando alguns contratos que ainda achava necessário
revisar. A cobertura estava quieta como sempre foi, apesar de não mais vazia.
Chloe aparecia cinco minutos antes de sair só para não dar a impressão de que o
estava evitando completamente e de alguma forma achava melhor. Não conseguia
olhar para ela e ver sua dedicação quando acabava pensando em Lois.
Não havia
tocado no assunto, mas de tempos em tempos a vontade de pegar o telefone e
ligar para ela ficava forte. Não conseguia entender, era um homem casado com
uma mulher que o amava, mas seus pensamentos iam e voltavam em direção a Lois.
Olhar para Chloe só o fazia se sentir mais culpado do que já se sentia.
Normalmente correria para Chloe para pedir ajuda, ou ela o resgataria como
havia feito há pouco tempo, mas agora não sabia o que fazer. Estava casado com
uma amiga por quem não estava apaixonado.
Precisava se
focar em sua empresa e não em sua vida amorosa. O nome da sua família era mais
importante. Então chegou ao seu escritório meia hora antes do inicio da reunião
com apenas uma coisa na cabeça. Continuar a frente do império que seus pais
construíram.
Para o seu
espanto foi tudo ridiculamente fácil. Ao contrário do que pensou não foi
necessário consultar nenhum arquivo, estava tudo em sua cabeça e foi como se
nunca tivesse se afastado. Em quinze minutos estavam todos a seu favor, algo
que nunca tinha acontecido até em tão. Confiavam em sua liderança de uma forma
tão tranquila que ficou sem reação ao final da reunião.
Olhando
Metropolis de cima enquanto tentava assimilar o que havia acabado de acontecer.
Chegou lá pronto para se provar, como sempre e em vez disso foi apoiado de uma
maneira totalmente nova. Talvez Chloe estivesse certa. As Industrias Queen
estavam bem, ele estava bem a frente e não havia motivos para se preocupar. Só
queria se lembrar do caminho até aquele ponto.
Seus
pensamentos foram interrompidos pelo som da porta atrás dele sendo aberta e
fechada. “Oliver?”
Oliver se
virou devagar para encarar Clark. Tirando uma visita rápida e meio
constrangedora no hospital não haviam se falado ainda. Não foi divertido
acordar e descobrir que ele e Lois estavam noivos. De que Clark, o mais
improvável dos homens havia conseguido o coração de Lois. Precisava disfarçar a
inveja que sentia do homem a sua frente. “Oi, Clark.”
“Você está
bem? Tess me contou sobre sua reunião com o conselho”, Clark se aproximou dele
e Oliver viu a preocupação genuína em seu olhar.
Assentiu, se
sentindo ainda mais culpado. “Sim. A reunião foi melhor do que eu imaginei que
seria. Parece que não perdi o jeito.” Oliver sorriu e caminhou até o bar ao
lado da janela.
“Não que eu
tivesse duvidado, mas fico feliz em ver que sua evolução aqui não será
interrompida”, Clark o olhou com gentileza. Oliver o olhou de volta e pegou uma
garrafa d’água em vez do uísque que queria.
“Sim. Parece
que de algum modo eu ganhei os corações daquele bando de conservadores nos
últimos dois anos”, Oliver deu um gole longo em sua água e se forçou a relaxar
um pouco.
“Você está
fazendo um bom trabalho, Oliver. Eles sabem disso, todos sabemos.”
Oliver se
sentou em sua cadeira e fez sinal para Clark se sentar também. Normalmente
haveria uma tensão costumeira entre ele e seu amigo alienígena, mas a postura
calma de Clark o acalmou também.
“Obrigada. Confesso que cheguei aqui preparado para brigar e no final só
percebi que perdi energia nos últimos dias.”
“Eu não
posso imaginar como deve estar sendo difícil para você”, Clark disse depois de
se sentar.
Assentindo
de novo Oliver sorriu rapidamente. “Difícil e estranho? Sim, muito... Olha,
Clarke. Você tem certeza de que isso não é algum tipo de confusão causada por um
dos seus cristais?”
Clark riu e
coçou a cabeça. “Seria mais fácil de resolver do que uma pancada na cabeça, com
certeza.”
“Seria menos
vergonhoso com certeza. De todas as situações heroicas essa com certeza não
seria a maneira que eu esperaria ser abatido”, Oliver riu também, mas de uma
maneira mais sonhadora antes de se acalmar. “Falando nisso. O responsável por
humilhantemente me deixar desmemoriado, os responsáveis. Tess me disse que
havia cuidado disso, mas eu queria saber se posso focar na minha recuperação
sem me preocupar com as pessoas que me deixaram assim andando por ai.”
“Tess tem
razão. Esse problema foi resolvido... Chloe achou os dois no dia seguinte ao
assalto.” Clark respondeu, se remexendo na cadeira, um pouco mais sério. “Tirando
você, ela foi à única pessoa a ver o rosto dos dois e Tess não conseguiu uma
imagem clara. Sem Chloe eles estariam por ai fazendo outras vitimas.”
Oliver
respirou fundo. Não o surpreendia Chloe ter sido a pessoa a achar os dois
assaltantes. Achava mais surpreendente ela longe da posição em que a colocou.
“Chloe é a melhor nisso. Não entendo como ela pôde ter nos deixado...”.
“Ela não nos
deixou Oliver. Chloe tomou a decisão de entregar a Torre de Vigilância para
salvar sua vida e depois a do time inteiro”, Clark o olhou como antes, de olhos
cerrados.
“Eu sei,
mais ou menos... Mas sei que foi por mim e pelo time.” Oliver apertou a garrafa
d’água entre os dedos, querendo entender melhor.
“Olha. Chloe
é minha melhor amiga desde sempre e quando ela precisou eu tive dificuldades de
confiar nela como ela confiou em mim, mas você... Você não hesitou nem por um
segundo em acreditar que ela estava fazendo de tudo por nós. Vocês dois são um
time, não deixe esse momento criar duvidas entre vocês.”
Não soube o que
dizer. Não poderia dizer a ele que não conseguia acreditar nesse casamento que
diziam que ele e Chloe tinham e que saber que ela o deixou o fazia duvidar de
tudo.
“Ela vai te
contar tudo, confie. E se mesmo assim sua memória não voltar só se lembre de
que esse homem que você está descobrindo ser, foi graças ao que ela fez por
você e a relação de vocês.” Clark sorriu de lado e ficou de pé. Indo para a
porta.
Oliver não
disse nada, quis fazer dezenas de perguntas, as perguntas que não conseguia
fazer a Chloe, mas se calou. Só o deixou ir.
“Ou então se
lembre de que Lois vai te matar caso não recupere a memória”, Clark o avisou da
porta e deu de ombros antes de fechar a porta, deixando Oliver novamente com a
imagem de Lois na cabeça.
O resto do
dia foi bem longo e arrastado. Estava atualizado com os projetos das Indústrias
Queen dos dois últimos anos, mas agora precisava se atualizar sobre projetos
futuros, projetos dos quais não se lembrava de ter participado ou criado. Voltou à cobertura no começo da noite, apenas
para trocar de roupa, pegar seu equipamento e ir para a sua primeira patrulha
depois do coma. Estava ansioso de novo. Seria a primeira patrulha com Tess lhe
guiando e não sabia se estava em forma ou como seria recebido nas ruas. Sabiam
que ele era o Arqueiro Verde e não conseguiria se lidar com isso até ir para
sair.
A cobertura
estava quieta do mesmo jeito que de manhã, mas podia ver pequenos sinais de que
mais alguém além dele estava ali. Um lembrete de que dividia o apartamento com
mais alguém. Viu uma caneca de café dentro da pia e olhou para à maquina de
café italiana que nunca compraria para si mesmo. Talvez para impressionar
alguém.
Na sala dois
vasos de tulipa laranja descansavam de cada um de lado do sofá e nele tinha uma
manta marrom aberta sobre o encosto, à espera de ser usada. Era a primeira vez
que notava aqueles detalhes. Não havia nenhum sinal de que Chloe estivesse em
casa e mesmo achando que preferia assim, não era normal. Parou diante do quarto
de hospedes e bateu.
“Está
aberta”, Chloe disse do outro lado e foi suficiente para Oliver abrir a porta,
meio hesitante é verdade. Esperava encontra-la em seu notebook, como a primeira
imagem dela que lhe vinha à cabeça, mas ao contrário a encontrou sentada debaixo
do enorme abajur que tinha no quarto, sentada com as pernas cruzadas e um livro
nas mãos. Ela sorriu quando lhe viu, mas o sorriso não alcançou os olhos. “Oi.
Como foi na reunião?”
“Foi fácil,
na verdade”, ele respondeu, analisando sua expressão. O sorriso dela ficou um
pouco maior e Oliver pôde ver o motivo, ela estava orgulhosa dele.
“Bom”, ela
falou, olhando novamente para o livro, trocando de página.
“É... Vou
comer rápido antes de ir para a Watchtower, mas se você quiser eu posso pedir
alguma coisa”, ele ofereceu, sentindo que precisava fazer alguma coisa por ela.
Como faria por um hospede.
“Na verdade
eu já pedi. E já comi também, está no forno.” Ela respondeu sem olhar para ele,
com o tom de voz neutro.
“Certo.
Bom”, ele balbuciou e sem ter mais o que dizer começou a fechar a porta.
“Ollie?” ela
chamou e Oliver abriu a porta novamente. “Boa sorte”, e sorriu rapidamente.
Sorriu de volta para ela, internamente agradecido por suas palavras curtas e
fechou a porta.
Aquele dia
estranho até que não estava sendo catastrófico como imaginou. Seu lugar na IQ estava assegurado, era
respeitado por sua diretoria e estava para voltar a algo que sabia fazer de
olhos fechados, ser o Arqueiro Verde. Tirando os breves momentos que se
encontrava com Chloe aquela não era a pior das vidas que se imaginou vivendo.
Mas nada
naquela noite foi como imaginou. Os primeiros minutos de estranheza com Tess
logo passou, mas então precisou atender o primeiro chamado e foi quando tudo
desandou. Estava parando um assalto quando um dos assaltantes o reconheceu e
lhe chamou pelo nome. Havia imaginado algumas vezes aquele cenário e em todas
elas se saia muito bem, como sempre fazia, só que quando aconteceu de verdade à
situação logo saiu do seu controle.
Como
resultado terminou sua primeira patrulha ali mesmo, no primeiro chamado.
Patético, como poderia ser o Arqueiro Verde quando sabiam que por debaixo do
couro verde estava ele, o homem cheio de defeitos e nada heroico? Oliver Queen
era o homem que um dia tirou a vida de alguém, mesmo que esse alguém fosse Lex
Luthor. O Arqueiro Verde era sua maneira de fazer algum bem sem toda a carga
que seu nome carregava e tinha perdido isso. Mal tinha voltado a se aceitar como
herói e agora tinha que lidar com o fato de que nunc mais conseguiria separar
os dois homens dentro de si.
Ummm situação difícil a do ollie,mas sinto mais pena da Chloe tadinha:(.
ResponderExcluirMal posso esperar pra ler o próximo capítulo.
Alice
Nada fácil pra ele, mas pior pra ela neh? Sai até sexta-feira, já está pronto ;)
ExcluirQuando vai postar o próximo capítulo
ResponderExcluirnão aguento mais espera, muito bom
Oi, Letícia.
ExcluirSai até sexta-feira. Já está pronto ;)
E agora o Ollie vai responsabilizar a Chloe por ter revelado sua identidade ...
ResponderExcluirVontade de matar o Ollie.
Nati
Vc acha? Se bem que esse Ollie, não surpreenderia nada.
ExcluirHahaha umas pancadas podem ajudar.
Oh, Deus, Roberta!!
ResponderExcluirO POV do Oliver piorou a situação pro lado dele... até Clark está sendo mais suportável que o Oliver... eu entendo que ele está confuso e tudo mais, e que ele não tem culpa, mas não diminui a raiva...
E a situação também não é fácil para Chloe, ela não tem para onde correr, pois se ela correr se sentirá culpada por o está abandonando, mas ficar e ter que lidar com o desconforto e distância dele também é doloroso... resumindo: tadinha da Chloe!! =(
GIL
Oi GIL
ExcluirPois é, entrar na cabeça do Ollie só iria piorar um pouco às coisas, mas precisei. Rs
Clark pós season 10 ñ é tão ruim. Kkkkk
Ir embora não é uma opção pra ela e ficar é...bem, uma porcaria.
Oi GIL
ExcluirPois é, entrar na cabeça do Ollie só iria piorar um pouco às coisas, mas precisei. Rs
Clark pós season 10 ñ é tão ruim. Kkkkk
Ir embora não é uma opção pra ela e ficar é...bem, uma porcaria.
E agora o Ollie vai responsabilizar a Chloe por ter revelado sua identidade ...(2)
ResponderExcluirNoelle
Vocês vão odiar muito ele? Rs
ExcluirVocês vão odiar muito ele? Rs
ExcluirOk, Oliver... vamos dar uma pancadinha na sua cabeça pra ver se tudo volta ao normal!!!
ResponderExcluirPor hoje, não gosto de você. kkkkk
HAHAHAHAHA booooora dar uma pancadinha nele. Ah, nem eu!
ExcluirHoje é meu niver, e confesso que entrei no blog esperando ter o capitulo 6 como presente....rsrsrsrs;)
ResponderExcluirÉ uma pena vou ter q esperar até amanha ou sexta...rsrs
Carooooooooooooooooool! Espero que seu aniversário tenha sido lindo!!!!
ExcluirParabéns!!!
Postei no dia seguinte ^^
Mto bom
ResponderExcluirPelo menos na vida profissional ele ta se encaixando :)