Don't Give Up On Me Now( Epílogo)

Titulo: Don't Give Up On Me Now 
Autora: Roberta Clemente
Classificação: NC-17
Nota: Essa fic fez parte de uma enquete, ficando em segundo lugar. E como ainda recebo pedidos para dar continuidade... Ai está, para vocês, leitoras mais que queridas. Obrigada.
Resumo: Pense na história de Chloe e Oliver até Lazarus, depois é por minha conta
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EPÍLOGO

Passava um pouco das sete da manhã e Oliver aproveitou que o dia não havia sido oficialmente iniciado na cobertura para checar seus e-mails e se programar antes que o furacão Ellie acordasse. Fazia um pouco mais de um mês que havia se tornado um pai em tempo integral e estava ficando cada vez melhor em ajustar seus dois trabalhos com a pequena.

As patrulhas e horas no escritório haviam sofrido mudanças já que era o responsável por colocar sua filha na cama todas as noites e tirá-la de manhã. Pedia o mínimo de ajuda para seus amigos, preferia levar Ellie ao escritório, fazer uma videoconferência com ela brincando ao seu lado ou patrulhar menos do que pedir para outra pessoa ficar em seu lugar.

Não demorou muito para perceber o quanto gostava destes momentos, olhar para sua filha e receber um sorriso enquanto tentava exaustivamente fechar um contrato ou voltar e ser recebido com um abraço apertado. Sentia-se amado e sortudo.

Adaptou-se a rotina e estava feliz como nunca havia sido antes, só que naquele dia algo novo para ele e para Ellie estava para acontecer, então se preparou antecipadamente e pôde fechar o computador tranquilamente antes de ir para o quarto dela. Aquele seria o primeiro dia de escola, um grande dia e estava mais entusiasmado do que ela com importância daquele momento, pela primeira vez participaria de uma primeira experiência de sua filha e mal podia esperar para poder contar para todo mundo.

-Ellie? – ele chamou se inclinando sobre ela, beijando seu rosto para ajuda-la a acordar.

-O que foi, papai? – Ellie tocou o rosto do pai, mas não abriu os olhos.

-É hora de levantar. Você tem que se aprontar para o seu primeiro dia.

-Tem que ser agora? Não pode ser amanhã? Eu estou com muito, muito sono papai e minha cama está tão quentinha – ela abriu os olhos e pediu com o olhar para que pudesse ficar.

-Eu sei que está quentinha – Oliver sorriu com olhar pidão de Ellie, já tinha conseguido identificar quando ela o dava só para convencê-lo de alguma coisa. – E sim, tem que ser agora e hoje. Não sou eu quem faz as regras, garota. Levante, se arrume e eu te aponto a pessoa pra quem você deve fazer seu protesto.

-Eu não protesto, eu sou só uma criança papai – Ellie cerrou os olhos.

-É mesmo? Pois eu podia jurar que escuto seus protestos todas as vezes que preciso te tirar da cama. Vamos lá pirralha – Oliver puxou a coberta dela e a pegou no colo.

-Eu prefiro quando me chama de princesa. Eu não sou pirralha – Ellie esfregou os olhos emburrada.

-E eu preferia que sua mãe tivesse me dito que você não é uma pessoa da manhã – ele respondeu a ela enquanto mexia dentro do armário a procura de uma roupa.

-Eu queria que ela estivesse aqui – Ellie deitou a cabeça no ombro do pai.

-Eu também, princesa. E tenho certeza de que ela também gostaria de estar aqui também – Oliver apoiou a cabeça na dela e suspirou.

Aceitou quando percebeu que Chloe precisava de um tempo para si e que ele precisava de um tempo maior com Ellie, entendia a necessidade da separação, mas isso não impedia a saudade de ficar maior a cada dia. Patrulhar sem a voz dela, voltar e não encontra-la, não poder ir a Watchtower com uma desculpa para vê-la no meio do dia, vê-la no sorriso de Ellie e não poder ligar só para escutar sua voz fazia tudo mais difícil, se não fosse pelo incrível tempo que estava passando com sua pequena arqueira e como sua filha o fazia feliz, estaria insuportável esperar.

-Eu quero usar o vestido preto – Ellie apontou para dentro do armário.

-Preto, hein? OK – ele a colocou no chão para poder pegar o vestido.

-Eu não vou – Ellie gritou e saiu correndo do quarto.

-Onde você pensa que vai? –Oliver devolveu o vestido no cabide e saiu atrás dela. –Ellie?

-Eu não vou – Ellie repetiu de longe, entrando no quarto de hospedes.

-Ah, você vai sim mocinha! – Oliver entrou no quarto e não a encontrou. Ele caminhou pelo quarto bem devagar e olhando em volta. Foi preciso apenas alguns segundos para escutar uma risadinha abafada vinda de baixo da cama. Ele sorriu e parou ao lado e se jogou no chão. – Te achei.

-Não – Ellie gritou e gargalhou enquanto se arrastava pra fora.

-Sim – Oliver ficou de pé e correu atrás dela, a alcançando antes que chegasse a porta.

-Não me obrigue, por favor. Não – Ellie pediu quando Oliver a pegou no colo.

-Ellie. Olhe para mim – ele se acalmou e pediu, olhando nos olhos dela. – Você confia em mim?

-Sim – ela respondeu imediatamente.

-Bom por que eu não te mandaria para a escola se não pensasse que você iria adorar e que não fosse seguro. Certo? – ele perguntou e esperou uma resposta.

-Certo! – ela respondeu se encolhendo. – Mas...

-Mas? – ele a incentivou.

-Eu vou sentir sua falta – Ellie o olhou por baixo.

Oliver tentou não sorrir, mas foi impossível. Há alguns meses ele e Ellie não tinham nenhum contato, fugia da própria filha e o ressentimento que causava nela só o empurrava ainda mais para o fundo do poço, mas gora não podiam mais viver um sem o outro e queriam todos os minutos possíveis juntos.

-Eu acho que você vai fazer tantos amigos que nem vai ter tempo de sentir minha falta...

-Vou sim. Eu juro – Ellie prometeu e seus olhos ficaram marejados.

-Tudo bem, eu acredito. Eu também vou sentir sua falta, mas serão apenas algumas horas. Então você vai brincar, brincar, brincar, brincar mais um pouco – ele tocou o nariz dela até que ela sorrisse. – e quando menos esperar eu te pego pra gente almoçar. Certo de novo?

-Certo de novo – ela respondeu com um sorriso doce.

-É assim que eu gosto – ele a cutucou. – Banho, café da manhã e escola? – ele perguntou e levantou a mão.

-Banho, café da manhã e escola – ela respondeu e bateu na mão dele com empolgação.

-Perfeito! Vamos lá princesa Queen – ele deu um beijo nos cabelos dela e saiu do quarto.

Duas horas depois Oliver estava de volta à cobertura. Saiu do elevador com o pensamento nos documentos que deixou para analisar no tempo entre a aula de Ellie e o almoço. Começaria a usar a manhã para os assuntos das IQ e a tarde para Ellie e a turma de alunos da Isis que começaria a treinar. Nunca esteve tão ocupado na vida. Pai, vigilante, CEO e agora professor, riu quando se deu conta de como a vida pode mudar em tão pouco tempo. Só faltava uma coisa para completa-la. Seus pensamentos foram interrompidos quando tropeçou em um par de malas vermelhas que descansavam ao lado da porta.

Oliver sentiu o coração saltar dentro do peito. Seus olhos imediatamente procuraram em volta e pararam quando a encontraram parada diante de uma foto sua com Ellie. Quase dois meses sem colocar os olhos sobre ela e bastou um segundo para a saudade quase explodir em seu peito. Ela estava tão linda que quase engasgou quando Chloe desviou o olhar e o encarou.

-Oi – ela sussurrou com um meio sorriso.

-Oi – Oliver conseguiu responder e dar um passo na direção dela. –Você voltou.

-Sim – ela assentiu e olhou de novo para os porta-retratos, para o sorriso no rosto dos dois no instante em que a foto foi tirada. – É muito bonita. –e sorriu com carinho antes de olhar em volta, para cada pista de que ali morava uma criança, cada brinquedo, cada livro infantil, o cheiro de lar. – Gostei do que fez com o apartamento.

-Na verdade o crédito não é meu – ele sorriu enquanto se aproximava. –Como foi à viagem?

-Boa – Chloe respondeu facilmente. – Logan superou com mais facilidade do que eu esperava.

-Sim, ele é um garoto ótimo, com muito potencial. Você tinha razão em não perder a fé nele – ele tentou não esticar o braço para tocá-la.

-Ele só precisava de alguém que lhe desse uma oportunidade – Chloe olhou dentro dos olhos dele. – Como ela está? – e fez a pergunta que queria fazer desde que colocou os pés em Metropolis.

-Bem!- ele respirou fundo, ficando mais ansioso do que pensou que ficaria quando a visse novamente. – Nós perdemos a esperança de que voltasse hoje.

-Não! Hoje foi um dia importante para ela, eu não perderia por nada nesse mundo.

-Sim, mas... –ele parou e olhou nos olhos dela por um instante.

-Eu estava lá – Chloe respondeu a pergunta que ele não fez.

-Por que você não foi até nós dois? Ellie adoraria te ver antes de ir para o seu primeiro dia de aula, lhe daria mais confiança.

-Não! Ela não precisava de nenhum incentivo a mais, você estava lá para ela. Na verdade eu corri do aeroporto para a escola e quando vi o abraço que vocês trocaram antes que ela passasse pelos portões da escola eu percebi que não deveria me intrometer. –ela se aproximou mais dele e colocou uma mão em seu peito.

-Chloe...

-Eu vi Ellie aprender a engatinhar, vi falar a primeira palavra torta, o primeiro passo, o primeiro tombo. Eu tenho lembranças ótimas da nossa filha, era hora de você ter as suas.

-Oh, Chloe – Oliver colocou as mãos gentilmente sobre as dela e suspirou. –Obrigada por me dar a chance de ser o pai dela.

-Ellie tem muita sorte – Chloe disse emocionada. - Eu fiquei de longe observando e quando vi que você ficou uma hora inteira na porta da escola para o caso de ela precisar de você... meu coração se encheu de felicidade. Por que nossa filha finalmente tem todo o amor e cuidado que ela merece, que eu sabia que você era capaz de dar a ela.

-Eu a amo tanto – Oliver confirmou com os olhos ardendo.

-Eu sei e ela te ama – ela tocou o rosto dele.

-E agora o que, Chloe? Você vai leva-la com você? – ele perguntou com medo e um aperto repentino no peito.

-Na verdade, eu estava pensando em perguntar se tem lugar para mais uma pessoa aqui – Chloe deu de ombros, deixando uma lágrima escorregar por seu rosto.

-O que? – Oliver sentiu o coração dar outro salto no peito.

-Você não sabe como foi importante para mim que tenha compreendido o tempo que pedi para colocar as coisas em ordem dentro na minha cabeça, dentro do meu coração. Eu precisava tirar da minha frente toda magoa e rancor que ainda estava me cegando. Eu precisava chorar e colocar tudo para fora e eu fiz. Me livrei de cada ressentimento que pudesse voltar para me assombrar.

-E o que ficou? – Oliver murmurou um pouco mais confiante.

-Você, eu, nossa filha e uma vida inteira pra acertar, uma vida inteira para criar quantas lembranças nós quisermos... juntos – ela respondeu olhando fixamente nos olhos dele, ficando na ponta dos pés, fechando os dedos no seu pescoço.

-É tudo o que eu mais quero, Chloe. Mas antes de qualquer coisa eu quero que você seja feliz – ele afundou os dedos nos quadris dela e fechou os olhos, deixando sua testa descansar contra a dela. –Então eu não quero que você pense que tem que apressar qualquer coisa. Eu estou aqui e não vou a lugar nenhum.

-Eu sei! E é o que me faz ter mais certeza de que o que eu quero é você, de que eu te amo e estou pronta pra tudo, pra começar nossa família – ela falou contra os lábios dele.

-Você não sabe como eu sonhei em ouvir isso – ele sorriu. –Eu também te amo. – e cobriu os lábios dela com os seus.

Há alguns meses havia se preparado para passar um torturante final de semana em Metropolis e depois fugir por mais alguns anos, mas a vida não quis que fosse assim. Acreditava no azar, no errado e no fracasso, mas acreditava também em segundas chances, em sorte e no amor incondicional, de pai para filha, de filha para pai e de amantes que nunca se afastam, mesmo que longe um do outro. Sua vida, sua nova vida seria ali, do outro lado do país ou em qualquer lugar onde Chloe e Elisabeth estivessem, não importava, contanto que fossem uma família. 

FIM

Obrigada pela companhia em mais uma história e deixem um comentário =)