segunda-feira, 18 de julho de 2016

Hello, My Old Heart 7/?


Titulo: Hello, My Old Heart
Autora: Roberta Clemente
Banner: Roberta Clemente
Classificação: NC-17
Nota: Minha intenção é dividir essa fic em três partes, dois pontos de vista e um com os dois, mas veremos qual o andamento. A história vai de 9x06 até 10x15, após isso é por minha conta.
Resumo: .Deveriam estar comemorando o primeiro aniversário de casamento, mas ao invés disso Oliver apaga Chloe da sua memória.  



7/?


De repente seu ombro começou a doer e ficou impossível dormir. Oliver rolou na cama, mas não conseguiu ficar confortável do lado esquerdo, parecia... errado, seu corpo protestou e não deixou sua mente acalmar o suficiente para pegar no sono novamente. Aquilo estava acontecendo todas as noites há pelo menos uma semana, as dores, a cama fria e dura, inclusive acordar e perceber o declínio do seu sono.
Oliver girou mais uma vez na cama e alcançou o celular que protestava no criado-mudo. Olhou para a hora antes de desligar o despertador. Ficou tentado a escolher a opção de soneca, como qualquer ser humano normal faria, mas decidiu sair da cama logo, de nada adiantaria. Talvez fosse melhor contar a Emil, ele ficaria tão preocupado com o estrago que a privação de sono faria a sua memória ferrada que lhe daria alguns comprimidos para dormir.

Pelo menos às coisas entre ele e Chloe estavam indo bem. Não entendia como sua mente tinha feito aquilo com ele e principalmente com ela. Não depois de escutar da boca dela tudo sobre eles. Como se aproximaram em um momento de solidão, como se encontraram um no outro.

Foi engraçado descobrir que foi ele o primeiro a se apaixonar e a tentar fazer Chloe perceber que era tão importante para ela quanto ela era para ele. O jeito adorável com que ela admitiu que não queria se apaixonar por ele, muito menos um relacionamento o fez gargalhar por alguns minutos. A vida tinha dado um jeito de surpreendê-lo e virar o jogo. Sempre foi o desejado e com Chloe a situação era totalmente inversa. Carma, sempre ele.

E foi impossível não se comover ou se emocionar com o modo como ela descreveu a relação que eles tinham. Era tudo o que sempre quis, desejou e achou que nunca conseguiria, não com a vida que tinha escolhido para si. Alguém que enxergasse seus defeitos e falhas e que não os usasse contra ele, como motivo para não amá-lo. Que o amasse assim, quebrado, mas que tivesse fé suficiente para fazê-lo seguir em frente, para ser melhor. Foi assustador descobrir que era como ela o olhava e como a olhava também, como a relação deles era uma via de mão dupla. Durante a longa conversa que tiveram Chloe confessou coisas que como marido sabia, mas como aquele Oliver amigo de antes não fazia ideia. Todos os machucados que a morte de Jimmy deixaram nela, o exílio na vida virtual e como o contato entre eles a resgatou de si mesma.

Escutou Chloe falar por horas e a cada fato quis se lembrar, quis sua memória de volta. Percebia agora a importância de cada acontecimento na construção do homem que Chloe esperava dele e desejava todas as noites acordar na manhã seguinte se lembrando. Se não por ele, por ela. Quis se chutar depois de escuta-la contar sobre a separação deles, sobre os motivos que a levaram largar tudo para salva-lo. Viu a dor em seu olhar ao descrever os meses que passou sozinha e imediatamente se culpou por ter sido tão injusto se afastando dela após acordar.

Erro que não cometeria de novo. Fato era que desde aquela noite a relação deles havia mudado drasticamente. Não viviam como marido e mulher, era verdade, ela continuava dormindo no quarto de hospedes, ainda podia vê-la se policiando em alguns momentos para ajuda-lo ou não pressiona-lo, mas não vivam mais sob o mesmo teto fugindo um do outro. Muito pelo contrário. Não tinha receio de sair do quarto de manhã e de noite voltava tranquilamente para casa. Deveria ter ido até ela antes.

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Chloe estava debruçada sobre seu laptop quando escutou Oliver entrar na cozinha. Ela tirou os olhos da tela e sorriu. “Bom dia”. Fazia uma semana desde aquela noite em que contou absolutamente tudo a ele e sua vida havia entrado em um nível totalmente suportável. Oliver ainda olhava para ela como olhava antes de ficarem juntos, sabia que ele ainda lutava com os sentimentos por Lois, mas em seu olhar não tinha aquela ponta de raiva que a estava matando lentamente. Não sabia o que o tinha feito mudar e olhar para a vida deles com mais interesse, mas estava agradecida.

Contar tudo tirou um peso de toneladas que estava esmagando seu coração e a reação dele a história deles não poderia ter sido melhor. Não esperava que ele lhe tomasse nos braços após saber de tudo, apesar de intimamente desejar, mas uma rejeição a história deles seria demais para suportar. O humor dele estava aos poucos voltando e não precisava rondar como uma stalker para saber se ele estava bem, Oliver vinha até ela agora. Para fazer perguntas que não puderam ser respondidas naquela noite ou simplesmente para conversar, pedir uma opinião.

“Bom dia”, Oliver respondeu e franziu a testa enquanto ia até a geladeira. “Algum apocalipse tomou forma durante a noite?”

Chloe fechou o laptop e fez uma careta. “Não. Nenhum apocalipse, só o de sempre. Senadores recebendo propina de grandes corporações”, ela deu de ombros descontente.

Oliver pegou uma garrada de suco e parou. “Bem. Acho que concordamos que um apocalipse é mais divertido, mas não é seu trabalho escrever sobre esses tipos de ameaças?”

Chloe deu a volta no balcão e encheu sua caneca com a segunda dose matinal de cafeína. “Sim. Mas como ainda estou oficialmente de férias não posso fazer muito além de me indignar, para terror do meu editor”, ela olhou para ele e completou antes de dar um gole. “Além disso, Martha já deu um jeitinho no escolhido pelo povo com algumas informações anônimas que recebeu.”

Oliver a observou piscar sobre a caneca de café. Chloe não parava de surpreendê-lo. “Você e Martha, juntas? Se soubessem que aquela mãe de família do Kansas teria um feedback desses nunca teriam deixado que ela assumisse o lugar de Jonathan”.

Chloe deu de ombros de novo, agora verdadeiramente desinteressada. “Cinco minutos procurando, não deu tempo de me aquecer ou levar qualquer tipo de crédito. Não foi nada demais, Martha fez tudo sozinha. Aquela mulher é uma força impossível de parar... Além disso numero dois, prefiro saber de outra coisa. Como foi ontem? Primeira grande missão.”

Não pedir crédito era a cara dela, Oliver percebeu que algumas coisas nunca mudariam. “Foi...”, ele não insistiu e se afastou sem responder, se sentando no banco que ela estava usando, pegando um dos seus pães ignorados. “Bem. Nós conseguimos interceptar a carga que estava chegando ao porto ao mesmo tempo em que conseguimos provas de quem estava trazendo para Metropolis e a policia terá um grande dia hoje mostrando a população a maior apreensão de drogas que essa cidade já viu... Nada demais”, ele deu ombros e levou um pedação de pão a boca.

“O que?” Chloe abriu e fechou a boca antes de se dar conta das palavras e ler a postura exagerada e afetada dele. “Ótimo. Usando minhas palavras contra mim. Muito maduro.”

Oliver franziu a testa, dando um gole em seu suco. “Como assim?”

Chloe se aproximou dele. “Ok, mensagem recebida... Mesmo achando que algumas informações passadas e primeira grande missão após lesão cerebral não tem comparação, não vou argumentar.” Ela se inclinou sobre o balcão, ficando de frente para. “Eu estou muito feliz por você, Ollie.”

A expressão de descaso dele desmanchou e Oliver sorriu para ela. “Obrigada, Chloe. Seu apoio me ajudou muito.” Agradeceu a confiança e fé que ela demonstrou ter nele. Ela nunca o pressionou a sair, a colocar o uniforme e ser o herói, mas o moveu nessa direção simplesmente acreditando que ele podia.

“Não precisa agradecer. Como eu disse, apoio psicológico a heróis virou meu lance.” Ela riu, estava feliz em ver que Oliver estava se reencontrando como Arqueiro Verde, mesmo sem as ultimas e tão importantes memórias.

Sabia que não era só mais um herói para ela, que Chloe o ajudava e apoiava por algo a mais, amor. Ela o amava, mas não diria isso. Não enquanto sua memória aos pedaços não o permitisse sentir o mesmo.

“Estou começando a acreditar nisso. Tirando a parte em que você ajudou Bruce Wayne, uma das pessoas mais insuportáveis desse mundo”, o rosto de Oliver se contorceu em uma careta ao pensar em Bruce como um vigilante, mas afastou a imagem. “Eu acredito em você.”

Chloe gargalhou. Foi divertido contar, pela segunda vez, a ele que Bruce Wayne era o morcego de Gotham e que tinham se conhecido enquanto estavam separados. A reação tinha sido idêntica nas duas vezes. Descrença e desgosto em dividir o mesmo estilo de vida. A única diferença foi que na primeira vez Oliver claramente se enfureceu ao saber que ela e Bruce haviam passado algum tempo juntos enquanto ele não sabia onde ela estava. Na segunda vez ele não se importou, apenas ignorou isso. Era só sua amiga agora.

“Bruce é uma pessoa... impar de se conviver, é verdade. Mas foi interessante conhece-lo. E o time só ganhou. Vocês estão bem melhores agora.”

“Você claramente não está passando tempo suficiente com o time.”

“Não. Por um motivo”, Chloe respondeu e se afastou do balcão."Eu não faço mais parte do time."

Oliver a observou ir até a pia depois de se excluir do time, que agora tinha finalmente um nome, Liga da Justiça, criado por ela. Sua ultima memória era de um tempo em que ela lutava para juntar os primeiros membros, reuni-los depois do estrago que Davis fez em todos.

Era praticamente ela sozinha balançando uma luz, guiando a todos de volta para casa. Não se lembrava do momento em que eles finalmente viraram um time, mesmo assim era estranho vê-la se excluir daquele jeito.  Não entendia muito bem seu atual status, desconfiava de que ela mesma não sabia qual era. Só não sabia se podia ou não perguntar, então não disse nada. “Bem. Eu tenho que passar algum tempo ao telefone com alguns executivos chineses e eles não são nada divertidos.”

“Antes do meio dia? Uau, já foi mais fácil ser um bilionário, hein?”, Chloe provocou enquanto lavava sua caneca. “Alguém aparentemente deixou de ser uma pessoa da manhã.”

Oliver ficou de pé e terminou seu suco. Preferiu não dizer que suas manhãs haviam deixado de ser produtivas desde que começou a dormir mal. “Tudo bem. Não vou reclamar, afinal eu tenho um time para sustentar... E Bart para alimentar.” Chloe gargalhou e Oliver ficou ali por alguns segundos, só escutando. Aquela Chloe se parecia com a Chloe que conheceu no celeiro dos Kents. “Até mais tarde, Chloe”.

Algumas horas depois Oliver estava em seu escritório e completamente entediado. Por algum motivo os executivos chineses haviam cancelado a vídeo conferencia e tinha boas horas disponíveis nas mãos. Podia usar para treinar, mas não estava no clima.  Abriu uma guia no navegador para poder ler algumas noticias quando recebeu uma mensagem no celular, Abriu imediatamente e leu uma mensagem de Chloe que acompanhava um link. “Serei mais compreensiva, prometo”. Ele abriu o link e só o titulo já o fez sorrir.

“12 FRASES QUE QUEM ODEIA ACORDAR CEDO DETESTA OUVIR”.

Digitou uma resposta.

“NÃO É NECESSÁRIO. APENAS AS FRASES 2, 3, 5, 7, 9, 10 E 12.” Enviou e ficou de pé, se sentindo mais inspirado a começar a treinar.

“Bom humor”, Tess entrou e parou no meio da sala.

Oliver olhou para ela e franziu a testa. “Oi, para você também.”

“Uau. Desculpe interromper”, Tess provocou, reconhecendo aquele sorriso.

Ele foi até o painel do outro lado da sala e colocou a mão direita sobre ele. “Você não interrompeu, Mercy. Por que eu estava indo me preparar para um treino.” A porta que levava a sua segunda sala de treinamento abriu após a leitura de impressões digitais. “A não ser que algo mais importante precise da minha atenção.”

Tess ergueu uma sobrancelha. “Na verdade eu vim assinar alguns documentos, os últimos desde a separação de empresas, estava indo almoçar e quis ver como você está.”

Oliver se voltou para ela e a analisou. “Você está fazendo uma jogada para cima de mim, Mercy? Esqueceu que sou um homem casado agora?”

Tess ergueu sua sobrancelha ainda mais e cruzou os braços. “Por favor. Esse trem chegou à estação final há muito tempo. Além disso, eu posso não me lembrar do seu casamento, mas eu estava lá.”

Oliver riu. “Só conferindo, minha memória anda meio...bugada, como você sabe. E sei que você e um dos membros da equipe andam contando o estoque de primeiros socorros juntos.”

“Tirando tudo isso. Chloe pode ter se tornado uma das minhas pessoas preferidas neste mundo... mas eu nego se você disser a alguém”, Tess deu um sorriso pequeno, meio tímido.

Oliver ainda se surpreendia com essa nova Tess. “Mesmo? Você não me falou ainda.”

“Sobre o que?”, ela caminhou até o bar e pegou uma água.

“Ela, sua visão de nós dois.”

 “Não faça isso, Oliver. Não fique procurando motivos para não acreditar em vocês.”

“Não é nada disso é que...”

“Você não consegue acreditar que a relação que todo mundo diz ser épica, de conto de fadas é real?”, ela perguntou simplesmente e caminhou para a janela.

Oliver assentiu e acompanhou seus passos. “Mais ou menos isso.”

“Pois acredite. Era e é real, Oliver. É isso que você quer ouvir? É isso que precisa pra parar de duvidar de que tem a relação que todo lá em baixo mataria para ter?”

“É exatamente esse o problema”, ele se aproximou e parou ao lado dela, olhando Metropolis do alto. “Por que eu? O que me faz diferente de todo mundo lá fora?”

“Sem ofensas?” ela tirou os olhos da vista e olhou para ele.

“Claro?” ele cerrou os olhos.

“Chloe. Não me entenda errado, vocês não são daqueles casais que acham que viraram uma pessoa só, muito pelo contrário. Mas ela é sua inspiração e o que te faz diferente de todas as pessoas perdidas procurando amor”.

Ele suspirou, mais assustado do que nunca. Como pôde um dia ter estado à altura disso?

“Quando ela foi embora você ficou arrasado. Você era um homem de coração partido, Oliver. Mas você se manteve forte, por que Chloe te ensinou a ser melhor e por que tinha esperanças de que um dia ela voltaria... Fé, esperança e amor era o que te movia. Isso é mais do que a maioria de nós. Se isso não te fez merecedor eu não sei o que faria.”, ela sorriu e deu as costas a ele, indo para a porta. “E Oliver?”

Ele respirou fundo e olhou para ela sobre o ombro.

“A estrada foi longa demais para vocês e sua memória vai voltar mais cedo ou mais tarde. Você realmente vai querer passar esse tempo analisando demais?”

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Chloe respirou fundo e deixou o aroma do café fresco invadir seus sentidos. Tinha saído de casa para se dar de presente a terceira dose de cafeína do dia. Não conseguiria fazer aquela maravilha que vinha acompanhada de creme, baunilha e uma dose extra de expresso. A perfeição que faria seu dia ficar ainda melhor.

Oliver não se lembrava dela, como mulher, estava dormindo no quarto de hospede, temia que seu marido ainda estava apaixonado por sua prima e sua vida civil era solitária demais, mas estava se sentindo estranhamente esperançosa naquele dia. Ele se lembraria, tinha certeza, passar mais tempo juntos ajudaria a arrancar as memórias daquela cabeça dura e depois disso poderia se concentrar em achar um lugar no time.

Se despediu do dono da barraca de café e caminhou sozinha, inconscientemente fez o caminho da Watchtower e só parou quando a vislumbrou longe. Imponente entre os prédios modernos de Metropolis. Às vezes se esquecia de que aquele lugar era seu, um presente que sem pensar duas vezes usou para algo maior, só para abrir mão dele de novo quando deixou Tess ficar com seu posto.

Não se arrependia, mas a incapacidade de encontrar outro posto a deixava pensativa. Não tinha superpoderes, dinheiro próprio ou habilidades especiais como um arco, anos de artes marciais, ou estudo de magia.  Tudo o que podia fazer no momento era dar alguns conselhos. Ser os olhos, a guia, a hacker era tudo o que sabia fazer e eles tinham Tess para isso agora.  

Mas isso não era o mais importante no momento. Recuperar a memória de Oliver sim. Então girou sob os calcanhares e caminhou na direção contrária, tirando o celular do bolso. Chamou duas vezes antes de Emil atender.

“Olá, Chloe”

Chloe sorriu. “Oi, Emil. Como vai?”, ela perguntou com um sorriso.

“Bem. Esperando Tess para o almoço.” Emil respondeu casualmente e o sorriso de Chloe aumentou.

“Mande um oi meu para ela...Serei rápida.” Chloe deu um gole em seu café antes que esfriasse.

“Está tudo bem? Oliver está bem?”, o tom de voz dele ficou mais sério.

Chloe secou a boca antes de responder. “Sim. Nada de grave, é só que ele não está dormindo direito.” Não diria como tinha reparado, que não estavam dormindo juntos. “Você se importaria de ligar para ele hoje, só para...sei lá, checar?”

Chloe escutou uma risada rápida do outro lado. “Claro, Chloe. Só para saber como Oliver vem passando. Também acho que a privação de sono não fará bem à evolução dele. Pode deixar.”

“Obrigada, Emil... E bom almoço para vocês.” Chloe escutou o médico murmurar uma confirmação antes de desligar. Estava à procura de uma lixeira quando sentiu o celular ainda em sua mão vibrar. Sorriu sem perceber quando atendeu. “Alô”

“Sabe o que eu acabei de me dar conta? De que você acabou se enclausurando na cobertura após meu pequeno, abre aspas, acidente, fecha aspas e isso não pode acontecer, não depois do que você me contou.”

Chloe mordeu o lábio inferior esperando que ele não pudesse escutar o transito. Verdade era que aquela era a primeira vez que saia de casa após... tudo. “Oliver...”

“Não me venha com Oliver. É verdade e você sabe disso.” O tom dele era neutro e Chloe se sentiu a vontade para dizer a verdade.

“Bem. Pode ser que eu concorde, mas não é sua culpa. Eu só estava sem inspiração.” Ela admitiu meio timidamente.

“O fato de eu estar alguns andares a baixo não ajudou muito, não é? Você estava concentrada na minha saúde, eu entendo.”

Faria qualquer coisa por ele, quis dizer. Faria qualquer coisa, inclusive ficar em casa para vê-lo sair para trabalhar ou voltar de uma patrulha, só para ter certeza de que ele estava bem, quis dizer que fazia e faria por que o amava mais que tudo e por que sentia sua falta o tempo todo, mas não disse. “Está tudo bem.”

“Ótimo. Mas hoje eu vou te tirar de casa, então esteja pronta às oito por que nós vamos sair para jantar. Espero que goste de comida tailandesa.” Ele falou sem parar para respirar. “Escute. Minha secretária está gesticulando na porta, então é grave. Te vejo de noite, certo? Às oito. Até mais tarde”.

Chloe abriu e fechou a boca, olhando para o celular em sua mão. O que tinha acabado de acontecer? Começou a rir sem perceber. Seu marido havia lhe intimado a um jantar? Se forçou a respirar fundo uma, duas vezes. Seu marido não, apenas Ollie, seu amigo. Não podia se deixar levar pela esperança, mas uma parte do seu coração acelerado pedia ao resto para que fosse Ollie, o homem que a amava surgindo de algum lugar para lhe resgatar daquela vida bizarra. De qualquer forma teria uma noite inteira com Oliver.

Uma nova vibração em sua mão a tirou dos seus devaneios. Era Lois chamando, de novo. Era a segunda vez que sua prima ligava naquele dia e havia ignorado da primeira. Não era justo, então aceitou a ligação. “Oi, Lois.”

“Finalmente”, Lois reclamou assim que Chloe atendeu.

Chloe atravessou a rua. “É a segunda ligação, Lois e eu atendi. O código diz que só depois da quinta ligação não atendida ganhamos o direito de reclamar.”

“O código é suspenso quando alguém está ferido.” Lois argumentou.

“Eu estou ótima, Lois. Sério”, Chloe tentou ganhar tempo até precisar falar do que sua prima com certeza queria falar.

Lois bufou e o barulho do ar ficou alto. “Que bom que seu humor está voltando. Por que às ultimas noticias não combinam com ele.”

Foi suficiente para Chloe parar diante de uma loja. “Notícias? Sobre mim?” ela engoliu com dificuldade. “Por um acaso Clark andou usando os super ouvidos?”

O silêncio durou pouco, Chloe escutou Lois suspirar e ali estava sua resposta. “Não, Chlo. Ollie passou no Planeta semana passada. Ele estava todo esquisito, mais do que o normal.”

“O que ele queria Lois?” Chloe cortou a tentativa de Lois de descontrair.

“Eu não sei, na verdade.”

“O que ele te disse, sobre mim? Sobre nós?” Chloe perguntou, mas sem saber se queria uma resposta.

“Ele disse que... você estava se escondendo dele e que precisava ir embora. Então ele saiu correndo. Você está bem?”

Chloe apertou os dedos em volta do celular e antes que Lois perguntasse de novo, respondeu. “Sim, eu estou. Às coisas estão melhores. Eu juro... Olha, Lois. Eu estou chegando na cobertura e o sinal do elevador é bem ruim. Eu já te ligo, certo?”, ela desligou depois de mentir. O sinal no elevador era ótimo e mesmo assim, ainda estava longe de casa.


Oliver tinha estado com Lois no mesmo dia em que pediu para contar sobre eles, minutos antes. Oliver, seu marido tinha ido atrás de outra mulher e não uma mulher qualquer, Lois. Se tinha alguma duvida antes, agora não tinha mais. Oliver ainda estava apaixonado por sua prima. Ele provavelmente se sentiu culpado e pedir para saber da história deles deve ter sido uma maneira de aliviar a culpa.


...CONTINUA.
Comentem pessoas lindas.









18 comentários:

  1. Difícil a situação da Chloe o ollie tinha que se lembrar justo da época que era apaixonado pela Lois. Amo e odeio a angústia rss , mal posso esperar pelo próximo capítulo.

    Aline

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    1. Muito difícil, né? Mas precisamos também nos perguntar o por que de ele ter voltado a esse ponto da vida.

      Valeu pelo comentário, Aline ;)

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  2. Ai, que dó!! Oh, meu Deus!

    Tava tudo indo tão bem... mas então, Lois SUTILEZA Lane! ¬_¬

    Que aflição pela Chloe... tá maltratando a tadinha, Roberta... e a gente! =(

    Ah, adorei a menção ao Bruce e definitivamente o Oliver devia seguir o conselho da Tess, e com esse final a Chloe também.

    Amando cada vez mais essa fic!!

    GIL

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    1. Lois sutileza de um trator!

      Ain, GIL. Desculpa, mas só faço isso por que ela guenta heheheehe

      Gostou? Tem uma amiga doida pra que eu coloque ele, mas já disse que só mais pra frente.

      Muito obrigada ^^

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  3. Tadinha... uma decepção atrás da outra.
    Noelle

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    1. Chloe e vida fácil não combinam, né?
      E justo quando ela estava se sentindo mais esperançada.

      Valeu, Noelle *-*

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  4. A Lois é muito sem noção mesmo. Já faz uma semana desde a visita do Ollie ao Pla neta Diário e ela não falou nada.
    Daí resolve ligar, percebe que a Chloe está de bom humor e ainda assim abre o bocão ...

    Aguardando os próximos capítulos dessa novela

    Nati

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    1. Lois Lane é um ser desprovido de noção.
      Fora isso o timing dela é completamente cagado.

      Valeu, Nati.
      Logo tem mais <3

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  5. Mds,que fic é essa Roberta!
    Tadinha da Chloe.

    #Amando
    #UmCapituloPorDia

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    1. Oi, Carol!
      Tudo bem? =D

      hahahahahaha amei a tag! Queria muito muito, mas muito mesmo colocar um capitulo por dia por aqui, ajudaria a limpar a mente de tanta fic gurdada, mas sou meio atrapalhada das ideias.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. E Le, ela vai precisar de muito amor ainda, viu ;)
      Entre nós duas.

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  8. Tá demais esta fic Roberta, não vejo a hora de ler os próximos eu choro junto com a Chloe rsrsrs

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    1. Prontinho, Nete!
      Continuação postada ;)

      E muito, muito obrigada por acompanhar, fico muito feliz por saber que está gostando.

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