terça-feira, 1 de maio de 2012

The Story Of You And Me 1/22

Resumo: Um inesperado visitante do passado leva Chloe e Oliver numa jornada para um futuro não tão distante onde eles experimentam uma vida que nunca imaginaram. Mas o verdadeiro desafio pra eles é manter o foco sem perder de vista sua própria realidade.
Autoras: ihearttvsnark e  sxymami0909
Classificação: NC-17
Aviso: Segue os acontecimentos até Hex e depois seguimos do nosso jeito.
Banner:  geek-or-unique
Tradução: AngeliqueBeauPre
Original



1/22

Oliver estacionou o carro na quieta rua residencial, desligou o motor e guardou as chaves no bolso enquanto abria e porta e saía. Ele ficou parado ao lado do carro por um momento olhando para os prédios ao seu redor. Havia uma fileira de casas na rua com gramado e passagens que levavam a alpendres com balanças e bancos. O lugar todo parecia quase suburbano, não era o tipo de coisa que você esperaria encontrar a apenas alguns quarteirões do centro da cidade. Mas Metrópolis, Kansas não era exatamente uma cidade normal. Sabia bem disso.

Fechando a porta do carro, Oliver atravessou a rua correndo e subiu os três degraus de pedra que levavam a porta simples. Qualquer pessoa que passasse por ali pensaria que era apenas mais uma casa, mas de novo, ele sabia bem. Ele destrancou a porta, e entrou no prédio, fechando a porta atrás de si. Havia outra porta em sua frente, mas esta tinha um painel do lado direito.

Ele abriu o painel e digitou um código de cinco números no teclado que havia por trás. Um bequeno bipe soou e ele abriu e porta e se encontrou parado num enorme elevador. Ele apertou o único botão do painel com o polegar e esperou o escâner fazer seu trabalho. Alguns segundos depois, as portas pesadas se abriram e a caixa foi iluminada de verde. Oliver esperou mais alguns segundos e então uma voz computadorizada pediu que ele se identificasse.

"Oliver Queen." O computador confirmou e o elevador começou a se mover. Alguns momentos depois, as portas se abriram e a voz computadorizada falou novamente. "Bem vindo a Watchtower, Arqueiro Verde."

Oliver assentiu para ninguém em particular e saiu do elevador pelo pequeno corredor em direção às portas duplas. Ele as abriu e entrou em uma sala enorme, as luzes acesas sobre ele e ouviu o barulho familiar dos computadores. Tinha que dar o crédito a Victor. O equipamento era uma beleza. Ele se moveu ao redor dos gabinetes e equipamentos, seus olhos caindo sobre as várias peças de tecnologia da Queen Industries que estavam ali.

Ele olhou para o loft onde havia uma área médica e também uma segunda mesa e uma área para guardar as armas. Tudo parecia ótimo e considerando a quantidade de dinheiro que tinha empregado no lugar, Oliver estava satisfeito.

Já há algum tempo tinha a ideia de montar um centro de comando. Simplesmente fazia sentido. O time normalmente estava espalhado pelo mundo e estava tudo bem, mas eles precisavam de um lugar pra poder se reagrupar ou se reportar ou qualquer outra coisa que um time de super herois precisasse para funcionar melhor. Ele tinha debatido sobre montar a sede em Star City, mas Oliver sabia que sua vida era em Metrópolis agora, especialmente desde que estava trabalhando no escritório da Luthor Corp regularmente.

Seu estômago apertou a isso. Fazia três meses desde a explosão que tinha matado Lex e embora ele ainda sustentasse que tinha sido a decisão correta, havia noites em que não conseguia dormir. Oliver sabia que Lex nunca iria parar e que iria continuar vindo atrás dele e de Clark e Chloe e até de Tess. Ninguém ficaria a salvo enquanto Lex estivesse vivo e agora ele não estava. A justiça tinha sido feita, mesmo que não fosse a ideal. Ele afastou os pensamentos enquanto continuava a caminhar pela sala. Queria garantir que tudo estivesse no lugar antes de ligar para Chloe e pedir pra ela encontrá-lo ali.

Chloe era outra razão importante pra ele decidir contra mover a operação para Star City. A coisa toda girava ao redor de ela ser a Watchtower. Ele tinha ficado surpreso, pra dizer o mínimo, quando ela o procurou depois de sua festa de aniversário ter dado errado e pedido pra ele lhe dar um trabalho de tempo integral. Ele sabia que ela estava passando por muitas coisas com o divórcio e a decisão de não ser mais uma repórter, mas ele tinha hesitado. Não era o caso de não confiar em Chloe ou pensar que ela não era a melhor pessoa para o trabalho. Oliver simplesmente não gostava da ideia de outra pessoa desistindo de sua vida para se dedicar a um emprego ingrato. Mas Chloe tinha personalidade e quando disse ele que era ali que pertencia, ele acreditou.

Clark, por outro lado, tinha acusado Oliver de praticamente tudo que acontecia no planeta. Oliver não sabia onde exatamente a amizade tinha dado errado. Mesmo antes de Clark descobrir que ele tinha matado Lex, o outro homem não confiava nele e mantinha segredos. Oliver sabia que Clark preferia fazer as coisas do seu jeito e que não era fã do trabalho em equipe, mas ainda assim não entendia porque Clark tinha sido tão contra Chloe trabalhar pra ele. Ele achou que isso não importava uma vez que Chloe tinha deixado claro que essa decisão não era de Clark.

O celular de Oliver vibrou em seu bolso e ele o pegou, franzindo a testa quando viu uma mensagem de Tess o relembrando de uma conferência telefônica. Toda essa coisa de trabalho em harmonia estava realmente começando a irritá-lo. Tinha tentado ser civilizado e isso não tinha funcionado. Ele não confiava nela e sabia que ela também não confiava nele. Mas tê-la no comando ainda era melhor do que Lex dando as cartas. Seu peito apertou de novo e ele rapidamente respondeu a mensagem e então digitou o número de Chloe.

Ele foi mandado para a caixa-postal e assim que o bipe soou, Oliver lhe deu instruções de como chegar ao prédio e pediu que ela ligasse quando estivesse perto para que ele a encontrasse no térreo e mostrasse a ela o protocolo de segurança. As coisas ainda estavam tensas entre eles, mas enquanto estivessem trabalhando e não conversando sobre nada pessoal, se dariam bem. Oliver esperava que pudessem resolver suas questões mais cedo ou mais tarde. Ele sempre gostou de Chloe e a respeitava e a verdade é que gostaria de tê-la como amiga. A maior parte dos membros da equipe estava lhe evitando e realmente não podia culpá-los. Mas desejava que tudo isso mudasse assim que a Watchtower começasse a funcionar e eles também como um grupo.

Seu telefone vibrou novamente e Oliver suspirou quando viu que tinha três novos emails. Ele se sentou atrás de uma mesa e se logou no computador, abrindo o servidor principal da Queen Industries. Imaginou que tinha algumas horas antes de Chloe chegar ali e podia muito bem terminar logo seu trabalho.

____________

Chloe se sentou no banco traseiro do táxi e suspirou enquanto olhava pela janela. Já era quase seis horas e finalmente estava a caminho de seu encontro com Oliver no endereço que ele havia deixado na caixa de recados de seu celular. Surpreendentemente, ela estava ansiosa para encontrá-lo esperando que ele tivesse alguma missão pra ela conduzir o time. Seria uma bem vinda distração. Seus olhos se afastaram da janela e caíram em seu colo. Seu peito apertou ao envelope que estava junto do resto de suas coisas.

Ela tinha passado na Isis mais cedo naquela manhã e há duas horas atrás, tinha recebido os papeis que finalizavam seu divórcio. Vinte e dois anos e já tinha um casamento em seu currículo, seu coração apertou ao pensamento. Embora nunca tenha amado Jimmy, tê-lo odiando-a ainda doía. Chloe sabia que se Brainiac nunca tivesse se apossado dela, jamais teria aceito o pedido de casamento de Jimmy e provavelmente isso teria salvo aos dois muita dor de cabeça, mas o que estava feito estava feito. Não é como se não pudesse voltar atrás e mudar as coisas.

Sua vida nunca ia ser normal. Era hora de aceitar isso e seguir em frente. Essa era uma das razões para ter ligado para Oliver depois de seu aniversário e dito a ele que queria ser a Watchtower em tempo integral. Sem o jornalismo, ela sentia como se não tivesse um propósito e como se isso não bastasse, ultimamente se sentia completamente sozinha. Agora que Lois estava trabalhando no Planeta, mal via sua prima; Clark mal falava com ela e o fato de ela ter concordado em trabalhar com Oliver não lhe fez ganhar nenhum ponto aos olhos dele.

Chloe não tinha ninguém mais e pela primeira vez, estava tomando decisões por sua própria conta. Era hora de parar de olhar pra trás. Ela precisava focar sua energia no futuro, como ela ia fazer diferença no mundo e a Watchtower era a única coisa que tinha em mente. As últimas duas missões que tinha conduzido a equipe depois de concordar em ser a Watchtower em tempo integral a tinha preenchido com um propósito que ela não sentia há muito tempo e ela não tinha percebido o quanto sentia falta desse sentimento.

A voz do motorista do táxi a arrancou de seus pensamentos e ela disse a ele pra virar a direita no próximo semáforo e então passar pelo centro da cidade. Ela se recostou contra o assento quando ele assentiu e cruzou as pernas, voltando o olhar pela janela. Não sabia exatamente o que Oliver estava planejando, mas ele tinha mencionado alguma coisa sobre um lugar para o time ter uma base de operações ou alguma coisa assim. As palavras tinham despertado seu interesse e embora as coisas ainda estivessem tensas entre eles, ela desejava que com seu trabalho como Watchtower, eles conseguissem eventualmente resolver isso.

Chloe sabia que os dois tinham cometido erros no passado, mas agora que a equipe era tudo que ela tinha, estava ansiosa para ajudar Oliver a colocar as coisas de volta nos trilhos. Ela precisava disso. Chloe piscou e disse ao motorista para estacionar o carro. Quando ele parou, ela pegou uma nota de vinte na bolsa e disse a ele pra ficar com o troco antes de abrir a porta e sair.

Chloe caminhou pela calçada, saltos batendo no pavimento enquanto ia na direção do prédio e parou do lado de fora da porta. Ela abriu a bolsa e pegou o celular, digitando o número de Oliver e levando o telefone ao ouvido, esperando que ele atendesse.

"Ei, Chloe", Oliver respondeu e com a outra mão se desconectou de seu email de negócios. "Eu desço em um minuto", ele disse a ela, esperando por sua resposta antes de desligar. Ele ouviu um incerto 'ok' e sabia que ela devia estar se perguntando que diabos ele estava aprontando. Ele não tinha lhe dado muita informação porque queria que tudo estivesse no lugar antes que a trouxesse até a Watchtower.

Ele estava no elevador alguns segundos depois e pressionou o botão para o andar térreo. Não havia escâners ou vozes computadorizadas na descida. Seu telefone vibrou com outra mensagem de Tess; essa lhe dizendo que ela sairia da cidade por alguns dias para resolver problemas pessoais. Oliver respondeu para que ela soubesse que ele havia recebido a mensagem mas se controlou e não disse o quanto estava feliz por não ter que olhar pra ela durante alguns dias.

Ele imaginou que esse tipo de comentário não seria muito bem vindo. As portas do elevador se abriram e ele entrou na pequena sala antes de abrir a porta da frente e oferecer a Chloe um breve sorriso. "Ei, que bom que você conseguiu vir. Vamos entrar", ele disse, segurando a porta aberta pra ela.

Ela retornou o sorriso com outro pequeno e o seguiu para dentro do prédio, observando quando chegou a outra porta e ele digitou um código com cinco números. Quando as luzes ficaram verdes, ele abriu a porta e a segurou pra ela. Ela entrou e ergueu uma sobrancelha quando percebeu que estavam em um elevador. Ela se virou de frente pra ele e arrumou a bolsa em seu ombro. "Sinto com se estivéssemos em algum tipo de labirinto", ela comentou.

Oliver deu um risinho e assentiu com a cabeça na direção do painel do elevador. "Pressione seu polegar ali", ele disse. "Confie em mim", acrescentou quando ela simplesmente lhe deu um olhar desconfiado. Assim que as palavras saíram de sua boca, Oliver imaginou se tinha dito a coisa errada, mas depois de uma breve hesitação, ela deu um passo a frente e fez o que ele pediu.

Oliver observou o rosto dela enquanto o elevador fazia sua coisa, confirmando a identidade dela e lhe dando as boas vindas à Watchtower. "Já está impressionada?" ele provocou enquanto as portas do elevador se abriam novamente e ele apontava para ela segui-lo pelo pequeno corredor. Ele abriu as portas duplas e deu um passo para o lado para que ela pudesse observar tudo.

Chloe revirou os olhos ao tom da voz dele. "Por favor, como se eu me impressionasse tão facilmente?" ela perguntou enquanto o seguia pelo corredor na direção das portas duplas. "Vai precisar muito mais do que um elevador falante para--" Suas palavras pararam abruptamente quando ela entrou na enorme sala, sua boca abrindo enquanto via todos os equipamentos e computadores ao redor deles. Ela deu um passo hesitante a frente, vendo os enormes monitores do que parecia um centro de comando.

Ela jogou a bolsa numa mesa perto da porta antes de ir direto para o computador que estava ligado perto da base da escada. "Oh wow, isso... esses computadores são os melhores que existem." Ela correu as mãos sobre os teclados antes de tocar os monitores, testando algumas das capacidades do touch screen. Ela parou, percebendo que Oliver ainda estava ali e se virou apertando os lábios. "Isso pode ser um pouco impressionante, só um pouco", ela disse antes de se virar de volta para os computadores. "Victor montou isso tudo?"

"Sim", Oliver confirmou. "Eu trouxe todo o equipamento e ele passou alguns dias montando tudo. Ele deveria ficar mais uns dias pra vocês dois poderem conversar, mas alguma coisa surgiu." Ele lhe deu um sorriso. Sabia que Chloe provavelmente gostaria de passar mais tempo com a equipe mesmo que não fosse admitir isso a ele. Oliver na verdade achava que seria bom pra eles passarem mais tempo juntos, mas até agora não tivera muita sorte em convencer mais alguém de sua teoria. Dinah estava na Europa, Bart estava na Califórnia e AC tinha um bom lugar pra ficar em Miami. Se precisassem, Oliver sabia que eles estariam ali em segundos, mas ninguém estava realmente interessado em relações pessoais.

Ele achou que podia compreender isso. Pra dizer a verdade, Oliver não tinha certeza se tinha sido uma boa ideia tratar todos como amigos. Isso tinha falhado e agora ele estava lutando para colocar tudo de volta no lugar. Mas ele tinha Chloe ou pelo menos achava que tinha. Oliver observou enquanto ela continuava caminhando pela sala e mexendo nos vários equipamentos. Apesar de sua falta de visível animação, ele a conhecia muito bem pra saber que ela estava mais impressionada do que demonstrava. Talvez se os dois pudessem provar que podiam trabalhar juntos como uma equipe fossem capazes de trazer os outros de volta também.

Ela mordeu o lábio inferior quando a familiar animação começou a voltar enquanto continuava a olhar as diferentes coisas que Oliver tinha instalado na sala. Pra dizer a vedade, o equipamento era caríssimo e ela estava mais do que certa que tinha custado uma pequena fortuna. O equipamento era top de linha e ela podia ver que algumas coisas ainda nem tinham sido disponibilizadas ao público.

Era óbvio que Oliver estava tentando e apesar do passado, ela tinha concordado em trabalhar com ele, o que significava que ela queria que tudo desse certo, toda essa coisa de tentar era uma via de mão dupla. Ela respirou fundo e se virou de frente pra ele, vendo a incerteza em sua expressão. "Esse lugar é realmente ótimo, Oliver. Tenho certeza que a equipe vai gostar quando tiverem a oportunidade de ver", ela disse com um pequeno sorriso enquanto voltava até ele.

Oliver retribuiu o sorriso, feliz em ver que ela tinha relaxado um pouco. "Obrigado, Chloe. Fique a vontade pra mexer no que quiser e se você pensar em alguma coisa que Victor e eu não tenhamos pensado, é só me avisar e eu vou conseguir pra você." Ele apontou para o final do corredor. "Tem um banheiro e uma pequena cozinha no fundo e um quarto lá em cima; não que eu esteja recomendando que você comece a dormir aqui", ele disse rapidamente.

Oliver sabia que Chloe vinha passando muitas horas na Isis para ajudá-lo. Ele também sabia que ela não estava ajudando Clark tanto quanto tinha feito no passado, mas isso era mais por causa de Clark do que dela. Mas nada disso importava. Ele não queria que ela pensasse que ele estava tentando fazê-la trabalhar até a morte. Só porque ele tinha desistido de qualquer vida pessoal, isso não significava que ela tinha que fazer o mesmo.

Ela ergueu uma sobrancelha, mas havia um tom de diversão em seus olhos à voz perturbada dele. Chloe tinha quase certeza que nunca o tinha feito ficar envergonhado antes. Oliver era sempre tão seguro de si. "Eu agradeço, mas não me importo de fazer a viagem. Acabei me acostumando com o passar dos anos", ela explicou. Chloe apontou para as escadas.

"Quer me mostrar lá em cima?" ela perguntou. "Eu vou entender se você tiver que trabalhar ou alguma outra coisa. Tenho certeza que posso me virar numa boa", ela disse, não querendo que ele pensasse que ela esperava que ele ficasse só porque ela estava ali. "Eu sinto muito ter demorado tanto pra chegar. Com o fechamento da Isis, a transferência de arquivos e tudo mais, e então..." Ela parou. "Bem, o dia foi longo."

"Não precisa se desculpar", Oliver disse. Ele colocou a mão nas costas dela, sem nem pensar no que estava fazendo até sentir o corpo dela ficar tenso. "Desculpe", ele disse e logo afastou as mãos, colocando-as nos bolsos e assentiu com a cabeça na direção das escadas, esperando que o momento embaraçoso passasse. "Eu não me importo em te mostrar o lugar; foi pra isso que te chamei." Ele lhe deu um breve e esperançoso sorriso antes de ir em direção a escada com ela atrás dele. Ele apontou para o quarto e o banheiro no fundo e então lhe mostrou a área de armas onde tinha guardado seu equipamento e também alguns dos outros membros da equipe que tinham sido deixados em Metrópolis.

"Eu coloquei uma outra mesa aqui caso você queira ficar um pouco longe dos monitores e das outras coisas que estão lá embaixo", ele disse enquanto se recostava contra a grade e ela olhava ao redor dos gabinetes e equipamentos de laboratório. "Eu também achei seria melhor se fizéssemos alguns procedimentos em casa, assim Emil não tem que mentir ainda mais."

Depois do incidente com John Jones e alguns dos próprios ferimentos de Oliver, ele sabia que o médico tinha um trabalho enorme para acobertar tudo e Oliver não queria deixar seu trabalho mais difícil do que já era. Ele observou Chloe por um momento enquanto o que ela havia dito voltava à sua memória. "Aconteceu alguma coisa hoje?" ele perguntou, preocupado.

Ela estava prestes a abrir uma gaveta da mesa quando a pergunta a tirou de seus pensamentos. Ela abriu a boca para dizer a ele que estava tudo bem, mas as palavras morreram em seus lábios. Tinha ficado triste antes e tecnicamente ainda estava, mas tinha colocado tudo no fundo da mente. Chloe tenou ligar para Lois da Isis, mas não houve resposta e não tinha se incomodado em deixar uma mensagem.

Mas Oliver estava parado bem ali, perguntando se estava tudo bem. Ela parou e engoliu em seco antes de desviar o olhar e falar hesitantemente. "Os papeis da finalização do meu divórcio foram entregues hoje", ela disse com um dar de ombros e olhou de volta pra ele. "Acho que fiquei um pouco mais irritada com tudo do que achei que ficaria", ela disse casualmente, tentando mostrar que não era grande coisa.

"Chloe, eu sinto muito", Oliver disse. Ele se sentiu completamente deslocado enquanto tentava pensar em alguma coisa pra dizer e fazê-la se sentir melhor. Mas era certo tentar fazer alguém se sentir melhor sobre um divórcio? Oliver não sabia muita coisa sobre o relacionamento dela com Jimmy além do que tinha ouvido de Clark e Lois.

Ele sabia que Lois nunca tinha acreditado em amor verdadeiro e que tinha feito um papelão na festa de noivado, mas Oliver tinha ido ao casamento e eles pareciam felizes. Claro, Chloe estava possuída na época e então foi abduzida por algum tipo de mostro estranho que quase matou Jimmy. Sim, a vida deles era uma bagunça, ele pensou.

"Normalmente eu sou bom em dizer a coisa certa, mas não sei o que dizer agora", Oliver disse. Ele imaginou que ser honesto era a melhor saída. Ele se afastou da grade e foi em direção a mesa, observando-a. "Mas se você quiser falar, eu posso ouvir. Ou se você preferir não falar, eu posso dizer coisas sem importância pra tirar sua mente desse assunto. Você que sabe, Chloe, mas se você precisar de mim, estou aqui." Ele hesitou antes de pegar a mão dela. Ele a apertou enquanto encontrava seus olhos por um momento antes de soltá-la e lhe oferecer um sorriso.

Ela sentiu o peito apertar com as palavras dele e fez o possível pra se conter. Chloe não estava triste pelo fim de seu casamento com Jimmy; só estava triste com a situação e com o fato de que o tinha ferido. Ela olhou para Oliver e encontrou seus olhos. Não conseguia se lembrar da última vez que alguém tinha se oferecido para ouvi-la e realmente não sabia o que fazer com a oferta dele. Ela abriu e fechou a boca antes de apertar os lábios, tentando escolher as palavras cuidadosamente. "Eu não amava o Jimmy, mas eu sei que ele me amava e me sinto culpada pelo jeito que as coisas terminaram", ela disse com um dar de ombros. "Isso é tudo que eu tenho pra dizer", ela emendou rapidamente.

Chloe se afastou da mesa e foi na direção do equipamento médico antes de parar e olhar por sobre o ombro. "Obrigada por se oferecer para ouvir. Faz muito tempo que alguém me ofereceu isso", ela disse antes de se voltar para os gabinetes. "Então, o mini-hospital que você montou aqui parece bem intenso. Você não planeja vir pra cá sangrando e arrebentado ou algo assim, certo? Porque eu só conheço o básico dos primeiros socorros", ela disse com leveza, tentando quebrar a tensão ao redor deles.

Oliver aproveitou a deixa. Na verdade ele estava surpreso que Chloe tivesse lhe dito tanto. Ele se afastou da mesa e se juntou a ela nos equipamentos médicos. "Você está me dizendo que não tem diploma de enfermeira? Estou um pouco desapontado, Sidekick", ele disse calmamente, imitando o tom de voz dela. Eu vou tentar não vir pra cá ensanguentado e arrebentado, mas sabemos que esse tipo de coisa acaba acontecendo. É um dos riscos que vem com o fato de ser humano", ele a relembrou.

Ele sabia que ela entendia já que ela era o único membro da equipe que não tinha nenhum poder sobre-humano. Claro, ela tinha tido por algum tempo quando esteve possuída e ele tinha tido algum quando esteve se injetando drogas. Oliver imaginou que era uma coisa que nenhum deles gostava de lembrar.

"Então, como vai ser sua noite?" Oliver perguntou. Ele colocou as mãos nos bolsos de novo enquanto voltava para as escadas. Sabia que Chloe tinha fechado a Isis e ele não tinha lhe dado nenhum projeto em que trabalhar, mas ela podia ter outros planos. Ele não queria fazer nenhuma suposição.

Chloe o seguiu pelas escadas. "Provavelmente eu vou ficar aqui se estiver tudo bem, me familiarizar com os equipamentos e programas." Ela não estava ansiosa pra ir para o vazio apartamento do Talon. Desde que Lois e Clark tinham começado a namorar, sua prima passava a maior parte do tempo na fazenda, não que Chloe a culpasse por isso. Ela sabia que Lois estava ocupada no Planeta e o pouco tempo que tinha, normalmente era dividido entre ela e Clark.

Chloe se arrancou do pensamento enquanto descia o último degrau. "Além disso, nada demais. E você?" ela perguntou enquanto inclinava a cabeça e o estudava cuidadosamente. "Algum grande plano para a noite de sexta-feira?" disse com um meio sorriso.

"Na verdade, eu pensei em te fazer companhia aqui. Eu estava trabalhando para a Queen Industries e queria terminar. Mas se você estiver interessada, podemos pedir comida ou alguma coisa assim." Oliver lhe deu um sorriso suave. "Eu preciso sair para patrulhar mais tarde mas ainda tenho algumas horas antes dos criminosos tentarem tomar conta das ruas. Você se importa?" ele perguntou.

Oliver não sabia se Chloe tinha pensado em ficar sozinha e desejava que não estivesse invadindo a frágil barreira que havia entre eles. Mas não gostava da ideia de ir para seu apartamento por algumas horas e nem de ter que comer sozinho. Mas também não queria impor isso a ela.

Um tom de surpresa cruzou seu rosto, mas ela tentou esconder e sorriu. "Claro, quer dizer, não é como se você precisasse da minha permissão", ela disse. "O lugar é seu. Eu não vou atrapalhar. Provavelmente vou só olhar os computadores. Quero ver que programas Victor instalou, talvez hackear algumas redes", ela brincou enquanto passava por ele em direção ao computador mais próximo.

Chloe não tinha certeza se ele queria que ela ficasse ou se estava apenas sendo educado, mas ela realmente não queria passar outra noite sozinha. Ela só tinha que se controlar e não incomdá-lo, mas ao mesmo tempo, tinha gostado do fato de haver outra pessoa em sua presença. Ela deitou as mãos sobre o teclado e se logou no sistema de segurança. Usou sua senha para ter acesso ao sistema e começou a ver alguns arquivos enquanto falava por sobre o ombro. "Então, como você está?" ela perguntou hesitante, incerta se tinha o direito de bisbilhotar a vida dele.

Oliver ia responder que estava bem, mas se impediu. Ele estava tão acostumado às reuniões de negócios e eventos de caridade onde as pessoas faziam perguntas educadas para receber uma resposta educada. Chloe estava realmente perguntando como ele estava e era isso era estranho, mas de um jeito bom.

Ele mentalmente decidiu que era hora de melhorar sua interação social, porque sua vida estva ficando realmente ruim se ele tinha um debate interno só porque alguém lhe fez uma pergunta simples. "Estou indo", ele disse, decidindo que era o melhor jeito de descrever. Ele se sentou enquanto a observava vasculhar os arquivos do sistema.

"As patrulhas se tornaram uma rotina nas últimas semanas, o que é bom", Oliver disse. Oliver se logou novamente no servidor do seu trabalho e abriu o email. "O trabalho tem sido um desafio já que eu tenho que lidar com Tess regularmente e a comunicação realmente não é nosso ponto forte." Ele deu de ombros. "Fora isso, tenho me mantido ocupado montando esse lugar. Você tem alguma preferência para o jantar?" ele perguntou.

Ela parou as mãos sobre as teclas. "Hum, o que você quiser pedir está bom. Eu sou bem eclética com meus gostos. Eu gosto de comida chinesa, italiana e tailandesa... o que você quiser está bom pra mim", ela disse enquanto voltava a movimentar os dedos. Ela procurou alguma coisa pra dizer, querendo manter a conversa, mas não sabia como começar. Chloe ficou ali em silêncio, vendo mais alguns programas antes do silêncio se tornar insuportável pra ela.

"Esses computadores são muito rápidos. É errado eu dizer que não vejo a hora de usar um desses programas?" perguntou, sentindo-se um pouco envergonhada. Claro que era errado querer que alguém estivesse em apuros para que ela pudesse usar um computador. Ela clareou a garganta. "Os programas parecem similares ao que eu estava usando na Isis... acho que não tem muito pra eu re-aprender", ela disse casualmente enquanto mais uma vez escaneava a tela.

"Tem um bom restaurante tailandês a alguns quarteirões daqui. Eles não usam óleo de amendoim", Oliver comentou. Ele desviou o olhar do computador, diversão em seus olhos enquanto olhava pra ela. "Fico feliz que você esteja gostando dos computadores e eu prometo não dizer às vítimas inocentes que vamos salvar no futuro que você ficou feliz que elas estivessem em perigo só pra você poder se divertir com seu novo brinquedo", ele brincou.

Um pouco do stress que ele vinha carregando nos ombros se dissipou e ele se permitiu relaxar. A noite tinha sido um bom começo. Eles só precisavam de mais alguns meses disso e talvez pudesse voltar ao ponto onde pudessem ser amigos sem uma sólida parede de tensão entre eles.

"Eles não são só meus computadores, você os colocou aqui pra todo mundo e não é como se eu quisesse que as pessoas se ferissem... é só que elas vão se ferir eventualmente então por que não fazer isso agora..." Ela deixou a voz sumir quando uma pequena gargalhada escapou de sua garganta. "Acho que isso não soa melhor", ela disse, com diversão. Chloe não pôde deixar de perceber que era a primeira vez que dava risada há algum tempo e se sentiu bem. Ela se afastou do computador e deu alguns passos na direção dele antes de parar. Ela apontou para a cadeira perto da cadeira dele. "Tudo bem se eu me sentar aqui?"

"Chloe, você não precisa pedir permissão pra se sentar. Eu quero você aqui", Oliver disse a ela sinceramente. "Estamos nisso juntos e eu quero que você se sinta confortável aqui." Ele manteve o olhar por um momento, queria que ela visse que ele estava falando sério. Ele sabia que fazê-la confiar completamente nele não ia acontecer da noite para o dia, mas estava disposto a tentar enquanto ela estivesse. "Vamos, eu vou abrir o menu do restaurante tailandês e podemos decidir o que pedir." Ele gesticulou para ela trazer a cadeira mais perto enquanto ele procurava o site do restaurante e clicava na opção do menú. "O que você está com vontade?" ele perguntou.

Chloe aproximou a cadeira da dele e se inclinou sobre o computador. Ela olhou para o menú e inclinou a cabeça para o lado. "Que tal um pouco de sopa Veggie Wonton e Pad Thai sem amendoim?" ela perguntou antes de apertar os lábios concentrada e apontando para a tela. "Ou talvez um prato com frango. Desculpe, eu não sou muito boa em processos de decisão", ela disse, dando-lhe um sorriso tímido. "Que tal você, o que você está com vontade?"

"Podemos pedir algumas coisas diferentes e misturamos", Oliver disse. "Eu não tenho muita frescura a não ser pelos pratos que vão me matar." Ele olhou de lado pra ela e sorriu antes de se voltar para o menu na tela. "Podemos..." Ele ia dizer que eles podiam deixar o que sobrasse no refrigerador, mas as palavras morreram em seus lábios quando houve um flashe de luz brilhante e de repente não estavam sozinhos na sala. Oliver arregalou os olhos quando olhou incrédulo para o homem moreno que estava parado ao lado do computador que Chloe estava usando momentos antes.

O homem, vestido num jeans escuro e uma jaqueta de couro, olhou de um para o outro. Ele não disse nada por um momento enquanto seus olhos os avaliavam e então ele acenou com a cabeça na direção deles. "Que bom que vocês dois estão aqui. Deixa meu trabalho mais fácil", ele disse.

"Quem diabos é você?" Oliver exigiu. Ele manteve os olhos no estranho enquanto mentalmente relembrava os objetos que estavam em sua mesa, tentando pensar em alguma coisa que pudesse usar como arma. Seu arco reserva seria ótimo mas estava nos gabinetes do loft e não era como se pudesse correr já que o cara literalmente apareceu do nada num flashe de luz.

Oliver automaticamente se aproximou de Chloe, tentando protegê-la enquanto esperava o homem dizer alguma coisa. Mas ele ficou parado ali olhando pra eles com expectativa como se eles devessem saber quem ele era e porque estava ali. Oliver percebeu que Chloe não tinha dito uma palavra e isso não era do seu feitio. Ele olhou na direção dela e pôde ver toda a cor sumir de seu rosto. "Chloe?" ele perguntou incerto, imaginando se ela fazia alguma ideia de quem era o visitante.

O corpo inteiro dela ficou tenso quando o viu, sua mão encontrando o braço de Oliver, unhas se cravando em sua pele. Os olhos de Chloe nunca deixaram o homem na frente deles enquanto o pânico começava a tomar conta. Isso não podia estar acontecendo, de novo não. Ele estava morto... não estava? Podia sentir os olhos de Oliver sobre ela e sabia que ele estava esperando algum tipo de explicação. Demorou um segundo para ela encontrar as palavras e quando finalmente o fez, sua voz estava trêmula. Chloe sussurrou, seu corpo congelado ao lado de Oliver enquanto tentava encontrar algum senso no que estava vendo. "É... É o Brainiac..."


CONTINUA...

4 comentários:

  1. Óquei, como eu já tinha comentado antes... AMEI saber que essa história seria traduzida, porque é linda! Tenho certeza que vai ser um sucesso, Roberta, e pra mim será maravilhoso poder reler, só que em português.
    Aguardando os demais capítulos!

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  2. Oiii =D

    Verdade.
    Ela começou a ser traduzida pela Angelique =D
    E a partir de agora vcs vão poder conferir aqui.


    Eu adorei essa fic,como há muito tempo não adorava.
    E espero que sim Ciça. Espero que seja.
    Ela vai demorar um tantinho pra chegar ao capitulo inédito, mas só um tantinho. É que preciso ir colocando as traduções cedidas pela Angeli antes.

    Valeu!!!

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  3. Ooookk!!

    Como já havia dito antes, vai ser maravilhoso acompanhar as dificuldades que, com certeza, Chloe e Oliver vão passar... eu creio que vou adorar isso... má? Nãaaoo!! hahaha

    Também, aguardando...

    GIL

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    1. Não é maldade. rs
      É que gostamos se for por um bem maior hahahahaha
      Vê-los juntos \o/

      Valeu GIL.

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