I'm In Here (Lex-Chloe/Oliver)

Titulo: I'm In Here
Autora: Roberta Clemente

Classificação: NC-17

Nota: Alguns pensamentos na narração são eventos ocorridos na quinta temporada e podem ter erros...perdão. Mas a história se passa pós Finale.

Resumo: Chloe e Oliver tem suas vidas acompanhadas de perto...muito perto
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18

PHOENIX  – Oliver não diminuiu, muito menos parou. Ele pisou no acelerador até seu limite e atravessou o portão. Aqueles estavam sendo os cinco minutos mais longos da sua vida. Desde que começaram a ser perseguidos na estrada até que finalmente avistou a instalação que Lex jurou estar lá. Estava começando a temer se tivessem que percorrer mais algum quilômetro naquela clara desvantagem, mas seus olhos encontraram as grades do portão e não pode se conter. Gargalhou quando o carro explodiu as barras.

O lugar era um pouco maior do que Lex havia descrito, com dois pavilhões separados e uma grande entrada entre eles. Oliver diminuiu e o carro derrapou parando ao lado dela. Ele saltou junto com Lex e imediatamente tiros começaram a estourar na lateral do Land Rover preto. Os dois se abaixaram e se protegeram atrás do carro.

Oliver e Lex trocaram um olhar e com um leve aceno trocaram a única arma deles de mão. Oliver ficou de pé e apoiou o braço no capô enquanto Lex corria para a porta. Ele mirou a caminhonete que estava subindo a pequena estrada atrás deles e atirou. A bala entrou pelo pára-brisa e o carro imediatamente começou a rodar.

-Vamos – Lex chamou, assim que o código que colocou na porta funcionou e ela destrancou. Ele olhou para Oliver a parede ao lado de sua cabeça estourou com um tiro, ele se abaixou e entrou. –Vamos Oliver.

Oliver rosnou sem se mover para a entrada, ele continuou mirando sua pistola automática para aonde vinha agora uma segunda caminhonete, com um homem de preto na carroceria, atirando contra eles. Oliver acalmou a respiração, se concentrou e entre uma batida e outra do seu pulso apertou o gatilho. O atirador caiu e sumiu de sua linha de visão, mas a caminhonete estava perigosamente perto agora.

Oliver olhou para a porta a alguns metros e se jogou na sua direção e antes que conseguisse chegar ao chão escutou os projéteis voando ao seu redor, ele sentiu o braço arder e tudo ficar escuro. Sua visão precisou de um segundo para se ajustar a pouca luz do lado de dentro e ele olhou em volta.

-Você está bem? – Lex perguntou com preocupação, vendo o sangue começar a minar do braço de Oliver.

Oliver sentou e olhou para o braço.  Havia um corte raso feito por uma bala que passou de raspão, mas não era nem de perto seu pior machucado.

-Sim, eu vou sobreviver – ele murmurou.

-Ótimo. Então vamos – Lex disse secamente. Ele tirou o celular do bolso e começou a correr pelo corredor que estavam.

-Mostre o caminho – Oliver revirou os olhos e ficou de pé.

Ele seguiu Lex e aproveitou para examinar o local. O corredor que estavam parecia sem fim, às luzes só acendiam conforme eles avançavam e isso só fazia a ansiedade em seu estomago aumentar. Não fazia ideia de onde estava ou para onde estava indo. Mas seus pensamentos foram interrompidos quando um grande estrondo atrás deles invadiu o lugar e Oliver parou. Ele olhou sobre o ombro e seus olhos cresceram com o que estava vendo. A grande porta de aço por onde tinham passado sendo arrancada por nada menos que um homem. Que entrou limpando as mãos da poeira. Não dava para ver seu rosto coberto pela mascara, mas sua postura calma era no mínimo intimidadora.

-Mas que merda é essa? – Oliver perguntou a si mesmo. Ele deu um passo atrás e trombou em Lex, que estava com uma expressão que se fosse apostar era a mesma que a sua. –É melhor correr.

Lex assentiu e eles voltaram a correr. Os dois não se atreveram mais a olhar para trás, só para as inúmeras portas fechadas que passavam por eles.

-É a ultima – Lex gritou apontando para o fim do corredor.

-Claro que é a ultima – Oliver disse, sem humor. As coisas bem que poderiam ficar mais fáceis, só para variar um pouco.

Lex chegou primeiro a porta, ele tirou a luva de couro com pressa e colocou a mão sobre o leitor do painel. Oliver foi obrigado a parar e olhar para trás. Eles agora eram dois, caminhando na direção deles, vestidos de preto dos pés a cabeça, de mascaras, exatamente como antes. O que estava atrás tomou a frente e ergueu as mãos. Uma luz azul se formou em cada uma e cresceu.

-Lex – Oliver disse em tom de aviso.

Lex não se deu ao trabalho de responder, na mesma hora a luz do painel ficou verde e a porta destrancou. Ele empurrou e passou, puxando Oliver com ele. Os dois empurraram a porta juntos e viram dois raios de energia atravessar o corredor antes de se afastarem na ultima hora. A placa de aço afundou e os dois olharam para ela.

-Metas – Oliver disse em descrença. Luminiferous usava metas como soldados.

-Quer ficar e perguntar? – Lex retirou o celular do bolso mais uma vez e olhou para a planta do prédio na tela.

-Fica para uma próxima – Oliver ergueu as sobrancelhas. Ele olhou em volta, estavam ao pé de duas escadarias que levavam ao andar de cima só que cada uma para um lado. Chloe já teria dito no seu ouvido que lado seguir e estaria um passo a frente, mas agora tinha que esperar Lex e isso era frustrante como o inferno. – Leve o tempo que precisar.

-Por aqui – Lex ignorou a provocação e correu para a escada da esquerda.

O piso superior era muito parecido com o de baixo, um enorme corredor, com muitas portas, só que grandes vidraças deixavam a mostra todos os equipamentos de laboratório das salas.

-Diga que não é a ultima – Oliver pediu, olhando para á ultima porta, a saída de emergência.

-Não. É uma antes – Lex guardou o celular e correu mais rápido. Ele podia escutar a porta sendo implodida no andar de baixo.

-Reconfortante – Oliver disse com desgosto, nada seria fácil.

Eles pararam diante da porta e Lex colocou mais uma vez a mão sobre o leitor. O scanner acendeu e começou a leitura de sua mão, mas ao terminar acendeu uma luz vermelha. Lex esticou os dedos e sentiu a pele esticar junto, causando leve desconforto, ele estava tentando ficar calmo, mas uma falha agora atrapalharia tudo.

-Qual o problema? – Oliver perguntou, olhando para a mão deformada de Lex. Ele quase gemeu. Não tinham chegado tão longe para aquelas malditas cicatrizes colocarem tudo a perder. – Tenta de novo.

-Calma. O sistema vai reiniciar...

-E nada – disse o homem do outro lado do corredor. Ele sorriu sob a máscara quando Lex e Oliver olharam na sua direção. – Cavalheiros.

-É ele – Lex disse baixinho, o suficiente para Oliver escutar.

-Eu sei – Oliver respondeu, reconheceria aquela voz até seu ultimo dia. Da noite em que ela ordenou a morte de Chloe e dos vídeos em que ele e sua família eram atacados.

-Sinto muito, mas não posso deixar vocês levarem o soro – o homem deu de ombros, caminhando lentamente na direção deles.

-É mesmo? E quem vai nos impedir – Oliver falou alto. Ele fechou os dedos na arma, queria seu equipamento, imaginou uma flecha voando na testa daquele desgraçado a sua frente, mas teria que se contentar com as duas balas que restavam no pente. – Anda com isso, Lex, você tem dois minutos para entrar e pegar o soro. –ele ordenou, dando a Lex um breve olhar sobre o ombro.

-Eu faço em um – Lex se concentrou no leitor, colocando a mão mais uma vez no painel.

Oliver respirou fundo e começou a caminhar de encontro ao homem que não parecia temer sua presença, nem a arma na sua mão. Estava em desvantagem, mas pensou em Chloe e Connor, em tudo o que eles estavam passando e ver o culpado ali, a alguns passos inflamou uma dose de confiança em suas veias.

-Onde está seu pequeno exercito? Sozinho? – Oliver disse com um sorriso de deboche.

-Não preciso de um exercito para te impedir de sair daqui com aquele soro – o mascarado levantou os braços, deixando claro que estava desarmado, que sua única arma era a sua força física.

-Uau. Cuidado pra não engasgar com tanta arrogância – Oliver riu. –E eu posso ficar magoado.

-Eu gosto de você, Queen... Sinto muito pelo incidente com sua esposa e filho... Nada pessoal.

-Nada pessoal? – Oliver assentiu, ele olhou bem para os olhos verdes e frios que estavam lhe encarando, esperando um primeiro movimento e teve certeza de que ele pagaria, se não agora, um dia. – Tente não levar isso, para o pessoal.

Oliver atirou tão rápido que o seu oponente não teve chance de reagir. Ele cambaleou para trás quando a bala entrou no seu ombro. Os dois se surpreenderam, mas Oliver não esperou, só aproveitou para avançar sobre ele. Se tinha um ponto vulnerável, aproveitaria.

Oliver aplicou uma seqüência de socos e chutes, descobrindo que apesar da força seu corpo era como o de qualquer homem, então ele continuou até que o tivesse preso contra a parede.

Mas sua vantagem não durou muito tempo, o mascarado também era rápido e assim que se recuperou conseguiu desferir um golpe no rosto de Oliver. Ele caiu contra a outra parede, ainda estava desorientado quando se sentiu sendo erguido e arremessado pelo corredor. Ele abriu os olhos quando parou de deslizar pelo chão e ficou de pé o mais rápido que pôde.  Se forçando a voltar à posição de combate ele analisou a situação e escolheu sua estratégia. Um tiro, uma chance.

Oliver ergueu sua arma mais uma vez e atirou. No mesmo lugar, na mesma entrada. A bala atravessou o ombro dessa vez, levando o soldado mais alto da Luminiferous ao chão. Ele gritou de dor e Oliver correu para ele, o calando com socos.

Tinha sonhado com esse momento, imaginado tudo o que faria com o responsável pelo sofrimento das pessoas mais importantes de sua vida e agora ele o tinha nas mãos. Isso o fez bater com mais força, mais raiva. A dor no seu punho aumentou e ele trocou de mão, só não conseguia parar. Apenas o rosto de Chloe e tudo o que tinha aprendido com ela foi capaz de conter sua fúria. Ele puxou a mascara do desconhecido inconsciente entre suas pernas e olhou bem para ele. Havia muito sangue, mas mesmo assim, nunca tinha visto aquele rosto antes.

Lex assistiu aquela cena de longe, em silencio. Ele podia escutar o barulho vindo do telhado, sua fuga daquele lugar e Oliver não havia notado sua presença ainda. Seria muito fácil ir embora, sabia que do outro lado do prédio mais homens de Luminiferous procuravam por eles e se ele simplesmente desse as costas. Algo lhe disse, algo sussurrou no seu ouvido que aquilo era exatamente o que esperavam dele, que não seria uma surpresa para ninguém se ele largasse Oliver a própria sorte. Ele sorriu com tristeza.

-Oliver. Vamos – ele gritou para chamar a atenção de Oliver.

Oliver olhou para Lex, com os olhos ainda vidrados. Estava ofegante e com o pulso acelerado. Então ele respirou fundo e franziu a testa para as palavras de Lex. Ele estava parado do outro lado, no final do corredor.

-Confie em mim – Lex disse simplesmente e se virou, abrindo com facilidade a porta de emergência.

Passos na escada fez Oliver se mover e correr. Sua única opção era confiar em Lex ou ficar e tentar a sorte com quem estivesse vindo a seguir.

 Ele correu como se sua vida dependesse disso e saiu, dando de cara com uma escada de emergência. Pela primeira vez ele conseguiu escutar o som de um motor. Seus pés avançaram rápido pelos degraus e em dois segundos ele estava no telhado, olhando um enorme helicóptero pairando sobre o chão, esperando por eles. Foi como se um grande peso saísse de seus ombros.

-Você vem ou não? – Lex gritou para Oliver e entrou no helicóptero.

Nem que fosse a ultima coisa a fazer. Oliver entraria naquele helicóptero. Ele olhou mais uma vez para ter certeza de que não tinha sido alcançado e então correu. Tinha perdido a conta de quantas vezes fez aquilo naquela noite, correr, mas agora seria de volta para casa. Quando estava para subir na aeronave uma mão apareceu bem em frente aos seus olhos. Oliver olhou para cima, para Lex que estava estendendo uma mão e depois de hesitar por um segundo, aceitou.

-Você pegou? – Oliver perguntou assim que se sentou em um dos assentos. Ele esperou com expectativa Lex tirar uma pequena bolsa de dentro da jaqueta e abrir.

-Eu não sairia daqui sem isso – Lex tirou um pequeno frasco e ergueu para Oliver ver. Ele tinha um sorriso genuíno no rosto.

Oliver suspirou de alivio, talvez pela primeira vez naquele interminável dia. Ele olhou para fora, para o prédio ficando longe e pensou nas pessoas que estavam lá dentro, que estava deixando escapar mais uma vez e não conseguiu achar isso mais importante do que aquele pequeno vidro na mão do homem que um dia foi seu maior inimigo. Ali estava a vida do seu filho, a sua e de Chloe. Só esperava e pedia para que houvesse tempo e Connor fosse forte para aguentar.

CONTINUA...

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