segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Entanglements, tradução

Outra fic da Calie. Ignorem possíveis erros, eu não revisei a fic antes de postar. Depois da entrevista do Justin eu não consegui me concentrar nisso. ;D

“Você está bem?” Oliver pegou a mão dela e a levantou do chão com uma mão, a outra ainda segurando seu arco. Olhando pra longe dela, ele procurou nos telhados qualquer sinal do atacante, mas ele já havia ido.

“Sim,” Chloe respondeu meio trêmula, olhando na mesma direção que Oliver olhava. Ela olhou em volta e viu as duas flechas na parede atrás dela.

Oliver seguiu seu olhar e fez uma careta, caminhando na direção delas. Ele as puxou, os olhos percorrendo toda sua extensão, seu rosto ficando mais e mais fechado pela familiaridade delas. “Lois foi atacada mais cedo esta noite. Clark estava lá.”

Ela não conseguia ver seu rosto na escuridão e nas sombras do seu capuz, mas pela voz dele ela sabia que ele não estava feliz. Chloe sabia que não era coincidência que outro cara encapuzado andava perambulando pela cidade atirando flechas. “Alguém que você conhece?”

“Sim.”

“Se importa em me falar disso? Considerando que eu acabei de ver minha vida passar como um flash diante dos meus olhos.” Ele se virou pra ela, sombras e óculos ainda escondendo seu rosto dela.

“Depois. Precisamos sair daqui.” Por mais que quisesse respostas ela tinha que concordar. Então ela permitiu que ele a guiasse. Ao invés de mandá-la pra casa para que ele pudesse ir atrás de seu atacante ele a acompanhou até lá, insistindo que queria ter certeza de que a região estava segura. Quando eles entraram na torre ele finalmente tirou os óculos, colocou seu arco de lado e tirou o capuz. Chloe foi escanear o perímetro nos computadores, mas a mão dele em seu pulso a impediu. “O qu-.”

“Você está sangrando.” Oliver segurou seu queixo com suas mãos com luvas e inclinou a cabeça dela para o lado avaliando o arranhão. Seus olhos desceram até o braço dela, que também exibia um corte profundo.

Chloe levou sua mão à bochecha e a tocou. Quando ela tirou de volta, retraiu-se ao ver o sangue. “Cuidarei disso num minuto. Eu preciso ativar o sistema de segurança.”

“Vá em frente.” Oliver a soltou e se virou, indo pro banheiro. O mínimo que ele podia fazer era garantir que ela estivesse segura e com os curativos antes dele ir atrás do Arqueiro Negro. Ela ouviu passos atrás dela, mas não se virou para encará-lo imediatamente.

“Não vejo nada. Só mais alguns segundos.” Ele estava silencioso atrás dela, o que ela esperava. Obviamente o que estava acontecendo tinha a ver apenas com ele, mas de alguma forma ela e Lois foram arrastadas pro meio daquilo. Chloe sabia muitas coisas sobre Oliver, mas ela não presumia saber tudo. Essa parecia uma dessas ocasiões. Quando ela se virou ele estava perto da pequena mesa com alguns itens do banheiro dela esperando atrás dele. “Eu posso cuidar disso Oliver. Essa não é a primeira vez que eu me machuco.”

“Faça isso por mim, vamos lá,” Ele disse, apontando pra uma das cadeiras vazias. Para o alívio dele, ela cedeu, sentando-se.

“Então?” Chloe intrometeu-se assim que ele se sentou na frente dela e se aproximou. Um de seus joelhos deslizou por entre suas pernas, para que ele pudesse alcançar seu rosto mais facilmente.

“Ele é alguém do meu passado,” Oliver disse em resposta. Ele não necessariamente queria entrar em detalhes, mas considerando que ela quase tinha sido assassinada ele devia alguma parte da verdade a ela. “Nem todo meu treinamento aconteceu quando naufraguei naquela ilha.”

Chloe observou as mãos dele quando ele as colocou em seu rosto, segurando-o com uma mão e gentilmente limpando a ferida com a outra. Queimou um pouco, mas ela recusou-se a se afastar.

“Depois que voltei pra casa eu quis treinar mais. Alguns dos meus mentores talvez tivessem um caráter questionável.” Oliver tirou os olhos da sua bochecha e olhou em seus olhos buscando uma reação, mas não havia nenhuma. Apenas olhos arregalados e curiosidade. “Um homem em particular. Ele era muito talentoso, talvez mais do que eu.”

A idéia de que alguém pudesse ser melhor que o Oliver era meio assustadora. No começo de tudo, Chloe tinha feito uma pesquisa sobre Oliver. Ele era MUITO bom. Havia provavelmente cinco pessoas no mundo inteiro que podiam fazer o que ele fazia.

“Desde que o conheci ele mudou. Aquele caráter questionável dele não é mais tão questionável. Há alguns anos atrás ele se tornou um assassino. Depois de desaparecer do mundo por um tempo, ele reapareceu há alguns meses atrás.”

Chloe esperou ele limpar seu braço e começar a aplicar uma pomada nele. Quando ele não falou, ela insistiu. “O que ele quer?”

“Não tenho certeza. Ele guarda certo rancor de mim que eu sei. Ele tem certos padrões pelos quais ele age que eu não necessariamente sigo.” Esfregando os dedos na bochecha dela, aplicando pomada, ele olhou seus olhos ansiosos. Seu peitou pareceu pesado enquanto ele considerava o que ele havia feito ela passar.

“Então porque não trazer a briga diretamente até você?” Chloe tinha a sensação de que sabia a resposta. Ela havia sido a vítima mais de uma vez quando alguém estava atrás do Clark.

“Um dos códigos pelo qual ele vive é ‘sem relacionamentos’, nada que não esteja relacionado a negócios. Oliver pegou a gaze e começou a fazer um curativo no seu braço. “Eles te fazem fraco, fazem de você vulnerável. Você não pode se importar com ninguém, não pode amar ninguém.”

“Mas Lois, ela e Clark estão-.”

“Não importa.” Oliver colocou a fita adesiva dos lados da gaze. “Tenho certeza de que ele vem me observando há algum tempo. Apesar do fato de eu não estar mais envolvido com a Lois atualmente ele sabe que já estive, e provavelmente assume que ainda me preocupo com ela, ao menos como uma amiga.”

“Então o que isso tem a ver comigo?” Chloe insistiu. O fato de que trabalhavam tão próximos deveria ser a resposta óbvia, mas ela ainda sentia a necessidade de perguntar.

Oliver deixou a fita de lado e levantou o pequeno band-aid que pegou antes, “Considerando nossa constante interação um com o outro...” Ela acenou em compreensão, não precisando de maiores explicações, apesar de que ele sentia que tinha mais a dizer. Depois de colocar o band-aid ele olhou pro rosto dela. “Você deveria provavelmente lavá-los bem hoje à noite.”

Chloe concordou em resposta. Bem na hora que ela esperava que ele ficasse em pé e fosse embora, ele não se mexeu. Seus olhos ainda estava nela, e ela teve que imaginar o que estava passando pela cabeça dele naquele instante. Quando seu rosto tornou-se um pouco mais sombrio ela não conseguiu evitar e perguntou. “O que foi?”

Oliver levou sua mão ao rosto dela novamente e inclinou seu queixo para o lado. “Seu queixo está machucado.” Quando a mão dele moveu-se do canto do olho dela, ela olhou-a um momento antes de tocar seu rosto. Ela retraiu-se ao seu toque.

“Mais de leve?”

“Sim,” Chloe concordou e seu toque foi gentil depois disso. A outra mão dele saiu de seu queixo, mas a outra permaneceu no lugar, a palma pressionando gentilmente a linha do maxilar e o polegar acariciando suavemente sua bochecha. “Chloe, desculpe-me. Isso é minha culpa, eu-.”

“Não.” Chloe negou com a cabeça. “Não. Você não tem que me explicar nada.” A voz dela era mais suave do que ela esperava. A proximidade deles fazia com que falar além de um sussurro fosse algo sem sentido.

Ele suspirou, a culpa ainda pesando sobre ele. Mas ele podia ver nos olhos dela que ela não tinha nada contra ele. Mesmo assim, ele deixou a mão cair do rosto dela.

“Talvez ele estivesse certo.”

“Sobre o quê?”

“Sem relacionamentos. Se eu não me permitisse me aproximar das pessoas elas não se machucariam.” Ele fez que ia se afastar dela, já querendo colocar uma parede entre eles.

“Não.” Ela agarrou o braço dele, mantendo-o no lugar. “Isso foi o que Clark pensou. Isso foi que você pensou antes. Não deu certo pra nenhum de vocês. Esse cara, esse Arqueiro Negro, você não é ele. Você quer viver uma vida como aquela?”

“Não, mas se isso significa manter as pessoas seguras-,”

“Você não pode manter todo mundo seguro, e não pode fazer as coisas sozinho. Mesmo Clark, com todas suas habilidades alienígenas não pode salvar todo mundo.”

“Chloe...”

Ela podia ver que ele não queria escutar a razão. “Não,” Sem pensar ela pegou o rosto dele em suas mãos. “Oliver, as pessoas precisam de você. E não apenas estranhos. Seus amigos precisam de você.”

Ele pegou seus pulsos e tirou as mãos dela de seu rosto. “E se eu chegasse dois minutos atrasado?” Oliver a lembrou. A resposta era muito dolorosa pra ele sequer dizê-la em voz alta.

“Você não chegou.”

“Poderia ter chegado.”

“Você sabe quantos ‘e se’ eu consigo pensar agora Oliver? Eu já deveria estar morta. Provavelmente umas vinte tentativas atrás. Você não pode fazer isso sozinho Oliver, mesmo que pense que pode. Só porque você é um herói não quer dizer que deve ficar sozinho.”

Ele sacudiu a cabeça, recusando-se a escutá-la, apesar dele ter que admitir que era irracional da parte dele. “Eu preciso ir.”

Chloe olhou de cara feia pra ele quando ele se levantou e se afastou dela. Dessa vez ela não iria impedi-lo. Ele precisava ir. Havia assuntos mais urgentes para tratar. No entanto, ela o acompanhou até a porta, algo que raramente fazia. Quando ele parou e virou pra ela, já estava colocando seus óculos e capuz de novo. O arco já em suas mãos, pronto. “Olha, Oliver, antes de você começar a tomar qualquer decisão que altere vidas, me avise.” Seu maxilar moveu enquanto parecia contrair-se. “Não desapareça da minha vida. Há muitas outras coisas acontecendo no mundo. E por mais que você acredite que eu posso fazer isso sozinha, eu não posso.”

Era a última coisa que ele queria ouvir, ela pedindo pra ele ficar, admitindo que precisava dela. Contra seu melhor julgamento ele levou sua mão novamente à bochecha dela, dessa vez sem a pretensão de cuidar de uma ferida ou de avaliar seus machucados. Os olhos verdes dela olharam pros dele, quase implorantes. Oliver nem queria pensar no que isso significava. Sua recusa em entender seus sentimentos ou os dela, no entanto, não o impedia de inclinar-se pra frente, curvando sua cabeça pra baixo. A respiração dela saiu trêmula, aquecendo os lábios dele, e aí ele parou, a centímetros de acabar com a distância. “Às vezes, é mais seguro guardar certos sentimentos pra si mesmo.” Para ele o arrependimento em seu tom era óbvio, ele apenas rezava pra que ela não notasse.

Chloe piscou uma, duas vezes, e ele tinha ido. Suas palavras permaneceram com ela, um significado oculto por trás delas que ela não podia ignorar. Um que ela mesma sentia. Algo que nenhum dos dois podia realmente admitir, mas era apenas confirmado pelos toques gentis, a proximidade deles, e pelo modo que a boca dele havia ficado centímetros da dela. Sob circunstâncias normais ela teria segurado seu braço, erguendo sua cabeça até ele, encontrando-o no caminho... Mas as circunstâncias não eram diferentes e suas vidas nunca seriam tão simples.

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