segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Of Scotch and Disney Movies, tradução


Outra da BlueSuedeShoes. Tão divertida ;D



Quando Chloe voltou pra Torre de Vigilância, ela não esperava ver Oliver Queen sentado no sofá dela, bebendo da sua bebida. Na verdade, ela tinha absoluta certeza de que era a última coisa que ela estava esperando. Além do mais, ela tinha uma sensação de que isso não era um bom presságio pra noite dela.


“Ollie?” ela questionou. “O que você tá fazendo aqui?”


“Bebendo.” Ele disse francamente.



“Isso eu já entendi,” ela disse, colocando a bolsa no balcão. “Eu quis dizer por que você está aqui e não em casa ou num bar ou numa boate ou em qualquer outro lugar que as pessoas normais vão pra beber.”



Ele deu de ombros. “Quis ver você.”



Ela arqueou uma das sobrancelhas. “Se importa que eu pergunte o quanto você bebeu?”



“Não.”



“Quanto você bebeu?”



“Relativamente falando, muito, mas também não o bastante.”



“Relativo ao quê?”



“Muito por que eu estou considerando a idéia de fazer sexo com você. Não o bastante porque eu estou considerando ao invés de estar fazendo.”



Chloe passou por várias reações em sequência. Primeiro, um lampejo de medo porque isso era apenas natural numa situação assim. Segundo, relaxou de novo porque era Oliver, seu Oliver que talvez estivesse atraído por ela, aparentemente, mas também nunca a magoaria, não importando o tanto que tenha bebido. Depois disso, um alívio por ele não ter tomado o bastante pra se atirar em cima dela. Finalmente, de forma até humilhante, uma decepção secreta por ele não ter tomando o bastante pra se atirar em cima dela.

“Certo,” ela disse “Bem, melhor te cortar antes que você passe da consideração apenas.” Ela caminhou até ele no sofá e começou a tirar a garrafa de vodca da mesa de centro, mas ele agarrou o pulso dela.



“Deixa aí.”



“Oliver, acho que você já bebeu mais do que o suficiente.”



Mas ele não soltou.



“Ollie, sério. Se você beber mais eu serei forçada a te expulsar daqui.”



Ele zombou da idéia. “Como se você fosse se livrar de mim se eu não quisesse ir,” ele disse, mas a soltou assim mesmo.



Chloe fez cara feia pro que ele falou enquanto se livrava da garrafa. Se ela não o conhecesse tão bem...


“Como que você entrou aqui?”


Ele olhou pra ela com uma sobrancelha arqueada. “Eu instalei seu sistema de segurança. Acha que eu não fiquei com os códigos de acesso?”



Ela lhe lançou um olhar severo. “Já ouviu falar de ética? Acho que você bem que podia dar uma revisada.”



“Não finja que você não teria me dado os códigos se eu pedisse.”



“Eu não daria.”



“Porque não?”



“Porque eu chegaria em casa e te encontraria sentado no meu sofá totalmente chapado,” ela respondeu intencionalmente, voltando pro sofá.



Ele a puxou pra sentar perto dele. “Está me dizendo que não está feliz em me ver?”



Ela suspirou. “Eu estou sempre feliz em te ver, Ollie. Eu apenas não fico feliz nunca em te ver bêbado.”



“Eu estou muito bêbado agora,” ele concordou meio absurdamente.



“Se importa em me dizer por que você está tão bêbado assim?” ela perguntou, divertida.



“Porque não tem nada pra fazer. Não era um plano, exatamente. Uma bebida levou à outra.”



“E várias outras,” Chloe continuou, notando o olhar vidrado nos olhos dele.



Ele fez que sim com a cabeça.



“Oliver, você sabe o tanto que é perigoso beber muito assim, não sabe?”



“Você sabe o tanto que soa ridícula quando fica toda maternal, não sabe?”



Ela o encarou.



“Sim, mãe, eu sei o tanto que é perigoso beber assim. Mas o que não te mata te fortalece, certo?



“Ou apenas te enfraquece para que a próxima coisa o mate,” ela retrucou. “E de qualquer jeito, beber pode te matar.”



Ele riu. “Que doce. Você se importa.”



Chloe revirou os olhos. “Oh, Ollie” Ela suspirou.



“Chloe?”



“Hmmm?”



“Porque não estamos namorando?”



Chloe quase se engasgou com o ar. “Quê?”



“Você percebe que poderíamos muito bem estar, certo? Temos todas as responsabilidades de um casal, e agimos como um casal e discutimos como se fossemos casados há tempos e somos atraídos um pelo outro--”



“Quem disse que sou atraída por você?”



Ele ergueu as sobrancelhas num olhar que claramente dizia “Sério?”



O ambiente pareceu um pouco mais quente pra ela. “Está bem.”



“A única coisa que não fazemos é reconhecer isso.”



Chloe não conseguiu não pensar que tinham outros tipos de coisas que casais faziam e que eles definitivamente não faziam, mas ela não disse isso em voz alta.



“É muito irritante,” Oliver continuou.



Ela lhe lançou um olhar surpreso. “Porque isso seria irritante? Você não devia se alegrar com a idéia de todos os benefícios de uma relação sem compromisso?”



Oliver a olhou como se ela fosse uma idiota. “Você tem muita sorte por eu estar bêbado.”



“E porque isso?”



“Porque de outra forma eu definitivamente não te diria que te chamar de minha namorada, poder dizer pros outros caras se afastarem, e ter permissão pra te beijar – entre outras coisas – a qualquer hora que eu quiser são todos os benefícios que eu decididamente não tenho agora.”



O rosto de Chloe ficou escarlate.



“Você fica graciosa quando está sem graça,” ele riu.



Chloe se levantou. Não era que ela não gostasse do que ele estava dizendo. Era o fato de que ele estava bêbado. Toda a situação parecia levar a confusão. Ela seriamente considerou mandá-lo pra casa, mas sabia que ele estava embriagado demais pra isso. Ela não seria a responsável por tirar os pedaços de couro verde da rua na manhã seguinte.




Oliver parecia imensamente desapontado. “Vai entender... Você tem medo de tudo.”



Ela escolheu ignorar o comentário.



“Você pode ficar aqui essa noite, se quiser. Na verdade, eu não vou deixar você ir, então eu devo dizer que você vai ficar aqui. Espero que saiba da forte ressaca que vai ter,” ela o lembrou.



Ele concordou com a cabeça. “Não será a primeira. Não será a última.”



Chloe fez um som de reprovação.



“Aonde você vai?” ele perguntou enquanto ela desaparecia indo pro outro cômodo.



“Pegando uns travesseiros e cobertores e filmes porque eu e você vamos ficar acordados um tempinho. Não posso deixar você dormir nessa condição. Você pode não acordar.” Oliver abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas mesmo sem vê-lo, Chloe o cortou. “Não seja condescendente comigo.”



Ele fechou a boca e sentou mal humorado no sofá.



Ela voltou pra sala, jogando os cobertores no sofá e parando perto da televisão. “Vou trocar de roupa e lavar o rosto. Não durma,” ela ordenou.



“Não irei se você deixar eu te olhar trocando de roupa.”



Ela nem se deu ao trabalho de responder, mas deixou a sala por uns minutos, retornando com uma calça verde floresta e uma blusa de alcinha branca, o rosto refrescado e limpo.



“Você fica graciosa quando está irritada,” ele notou. Ela revirou os olhos. “Porque você nunca acredita em mim quando digo isso?”



“Porque é você,” ela disse, colocando o filme.



“Isso nem mesmo é um motivo coerente.”



“Quem falou de coerência?” ela perguntou, sentando-se perto dele.



Ele colocou os braços em volta dela. “Porque você nem considera a idéia de namorar comigo?” ele perguntou seriamente.



“Porque você está bêbado.”



“Nem sempre estou bêbado.”



“Mas está agora.”



“Isso já está ficando confuso.”



“Não está. Se você ao menos tivesse pensado em me perguntar isso quando estava sóbrio, eu poderia pensar nisso,” ela disse. “Mas você não vai lembrar de nada disso amanhã, a não ser que eu esteja errada, então realmente não tem sentido falar disso agora.”



“Você está...” ele parou, reparando no filme. “Robin Hood da Disney?” ele olhou pra ela. “Sabia que você é a mulher perfeita?”



Ela riu baixinho consigo mesma. “Pensei que iria gostar.”



Ele concordou com a cabeça, se ajeitando no sofá confortavelmente, quase como uma criança. Era na verdade bem adorável. Daí ele se esticou e a puxou pro colo dele.



“Ollie!” ela protestou, mas ele nem ligava. Ele apenas a segurou até que ela cedeu e se aninhou no colo dele.


“Pare com isso.” Chloe disse sem olhar pra ele.


“O que?”



“Eu sei que você está fazendo uma cara toda presunçosa agora. Pare.”



“Você fica graciosa quando está agitada,” ele respondeu.



Ela se virou pra olhar pra ele. “Tem alguma hora que eu não fico graciosa?”



“Sim.”



“Quando?”



“Quando está me mandando fazer alguma coisa.”



“E aí eu fico como?”



“Muito sexy.”



“Ah, cara...”



“Apenas dizendo.”



“Você diria.”



“Então, vai me dizer quando eu fico sexy ou gracioso?



“Porque deveria?”



“Porque é justo. E porque eu não vou lembrar disso de manhã, então não posso usar isso contra você mesmo se quisesse.”



Chloe riu. “Só por isso, vou dizer uma coisa.” Ela deliberou, dando ao desenho uma porção da sua atenção.

“Quando está praticando tiros. Você fica com esse olhar realmente concentrado no rosto. É...”



“Sexy?”



“Gracioso.”



Ele deu de ombros. “Aceitarei o que posso ter.”



Ela riu. Na verdade, era incrivelmente sexy.



“Chloe?”



“Hum?” ela perguntou, olhos ainda no filme.



“Se importa em me lembrar amanhã que eu te chamei pra sair e você recusou apenas porque eu estava bêbado?”



“Sim, me importo.”



“Não é justo.”



“Não beba tanto.”



Ele parou um instante, mal humorado. Depois, “Você tem uma caneta e um papel?”



“Não.”



“Sim, você tem. Em algum lugar.” Ele olhou em volta, mas não viu nenhum dos dois. “Droga.”



“Você também fica gracioso quando consigo o melhor de você,” ela disse convencida.



“A única razão pra você estar conseguindo o melhor de mim é que eu sei que não tem jeito de fazer você voltar pro meu colo se eu levantar pra procurar o papel.”



Ela riu suavemente.



Horas depois eles adormeceram, Chloe ainda nos braços dele. Quando Oliver acordou na manhã seguinte, foi pra sentir uma intensa dor de cabeça. Ele xingou baixinho antes de perceber a situação incomum em que parecia se encontrar.

Chloe?
Caramba.
Ele olhou em volta cuidadosamente. Nenhum sinal indicador de sexo, e os dois ainda estavam completamente vestidos. Era um bom sinal, ele esperava.
Chloe de repente se mexeu em seus braços, aninhando-se pra mais perto dele, um suspiro satisfeito escapando dela.
Sim. Isso era estranho.
“Chloe?”
Ela fez uma careta, gemendo um pouco antes de enterrar o rosto no peito dele.
Ele teria dado uma risada se não estivesse tão confuso.

“Chloe?” Ele persistiu, sacudindo-a gentilmente.


“Quê?” ela resmungou.



“O que eu to fazendo aqui?”



“Bebendo,” ela respondeu sarcasticamente, imitando a resposta dele para a mesmíssima pergunta na noite anterior.



“Isso explica... nada.”



Ela grunhiu, abrindo os olhos e se afastando dele. Ele a soltou, nem um pouco relutante.



“Não tenho idéia do motivo, mas eu cheguei em casa e te encontrei totalmente embriagado. No meu sofá.”



Ele a olhou sem graça. “Oh.”



“Se importa em me explicar?”



“Na verdade, sim.”



Ela revirou os olhos, indo pegar água pra ele e café pra ela.



“Você está brava comigo. O que eu fiz?” ele perguntou cauteloso.



“Nada. Absolutamente nada. Você só foi dez vezes mais sincero comigo sob a influência do álcool do que nesse tempo todo que nos conhecemos.”



“O que eu disse?” ele perguntou lentamente.



“Eu te disse noite passada que eu não iria te contar. Queria ver se você ao menos iria pensar nisso sóbrio.”



Ele levantou, e, esperando fazer piada da situação, disse “OK. Olha, eu posso explicar aquele negócio de dupla identidade, eu juro!”



Ela sorriu melancólica. “Você fica gracioso quando consigo o melhor de você,” ela disse.



A frase pareceu familiar.



De repente, ela suspirou pesadamente e atirou o copo com água gelada que estava prestes a entregar pra ele no balcão. “Você é a pessoa mais irritante que eu conheço, sabia disso?”



“Eu…”



“Quero dizer, aparentemente você tem a complexidade emocional de um aluno de ensino fundamental!”



“Você…”



“Já passou pela sua cabeça parar de ser tão impassível e conversar de verdade sobre as coisas?”



“Eu…”



“E é tão ridículo que de todos os lugares que você poderia ter ido ontem à noite, você escolheu vir pra minha casa pra ficar chapado, para que eu acabasse tendo que cuidar de você como o bebezão que é.”



“Você...”



“E além disso, não pense que vai acontecer de novo!” Ela o cutucou ameaçadoramente no peito. “Porque eu vou chutar seu traseiro pra fora daqui antes que você possa dizer ‘abuso de amizade’ e será o fim disso!”



“Agora realmente...”



“Não ache que é tão charmoso e tão atraente e irresistível que pode escapar de coisas assim!”



“Chloe...”



“Porque eu não vou tolerar isso, você tá entendendo? Eu me recuso a ser designada sua enfermeira de ressaca.”



Ele não disse nada.



Ela olhou pra ele furiosamente. “Então? Não tem nada a dizer a seu favor?”



Ele a olhou cuidadosamente antes de abrir a boca e fechá-la várias vezes. Então, com um suspiro frustrado, ele a pegou pelos braços e a beijou tão intensamente quanto podia, ignorando o som indignado de protesto que ela emitia.


Ele a soltou.



“Você... Você...” ela fervilhava de raiva, claramente furiosa. “Demorou bastante pra fazer isso!” ela o repreendeu, finalmente, enfiando o copo na mão dele e voltando pro sofá.



Ele revirou os olhos, sorrindo maliciosamente. Deus, ele amava aquela mulher.

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