quinta-feira, 30 de junho de 2016

Hello, My Old Heart 6/?

Titulo: Hello, My Old Heart
Autora: Roberta Clemente
Banner: Roberta Clemente
Classificação: NC-17
Nota: Minha intenção é dividir essa fic em três partes, dois pontos de vista e um com os dois, mas veremos qual o andamento. A história vai de 9x06 até 10x15, após isso é por minha conta.
Resumo: .Deveriam estar comemorando o primeiro aniversário de casamento, mas ao invés disso Oliver apaga Chloe da sua memória.  


O Arqueiro Verde era sua maneira de fazer algum bem sem toda a carga que seu nome carregava e tinha perdido isso. Mal tinha voltado a se aceitar como herói e agora tinha que lidar com o fato de que nunca mais conseguiria separar os dois homens dentro de si.



6/?

Acordou cedo e se trancou em seu escritório. Não conseguiria encarar o mundo naquele momento, não sem a sensação de que devia um enorme pedido de desculpas a cada habitante da terra. Trabalhou por algumas horas e parou quando escutou uma batida fraca na porta, se dando conta de quem era. “Pode entrar”.
Chloe entrou calmamente e Oliver olhou para ela, talvez se fosse mais direto aquela conversa fosse tão curta quanto a da noite passada.  Só que assim que trocou um olhar o dela mudou, seu sorriso pequeno cedeu e ela lhe olhou com preocupação.

“Você está bem?” ela perguntou tentando esconder a preocupação da voz. Queria saber como tinha sido a primeira patrulha dele e pelo olhar irritado em seu rosto não tinha saído como planejado. Ele parecia tão seguro na noite passada que jurou que ele e Tess se sairiam muito bem.

Oliver tirou as mãos do teclado do seu laptop e assentiu. “Sim. Estou bem”, afirmou sem nenhuma convicção. Não queria falar, mas pelo jeito sua frustração estava estampada na sua cara.

“Você tem certeza?”, ela insistiu e Oliver respirou fundo. Acabará de descobrir de que realmente não queria falar sobre o assunto. Tinha tanto medo de magoá-la a cada virgula que tratava.

“Sim, tenho. Olha, Chloe, eu tenho alguns contratos que a minha outra versão criou para revisar. Você precisa de alguma coisa?” ele tentou desconversar e imediatamente se arrependeu. Não precisava trata-la como hospede.

Chloe baixou o olhar e assentiu. Ela olhou para a porta, provavelmente analisando se saia correndo ou lhe jogava um dos vasos do escritório na cara. Então indo contra as duas opções ela se sentou, puxou a cadeira do outro lado da mesa e se sentou, olhando em seus olhos de forma tão firme que engoliu seco, mais ou menos do jeito que olhou naquele café, após confrontá-la sobre salvar sua vida.

“Deixa eu te contar uma coisinha sobre mim. Você, Clark, Bart, Dinah... não são os únicos vigilantes por ai. Eu encontrei algumas pessoas bem interessantes nos meses que passei longe de Metropolis e por mais que arrancasse um pedaço cada dia longe de você, eu aprendi muito. Sobre o mundo, sobre os heróis nele, sobre mim... Não foi fácil ficar longe de casa, mas aprendi que sou uma boa ouvinte, não é só jogando um caminhão de toneladas na cabeça dos meus heróis ou dando as coordenadas da próxima ocorrência que eu consigo ajudar”, a segurança no olhar dela fez Oliver relaxar um pouco. “Então esqueça por um segundo que sou a esposa que você não lembra e diz, o que está acontecendo.”

Oliver não soube o que dizer. Se sentia ridículo por precisar que ela viesse lhe salvar, mas Chloe tinha essa coisa que não compreendia, então respirou fundo algumas vezes e se jogou contra o encosto da poltrona. “Eu paralisei. Foi isso, eu fui reconhecido na primeira ocorrência e assim que disseram o meu nome eu simplesmente... travei”, ele olhou para ela. “Eu não posso travar. Vidas podem depender da minha reação, travar não é uma opção”, ele desviou o olhar a levou uma mão a nuca, se sentindo nervoso de novo. Depois de alguns segundos arriscou um olhar para Chloe e se assustou com a calma em seu olhar.

“Ollie. Quando você assumiu ser o Arqueiro Verde tanta coisa tinha acontecido que sua cabeça era outra e quando precisou colocar o uniforme de novo sua você estava pronto para ser o Oliver Queen debaixo do couro. Você estava sobre controle das suas ações. Agora... bem, é um pouco diferente. Não se cobre tanto."

Oliver assentiu, era exatamente isso. Não se sentia no controle da decisão que tomou. “Eu sei que o homem que disse ao mundo que era o Arqueiro Verde soube segurar a onda, mas esse aqui... ainda sofre para aceitar suas versões separadas. E pra mim a versão que pula de telhados é muito superior. A de gravata e riquinho não está à altura”, confessou a ela suas inseguranças.

Ela sorriu com carinho. “Eu não sei. Apesar de gostar do couro apertado eu sou muito mais fã do cara de gravata, sem ele não teríamos o outro... Mas eu entendo o que quer dizer. Então deixa eu te contar uma coisinha sobre você mesmo.”

Ele sorriu de volta por suas palavras e se interessou.

“Você se lembra do nome Mia Daerden?”

Ele franziu a testa e se assustou. “Sim. A garota que eu conheci nas ruas... Como eu pude me esquecer da garota que quase morreu por minha causa?O que aconteceu com ela?”

Chloe levantou as sobrancelhas, se calando com a pergunta, mas continuando. “Você a enviou para um lugar onde ela vai ser treinada para enfrentar os conflitos da vida, a se encontrar e crescer. Lugar que ela nunca teve na vida... A escola.”

Oliver olhou para Chloe mais calmo.

“Você, Oliver Queen, mandou uma garota que cresceu nas ruas, que nunca teve segurança na vida para o lugar mais básico e necessário para cada pessoa. A escola”,  Chloe deu de ombros e sorriu.

“Eu queria ver aquele furacão em uma sala de aula”, riu, se sentindo feliz pela primeira vez em dias.

“Isso é fácil de conseguir. Ela não vai ficar feliz, mas...”, Chloe tomba a cabeça e morde o sorriso antes de suspirar e olhar para ele. “Você é um bom homem, Oliver Queen. Você salva vidas sem usar flechas.”

Oliver sentiu o coração disparar no peito. Aquilo era tudo o que precisava ouvir e saber naquele momento. Seu maior medo era de não estar à altura do seu alter ego. De ter seus pecados jogados contra o herói que lutava todos os dias para manter. “Obrigado, Chloe.”

Chloe bateu as mãos no colo e ficou de pé. “Não precisa agradecer. É o meu trabalho. Vocês heróis precisam ser trabalhados de tempos em tempos e isso meio que virou meu dom”.

Ele riu e balançou a cabeça enquanto ela saia do escritório. “Desculpe por isso”, gritou e escutou um resmungo vindo do corredor.

Toda aquela angustia a ansiedade foi embora com Chloe. Oliver passou o dia tranquilo e logo após deixar o escritório da IQ foi dar uma volta, precisava se preparar para aquela noite e escutar o som das ruas o prepararia. Era o Arqueiro Verde e não precisava temer isso, na verdade assumir. Andou sem rumo, mas quando percebeu estava na entrada movimentada do Planeta Diário. Às pessoas entravam e saiam pela porta giratória freneticamente como sempre foi, certas coisas não mudavam.

De repente se perguntou onde Lois estaria. Em sua mesa, correndo de um lado para o outro, no porão? Quando percebeu estava descendo as escadas até lá. Vê-la se tornou atraente demais e não resistiu. E não demorou para colocar os olhos sobre ela, Lois tinha uma personalidade dominante demais para não ser percebida.

“Ollie?”, ela se surpreendeu quando o viu parar a sua frente.

Oliver sorriu. Ela estava linda e agitada como sempre se lembrava, mas no instante em que parou na sua frente sentiu que aquilo era errado. “Oi”

Lois ficou de pé e se aproximou dele. “Você está bem? Aconteceu alguma coisa? Chloe está bem?”

“Sim. Está tudo bem.” Ele respondeu com o mesmo sorriso, querendo muito não ter feito aquela burrada. “Pode parecer ridículo, mas vou tentar mesmo assim. Eu estava passando por aqui e quando percebi estava na porta e resolvi parar pra dizer oi.”

Lois franziu a testa e Oliver viu que ela não estava tão feliz com sua visita. “Ninguém sabe que você está aqui então.”

“Você quer dizer, Chloe?”, ele perguntou por ela.

Ela olhou em volta e o puxou pelo braço até a sala ao lado, cheia de copiadoras e vazia.  “Ollie. O que está fazendo?”

Poderia dizer qualquer coisa, mentir facilmente, era bom nisso. Dizer qualquer coisa para sair de uma situação constrangedora ou perigosa. Mas deu de ombros, se dando conta de que não adiantava mentir. Já tinha se entregado. “Eu estou aqui cometendo um grande erro, Lois. É isso que estou fazendo.”

“Ok. Eu gostaria de ignorar o que Chloe me contou. Por que claro que é uma grande loucura. Você esquece que ama aquela mulher maravilhosa. Nem em um milhão de anos eu pensei que aconteceria...”

“Mas aconteceu e eu não sei por que”, ele disse fracamente.

Lois deu um passo à frente. “Não importa, por que se o Oliver que você realmente é visse o que você está fazendo aqui, ele chutaria seu traseiro até sua memória sair pela boca.”

Oliver tentou não rir, mas riu e alto. “Você sabe que isso não faz sentido, certo?”, ele se acalmou e colocou as mãos na cintura. “Mas quer saber? Você tem toda razão. Eu não sei o que estou fazendo aqui quando minha melhor amiga está em casa imaginando formas de me evitar dentro de casa, por que é o que me deixa mais confortável.”

Os olhos dela ficaram enormes. “O que?”

Ele se inclinou e deu um beijo no rosto dela. “Desculpa, Lois. Eu tenho que ir para casa.”

Chloe tinha acabado de terminar uma longa ligação onde precisou dizer algumas vezes ao seu editor que não se mudaria, que não tinha intenção de deixar Metropolis e estava realmente cansada, mais do que o normal. Gastar toda sua energia desviando de Oliver dentro da própria casa estava lhe sugando e fingir que estava tudo bem. Agora precisava muito de um banho quente, antes de se trancar no quarto de hospedes por mais uma noite. Estava ficando sem alternativas.

Na noite passada esperou até escutar o som da porta do outro quarto, o seu quarto, ser fechada para tirar os olhos do livro que não estava lendo. Havia passado o dia perambulando pela cobertura até que escutou o elevador subir e correu para o quarto, pegando a primeira coisa que viu pela frente, se sentando na posição mais confortável que encontrou. Não soube lidar quando Oliver fugiu da cama deles, quis lhe dar espaço para se sentir confortável e agora era ela quem se sentia fora de lugar.

Oliver não a procuraria se não o procurasse, há dias que não trocavam mais do que algumas palavras, mas caso acontecesse pareceria tranquila.  Tranquila com a situação humilhante e extremamente desgastante que estava vivendo. Fingiria e fingiu estar tudo bem quando ele bateu a porta do quarto que não era o seu. Sorriria e sorriu para deixar claro de que estava bem com aqueles ridículos segundos de atenção recebidos, mesmo não estando.

Emil tentou lhe acalmar algumas vezes nos últimos dias, garantindo que Oliver estava bem e que sua memória voltaria a qualquer momento, mas soube no instante em que o encontrou dormindo no escritório de que não seria tão simples assim.  E agora não sabia o que fazer, qual passo dar para sair daquela situação de merda em que se encontrava. Um bom banho poderia ajudar. Estava entrando no banheiro quando escutou Oliver gritando seu nome.

“Estou aqui”, respondeu voltando para a porta. Seu coração acelerou de medo. “Ollie?”
Oliver entrou antes que ela pudesse abrir a porta, ofegante e suado.  Chloe correu até ele e o examinou. “Chloe”, seus olhos estavam enormes e Oliver se sentiu o mais patético dos homens. Ele a havia ignorado por dias e ela estava temendo por sua segurança.

“Você está bem?”, Chloe perguntou quando não encontrou nada fora do lugar.
Ele assentiu e respirou fundo, se dando um segundo para responder. “Sim. Eu estou bem... e pronto para ouvir sobre o que você quiser me dizer.”

Chloe abriu e fechou a boca. “Ok. Eu... o que você quer saber? Sobre o time, o Arqueiro Verde?”

Oliver respirou fundo mais uma vez e sorriu. “Isso é legal. Mas eu quero saber sobre nós. Quero saber de tudo sobre nós dois. Eu quero me lembrar, Chloe.”





 CONTINUA...
Deixe a autora feliz com um comentário =)



13 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Ainda não estou sabendo lidar com esse capítulo sendo postado tão rápido. É muita alegria!!!

    "e estava realmente cansada, mais do que o normal."
    Por acaso a Chloe está grávida???

    Que lindo o Ollie querendo se lembrar *--*

    Noelle

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    1. hahahahahaha não é normal, né? dois capitulos em uma semana.

      Isso é um chute?kkkk

      Já se derreteu, né? haha

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  3. Ahhhh ele quer se lembrar deles tão fofo,esta parecendo mais o Oliver que eu conheço rss esse capítulo foi prefeito e não posso esperar pra ler o próximo.

    Alice

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    1. Pensei que vcs ficariam putas da vida com ele indo atrás da Lois, o final derreteu o core magoado de vcs hahahahaha

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  4. Essa fofurinha do fim não derreteu meu coração... sinto que tem muito drama pela frente ainda!!!! kkkk

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  5. Toda a raiva que senti do Ollie desde que ela acordou do coma acabou de evaporar.
    Esse é o Ollie que eu conheço e amo, dramático (chegar em casa gritando e ofegante é um exagero) e super, hiper, mega fofo. *-*

    Roberta, pelo amor de Deus, posta o próximo capítulo essa semana. Meu coração não vai aguentar esperar um mês não. Já tô sofrendo só de pensar na espera.

    Nati

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    1. Dramático, sempre!Gostamos de um Ollie dramático, quando ele está indo atras da Chloe, é lógico. ^^

      Vou postar loguinho, Nati! Muito obrigada por acompanhar <3

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  6. Atualização, que maravilha Roberta!! \o/

    E que final encantador... ok, tirando o lapso de ir ver a Lois que ele mesmo percebeu ser uma tremenda burrice, este sim, se parece muito mais com o Oliver que tanto amamos, né?!

    Mas também acho que ainda tem muita água pra rolar, ao menos ele a está escutando, pois é, um passo de cada vez e ele chega lá!!

    GIL

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    1. Atualização, GIL! \o/

      O lapso foi pra gente ver que Ollie ainda não tá bem, que não é aqueeeeele Ollie.

      Tem sim, a história ainda vai dar algumas voltas =)

      Valeu, GIL! ^^

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