I'm In Here (Lex-Chloe/Oliver)

Titulo: I'm In Here

Autora:Roberta Clemente
Classificação: NC-17

Nota: Alguns pensamentos na narração são eventos ocorridos na quinta temporada e podem ter erros...perdão. Mas a história se passa pós Finale.

Resumo: Chloe e Oliver tem suas vidas acompanhadas de perto...muito perto
Prologo 1/? 2/? 3/? 4/? 5/? 6/? 7/? 8/?

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Lex dispensou os seguranças e caminhou cansadamente para o quarto. Queria ficar sozinho, talvez tocar um pouco. Fazia alguns dias desde a ultima vez que se sentou ao piano. E depois daquele dia, tinha a desculpa perfeita nas mãos.

 Entrou no quarto desabotoando as luvas de couro e parou quando seus olhos a encontraram. Deitada em sua cama, coberta apenas com um fino lençol. De bruços, abraçada ao seu travesseiro e sorrindo feliz em vê-lo. Como se o esperasse. Lex perde a capacidade e vontade de dizer qualquer coisa. Era a visão mais linda do mundo, palavras não se faziam necessárias naquele momento.

-Por que você demorou tanto? - Chloe pergunta olhando para ele por baixo. Balançando um pé no ar.

Lex se recupera o suficiente para dar um passo na direção dela. O sol que entrava pela janela batia em seus cabelos longos, fazendo a pele dela brilhar de um jeito quase celestial. Ele se senta aos pés da cama para poder admirá-la.

-Você é tão linda – a voz antes presa na garganta sai em suspiro de pura fascinação.

-Lex – ela diz o nome dele quase como um sussurro, um pedido.

Lex olha fundo nos olhos dela. Seu nome na boca dela era o som mais doce que já ouvira. Ele não diz nada, só deixa seus olhos percorrem corpo cheio de curvas, entre seus lençóis pretos. Ele toca seu pé descoberto e começa a percorrer suavemente sua perna debaixo do tecido frio. Desejando poder tocá-la sem a luva entre eles.

Se entregando a tentação ele se inclina, deixando um beijo demorado na parte baixa das costas dela. Ela estremece e ele sorri, fazendo um caminho até seu ombro, onde deixa outro longo beijo. Chloe geme e é ele quem estremece dessa vez.

Chloe olha para ele sobre o ombro e Lex quase se perde no calor de seu olhar. Das duas esmeraldas que brilhavam como a luz que um dia atravessou seu corpo. Luz vinda dela e que às vezes ainda podia sentir, exatamente como estava sentindo a pele entre seus dedos.

-Me beije – ela pede se virando o suficiente para tocar o rosto dele e olhá-lo com todo o desejo que sua voz carregava.

Lex sente o corpo reagir a tudo, ao tom de voz dela, ao pedido e a seu toque suave. Ele se aproxima apertando levemente uma mão em seu quadril nu, deixando a outra traçar o rosto dela.

-Obrigada – ela diz sob seus dedos. - Eu não conseguiria sem você – e repete mais uma vez aquelas palavras.

-Você não conseguiria o que? O que eu fiz, Chloe?Eu preciso saber – ele pede. Não podia perder a chance de descobrir a resposta para a pergunta que ele se fazia há pelo menos cinco anos.

Ela franze a testa e pisca quebrando o contato.

-Eu... não sei – e responde confusa. Seus olhos já não brilham mais. Não havia mais desejo e paixão neles. Só confusão e desconforto.

Sentindo que aquilo acabaria a qualquer instante Lex se força a dizer alguma coisa.

-Chloe. Você sabe certo?...Quem eu sou – precisava ouvir da boca dela. De todos, era dela de quem  precisava ter certeza.

Mas ela só ficou lá, parada, olhando para ele. Em conflito, abrindo e fechando a boca, sem conseguir responder. Cada vez mais perdida e frágil. E quando ela se encolheu Lex logo reagiu. Tomando-a nos braços. Não queria perturbá-la, nunca.

O cheiro dela invadiu seus sentidos e Lex se viu reagindo mais uma vez. Ele baixa a cabeça até seu pescoço e inala seu perfume. Aquele que sentiu quando ela entrou em seu carro. Que o inebriou. Precisava dela.

Mas assim que fechou os braços em volta dela se viu sozinho, fechando os punhos no lençol preto e frio. Ele escuta a voz dela e gira na cama procurando freneticamente por ela, mas a cama estava vazia. 

-Chloe? – ele chama se sentando. Seus olhos seguem o som da voz dela que vinha da TV ligada.

-Eu nunca deixaria que um incidente como esse mudasse o amor que tenho pela cidade que me recebeu de braços abertos. Nós sabemos que se trata de um tipo de ataque movido por princípios distorcidos... Quem quer que esteja fazendo isso acha que meu sobrenome carrega algum tipo de estigma. E buscaram no meu passado qualquer coisa que pudesse ser usado nessa tentativa de mostrar um ponto. Não foi algo pessoal contra mim e minha família e sim o que ela falsamente e injustamente representa a essas pessoas...

Lex levanta e mesmo trêmulo se aproxima da tela. Ignorando a presença de Oliver ao seu lado ele se concentra só nela. Chloe falava com tanta convicção em cada palavra que não pôde evitar se sentir orgulho. Ela era forte e doce ao mesmo tempo. A mulher perfeita. Ainda conseguia sentir seu perfume.

-Admito sim, que minha mãe ficou doente quando eu não era muito mais velha que Connor e isso me impediu de crescer com ela. Mas me sinto no direito de preservá-la não revelando qual é essa doença. Só posso garantir a vocês de que não é hereditário e que nem eu nem meu filho...ou qualquer outro filho que eu e Oliver venhamos a ter, corremos qualquer tipo de risco.

-A senhora tem certeza disso? Existem algumas pessoas em Smallville que confirmariam que há alguns anos atrás, Chloe Anne Sullivan deu entrada no hospital geral da cidade em uma noite chuvosa... com os pulsos cortados.

Lex não pode ver de onde veio à pergunta, mas o tom de satisfação em desmenti-la era claro.  Seus olhos ficaram presos ao rosto dela e ao pequeno instante em que olhos verdes dela reagiram com espanto.

Mas Chloe era inteligente demais para se deixar ser surpreendida na frente de todos assim. Nem dois segundos depois ela já tinha um sorriso descontraído no rosto, todo criado e inventado para o dono da pergunta.

-Tive alguns momentos intensos como qualquer adolescente, mas nunca um desse tipo. Eu me lembraria com certeza ou no mínimo teria as marcas para me lembrar... Mas não tenho.

Chloe ergue os dois braços no alto. Alto suficiente para todos abaixo dela e quem estivesse vendo pela TV enxergar uma pele lisa e livre de qualquer cicatriz.

-Smallville é cheia de lendas e história, mas garanto que não faço parte de nenhuma. De uma colega de profissão para o outro. Cheque melhor suas fontes.

Ela estava mentindo. Lex podia ver. Conhecia seu sorriso e qualquer variável dele. Passou anos olhando para ele e sabia quando era sincero, tímido, divertido ou forçado. E esse, condescendente e que nem de perto atingia seus olhos verdes, era falso.

Só que ele pareceu suficiente para convencer os jornalistas presentes na coletiva feita na sala de impressa das Indústrias Queen. Um burburinho de pequenas risadas ecoou pelo lugar. Chloe os estava colocando no bolso facilmente.

E agora quem tinha um sorriso no rosto era ele. Ele se aproxima da imagem, sabia que o tom mudaria em breve, mas a porta do quarto foi aberta e um de seus empregados entrou para interromper. Lex pausa o vídeo e olha na direção dele, sem se incomodar em lhe olhar nos olhos.

-Eles estão prontos, senhor Luthor – ele avisa com a voz submissa.

Lex não responde. Só acena e ele se retira. Sozinho de novo voltou a se concentrar no que tinha que fazer. E enquanto vestia o terno deu mais uma olhada para ela. Linda e forte, enfrentando o que agora ele enfrentaria.

Inspirado apertou o nó da gravata e saiu. Enquanto o elevador fazia o caminho para o saguão as imagens tão reais de seu sonho voltaram com força. Lex respira fundo tentando acalmar os nervos, as lembranças sempre vinham acompanhadas da frustração de não ser real. 

Podia sentir a pele dela em seus lábios, podia escutar a necessidade na forma como ela dizia seu nome ou como seu rosto se transformava quando a tocava, como reagia. Em sua mente dezenas de sonhos como o ultimo se acumulavam. Mas no fim não passavam disso. Sonhos e desejos escondidos.

Desejava apenas duas coisas na vida e uma era para conseguir a outra. Chegar a Casa Branca e Chloe. Estava empenhado em sua candidatura. Faria e estava fazendo tudo para chegar à eleição e ao lugar mais poderoso do mundo, mas trocaria tudo por ela. Por uma chance.

A um andar do térreo se forçou a limpar a mente. Não queria que vissem em seu rosto nenhum sinal de fraqueza. Chloe o abalava, mas ninguém precisava ou poderia saber disso. Ele era Lex Luthor. Seu nome falava por si só. Deslizes não eram permitidos. Só teriam dele o que ele quisesse e nada mais que isso.

Recebeu a todos com um meio sorriso quando as portas abriram e caminhou calmamente até o lugar onde os jornalistas que chamou esperavam por algumas palavras. Todos ansiosos e eufóricos, querendo saber o que Lex tinha a dizer sobre os últimos acontecimentos.

Com sua habitual calma e segurança os cumprimentou e educadamente começou a responder suas perguntas. E logo o nome Luminiferous surgiu.

Luminiferous era como um grupo radical se autonomeava. Grupo que invadiu a transmissão do canal mais importante de Star City na noite anterior e que agora estava usando a internet para promover ataques verbais contra grandes nomes corporativos do mundo todo, incluindo as Indústrias Queen, Luthor Corp e Wayne Enterprises.

Suas atividades e seus presidentes foram acusados por rostos cobertos de ser o grande mal do mundo e inimigos da liberdade. Oliver e a fusão de sua empresa com a da família Luthor foi fortemente atacada e sua associação às atividades suspeitas e ilícitas no passado, facilmente feita. Oliver foi um dos alvos.

-E sua relação com a senhora Queen?Ela é bem mais antiga que a fusão da Luthor Corp com as Indústrias Queen. Existe alguma relação?

-Nenhuma. Em um negócio muito bem feito Oliver juntou as duas empresas quando a Luthor Corp ficou sem um representante. A única relação que posso ver nisso é o fato de nós dois termos estudado juntos. Só – Lex responde simplesmente.

-Mas e Chloe? Vocês tem uma história – outro jornalista insiste.

-Chloe foi testemunha principal no julgamento contra meu pai e ela quase perdeu a vida por isso. Eu fiz o que qualquer um faria e a protegi até que a justiça pudesse ser feita. A partir dali seguimos caminhos diferentes – Lex diz o que lhe disseram. O que seus anos de pesquisas lhe mostraram. Que depois disso ele e Chloe estiveram em lados opostos.

-Mas ela foi dama de honra em um dos seus casamentos – uma jornalista afirma olhando Lex nos olhos.

-Sim. É verdade. Ela e Lana eram melhores amigas, mas isso não nos fez mais próximos do que realmente éramos... O que quero deixar claro é. Não aceitável que alguém que teve a coragem de fazer o que Chloe fez com não mais que 18 anos. Que sempre buscou nada além da verdade tenha sua honestidade colocada a prova desse jeito – Lex eleva um pouco a voz e suas palavras assumem um tom de discurso agora.

Chloe foi usada em uma tentativa de provar que pessoas com muito poder e quem os cercam não passam de descontrolados e problemáticos. No começo do discurso Luminiferous até pareceu ser um grupo de hacktivistas, só que no fim, quando assumiram autoria da tentativa de sequestro de Lex e deixaram bem claro de que aquele seria apenas o primeiro, um clima de tensão e apreensão tomou conta da cidade e de alguns pontos do país.

-O senhor sabia que ela fazia e provavelmente ainda faz parte dos incontáveis casos de pessoas infectadas por meteoro no Kansas?

Lex suspira. Lembrando que foi nessa hora durante a coletiva de Chloe que tudo mudou. Que um novo ataque a ela foi feito em retaliação a sua coletiva e seu nome junto com outros tantos de infectados foi revelado. Mas Lex não se deixa abalar do mesmo jeito, quando viu com o peito apertado Chloe ficar muda diante do mundo.

- Não. E se é verdade ou não, pouco me importa. Minha vida foi colocada em risco, à privacidade de pessoas invadida e exposta... Eu repito, é inaceitável. Mas se esse incidente só serviu para uma coisa. Foi para reafirmar meu desejo de governar. A liberdade que nós americanos tanto lutamos para conseguir não pode ser tomada assim, a força. A Luthor Corp vem trabalhando para fazer não só destes pais, mas do mundo um lugar ligeiramente melhor e eu como cidadão não posso fazer menos.

Estavam determinados em impedir que Lex chegasse a Casa Branca e derrubar alguns nomes. Usariam de força e culpavam suas vitimas por isso. Estavam prontos para atacar. A qualquer momento, qualquer um, em qualquer lugar. O que forçou Oliver e Chloe a irem a publico antes de Lex.

-O que você pretende fazer a respeito, voltar a Metropoles?

Lex procurou o dono da pergunta, pronto para dizer que não deixaria Star City tão cedo, seus olhos percorreram o grande grupo de profissionais no lugar. Mas antes que o alcançassem eles encontraram uma figura que se destacou facilmente dos demais. Um homem negro de jaqueta de couro roxa caminhava tranquilamente ao fundo. Lex o acompanhou até que se encararam. 

Lex não conseguiu desviar o olhar, nem pensar no que deveria responder, nem ao menos qual tinha sido a pergunta. Então o contato visual foi quebrado e Lex piscou algumas vezes, se sentindo momentaneamente confuso. Ele olha de novo para o mar de rostos a sua frente, a procura do homem, mas ele não está mais lá.

CONTINUA...

Sei que a autora demorou muito para atualizar, mas faça o dia dela, deixe um comentário, mesmo que para reclamar.