Close Your Eyes 3/3

Titulo: Close Your Eyes

Autora: Roberta Clemente

Classificação: PG-13

Nota: Essa fic é uma pequena homenagem ao dia dos namorados.

Resumo: O dia não estava acontecendo como imaginou.
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Oliver passou cinco intermináveis minutos gritando com o gerente do hotel em que estavam hospedados. E depois de ameaçar até a décima geração de sua família conseguiu uma ambulâncias que atravessasse a estrada fechada para buscar Chloe. Só no caminho, enquanto segurava a mão fria dela percebeu como teria sido mais rápido chamar Clark ou Bart. Não conseguia raciocinar, só olhar o rosto pálido de dela.

 Mas agora nem mesmo suas ameaças e uso indevido de seu sobrenome o ajudariam. Foi deixado em uma sala de espera enquanto ela era levada ainda desmaiada para longe. Oliver ficou parado no mesmo lugar onde um enfermeiro o barrou. Não queria tirar os olhos da porta por onde tinha certeza de que Chloe passaria a qualquer momento com um sorriso envergonhado.

Só que os minutos passaram e passaram, sem que ela ou qualquer pessoa saísse para falar com ele. Estava conseguindo enfim dar um passo a frente quando um médico abriu a porta e o olhou nos olhos. Oliver sentiu o estomago dar um nó completo. Ele esperou.

“Senhor Queen. Eu sou o Dr. Tomas, estou cuidando da Chloe...”

“Como ela está?” Oliver se impediu de agarrar o braço do médico não muito mais velho que ele.  

“Ela sofreu uma queda e tanto com o desmaio, seus sinais estão bons, mas... achamos que pode ter sido fatal...” o desconhecido engoliu seco.

Os olhos de Oliver ficaram vidrados de choque. Ele não conseguiu mais escutar, seu coração batia violentamente nos ouvidos. Podia sentir a pulsação desenfreada inchar seu cérebro. Chloe.

“...mas ela está bem. Só temos que fazer mais alguns exames para ter certeza”

Levou um segundo para Oliver processar as palavras depois de escutá-las. Ele olhou para o médico completamente perdido. “O que? O que você disse?”

“Que Chloe está bem, mas que temos que fazer mais alguns exames para termos certeza de que ela não perdeu o bebê com a queda. Ela está apenas na sexta semana e não é possível escutar o batimento cardíaco do feto até a oitava”, ele parou e olhou preocupado para Oliver. “O senhor está bem, Sr. Queen?”

Oliver ficou sem expressão por um segundo para soltar uma risada afetada em seguida. Ele levou uma mão ao peito, como se pudesse acalmar o próprio coração que ameaçava rasgar seu peito de tanto alivio e felicidade. “Meu deus, eu sou tão dramático” ele riu fechando os olhos.

Chloe estava bem. Por um segundo, dois talvez, foi o homem mais miserável do mundo e agora se sentiu de novo o mais sortudo. Chloe estava bem e grávida. “Ela está grávida?”

“Sim. Os desmaios são normais nas primeiras semanas, assim como enjôo, sono excessivo, cansaço, variação de humor... O senhor não sabia? Ela teve algum desses sintomas?”

Oliver escutou o médico descrever Chloe nas ultimas semanas e gargalhou. Era um idiota mesmo. Como não tinha percebido? Pensando agora era tão óbvio. Não conseguiam tirar as mãos um do outro, não conseguiam ficar longe mesmo estando ocupados demais para terem uma vida conjugal.

Sempre arranjavam tempo entre uma reunião, missão, expediente ou crise apocalíptica e outra para estarem juntos. Pensando melhor, era para aquilo ter acontecido há muito tempo. Mas não importava. Chloe estava esperando um bebê seu, deles.

Oliver notou que o médico ainda esperava uma resposta sua, ele abriu a boca para responder, mas fechou. Se lembrou do que ele disse sobre a queda ter sido fatal. “O bebê está bem?” seu sorriso sumiu.

“Ela vai ser examinada agora para ter certeza. Mas ela não tem nenhum sangramento, isso é bom”

“Você disse que não conseguiram escutar o coração dele, isso significa que...” Oliver estava confuso. As palavras do médico se perderam entre o pânico e o alivio que sentiu em apenas um minuto.

“Só é possível escutar o batimento cardíaco de um bebê após a oitava semana. Nós teremos que usar de outros métodos para verificar se está tudo bem.”

Oliver se encolheu. “Quais?”

“Não queira saber, senhor Queen. Só aguarde alguns minutos que volto com noticias, OK?” o homem deu um sorriso tranqüilizador a Oliver.

Depois de fazer uma careta Oliver assentiu. Ele deu alguns passos na direção das cadeiras que só agora tinha conseguido enxergar, mas parou. Seria inútil sentar. Não enquanto não soubesse que estava tudo bem, que todos estavam bem. Ele continuaria ali.

Os minutos seguintes pareceram se arrastar mais do que aqueles enquanto faziam o caminho até lá. Eles lhe deram tempo de pesar entre chamar alguém e ignorar a idéia, para se culpar até o ultimo fio de cabelo por ter brigado com Chloe, mas eles também lhe deram a chance de pensar sobre o que viria a seguir. E Oliver sorriu a isso.

Quando o mesmo médico abriu aquela mesma porta e deu a Oliver um sinal positivo seu meio sorriso se abriu tanto que chamou a atenção das pessoas em volta. Ele era uma exceção de alegria ali.

Em segundos estava marchando, quase correndo para o quarto onde ela estava. Ele seguiu Dr. Tomas e ignorou quase tudo que ele lhe disse. Precisava colocar os olhos nela imediatamente.

Chloe estava zonza como só uma noitada com Lois e vinho barato a deixaria. Seu ultimo pensamento foi o de desejo de que aquele guardanapo de pano que jogou em Oliver fosse de aço. Depois disso só a escuridão e... cutucões, picadas, exames tão íntimos que se não fosse pelo seu instável estado de consciência teria dado alguns bons chutes para aliviar a tensão.

Assim que ela conseguiu focar a visão Oliver abriu a porta. Ela olhou para ele e franziu a testa. Ele tinha um sorriso bobo no rosto que ela nunca tinha visto antes. Conhecia todos os seus sorrisos, qualquer variável dele, mas esse era novo.

Ela se forçou sentada. “Pode dizer, anda. Eu não estava tão bem assim. Mas antes de dizer mais uma vez que eu estraguei o dia saiba que eu tive meu castigo” ela olhou aflita para ele, que não dizia nada, só olhava para ela com aquele sorriso enigmático. “Ollie, eles mexeram em mim de um jeito que nem você fez antes, eu me sinto...”

Oliver rapidamente correu a distancia que os separava e a calou com um beijo. Ele a amava tanto e estava tão perdidamente apaixonado por aquela mulher que se não a beijasse poderia começar a gritar pelos corredores.

“Você não estragou nada, Chloe” ele disse depois de se afastar, queria olhar nos olhos dela. “E eu te amo demais”

Chloe tentou não sorrir, tentou só olhar para ele com desconfiança, mas o beijo a tinha desarmado por completo. Seus olhos entregaram o quanto tinha gostado do beijo e da declaração. “Mesmo? Você não está mais furioso comigo?”

Oliver respondeu roçando o nariz no dela. “Não”

“Então é uma boa hora para dizer que não comprei um presente para você?” ela levantou uma sobrancelha em desafio.

Oliver suspirou. Ela não fazia idéia.  “Tudo bem, você me deu o maior dos presentes hoje. Nada que pudesse comprar superaria”

Chloe abriu e fechou a boca. Não conseguia entender. “Do que você está falando? Que presente é esse?... Ollie, eu bati a cabeça tão forte que esqueci que te comprei um presente? É isso?” Ela deu a ele um olhar quando ele não respondeu. Estava começando a ficar preocupada, mas confusa ao mesmo tempo. Ele estava de novo com aquele sorriso.

Oliver sorriu gentilmente e deixou a mão escorregar do rosto dela até seu ventre. “Aqui, meu presente está aqui dentro.”

Chloe olhou para a mão dele com as sobrancelhas quase juntas. Então tudo começou a se encaixar. O constrangedor desmaio, o desastroso nascer do sol, o cansaço e os exames agora justificados que tinham feito nela. Como podia não ter notado quando era tão óbvio.

Chloe levou à mão a boca com o susto, seus olhos cresceram comicamente e ela riu. “Eu estou...” ela não sabia se perguntava ou não.

“Grávida. Você está grávida”. Oliver respondeu por ela. Ele sentiu o peito se encher de emoção. Os olhos dela estavam passando do choque ao brilho de felicidade.

“Grávida”, Chloe conseguiu sussurrar. Seus olhos se encontraram com os dele e ele tocou seu rosto, tirando uma mexa do caminho como sempre fazia. Ela ficou feliz tão rápido que seus olhos encheram e transbordaram ao mesmo tempo. “Um bebê”

Chloe se jogou nele e Oliver a abraçou apertado. Aquele estava sendo um dos dias mais loucos e emocionantes de sua vida. E pensar que por um segundo pensou que ele tinha sido um desastre. Agora, era um dos mais importantes.

“Chloe. Me desculpe por ter sido um total ‘drama queen’”, ele disse depois de alguns minutos em silencio, contra os cabelos dela.

“Tudo bem. Eu te amo mesmo que você seja dramático” ela respondeu facilmente contra o peito dele.

Oliver riu. Mas respirou fundo, mexendo no cabelo dela até que Chloe estivesse olhando para ele. “Eu fiquei meio nazi por que planejei te levar onde minha mãe disse sim ao meu pai e onde eles passaram a lua de mel. Mas depois de tudo o que aconteceu durante o dia, eu percebi que você tinha razão quando disse que ‘dever fazer’ nunca fez parte da nossa relação. Eu fui uma besta quando me esqueci disso.” Ele sorriu segurando gentilmente o queixo dela entre os dedos.

Chloe deixou as lágrimas rolarem livremente por seu rosto. “Pois é. Olha onde nós estamos e como estamos terminando.”

Oliver assentiu empurrando o nó de emoção que estava ameaçando tampar sua garganta. “Terminando? Ainda não professora”, e desviou o olhar para a mão que estava tirando do bolso. “Você ainda tem que me dizer se quer ser a Sra. Green mais uma vez”. ele ofereceu a ela o anel que tinha passado o dia guardado a espera do momento certo.

Chloe levou as duas mãos ao peito. Seus olhos revezavam entre Oliver e a aliança diante do seu rosto. “Ollie”. Ela empurrou as lagrimas para poder ver melhor o anel e o lindo rosto do seu marido. “Si...”

Oliver sorriu com diversão para a reação dela. Aquele era um momento raro. Chloe Sullivan(Queen) sem palavras. Ele retirou a aliança da caixinha de veludo e deslizou pelo dedo dela, até que ela tocasse a primeira. “Eu juro que não estou fazendo isso só por que te engravidei”

Chloe desviou o olhar do brilho em seu dedo para ele. Ela fez uma careta para ele e revirou os olhos antes de sorrir. “Eu sei. Você me ama“, ela disse com petulância enquanto olhava pra por baixo. “Eu aposto o valor dessa aliança como você deve ter ameaçado colocar fogo naquele hotel por minha causa. Você me ama”. ela deu de ombros, com um falso desdém.

Oliver se inclinou e beijou as alianças. “Você pode pedir o que quiser, você ganhou. Eu faço qualquer coisa por você.” E olhou para ela antes de colar os lábios nos dela.

Ele poderia ficar ali com ela, naquele mesmo beijo por muito tempo, mas Oliver passou um braço envolta da cintura dela e colocou Chloe de volta na cama. Ela precisava de descanso.

“Vamos Sra. Green. O médico me pediu para te manter calma e eu fiz tudo ao contrário dizendo a você que estamos tendo um filho e te pedindo em casamento em seguida. Se ele descobre...”

Chloe voltou contrariada ao seu lugar. Queria ficar no lugar mais confortável do mundo. Os braços do seu marido, pai do seu filho. O pensamento fez o sorriso voltar ao seu rosto. “Nós vamos nos casar e ter um bebê” ela disse em tom sonhador enquanto puxava Oliver com ela.

“Sim, nós vamos” Oliver reafirmou se pressionando contra ela.

O sorriso dela vacilou por um segundo. “Ollie, quando disse que estava trabalhando demais por estar casada com você. Eu não quis...”

“Eu sei” Oliver não se importou em interromper. “Eu estava no modo babaca, qualquer coisa que me dissesse seria usado contra você”

“Eu amo estar casada com você, ser uma Queen...e uma Green”ela olhou para ele por cima do ombro.

“Eu também” ele deu um beijo demorado na nuca dela. “Agora feche os olhos e descanse.

“Agora você quer que eu durma?” ela não podia perder a oportunidade de provocá-lo.

“Chloe” ele diz em tom de aviso.

“Feliz dia dos namorados” ela sussurra bem baixinho.

“Feliz dia dos namorados” ele respondeu contra a pele dela. “Agora feche seus olhos”

FIM

Hei, muito obrigado pelo apoio e comentários.Foi um texto despretensioso, de brincadeira e fico muito feliz que tenham gostado.