Boa leitura!
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Esse... esse era o motivo das mulheres serem idiotas, Oliver pensou. Elas reclamam que os homens tem medo de compromisso, dos caras que não querem relacionamentos sérios, que não são tratadas como se fossem importantes, e ainda assim, junto com elas vem garotas como Chloe, garotas que supostamente não querem nenhum ‘laço’, nenhum envolvimento. Ah, a ironia. Ele passa metade de sua vida adulta querendo pouco mais que boa bebida alcóolica e ficadas de uma noite só que desaparecem ao amanhecer, mas quando ele finalmente conhece uma garota com a qual ele até mesmo gostaria de – Deus o perdoe – sossegar, ela é de repente a que está segurando um enorme sinal vermelho.
Ele esfregou as têmporas em frustração, olhando pro teto do quarto dele. Ele sabia que devia se levantar, devia fazer alguma coisa. Não tinha que ser importante, só precisava ser algo. Ele produziu um som frustrado, percebendo o que ela estava fazendo com ele. Ele tinha ficado acordado quase a noite inteira, pensando no porque ela não queria um relacionamento sério com ele. Uma idéia surgiu rápido. Ele sabia que ela ainda estava num estado muito defensivo depois de tudo que aconteceu com ela nos últimos anos, mas com certeza o fato dela estar envolvida com ele significava que ela estava superando isso, pelo menos o quanto ela podia. Então era isso? Ela não confiava nele? Ela estava por perto tempo o bastante pra ver o melhor e o pior dele quando se tratava de mulheres. Ela tinha visto ele tratar mulheres como um meio pra um determinado fim, tinha o visto com suas acompanhantes e companheiras de cama e um pouco mais. Mas por outro lado, ela o viu com Lois, viu o tanto que ele queria fazer dar certo. Talvez fosse o fato de Lois ser prima dela – mas não, Lois meio que se voluntariou pra planejar o casamento deles quando descobriu que eles estavam... não namorando, ou o que quer que isso fosse.
Talvez fosse esse o problema. Nunca houve um meio-termo pra ele. Ou ele estava numa relação séria ou não esperavam que ele sequer lembrasse o nome da garota na manhã seguinte. Desde quando ele fazia essa coisa de ‘amigos com benefícios?’
Nunca. Era essa a resposta. Era uma idéia idiota. Estranhamente o bastante ele sempre pensou que seria idiota porque ele achava que a garota se envolveria demais ou iria esperar mais do que ele podia dar. Ele achava que acabaria perdendo uma boa amiga e se metendo em todos os tipos de problema. Nunca passou pela cabeça dele que ele é que se envolveria demais.
Deus do céu, Chloe estava mandando na relação. Bem, isso tinha que parar imediatamente.
Ele riu consigo mesmo da idéia de que Chloe estava no controle. Não era tão absurdo assim, se parasse pra pensar. Não é que ele fosse efeminado ou algo assim. Era só que ela era uma maluca controladora.
Mas o que fazer, ele imaginou quando finalmente saiu da cama com um suspiro. Ele coçou a cabeça exaustivamente, olhando seu apartamento.
Ioga ou prática de tiros? Tinha que ser uma das duas porque eram as únicas coisas que acalmariam a adrenalina com a qual ele estava lidando. Ele estava nervoso.
... que patético.
Era só que essa situação realmente o incomodava, ele pensou, pegando o arco e acomodando uma flecha nele. Ele pensava nisso desde o final de semana menos-que-magnífico juntos no C&C. Ele não conseguia parar de pensar que Chloe não queria mesmo um relacionamento de verdade.
Isso o incomodava.
Ele queria exigir um motivo, exigir saber o que havia de errado em namorar com ele, mas ele não se permitiu, sabendo que isso apenas a afastaria. Ela acabaria se fechando naquela pequena fortaleza imaginária dela e ele a perderia de vez.
Valia a pena mexer com isso? Talvez ele devesse aceitar o que lhe foi oferecido sem questionar e ser grato. Talvez meio-termo com Chloe fosse melhor do que absolutamente nada.
Mas ele era Oliver Queen, droga! Desde quando ele se comprometia? Era tudo ou nada. Sem prisioneiros!
Ele sacudiu a cabeça, acomodando uma quarta flecha. Ele estava maluco. Ele levantou o arco pra mirar e acertou o centro mais uma vez.
Bem, ele pensou, já que ele era a mulher na relação deles, o que uma mulher faria numa situação dessas?
Ele riu, pensando em Lois. A mulher lhe daria um ultimato.
Isso daria certo? Provavelmente. Ou o tiro sairia pela culatra esplendidamente. Ele deixou outra flecha voar. A questão era se valia a pena se arriscar. Imediatamente ele pensou que sim, claro que era. Chloe absolutamente valia a pena. Então ele percebeu que estava arriscando perdê-la, não ficar com ela.
Nada que envolvesse perder Chloe valia a pena, mas aí ele tinha que ver que do jeito que as coisas iam, não havia um jeito em que ele não pudesse perdê-la. Se não hoje, então outro dia. Alguém apareceria e ela terminaria com ele, ou ela perceberia que não dava mais e terminaria com ele, ou de alguma forma ela ficaria com ciúmes e terminaria com ele. Não importava a maneira com a qual ele olhava, eventualmente tudo teria um fim.
Então... Ultimato seria.
Como se numa deixa, como se Deus estivesse esperando o exato momento em que ele se decidisse no intuito de botar sua resolução à prova, Chloe Sullivan entrou.
Ele atirou a última flecha antes de ranger os dentes e se virar pra ela.
“Ei,” ela disse, deixando a bolsa no balcão. “O que planeja fazer nessa manhã?”
“Não muita coisa,” ele disse com um suspiro. “Você?”
“Nada também,” ela sorriu, andando até ele. “Tem sido uma semana bem monótona” Ela ficou na ponta dos pés para beijá-lo, mas se afastou rapidamente, as sobrancelhas franzidas. “O que foi?” ela perguntou.
Ele lutou contra a vontade de revirar os olhos. Ela levou – o que? – dez segundos no total pra perceber que ele estava pensando em alguma coisa? Não fazia sentido ter segredos quando Chloe estava perto.
Então, ao invés de tentar fingir que tudo estava bem, ele rangeu os dentes e disparou. “Precisamos conversar,” ele disse a ela, olhando nos olhos dela.
Ela saiu dos braços dele, o rosto franzido numa careta. “Parece sério,” ela brincou sem graça.
Ele acenou que sim. “Não gosto disso.”
Ela esperou, mas ele não foi rápido o bastante pra continuar. “Não gosta do que?”
“Disso,” ele disse, gesticulando ridiculamente entre eles.
Chloe balançou a cabeça, rindo. “Como assim?”
Ele respirou fundo, tentando escolher entre as palavras em sua cabeça. “Não gosto do fato de nós estarmos numa relação casual.”
Ela parecia chocada. “Ah.”
“Quero dizer, eu quero mais do que isso,” ele disse rapidamente, antes que ela entendesse errado.
Ela o encarou. E então, lentamente, “Ah.”
Ele não gostava de como isso soava. Era a voz “hora de cair fora daqui” dela. “Mas você não quer,” ele confirmou por ela com um aceno.
Chloe desviou o olhar num gesto discreto, mas não disse nada. Então, ele foi até ela e deslizou as mãos pela cintura dela a encorajando.
“Seria assim tão ruim?” ele perguntou, tentando fazer ela olhar nos olhos dele.
Ela afirmou cuidadosamente que sim com a cabeça. “Sinto muito, Oliver.”
Era como se uma faca lentamente cortasse seu peito. Uma dor lenta, aguda e abrasiva. Ele a soltou. “Porque não?”
Ela sacudiu a cabeça negaticamente, indo atrás da bolsa, mas ele a impediu, agarrando-a pelo braço pra fazer ela olhar pra ele. O rosto dela estava impassível. Ela o olhou calmamente nos olhos. “Porque eu não posso.”
“Porque não?” ele quis saber novamente, sentindo seu desespero crescer. “Não estou dizendo que a gente tem que subir no altar. Estou apenas dizendo que quero mais do que estamos fazendo.”
“Oliver,” ela implorou, “me solta.”
“Não. Não até você me dar o verdadeiro motivo.”
“Porque você não me dá o verdadeiro motivo pra querer mais?” ela retrucou “As coisas estavam ótimas no meu ponto de vista.”
Ela o pegara ali. Porque ele queria mais? Ele apenas sabia que não podia mais conviver com o jeito que as coisas estavam. “Sinceramente?” ele disse por fim, “Porque isso parece errado. Eu não gosto de você ter se tornado essa parte ambígua da minha vida e francamente, você merece mais que isso Chloe. Essa não é você.”
Ela se afastou dele. “Talvez eu tenha mudado.”
Ele negou com a cabeça. “Algumas coisas nunca mudam. E você sempre vai merecer mais do que isso, Chloe. Até você deve saber disso em certo ponto.”
Ela saiu de perto dele mas ele foi atrás. “Oliver, por favor. Me deixa ir.”
“Porque? Porque eu deveria?”
“Porque você quer mais!” ela gritou de repente, “e eu não tenho nada pra te oferecer, entende?” Lágrimas subitamente se formaram nos olhos dela e Oliver ficou imobilizado em choque, surpreso demais pra ir atrás dela depois que ela pegou sua bolsa e saiu da sala.
“Droga,” foi a única palavra que ele conseguiu dizer bem depois dela ter ido.
E o mais engraçado é que a situação em Smallville não é muito diferente dessa da fic.
ResponderExcluirOliver totalmente na da Chloe e ela mais reservada.
Adorei a conversa do Oliver com ele mesmo!..."Deus do céu, Chloe estava mandando na relação. Bem, isso tinha que parar imediatamente"..hehehe...é isso ai Oliver Queen. A baixinha te pegou!
Adorei, vou ler a continuação!
sim tb adorei os pensamentos do oliver!! caracas este povo escreve bem demais, e as nossas tradutoras maravilhosas?! amu vcs
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