I'm In Here 28/30

Titulo: I'm In Here
Autora: Roberta Clemente

Classificação: NC-17

Nota: Alguns pensamentos na narração são eventos ocorridos na quinta temporada e podem ter erros...perdão. Mas a história se passa pós Finale.

Resumo: Chloe e Oliver tem suas vidas acompanhadas de perto...muito perto
Prologo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

                              

28

Oliver pôde escutar o próprio coração batendo violentamente dentro do peito quando vislumbrou pela primeira vez o topo de algumas montanhas além do horizonte. O dia estava amanhecendo quando enxergou as árvores e amaldiçoou em silêncio essa e qualquer outra ilha existente.

De todos os lugares Lex escolheu uma ilha deserta como a que uma vez ficou preso para levar Chloe. Se não fosse sua intenção lhe enlouquecer aquela era uma cruel ironia do destino. Chloe, presa com Lex Luthor em uma maldita ilha.

Oliver respirou fundo e olhou de lado para Bruce, invejando a sua calma. Estava a ponto de ter um colapso e precisava descontar dias de angustia em alguém. E mais que tudo, estava desesperado para colocar os olhos em Chloe. Não ter conseguido nenhuma imagem dela na varredura que fizeram por satélite o estava matando. Ela tinha que estar bem. Ela e...

-Falta pouco – Bruce quebrou o silêncio, tentando não soar tão dramático com a sua voz e seu traje.

-OK – Oliver apenas respondeu e levantou o capuz, observando o amigo pilotar seu jato.

Lá cabiam apenas os dois, mas Clark e John estavam sobrevoando mais do alto, Dinah e Victor de um helicóptero equipado para não ser invisível, enquanto Bart e AC estavam em baixo, um pelo mar e o outro a cima dele. Todos prontos para a missão de resgatar Chloe.

-OK, Liga. Estamos perto e sabemos o que devemos fazer. Por isso vamos manter o silêncio no rádio e não parar até ter nossa Torre. Certo? —Oliver perguntou, cheio de confiança.

-Certo

-Por Chloe

-Por Chloelicius.

-Por nossa Watchtower.

-Certo

-Certo – Bruce também respondeu e eles trocaram um último olhar determinado antes de ganharem velocidade sobre a ilha.

Chloe cambaleou pelos corredores a procura de um lugar para se esconder. Por causa do sedativo que Jensen tinha conseguido injetar cada passo tinha se tornado uma luta e cada corredor incrivelmente longo. Ela conseguia escutar a própria respiração e precisou mais de uma vez se lembrar por que estava fazendo aquilo.

Um avião. Um avião havia invadido pela primeira vez o radar que monitorava a segurança da ilha e isso só poderia significar uma coisa. Tinham finalmente descoberto onde estava e Oliver estava a caminho. Seu coração saltou no peito. Só precisava sumir do olhos de Lex enquanto a cavalaria chegava para libertá-la daquele pesadelo.

Tonta e se segurando em cada batente, Chloe precisou parar pela primeira vez desde que deixou seu quarto. Estava confusa e desorientada, não sabia onde estava a saída daquele andar e parecia andar em círculos. Ela respirou fundo e olhou em volta.

Deveria ter passado ou encontrado uma escadaria, se lembrava de ter sido arrastada por uma. E estava começando a se desesperar e a tremer quando a lembrança invadiu a sua mente e ela avançou o mais rápido que suas pernas conseguiram. Suas mãos tatearam a parede escura e Chloe suspirou de alívio quando encontrou uma porta pela qual já havia passado. Ela empurrou as portas duplas e estremeceu quando degraus da mesma madeira se revelaram para o andar de baixo.

O silêncio ao seu redor enquanto descia a assustou e fez um arrepio subir por sua espinha. Chloe podia não estar em seu estado normal, mas sabia que estava diante de um momento em que antecede algo muito sério. Ou talvez fosse a adrenalina.

E não estava errada, assim que chegou a metade do caminho para o andar de baixo Lex parou no pé da escada, a sua espera, com um sorriso no rosto que fez Chloe engolir seco e agarrar firme o corrimão. Ele se aproximou dela e envolveu um braço cuidadosamente em sua cintura.

-Vamos, eu te ajudo. Você não deveria estar fora da cama – Lex disse em tom de diversão.

Chloe tremeu por sua presença e ainda mais por seu tom. Era para ele surtar, não para ficar feliz em vê-la desobedecendo uma de suas regras. Lex estava sempre um passo a frente e Chloe não podia fazer nada a não ser acompanhá-lo, era frustrante.

Ela se deixou ser levada para onde estava tentando ir e seus olhos cresceram de surpresa quando entrou em uma sala muito parecida com a que teve uma vez em Metropolis. Cheia de monitores e terminais de computadores.

-Não se assuste. É para a nossa proteção – Lex disse com pretensão quando viu os olhos dela sobre as telas, que mostravam os corredores da mansão.

-Você estava se divertindo, não é? —Chloe perguntou com um ponta de raiva na voz. Ele estava assistindo enquanto ela achava ter alguma chance no andar de cima.

-Com o seu sofrimento? Nunca – ele negou sem hesitar.

-Eu não acredito em você. Você diz me amar, mas olha o que você fez comigo...

-Eu te amo! - Lex confirmou mais uma vez, com a mesma intensidade que diria a ela todos os dias de suas vidas.

-Você está me matando – Chloe gritou e se afastou,  empurrando as lágrimas que começaram a transbordar de seus olhos.

-Não diga isso – Lex a repreendeu e se aproximou quando ela se alterou.

-Sim, eu digo. Porque é verdade. Você está me matando aos poucos Lex – ela rebateu e o empurrou quando ele se atreveu querer tocá-la mais uma vez, não aguentava mais ser tocada.  – Eu vou perder meu braço, mas isso não importa, por que as drogas irão me matar antes que isso aconteça e então o seu planinho maldito de me ter só para você... estará arruinado.

-Não. Você não entende – Lex disse com leve desespero.  – Eu não queria que isso tivesse acontecido, que você tivesse se machucado e as drogas, são para te ajudar. Eu prometo.

-Me ajudar?  – Chloe fechou os olhos em descrença. Tinha tantas coisas a dizer, gritar, mas sabia de que nada adiantaria, menos...  – Eu te odeio – ela disse com toda a naturalidade que aquela afirmação precisava.  – Eu odeio tudo em você! Eu tenho nojo da sua voz, do seu rosto, das suas cicatrizes e do que você sente por mim. Nojo.

-Chloe – Lex disse em tom de aviso.

-O que? Vai quebrar minha mão, vai me trancar, me sedar? Advinha, você já fez isso – Chloe o provocou, como se não tivesse nada a perder no momento. Ao que tudo indicava não tinha avião nenhum e teria que ficar ali, com ele, então lhe daria o mínimo de satisfação possível.

-Não, mas eu posso te obrigar a assistir a morte do seu marido. - Lex sorriu e agarrou Chloe, girando-a para um dos monitores, onde mostrava uma luta se armando na praia do lado de fora.

Chloe arregalou os olhos com o que viu. Ela pôde ver Dinah pulando de um helicóptero e AC e John brigando com os homens de Lex. Eram eles, eles tinham vindo por ela. Mas então as palavras de Lex interromperam seu momento de alívio.

-Onde estará o Arqueiro Verde?  – ele disse contra a orelha dela.  – Sabe, quando eu ouvi seu marido confessar que tentou me matar...bem, que me matou, eu fiquei chocado. Não é fácil descobrir que o responsável por toda a minha dor seja o homem que dorme com a mulher que eu amo, mas ai então eu percebi... Oliver Queen é o Arqueiro Verde...

-Como?  – Chloe se viu perguntando, enquanto Victor derrubava três com seus braços prateados.

-Eu sempre soube que o Arqueiro Verde tinha sido o responsável pela explosão que matou minha primeira versão, então quando Oliver confessou no museu aquele dia... Foi só juntar um mais um.  – Lex explicou com facilidade e orgulho.

-O que você vai fazer?  – Chloe perguntou com a voz transbordando medo.

-Bem – Lex apertou Chloe contra o peito.  – Minha intenção era exterminar os vigilantes assim que sentasse no salão oval, cuidar do Arqueiro Verde de uma maneira diplomática, mas já que ele se deu ao trabalho de vir até aqui estragar o nosso momento. - ele percorreu os lábios pelo pescoço dela.

Chloe saiu do seu estado de choque e percebeu que precisava lutar. Oliver finalmente estava lá, mas não podia estar. Ela se debateu nos braços apertados a sua volta e gritou, mas estava sem forças, por mais que quisesse, que precisasse, Lex estava mais forte que ela.

-Vamos – Lex tirou Chloe do chão com facilidade e caminhou tranquilamente para fora da sala, enquanto Chloe se contorcia em seus braços e uma batalha acontecia além da mansão.

Um grito soou e homens grandes e armados se abaixaram em agonia. Dinah não parou até tê-los todos de cara na areia. Com um sorriso de satisfação ela olhou para Bruce, ele estava no telhado da base onde os homens da Luminiferous se reuniam. Era um prédio simples de três andares que a julgar pelos brinquedos que o Batman estava colando na sua estrutura, não ficaria em pé por muito tempo.

Clark sobrevoou o telhado e tirou Bruce alguns segundos antes do lugar ir pelos ares. Eles pousaram na praia e não houve tempo de se quer trocarem um olhar. Lowell puxou Clark pela capa e ele rolou até perto da água. Lowell gargalhou ignorando o Batman e se concentrou no Superman, que limpava a areia do traje.

-Eu sonhei com este momento. Você é o adversário que eu sempre quis enfrentar – ele girou o ombro e alongou o pescoço.

-Você podia ter vindo a mim – Clark ficou de joelhos – Em vez de ter ido atrás da minha melhor amiga – e sorriu antes de dar um impulso e correr na direção de Lowell, atingindo seu peito com um soco.

Lowell saiu do chão e voou em direção aos destroços do prédio em chamas. A força do soco o fez atravessar o fogo e parar quando atingiu uma árvore em cheio. Não levantaria tão cedo e o ombro não seria seu único problema. Clark assentiu e olhou para a mansão. O combinado era aguardar e só esperava que fosse na hora certa.


-Me solta Lex – Chloe pediu, inutilmente. Não conseguia respirar direito com a proximidade.

-Eu vou, assim que você estiver a salvo – ele disse entre os dentes. Não perderia Chloe. - E não se preocupe. Eu vou construir outra casa para você, eu prometo.

Quando eles chegaram ao último andar uma explosão estourou as poucas janelas do corredor e estremeceu as paredes, fazendo Lex soltar Chloe para se equilibrar. Ela aproveitou que Lex ainda estava desorientado no chão e correu.

Não tinha para onde ir ou como ir para o lado de fora sem passar por Lex. A opção era voltar o mais rápido possível para o quarto e tentar fugir de lá. Então segurando o ar Chloe correu, sem se lembrar ou se importar com o quanto suas pernas estavam pesadas ou o quanto estava cansada. Seus amigos estavam a apenas alguns metros dela. Oliver estava ali e foi tomada por um medo quase irracional de que fossem embora sem ela.

Chloe empurrou a porta e se virou rapidamente, trancando atrás dela. Ela então soltou o ar  e se virou, pronta para correr para a janela e pular se necessário, mas seus pés ficaram presos no chão e o ar voltou a parar em seus pulmões.

-Oi – Oliver sussurrou para Chloe. Com voz distorcida, mas embargada pela emoção.

Bruce o deixou na mansão assim que invadiram e enquanto os outros se ocupavam com os homens na praia, a casa era sua. Lugar onde sabia que encontraria Chloe. E quase entrou em pânico quando chegou ao quarto principal e não a encontrou lá. Quase gritou quando achou que a tivesse perdido por um minuto. E ficou em choque quando ela entrou pela porta.

-Ollie?  – perguntou com medo de não ser real.

-Eu vim te levar para casa – ele respondeu com um sorriso, estendendo os braços para ela.

Chloe esticou os seus para alcançá-lo e Oliver viu os machucados e pontos em sua mão. Ele precisou respirar fundo para não cometer o erro de sair por aquela porta a procura de Lex. Os sentimentos dele por ela o fez criar uma falsa esperança de que Chloe não seria machucada. Mas isso e seu rosto cansado e magro deixavam claro o contrário. Ela esteve sofrendo enquanto estava ali.

-Oliver – Chloe se jogou nos braços dele e chorou quando o cheiro do couro invadiu seu nariz.

-Calma – ele a abraçou com força. Queria ficar ali e ter certeza de que ela estava bem, mas não estavam seguros.  – Você está com dor?

-Eu –  Chloe olhou para a própria mão e pensou no quanto ela estava feia e desigual, então percebeu que não estava sentindo dor e se chocou quando entendeu que na verdade tinha se acostumado a ela. Quando a adrenalina passasse ela precisaria de ajuda.   – Eu estou bem.

-OK – Oliver sabia que ela estava mentindo. Não precisava ser nenhum gênio para perceber a sua aparência, mas aquela era a frase padrão e ele não discutiria, por enquanto.  – Vamos.

-Vamos – Chloe sorriu e segurou sua mão.  – Ollie – ela o parou antes que ele segurasse a maçaneta da porta.

-O que?  – Oliver perguntou com preocupação.

-Eu te amo – ela precisava dizer aquilo.

-Eu também te amo – ele respondeu imediatamente. Estava com saudade de ouvir e dizer aquelas palavras.

Chloe assentiu e sinalizou para a porta. Oliver a puxou e deu de cara com o cano de uma arma. Apontada para o seu rosto. Ele se virou para encobrir Chloe e encarar Lex Luthor, que estava com um corte no lábio e um rosto desfigurado pela ira. Tinha imaginado vários cenários para seu encontro com Lex, mas em todos eles Chloe estaria em segurança e bem longe. Não assim, perto o suficiente para ainda ser um alvo.

-Sabe, Chloe. Eu sinto que essa declaração foi algum tipo de provocação – Lex afirmou, empurrando os dois com a sua arma em punho.

-Lex, abaixa essa arma – Chloe pediu, temendo que Lex cumprisse a promessa de fazê-la assistir Oliver ser morto. Ela agarrou o couro do colete de Oliver, puxando-o com ela para o mais longe possível da arma.

-Mas se você abaixar eu vou quebrar seu pescoço antes mesmo que consiga terminar o movimento – Oliver prometeu entre os dentes. O que mais queria além de tirar Chloe dali era colocar suas mãos em Lex.

-Eu só queria entender como um homem capaz de assassinar uma pessoa a sangue frio pode aceitar ser chamado de herói. Me diga Oliver, como você consegue dormir sendo uma farsa?

-Sabendo que você não está no mesmo mundo que eu? Muito bem  - Oliver respondeu com um sorriso.

-Vamos ver como é o sentimento – Lex deu de ombro.

-Não, Lex. Por favor – Chloe pediu.

Outra explosão veio do lado de fora, mas Lex não se moveu, ele pareceu nem sequer ter escutado. Seus rosto não se moveu.

-Pode deixar que eu cuidarei do seu filho para você – ele disse olhando para os óculos escuros de Oliver e sorriu quando percebeu que ele sabia exatamente de quem estava falando.

Ele sabia. Lex sabia que Chloe estava grávida e Oliver estremeceu com a ideia de um filho seu crescendo nas suas mãos. Tinha poucos segundos para tomar uma atitude e tomou.

-Superman. Terceiro andar da mansão. Leve ela – e tão rápido suas palavras terminaram um borrão vermelho e azul passou por de trás de Lex e ele não precisou olhar para saber que Chloe não estava mais lá.

-Não, não, não – Lex gritou e olhou envolta. Seu desespero rapidamente se tornou raiva e ele não pensou duas vezes em atirar contra Oliver. Bem no peito, uma duas, três vezes, até a causa de não ter nada nem ninguém estivesse no chão. -Não.

...CONTINUA.

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