Drabble: Tiny Dancer

Titulo: Tiny Dancer
Autora: Roberta Clemente
Resumo: As pessoas não faziam ideia de quem Chloe Sullivan era.

Chloe era uma mulher de muitos segredos. Não por que fosse uma falsa ou intencionalmente misteriosa, mas por que fazia parte da sua natureza guardar metade de si do mundo. Poucos podiam dizer que conheciam Chloe muito bem e só uma que a conhecia melhor que qualquer outra.

Chloe era uma mulher de muitos segredos e Oliver gostava de acreditar que ele era o único a conhecer todos eles ou quase todos.  E adorava mais que tudo estar na primeira fila quando Chloe revelava o seu preferido. Um que não se atreveria a contar a qualquer pessoa, não se quisesse ter sua vida se transformada em um inferno.

Gostava de se gabar, de deixar claro para alguns que todos os homens do mundo tinham perdido a mulher mais incrível que havia conhecido, só que esse pequeno grande detalhe sobre ela, Oliver guardava a sete chaves e não revelaria nem sob tortura.

Logo na primeira noite que passaram juntos Chloe revelou um habito muito curioso. Ela simplesmente levantou do sofá vermelho da Torre de Vigilância, onde tinham terminado depois de transar sobre várias superfícies e caminhou nua até um dos computadores. Simplesmente.

Achou deliciosamente sexy, mas não disse nada. Temeu deixá-la envergonhada caso aquele não passasse de um momento de coragem, motivado pelas horas de sexo descompromissado. E também por que não quis que ela parasse para se cobrir. Se no dia seguinte ela fosse lhe dar um chute que pelo menos levasse a lembrança de Chloe, nua, despenteada e de tirar o fôlego, com ele.

Para sua sorte ela pareceu não se assustar no dia seguinte e deixou que ele voltasse, mais um segredo. E ela fez de novo. Depois do sexo ela levantou e caminhou até à maquina de café, preparou uma caneca gigante e voltou para seus braços.

A partir dali esse era um dos momentos que Oliver mais esperava, além do óbvio, é claro. O momento de Chloe Sullivan, a mulher mais controlada, sempre impecavelmente bem vestida, andar completamente livre de suas roupas, como veio ao mundo e com um sorriso de satisfação no rosto.

Oliver percebeu que eram durante aqueles pequenos momentos que ela realmente se desprendia da casca de mulher forte e relaxava. E se pegou viciado em observá-la. Podia estar exausto, mas lutava contra o próprio sono e a acompanhava, para onde ela fosse.

Seu corpo cheio de curvas era natural, mas ao mesmo tempo de enlouquecer. Seu cabelo sempre impecável ficava fora do lugar e o rosto brilhava livre de maquiagem. E ela não se importar ou se preocupar a deixava ainda mais linda. Chloe era linda e perfeita de um jeito todo dela.

Depois de algum tempo, quando começaram a mudar de cenário Oliver pensou que ela pudesse se policiar, mas para sua felicidade aquilo era dela, um costume e se sentiu sortudo em ser um espectador. E agora mais de um ano depois, morando juntos, mal podia esperar o momento de ser pego de surpresa por sua esposa passando por ele, completamente nua.

Ainda mais depois de descobrirem que em pouco tempo seriam três. Em momentos de descrença Oliver sentia dificuldade em assimilar, acreditar que aquilo realmente estava acontecendo com ele, que aquela era sua vida e esse era o seu jeito de notar, ver e ter certeza.

Quando Chloe passava por ele e podia notar as pequenas diferenças em seu estomago liso e suave, quando ela preguiçosamente deslizava pelo apartamento algumas vezes enquanto ele trabalhava viu o quanto ela estava mudando junto com o ventre arredondado. E foi quando Chloe caminhou pela primeira vez conversando tranquilamente com alguém que ela não podia ver, apenas sentir, que teve a certeza. Teriam um filho. Ele e sua linda esposa teriam um filho.

E como se tivesse escutado seus pensamentos, Chloe surgiu pelo corredor. Oliver sorriu quando ela fingiu não perceber que ele estava sentado no sofá, pensando nela. Ela caminhou graciosamente até a cozinha, coberta por nada mais que o próprio cabelo que mal cobria os ombros.

Oliver parou colocando o laptop na mesa de centro e observou, como sempre. Chloe estava no oitavo mês e seu corpo mudava um pouco a cada dia, ganhando forma e tamanho, não poderia imaginar seu vente maior do que já estava.  Ele era perfeitamente redondo, o que a impedia de fazer algumas coisas, então esperou para ver.

Chloe tamborilou os dedos pelo balcão e encarou o armário que ia até o teto. Então desistiu, continuando sua exploração até a geladeira. Ela abriu e olhou para dentro, inclinou a cabeça e colocou um dedo na boca. Oliver entendeu que ela estava pesando algumas escolhas. Ele sorri com a sua indecisão.

Chloe era tão linda. Não saberia dizer quantas vezes ele tinha feito aquilo. Observar enquanto ela caminhava nua. Mas sabia com toda a certeza do mundo de que ela ficava mais bonita a cada uma. Suas curvas, seios e quadris fartos eram bons de admirar e tocar, mas nada se comparava ao brilho que ela carregava. Ao rosto de mulher que acompanhava o corpo.

Os olhos dela crescem, como se tivesse encontrado um tesouro ou a solução para o problema mais difícil, e se inclina para pegar alguma coisa que ele espera para ver. Chloe levanta segurando cuidadosamente com as duas mãos um prato de morangos. Ele sorri para o brilho de alegria em seus olhos.

Chloe morde os lábios em expectativas enquanto caminha de volta para a sala. Ela faz o caminho de volta colocando um morango na boca. Oliver engole seco com a cena. Ela brinca rapidamente com ele, deixando os lábios roçarem até a ponta antes de finalmente morder. Ela estava a alguns passos de desaparecer no corredor quando olhou pela primeira vez para ele.

-Eles vão acabar em minuto e eu vou precisar de outra distração... herói – ela diz sugestivamente com a voz rouca e sumindo em direção ao quarto.

Oliver estremece no lugar.

-Eu...estou indo – ele diz ficando de pé.

-Eu esqueci o creme. Sem ele a brincadeira não tem graça.

Oliver para e gira nos calcanhares, marchando em passos largos para a cozinha. Tinha pressa. Gostava de observar sua esposa, mas agora queria muito mais que isso. As pessoas não faziam ideia de quem Chloe Sullivan-Queen era e ele era um homem de sorte ela era toda sua.