Holding a Heart 2/2

Titulo: Holding a Heart 

Autora: Roberta Clemente

Nota: Essa fic é mais uma grande e importante parte da história Chlollie que não vimos em Finale.

Resumo: E quando o momento que tem tudo para ser perfeito é colocado em espera?

2/2

Há semanas os mesmos pensamentos giravam na cabeça de Oliver e ele estava começando a se encher seriamente deles. Precisava expulsá-los antes que começasse a estacionar e acabasse preso a eles. Já tinha feito isso antes.

A perda de Tess ainda era recente, uma ferida aberta. Era injusto o que tinha acontecido a ela, seu fim. Mas ao mesmo tempo tinha o sentimento estranho de que ela havia, do jeito dela, conseguido sua redenção e morrido em paz. E sabia também que ela estaria rindo da sua cara se o luto por ela fosse maior do que deveria ser.

O que realmente tirou seu chão foi a presença de Lex entre eles. Sabia que aquele não era realmente ele, mas era um lembrete e tanto de que era o responsável por Lex ser clonado. De que um dia foi capaz de tirar a vida de alguém, mesmo ele sendo Lex Luthor, assassino de Tess e tantos outros no passado e provavelmente no futuro.

Seu coração e mente estavam em conflito há dias e estava preso no meio, meio perdido, a deriva, pendendo cada hora para um lado. Mas as coisas começaram a ficar claras para ele quando se deu conta de que um ponto era firme, Chloe.

Não duvida nem por um segundo quanto a Chloe. Sabia muito bem o que sentia e queria para os dois. Só que a vida sempre dava um jeito de dificultar as coisas para eles, desde que se conheceram se fosse realmente honesto. Agora não seria diferente.

Tiveram cinco meses antes de Chloe precisar desaparecer para salvar sua vida. Menos de três se readaptando um ao outro quando tudo mudou e acabaram casados. E quatro em que as coisas foram quase perfeitas, só para descobrirem no final de que ele estava infectado pela escuridão quase o tempo todo.

Ainda não tinham conversado sobre isso e seu coração apertava com a possibilidade dela achar que não foi sincero, quando nada dentro dele havia mudado. A menos que ela quisesse lhe acusar de amá-la ainda mais. Se fosse o caso ela estaria mais que certa.

Andando pela cobertura riu sozinho com o pensamento. Amava Chloe tanto ou mais que tudo e isso lhe fazia bem demais. Daria tudo que era seu por ela se preciso. Por ela não hesitava, não tinha medo. Só de perdê-la.

Quando voltou ao Kansas e se reencontraram foi como se nunca tivessem se separado. A conversa na capela antes do casamento adiado foi um calmante para sua alma perturbada. Precisava ouvir e dizer a ela que “eles” era para valer e não sabia.

Então a escuridão dentro dele se revelou na frente dela. Por um segundo pensou que ela o tivesse perdoado, mas desde que voltaram a Metropoles ela estava diferente a cada dia, distante. A conhecia bem demais para não notar os movimentos, falas e ações controlados ou até ensaiados.

Queria acreditar que o tempo que ela passava na Torre de Vigilancia era por necessidade e não por que estava se escondendo ou usando o trabalho como desculpa, mas acordar todos os dias sozinho não ajudava.

Sabia que ela o amava. Se depois de tudo o que ela fez por ele ainda tivesse alguma duvida disso não a mereceria. Não era esse o caso. Mas não tinha a mesma certeza quanto a ela ter mudado de ideia, sobre eles, a mudança para Star City, um casamento.

Ele estava pronto, mais que pronto para isso, queria se casar de novo, fazer tudo certo dessa vez e passar o resto da vida com ela. Queria mais que tudo que eles fossem uma família. Para sempre. Mas talvez tivesse sido cedo demais para ela.

Não podia deixar de lembrar que a primeira ideia dela era de ir sozinha para Star City e que ele tinha praticamente se oferecido para ir com ela. Talvez esse fosse o motivo de agora ela não lhe dizer que tinha cometido um erro ao deixar Metropoles.

Tinha medo, muito medo de que suas perguntas fossem respondidas. Nada lhe causava mais medo que perder Chloe de novo. A lembrança dos meses sem saber onde ela estava ainda doía, fisicamente até. Talvez por isso estivesse em silencio, por medo do que ouviria se a confrontasse.

Clark era seu amigo, amigo de Chloe também, ele poderia saber de algo que de fora fosse mais fácil ver. Foi até o Planeta naquela tarde e teve uma conversa franca com ele. Perguntou abertamente se Chloe parecia infeliz ao seu lado.

Não escondiam nada um do outro, mas sabia que para protegê-lo Chloe esconderia qualquer coisa, mas talvez para Clark ela tivesse dito alguma coisa. Mas conversar com seu amigo só serviu para deixá-lo mais confuso.

Primeiro se sentiu ridículo com o discurso sobre como Chloe o amava e era visível a qualquer um mesmo sem visão raio x. Talvez estivesse exagerando e vendo coisas onde não existiam. Todos estavam se adaptando as mudanças, ele estava diferente também, como Chloe não estaria? Ela estava lhe consolando e guiando há dias.

Mas uma coisa o deixou curioso. Clark não parava de mexer nos óculos e ajeitá-los enquanto explicava a ele que Chloe estava diferente e não sabia o motivo. Tinha sido pouco tempo, mas já era conhecido esse novo tique nervoso que Clark ganhou com o disfarce. Quando algo o incomodava sua reação era empurrar o óculos nariz a cima mesmo sem precisar. Algo estava errado, ele sabia.

Foi quando teve certeza de que Chloe escondia algo dele. Sabendo que Clark não conseguiria mentir sem se entregar ele perguntou simplesmente e esperou. Clark desviou o olhar e lhe deu de costas uma resposta vazia.

Saiu do Planeta Diario meio perdido, sem saber o que fazer. Ficou parado na calçada olhando para a construção antiga a alguns quarteirões, mas que imponente, e ficou imaginando, tentando adivinhar o que Chloe estaria fazendo e pensando lá.

Nunca foi homem de fugir da verdade, mas naquele momento foi covarde e dando as costas preferiu o caminho mais fácil, evitar momentaneamente. Desmarcou tudo o que tinha para aquela tarde e foi para casa. Caminhou algumas quadras ignorando os olhares que ainda tinham curiosidade nele, até chegar a sua cama.

A constatação de que algo estava por vir, querendo ou não, e de que não seria bom o deixou pesado e cansado. Agora depois de horas dormindo se encontrava na varanda de sua cobertura vazia, pronto para sair em patrulha. Talvez ser o Arqueiro Verde esta noite fosse mais fácil e simples.

Colocando o capuz com cuidado olhou a cidade abaixo por alguns segundos antes de apontar para o prédio a frente com seu arco. Agora com o novo queridinho da cidade se importavam menos com ele saindo de sua varando pendurado por um cabo, vestido de Arqueiro.

Também não era como se fossem desconfiar de que era ele. Em alguns momentos sua identidade revelada vinha a calhar. Não precisava se preocupar tanto quanto antes. Se seria descoberto ou não.

Quando seus pés tocaram o concreto do outro lado hesitou um instantes antes de tocar o comunicador em sua orelha. Seus problemas pessoais não podiam interferir e colocá-lo em risco. Ele e Chloe sempre seguiam o protocolo e não seria diferente agora só por que sua esposa iria abandoná-lo.

-Green Arrow online, Watchtower - ele espera. - Pronto para começar a patrulha. Algum caminho que deva seguir? - seu coração acelera com o silencio. Ele caminha de volta para a ponta do prédio e olha para a cúpula azul distante.

Se antes era impensável que Chloe o deixaria, agora era o que gritava em sua mente. Sabia que ela estava lá, era onde ela passava o dia inteiro, só deixando a noite, as poucas horas em que passavam juntos e que ele tinha certeza agora de que era um grande esforço para ela.

-Ok!Torre. Serei só eu então.

E sozinho fez o que talvez soubesse fazer melhor. Mas aquela noite foi longa e difícil, como há muito tempo não era. Desconcentrado se colocou em perigo mais vezes do que gostaria de admitir. Deixou alguns invividos que deveriam amanhecer em uma cela fugir entre seus dedos e só parou quando quase caiu de um dos dos maiores prédios da cidade. A queda o teria matado, não tinha duvidas.

Não podia continuar assim. Nunca foi estupido assim, indo além de seus limites, não quando queria ficar vivo e inteiro. Precisava conversar com Chloe e tirar esse peso do seu coração antes que acabasse se matando.

Entrou de volta na cobertura esbravejando e jogando o capuz sem cuidado para trás. Tirava os óculos quando foi surpreendido e suas pernas simplesmente pararam de funcionar de repente. Chloe estava deitada no sofá, dormindo encolhida, como se estivesse lhe esperando.

Seu coração acelerou de novo, mas conseguiu sair do lugar, dando um passo na direção dela. Um depois do outro chegou até o sofá, se ajoelhando pôde olhar melhor para sua mulher, o amor de sua vida.

Pés escondidos debaixo das almofadas, pernas perfeitas que adorava e que agora precisava de um grande esforço para não tocar e acordá-la. Chloe dormia profundamente abraçada a almofada branca.

Ela respirava fundo, inspirando e expirando, seu peito subia e descia. Oliver sorriu com o som suave que ela fazia. E em um reflexo afastou a franja que cobria sua testa e ameaçava cair sobre seus olhos, era mais forte que ele protegê-la.

Então notou seu rosto pálido, mais que o normal, e os olhos ligeiramente fundos. Seu peito apertou por não ter notado antes, que ela estava trabalhando tanto para fugir dele que estava cansada a esse ponto. Devia ser o pior dos maridos.

Chloe girou no sofá algum tempo depois, despertando de algo que disse a si mesma que seria só um segundo. Não queria dormir, mas quando chegou em casa procurando Oliver e não o encontrou sentou para esperar.

Mas o cansaço de dias trabalhando sem parar e os enjoos constantes a pegaram desprevenida e antes que fizesse alguma coisa, que percebesse estava dormindo profundamente. Seus planos de correr e contar a Oliver que estava gravida e se atirar em seus braços foram estragados por algo mais forte que ela, seus hormonios.

Sentando assustada Chloe olhou em volta a procura de um relógio, pelo jeito tinha dormido por horas. E parou quando viu Oliver sentado no outro sofá, simplesmente olhando para ela em silencio.

-Hei – ela diz baixinho, ainda confusa de sono.

-Hei – ele responde tentando não demonstrar o nervoso que corria em suas veias e ameaçava sair por seus poros.

-Acho que peguei no sono, não foi? - ela sorri colocando os pés no chão e ficando de frente para ele.

-É, você dormiu – ele só podia dizer isso.

Chloe olha para ele, mais alerta e sorri suavemente. Agora, olhando para ele, percebeu o quanto sentia falta dele.

-Eu estava te procurando.

-Eu estava lá fora – ele aponta para a sacada com a cabeça. Mas escondendo o fato de que a chamou, sabia agora que o por que de não ter respondido. Ela provavelmente estava voltando para casa na hora. Não queria mas seu coração se enchia de esperança.

-Claro! - ela olha para ele, descalço, de camiseta preta e jeans. - Acho que dormi demais, você patrulhou, voltou, trocou de roupa e nem se quer me mexi – ela ri culpando silenciosamente os hormônios com quem ela vinha travando uma árdua batalha.

-Na verdade – ele se meche no sofá, coçando a nuca. - Não era minha noite e você sabe como é, melhor guardar meu arco antes que acabe me acertando com uma das minhas próprias flechas. - Oliver ri envergonhado.

Chloe vê um corte em seu braço e levanta, percorrendo rapidamente a distancia entre eles, se ajoelhando aos pés de Oliver.

-Você se machucou? - ela pergunta começando a se arrepender por ter deixado a Torre sem aviso. Ele precisou dela e ela estava apagada no sofá.

-Oh, não. Não eu não me machuquei – Oliver olha para onde ela estava tocando e vê pela primeira vez o corte raso, sem importância.

-Ollie...

-Hei – Oliver segura os ombros de Chloe, fazendo com que ela parasse e olhasse para ele. - Eu estou bem – ele a tranquiliza com um sorriso.

Chloe acalma assentindo. Ela inclina a cabeça quando as mãos dele sobem para o seu rosto, fechando os olhos.

-E você? Como você está?

Gravida ela pensou ao abrir os olhos. Oliver mais pedia do perguntava, seus olhos eram inseguros e seu peito apertou quando soube que era por sua culpa, que ele deveria ter milhares de perguntas por que ela se calou. Mas não mais e não agora.

-Eu estou... gravida Oliver – Chloe diz com os olhos brilhando com as lagrimas que começavam a minar.

Oliver sente o coração parar um segundo antes de voltar a bater violentamente no peito. Não esperava por aquilo e não sabia o que dizer, mas os olhos dela, grudados aos seus, brilhando de alegria fez seu cérebro correr e realizar. Ela está gravida.

-Gravida? - ele sussurra se ajoelhando com ela, ainda segurando seu rosto entre as mãos.

-Sim. Nós vamos ter um filho – ela diz de maneira adoravel, olhando para ele por baixo.

Oliver ri, entre lágrimas que nem percebeu correr por seu rosto.

-Repete, por que meu coração acelerado não me deixa escutar direito – ele pede.

Chloe gargalha.

-Você vai ser pai Oliver Queen – ela diz calmamente, pontuando cada palavra, correndo as mãos no peito dele. - Nós vamos ter um filho, eu e você juntos.

Oliver fechou os olhos, saboreou e aumentou o sorriso a cada palavra. As lembranças e desejos secretos que havia dividido apenas com ela, de uma família, voltando com força, aumentando a sensação de realização.

-Nós vamos ser pais – ele sussurra se inclinando, beijando Chloe, sua mulher e mãe do seu filho.

Aquela era a reação perfeita, o beijo perfeito, o momento perfeito. Nem em sua imaginação a reação de Oliver foi tão perfeita. Sentia o corpo dele tremendo de emoção colado ao seu, os lábios carinhosos e apaixonados sobre os seus e as lagrimas de felicidade misturadas as suas.

-Eu te amo, Oliver – ela enfim diz quando estão de testas juntas.

-Eu também te amo, Chloe – ele amava, cada vez mais. - Não acredito, um filho.

-Eu sei. De namorada de colegial a mãe do seu filho em apenas alguns meses, hein?Deve ser algum recorde – ela ri lembrando do momento que enfim deixou que ele a chamasse de namorada.

Oliver se afasta para olhar para ela mais uma vez, lembrando de tudo, de como ela relutava em se definir, de como tinha medo.

-Chloe...

-Eu sei o que você vai dizer Oliver. - ela sabia, Clark a tinha alertado e ela logo imaginou o que estaria passando pela cabeça de Oliver ao vê-la afastada. Mas ele não poderia estar mais errado. - Eu sou feliz, eu estou feliz. Estava passando horas enfiada na Watchtower por que estou preparando Emil para o meu lugar e não para me esconder – ela esclarece, vendo a dor e confusão nos olhos dele.

-Emil? - ele franze a testa confuso.

-É. Depois do que aconteceu... Precisava de alguém a altura para me substituir quando voltássemos para casa – ela diz baixinho, com um meio sorriso.

-Mesmo? - ele não podia não sorrir, ainda mais com a ultima palavra. - Você quer voltar pra Star City?

-Ollie. Metropoles é parte do meu passado, Star City é nosso futuro, nossa casa, onde nós vamos criar nosso filho – ela diz sem hesitar, firme olhando nos olhos dele.

Oliver olha para ela encantado, aliviado e apaixonado. Acabará de se apaixonar por sua esposa mais uma vez. Se a vida com ela seria assim morreria o homem mais ridiculamente apaixonado da Terra.

-Sei que não contei antes. Mas depois de tudo, Tess, Lex...

-Não era o momento certo – ele diz por ela, tomando seu rosto mais uma vez.

-Mas eu quase estraguei as coisas – Chloe desvia o olhar e Oliver a força olhar para ele.

-Não estragou nada. Eu te entendo. Esse momento é nosso, de nós três e mais ninguém – ele diz roçando o nariz no dela. - Eu vou cuidar de você agora.

Chloe fecha os olhos, agradecendo por ter encontrado alguém como Oliver, que a entendia tão bem. Por precisar de poucas palavras, por ser lida apenas com um olhar. Ela se deixa ser beijada mais uma vez e aperta os braços em volta dele. Seu porto seguro. Seu presente e seu futuro. O homem que a ensinou a amar, que lhe ofereceu uma vida completa, o pai de seu filho.

Holding a Heart - Girl Named Toby

Breathe in, hold it hold it

Go on, begin

To let go, cause there's no

Reason

I'm turning myself

Into somebody else

Calm down calm down calm down

I'm holding a heart here in my hand

Hey, hey, hey

My own work of art here where i stand

Hey, hey, hey

Give in, its so hard to start

Live in my skin

The bruises are useless

Against it

I'll try all i can

To find a soft place to land

Come down come down come down

I'm holding a heart here in my hand

Hey, hey, hey

My own work of art here where i stand

Hey, hey, hey

PS:Perdão pela demora. A pressa não deixou a fic nem perto do que eu imaginei, mas acho que deu pro gasto. Valeu meninas.