Close Your Eyes 2/3

Titulo: Close Your Eyes

Autora: Roberta Clemente

Classificação: PG-13

Nota: Essa fic é uma pequena homenagem ao dia dos namorados.

Resumo: O dia não estava acontecendo como imaginou.

2/3

Um estrondo tirou Chloe do seu sono algumas horas depois. Ela abriu os olhos assustada, mas em volta dela nada mais que o som do ar condicionado. Ela levantou a cabeça do travesseiro e percebeu que o quarto estava mais escuro que há alguns minutos atrás.


“Ollie”, Chloe chamou enquanto se sentava. Ela coçou os olhos ao mesmo tempo em que eles encontraram Oliver sentado no sofá do quarto, olhando para a TV muda. “Eu dormi muito?” ela observou o rosto dele enquanto esperava uma resposta. Quando ele não se deu ao trabalho de desviar o olhar da TV para soltar um som incompreensível, ela mordeu o lábio. “Que horas são?”

“Tarde de mais”, ele respondeu a isso, mas sem muita vontade. Ele mudou de canal e apoiou a cabeça no punho que segurava o controle remoto.

Chloe olhou para o outro lado da cama e seus olhos cresceram de susto quando viu a hora. 4: 45 da tarde. Ela tinha dormido o dia inteiro. Em um único movimento ela conseguiu jogar as cobertas para longe e saltar da cama. “Oh, meu Deus Oliver. Eu sinto muito” ela procurou os sapatos pelo chão.

“Deixa pra lá, Chloe” ele olhou para ela pela primeira vez. Ela não tinha que se dar ao trabalho mais.

“Não. Nós podemos pegar a estrada em alguns minutos...” ela respondeu nervosa. Tentando não deixar a culpa tomar conta da situação. Ela sorriu para ele enquanto fechava o jeans. “O que você me diz, hein?”

Oliver suspirou e devagar saiu do sofá. Ele caminhou até a porta de madeira que separava o quarto da varanda e puxou de uma vez só. Então olhou para ela com a expressão mais tediosa do mundo.

Chloe estava se vestindo em tempo recorde, a blusa que escolheu estava passando pela cabeça quando seus olhos reagiram a luz que vinha de fora. Ela abriu e fechou a boca sem saber o que dizer. Merda.

Do lado de fora uma tempestade engolia a linda vista da praia. Era impossível ver além da porta de vidro. Aquele em nada se parecia com o dia que havia começado. Ensolarado e cheio de promessas.

“Não” Chloe lamentou deixando o corpo cair de volta na cama.

“A estrada pra fora da praia está fechada”. Oliver disse sem qualquer emoção. Ele já tinha passado da fase da frustração há algumas horas. Agora ele estava conformado de que o dia estava perdido.

Chloe pulou do lugar quando viu a expressão no rosto dele. “Bem, nós podemos fazer alguma coisa por aqui” ela sorriu enquanto se aproximava dele. “Comemorar do nosso jeito. O que você acha, herói?”

Ela deslizou as mãos por seu peito e Oliver suspirou. Ele deu a ela um meio sorriso empurrou gentilmente a franja de seus olhos verdes. “Eu não sei. Já que não podemos viajar acho melhor você descansar. Você parecia mal quando chegamos”

Chloe se encolheu. Não sabia como dizer que estava absolutamente bem sem admitir que tinha estragado tudo, por nada. “Na verdade, isso foi há horas. Meu estomago está ótimo. Só faminto”

Oliver franziu a testa, confuso. “Mas você simplesmente apagou. Pensei que fosse por culpa da..você sabe, a versão particular do Exorcista de mais cedo”

“Eu estava com sono” Chloe fechou os olhos e juntou as mãos no peito. “Me desculpe” ela pediu baixinho.

O rosto de Oliver mudou, endureceu em segundos. Até agora ele estava se sentindo decepcionado, mas satisfeito com a idéia de que não era por culpa de nenhum dos dois.

“Você estava com sono?” ele umedeceu a boca e deu um passo atrás. “Você está me dizendo que eu passei o dia inteiro te assistindo dormir por que achei que estivesse se sentindo mal, quando na verdade só você estava com sono?”

“Eu disse que sinto muito” Chloe se defendeu, também deu um passo atrás.

“Claro, você disse ‘sinto muito’. Depois que não havia muito a fazer, não é?” ele cerrou os olhos e parou para respirar fundo quando viu os olhos dela brilharem. “Deixa pra lá” ele voltou ao sofá para se impedir de dizer qualquer besteira.

Nada estava sendo como planejou, mas não precisava terminar o dia sendo um idiota por causa disso. Só precisava de alguns minutos para deixar a irritação passar e poder começar tudo do zero.

Oliver pegou o controle remoto de novo na mão e quando esperava ouvir Chloe vir com uma solução escutou a porta do quarto bater. Ele suspirou e jogou o objeto de lado. Era tarde demais. Ele era o idiota da vez.

Chloe marchou pelo corredor dizendo a si mesma que se chorasse era uma grande estúpida. Sabia que era sua culpa estarem presos naquele hotel em vez de... onde quer que Oliver tivesse programado, mas não merecia ser tratada daquele jeito. Oliver não precisava dar o piti que estava dando. Era só o dia dos namorados.

Assim que viu a placa indicando o restaurante Chloe acelerou até lá. Não comia desde a madrugada, quando Oliver a arrancou da cama e praticamente a obrigou a comer. Seu estomago estava reclamando de novo, mas agora de fome. E qualquer coisa bem calórica seria mais que bem vinda.

O lugar era pequeno e estava vazio pelo horário, mas Chloe não se importou em escolher a mesa do meio e esperar para ser atendida. Era nessas horas que ser uma Queen tinha suas vantagens. Sabia que não demoraria muito para alguém chegar até ela.

E não demorou. Em poucos minutos já estava à espera de seu pedido e em mais alguns cercada por ele. Na mesa tinha muito mais do que ela havia pedido. E em seu prato um pouco de tudo. Panqueca, dois tipos de bolo, pães, calda, fruta e uma generosa caneca de café ao lado. Tinha tudo para momentaneamente esquecer a grosseria que seu marido tinha feito a ela no dia mais romântico do ano.

“Se eu soubesse que era preciso um banquete para te manter acordada” Oliver provocou enquanto se sentava do outro lado da mesa.

Chloe parou o garfo no ar enquanto o observada se sentar. Toda a satisfação que a comida tinha lhe dado indo embora com o comentário.

“Eu te procurei em todo hotel” ele disse com a voz mais suave agora. Quando viu a porta se fechar se sentiu um total asno, se levantou para ir atrás dela, mas achou melhor esperar alguns minutos.

“E você me achou. Quer uma medalha?” ela praticamente cuspiu a pergunta. Levando enfim o garfo a boca e voltando sua atenção para as panquecas em seu prato.

Oliver balançou a cabeça. “Acho que eu mereço isso...” ele estava pronto para pedir desculpas quando ela o interrompeu.

“Sabe Oliver? Não está sendo fácil voltar ao jornalismo, muito menos em uma cidade onde meu marido é dono de quase metade de tudo. Eu perdi anos e estou tendo que me provar todos os dias. Mas por ser sua esposa tenho que me provar duas vezes pra que ninguém pense que minha competência não passa de uma coincidência. Então me desculpe se cada vez que eu consigo parar entre isso e cuidar do time meu corpo simplesmente desliga...” Ela continuou cortando a panqueca em migalhas, com o resto de sua explicação na cabeça. Ela amava ser casada com ele, amava fazer o que fazia, mas estava cansada, estava além dela controlar isso. Só que Oliver a interrompeu.

“Eu sinto muito se ser casada comigo vem te causando problemas” Oliver sentiu o rosto esquentar. Foi até lá para pedir desculpas e consertar as coisas e não estava preparado para ouvir o quanto estar casado com ele a deixava esgotada.

“Sério, Oliver?” ela olhou para sem acreditar. “Drama?”

“Não vem com essa. Eu vim te pedir desculpas por ter reagido daquele jeito... Mesmo depois de você ter estragado o que eu passei dias planejando para nós” Oliver se inclinou sobre a mesa. “E você me diz que eu estou atrapalhando a sua carreira. Eu tenho todo o direito de fazer drama aqui” ele terminou cruzando os braços sobre o peito.

Chloe balançou a cabeça. Ele não estava entendeu nada do que ela estava dizendo e ela estava com vontade de chorar de novo. Sentindo a garganta arder ela fez um gesto discreto ao garçom. Queria sair dali antes que as lágrimas caíssem.

“Eu sinto muito. Você poderia embrulhar tudo e mandar para o quarto do senhor Queen. Incluindo a conta? Ele vai pagar” o sorriso forçado em seu rosto se voltou a Oliver.

Oliver revirou os olhos e riu sem humor. Eles nunca brigavam e ela estava fugindo da que talvez fosse a primeira grande briga deles. Ele pegou o guardanapo que ela jogou no seu peito e olhou para longe enquanto ela se afastava. Ele ainda tinha um risinho no rosto quando escutou o barulho de talheres e pratos caindo no chão.

Sua cabeça imediatamente se virou para o som e ele viu Chloe com as mãos apoiada em uma das mesas. Ela tentou ficar de pé de novo, mas cambaleou e caiu de joelhos. “Chloe”. Oliver gritou o nome dela e ficou de pé, mas não a tempo de impedi-la de cair e bater o rosto no chão.

Ele se jogou ao seu lado. Podia escutar o coração batendo na garganta quando gentilmente a virou e viu o sangue começando a escorrer de seu nariz. “Chloe. Você está me escutando? Chloe!”

CONTINUA...
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