I'm In Here 27/30

Titulo: I'm In Here
Autora: Roberta Clemente

Classificação: NC-17

Nota: Alguns pensamentos na narração são eventos ocorridos na quinta temporada e podem ter erros...perdão. Mas a história se passa pós Finale.

Resumo: Chloe e Oliver tem suas vidas acompanhadas de perto...muito perto
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27

Chloe se perdeu enquanto observada a larga  faixa laranja no horizonte. Mais alguns minutos e o céus azul profundo daria lugar a um azul cristalino. Mais um dia estava para começar e ela continuava em seu cativeiro.

 Se perguntou o que estaria acontecendo do outro lado, qualquer lado daquele mar escuro a sua frente. Sabia que Connor estava bem, tinha visto imagens dele do dia seguinte ao incêndio, mas não conseguia não se perguntar a todo momento se ele estaria sentindo a sua ausência.  Era estranho, mas pela primeira vez desejou que não. Sabia o quanto doía ser arrancada dos braços da própria mãe e um de seus maiores medos quando engravidou foi de que seu filho passasse pelo mesmo.

E agora, mesmo que não fosse sua intenção Connor estava sozinho. Chloe estremeceu de amargura e suspirou quando sentiu os pés gelados. Olhando para baixo ela viu que o mar tinha subido o suficiente para a primeira onda bater em seu pés, molhando boa parte da barra da camisola branca que estava usando. Em um impulso ela deu um passo a frente, era tão tentador, a liberdade a sua frente. Talvez ajudada pelo estupor dos remédios Chloe não raciocinou, só caminhou desesperada para longe de seu raptor, mas uma mão agarrou com força seu pulso machucado e ela estremeceu de novo, paralisando no lugar.

-Não. - Lex disse suavemente contra o ouvido dela. - Não é seguro para você se molhar - ele girou Chloe até que ela estivesse lhe encarando e adorou o olhar vulnerável em seu rosto. - Seus machucados ainda não cicatrizaram. - ele levou a mesma mão machucada dela aos lábios, deixando um beijo demorado sobre seus dedos roxos.

Chloe o olhou diretamente. Deveria estar enojada, mas não conseguia se importar muito com o contato. Ela piscou, tentando clarear a visão embaçada pelos drogas e olhou por cima do ombro. Lex estava lhe impedindo de tentar chegar do outro lado, onde Oliver e Connor esperavam por ela, então seu olhar afetado mudou e ela o encarou de novo, com raiva.

-Você vai me matar? - Chloe perguntou com frieza.

-Claro que não. - ele respondeu com um sorriso, tirando a franga que o vento insistia em jogar sobre os olhos verdes dela.

-Bom - Chloe o analisou e olhou em volta, a procura de seus homens. Eles não se aproximavam, mas podia ver silhuetas negras em meio as arvores. Só que naquele momento estavam sozinhos.

Ela fechou o punho livre e se concentrou nele. Lex estava seguro de si e não esperava uma reação sua. Chloe afundou os pés na areia e acertou Lex na garganta. Estava sem força para deixá-lo inconsciente, então alguns segundos enquanto ele tentava respirar seriam suficiente.

Lex se dobrou para a frente, sentindo a garganta e os pulmões se fecharem enquanto tentava desesperadamente respirar, ele caiu de joelhos na areia e viu em panico Chloe se jogar contra as primeiras ondas que quebravam contra a praia.

Chloe podia sentir o coração bater contra o peito, podia escutar entre os ouvidos. Uma onda bateu contra seu peito e ela perdeu o equilíbrio, cambaleando para trás. Foi preciso ter muita força para se manter de pé. Não sabia o que estava fazendo, só estava obedecendo qualquer instinto que mandava ela fugir antes que fosse tarde. Só quando sentiu o chãos sumir debaixo dos seus pés foi que percebeu o que estava fazendo, a loucura que estava tentando. Iria morrer, então ela realizou que morreria de qualquer jeito, nas mãos de Lex ou do mar nervoso onde tinha se metido.

Estava começando a aceitar a ideia quando sentiu mãos firmes segurarem seu braço. Chloe tentou olhar para trás, mas uma onda forte quebrou em seu rosto e ela engasgou, afundando. Seria agora, sua morte. se conseguisse se salvar Lex a mataria por tentar esta estupidez. Ela se debateu, tentou chegar a superfície sem saber mais para que lado estava a superfície então a mão cercou sua cintura, a levando para onde queria, para o ar.

-Não - Chloe brigou, entrando em panico, achando que Lex, sabia que era ele, a mataria ali.

Com algum esforço Lex conseguiu controlar Chloe e  nadou na direção da praia. Com a ajuda de uma onda puderam  ver as luzes da mansão construída no meio das arvores mais perto.

 -Terminando de responder sua pergunta - Lex disse  entre os dentes, puxando Chloe com ele. - Eu não vou te matar, mas isso não significa que vou fazer sua vida fácil... - e sentenciou, jogando Chloe contra a areia molhada.

-Você nunca fez - Chloe gritou, ofegante. Ela olhou para ele com desprezo. - Estar perto de você nunca foi um piquenique.

-Que bom que estamos na mesma pagina afinal - Lex a fulminou e se inclinou, agarrando sem nenhum cuidado sua nuca.

-O que você está fazendo?

-Eu pensei que pudesse confiar em você. Agora você não vai mais ter contato com o exterior até aprender a se comportar - ele começou a arrastá-la de volta para casa.

-Lex - Chloe tentou dizer que estava a ponto de vomitar ou desmaiar, mas não conseguiu, quando percebeu seu rosto molhado recebeu uma onda de lágrimas e sem conseguir pedir para que ele parasse, ela chorou, o caminho todo, como uma criança que faz arte, como ela nunca teve coragem de fazer com Connor, foi levada para o seu quarto, onde um castigo esperava por ela.

-Sr. Luthor, o que houve? - Dr Jensen invadiu o quarto, logo atrás de Lex e Chloe.

-Nada - Lex respondeu irritado, empurrando Chloe na direção da cama. Sua respiração estava pesada e sua garganta dolorida. - Chloe achou que um mergulho matinal faria bem, só esqueceu que suas condições não permitem.

-Deixe-me examiná-la - o médico se aproximou de Chloe.

Chloe se encolheu, sabendo o que viria a seguir, mais drogas.

-Nem pense nisso - Lex disse mortalmente, fazendo Jensen parar onde estava.

-Como, sr. Luthor? Ela precisa ser medicada - ele olhou para Lex com preocupação. Chloe estava extremamente abatida e tremendo descontroladamente de frio.

-Chloe precisa aprender a se comportar e algumas horas de frio e dor farão com que entenda que precisa se cuidar - Lex explicou friamente.

-Mas senhor - o médico desviou o olhar para Chloe. - Ela está...

-Cansada - Lex o interrompeu, ainda não era hora de dizer a Chloe que ela estava grávida. Usaria aquela carta mais tarde. -Nada de remédio para dor. - ele deu as costas aos dois e saiu.

Chloe engoliu seco e olhou para o médico, um de seus carrascos. Pela primeira vez desde que acordara com aquele rosto fino e sinistro a sua frente ele a olhou com compaixão. Mas ela só conseguiu sentir ainda mais raiva dele.

-Pode ir. Nós sabemos que ética não é seu forte. Você não liga se eu vou sentir dor ou não, contanto que seja uma ordem do seu dono - ela olhou para ele com desprezo e se aproximou da cama.

Ela deixou as mãos escorregarem pelo edredom branco, até que estivesse deitada. Não se importou se estava molhada, coberta de areia ou não. Precisava descansar, precisava fechar os olhos por algum tempo. Chloe se encolheu e enrolou os braços envolta de si mesma. Precisava de abrigo e talvez conseguisse encontrar no próprio corpo. Correu as mãos pelos braços frios e estomago, estremecendo com o alivio que sentiu. Ela suspirou e fechou os olhos.

Algumas horas depois foi acordada por uma forte pontada do seu lado direito. Chloe abriu os olhos, assustada pela dor repentina e percebeu que durante o sono havia colocado a mão debaixo do rosto, como sempre fazia quando Oliver não estava dormindo ao seu lado. Ela puxou devagar e estremeceu, sua mão coberta de cortes e hematomas latejava enquanto o sangue voltava a circular, como se estivesse a ponto de explodir. O melhor era não se mover até que a dor passasse ou no minimo diminuisse.

Alguns minutos depois Chloe conseguiu respirar normalmente e se mover. Ela se sentou com cuidado e levou o braço protetoramente ao peito. O som da porta sendo destrancada a fez perceber que em algum lugar ali dentro havia uma câmera, estava sendo vigiada e ele sabia que estava acordada.

-Eu sinto muito por ter que fazer isso. Mas você não me deixou escolha - Lex falou da porta.

-Claro. A culpa é minha. Você obviamente teve muito trabalho para me trazer aqui e eu deveria no minimo me comportar, não é? - Chloe respondeu olhando o carpete cinza. - Eu sou péssima nesse negócio de sequestro.

-Eu sei o que isso parece - Lex respirou fundo e se aproximou dela. - Isso não é um sequestro, é uma chance.

Chloe franziu a testa e ergueu os olhos até os dele pela primeira vez. Ela o analisou por um segundo e a verdade em lá a chocou.

-Você realmente acredita nisso não é? - ela continuou olhando para ele sem acreditar. - Uma chance?

-Sim. De você ver que o que eu sinto por você é maior que tudo - Lex abriu os braços.

-Olhe para mim. Olha em que você me reduziu - Chloe gritou para Lex, ignorando a dor que isso lhe causou.

-Eu não queria que isso acontecesse - Lex respondeu com uma ponta de desespero em sua voz. - Não era para você se machucar.

-Não? - Chloe disse entre os dentes.  Ela ficou de pé e tremeu de raiva.

-Não - Lex sussurrou de volta. Odiava o quanto Chloe o deixava vulnerável.

-Você mandou homens armados a minha casa e quase matou o meu filho. Você por um acaso não pensou no que poderia acontecer comigo? - ela sentiu os olhos arderem e controlou a respiração para não chorar.  Precisava ter o controle.

-Você me obrigou a aquilo quando não percebeu tudo o que eu fiz por você - Lex a acusou.

-Não por mim. Pra mim, seu louco - Chloe começou a juntar na cabeça tudo o que tinha lhe acontecido desde que Lex havia chegado a cidade e um aperto esmagador tomou seu peito. Ela tinha sido tão cega.

-Sim, Chloe. Fui eu - Lex se sentiu voltando ao poder e aproveitou. - Fui eu quem mandou aqueles homens ao hotel, você ficou tão agradecida por não ter levado uma bala que nem percebeu que a lealdade deles era a mim.

-Você é louco.

-Apaixonado. Mas você também não percebeu isso, não é?... Oliver estragou tudo. - Lex apertou dolorosamente a mandíbula e deu as costas a ela. - Eu mandei meu homens vazarem a ficha da sua mãe e era para eu te consolar, mas era ele quem estava ao seu lado durante a coletiva. - ele se virou e apontou para o próprio peito. - Eu salvei a vida do seu filho e foi para ele que você sorriu quando voltamos... Sempre ele - Lex gritou toda a fúria que tinha guardado por meses.

Chloe tentou dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas a unica coisa que conseguiu fazer foi tremer e continuar ali, paralisada.

-Eu te amo Chloe. E eu sei que no fundo do seu coração você sente o mesmo - Lex engoliu seco.

-Você perdeu a sua mente - Chloe conseguiu sussurrar.

-Não, eu sei. Você me curou Chloe, você está em mim - Lex balançou a cabeça, com um sorriso vitorioso, alquilo não era algo contra o que ela não pudesse lutar.

-Era só o seu corpo. Eu curei seu corpo e nada mais. E aquilo não faz mais parte de mim.

-Não importa. - ele sabia que ela negaria. - O que importa é que um dia você também foi apaixonada por mim, você me olhou com carinho e me agradeceu - ele insistiu.

-O que? - Chloe desviou o olhar, tentando se lembrar de qualquer momento em que algo perto daquilo pudesse ter acontecido.

-Era natal e você estava com os cabelos compridos - Lex se sentiu esperançoso por sua postura confusa e continuou. - E era natal e nós estávamos entre arvores...

-Lex - Chloe ergueu a cabeça novamente e olhou diretamente em seus olhos. -Isso nunca aconteceu. Nós nunca passamos nenhum natal juntos, nem quando fomos qualquer coisa perto de amigos - ela falou, sem muita força.

Não era possível  Foram anos com aquela cena presa a sua mente, lhe guiando, o mantendo vivo e agora estavam tentando lhe roubar isto. Foi como se um buraco tivesse sido aberto em seu peito e o chão tirado de seus pés e Lex estava encarando a pessoa que estava cavando com as próprias mãos em direção ao seu coração. Sentiu o sangue ferver nas veias, mas não se entregou. Em vez disso ele se acalmou e deu um passo a frente, tocando gentilmente o rosto que habitava seus sonhos havia anos.

-Nada disso importa. Você ainda é minha - ele percorreu gentilmente o braço dela, até encontrar seus machucados. - Eu fui muito longe para te ter nas mãos e nada vai me dar mais prazer do que ouvir você admitir que me ama. - Lex sorriu como quem guarda um segredo e se afastou.

Chloe estremeceu enquanto o observava se afastar calmamente em direção a porta. Ela ficou ali, encarando a porta, presa e um estado de panico e alerta. Seus instintos lhe mandavam fugir ou lutar, a qualquer custo, mas estava com os dois pés presos no próprio medo. Não sabia o que ou de onde vinha esta sensação, talvez intuição, de que deveria acreditar no poder de Lex sobre ela e confiar em Oliver. Levaria tudo dela, mas sua esperança teria de bastar.

Soltando o ar que estava preso nos pulmões Chloe se sentou no chão. Estava esgotada demais, até mesmo para conseguir relaxar o suficiente para dormir. Seus olhos foram atraídos para a janela, para o dia que se recusava a nascer do lado de fora. Jurava ter dormido horas, mas sua janela estava escura apesar de aberta. Nada podia ser mais cruel em um cativeiro do que um relógio parado. Estava quase desejando ser sedada novamente quando seu quarto foi invadido por Jensen.

-O que? - Chloe perguntou, vendo o medo no olho do médico.

-Nada - ele a ignorou, tirando do bolso uma seringa.

-O que você esta fazendo? Ele disse sem remédios - Chloe se encolheu, algo não estava certo. Jensen estava suando.

-Não é remédio, é  só algo pra você dormir - ele puxou o pulso de Chloe sem se importar em escolher o bom.

Chloe gritou de dor e não conseguiu evitar que ele picasse seu braço. Em seu panico por impedir que ele continuasse a puxar seu braço e injetasse mais drogas em seu sistema já abalado ela escutou algo que a fez se encolher, a ponto da agulha escapar de sua veia.

-O que você disse?

-Eu dissw? - Jensen revirou os olhos, irritado, mas cedeu, ela estaria apagada em poucos segundos. - Eu disse que um avião acaba de aparecer no radar. E enquanto não é garantido de que alguém está tentando resgatar seu traseiro de um bilhão, nós vamos te manter calma.

Jensen não percebeu, mas assim que sua frase chegou ao fim a seringa que estava em sua mão foi parar em seu pescoço. Ele olhou em choque para Chloe e viu ali um brilho e determinação que não estavam lá antes. Em um segundo ela pareceu acordada e antes de adormecer por completo sentiu pela primeira vez medo dela. Aquela mulher estava pronta para começar a revidar o que tinham lhe feito.

CONTINUA...

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