Essa saiu bem mais rápido do que eu esperava. Escolhi essa porque sempre imaginei a reação do Oliver caso a Chloe usasse seus poderes de cura nele. Já que em SV eles sumiram com esse poder e ninguém mais comenta, tem que ser numa fic mesmo. Life é da BlueSuedeShoes e não custa lembrar que os personagens não são meus, nem dela, que a fic não é minha e o blablabla de sempre ;D Nos próximos dias talvez eu demore a postar um pouco porque decidi traduzir uma de 11 capítulos (também dela) e ainda não sei se vou trabalhar só nela ou traduzir outras paralelamente.
Enfim, boa leitura ;D
“Não.”
A palavra, sussurrada tão suavemente que deveria ter sido incompreensível, ecoou através do sala.
“Por favor, não. Não assim.”
Ela pressionou sua camisa na ferida da bala, desejando que ela parasse de sangrar, dizendo a si mesma que se ao menos parasse de sangrar, ele ficaria bem. O tiro não podia ter sido fatal. Não podia. Ela não deixaria.
“Chloe, pare,” ele despejou as palavras, sangue borbulhando ao redor de seus lábios. “Nada que você possa fazer.”
“Não!” ela quase gritou dessa vez. Balançou a cabeça. Lágrimas queimando seus olhos quando se recusou a derramá-las. Ela se atirou em cima dele, finalmente soltando sua camisa agora encharcada de sangue pra envolvê-lo com seus braços e enterrar seu rosto no pescoço dele. “Não.”
Com esforço, ele levantou uma mão pra acariciar o cabelo dela. Você vai ficar bem, Parceira. Ele tentou forçar as palavras pra fora, mas tudo que saiu foram tosse e saliva. Ele encolheu-se de dor enquanto a mesma percorria seu peito como uma faca.
“Eu não vou deixar,” ela disse, levantando um pouco sua cabeça, balançando-a em desafio. A primeira lágrima caiu, depois uma segunda.
Daí, despercebida por ambos, a terceira, uma lágrima branca e brilhante caiu da bochecha dela no peito dele.
Oliver ofegou buscando ar, choque passando por seu corpo enquanto uma luz branca preenchia a sala. Ele podia realmente sentir a dor deixando seu corpo, vazando pra fora dele como um veneno sendo removido de seu sistema.
Se a sala não tivesse começado a ficar mais focalizada ele teria pensado que estava morrendo. Sufocando, ele virou a cabeça pro lado e cuspiu o sangue e a saliva de sua boca.
A compreensão estava ali, apesar de não dever estar. Era impossível porque ela tinha perdido seu poder. Mas apesar disso, o conhecimento estava simplesmente… ali. Ele fechou os olhos, desejando que fosse de outra forma, mas quando ele ergueu a cabeça e os abriu, era verdade. Ela estava ali, deitada em cima dele. Sem vida.
Ele queria amaldiçoá-la, amaldiçoar Deus, amaldiçoar Krypton ou Clark ou o maldito criminoso que atirou nele e que a levou a fazer isso, qualquer um que ele pudesse encontrar pra culpar pelo fato de que ela estava morta por causa dele.
Era errado. Era contra a natureza. Desafiava a ordem das coisas. Ele deveria morrer. Ela deveria viver. Era esse o jeito que deveria ser: hoje e mil dias depois, ela deveria viver.
Reprimindo a voz em sua cabeça que dizia que ela poderia não acordar dessa vez, e que seria culpa dele por ter sido morto – porque ele foi morto – ele levantou o corpo dela e a carregou pro sofá, enojado com sua capacidade de fazer isso.
Ele se inclinou sobre ela e tirou seu cabelo do rosto tão gentilmente que o movimento era quase tímido. Olhando pra baixo viu que a blusa branca dela estava coberta de sangue. Sangue dele.
Ele queria vomitar, mas desviou os olhos pra acalmar seu estômago. Saiu da sala pra tirar seu uniforme e encontrar roupas limpas. Não importava o que fosse. Qualquer coisa pra tirar o sangue de suas vistas. Ele pegou uma camisa social antes de sair do quarto.
Aproximou-se do sofá e gentilmente a levantou, tirando a blusa dela depois de algumas tentativas e trocando pela dele. Ele a deitou novamente, dessa vez colocando um travesseiro debaixo de sua cabeça.
Então saiu do lado dela de novo, movendo-se pra limpar o sangue do chão, mantendo as mãos ocupadas e a mente vazia. Qualquer coisa pra não pensar. Qualquer coisa pra evitar admitir a possibilidade de que podia ser diferente daquela vez porque ela tinha passado anos sem qualquer sinal remanescente de sua habilidade.
Ele cerrou o punho até sua mão pulsar.
“Não.”
Dez horas se passaram e ele ainda estava ali, sentado na cadeira ao lado do sofá, olhando pra ela, desejando que ela voltasse à vida. Desejando que o coração dela começasse a bater de novo.
Ele tinha terminado de limpar o chão há muito tempo, queimado as roupas sangrentas deles no beco perto do prédio. Daí voltou, e esteve pacientemente sentado lá desde então.
Esperando.
Com dez horas, doze minutos e dezessete segundos, Chloe ofegou audivelmente em busca de ar e Oliver voou da cadeira pro lado dela.
"Chloe?"
Os olhos dela estavam arregalados em choque e ela estendeu a mão pra ele, tomando ar ruidosamente. Imediatamente ele a abraçou, esmagando-a aliviado.
“Graças a Deus.”
“Você está bem,” ela sussurrou, segurando-o igualmente apertado.
Oliver a agarrou ainda mais forte. Ela estivera morta e estava preocupada com ele. Era doentio. “Você nunca vai fazer isso de novo. Nunca, entendeu?” ele disse mais severamente do que pretendia.
“Qu—” a palavra morreu nos lábios dela quando a compreensão veio. “Q—quanto tempo?” ela perguntou tremulamente. “Por quanto tempo eu estive morta?”
“Dez horas.”
Ela fechou os olhos, mortificada. “Alguém sabe?”
“Não.” Ele não tinha sido capaz de ligar pra ninguém. Dizer pra eles que a matou. Ele tinha prendido a respiração por dez horas, rezando pra que ela voltasse pra ele.
“Eu sinto muito, Ollie,” ela disse, enterrando o rosto no ombro dele enquanto ele beijava seu cabelo repetidas vezes. Ela não sentia muito por salvá-lo ou pelo poder dela ter voltado, apenas por ele ter que agüentar ver seu corpo sem vida por dez horas. Julgando pelo fato dele estar quase quebrando suas costelas e não dando sinais de soltar tão cedo, não tinha sido uma boa experiência pra ele. “Você está bem?”
Ele riu brevemente, um som amargo. “Fisicamente, mentalmente ou emocionalmente?”
“Todas as alternativas acima.”
“Fisicamente: nunca estive melhor. Mentalmente: enojado e com raiva e pronto pra atacar a primeira coisa que me olhar do jeito errado. Emocionalmente: nunca estive tão despedaçado. Ou grato,” ele disse com dificuldade.
Ela passou a mão em suas costas de forma tranqüilizadora.
“Uma pergunta mais importante,” ele disse finalmente se afastando dela pra verificá-la de cima a baixo. “Como você está?”
Ela riu nervosamente. “Bem. Eu acho.”
“Nunca mais faça isso.”
Ela sabia que não adiantaria tentar dizer a ele que nem tinha certeza de como tinha feito isso dessa vez, então não havia garantias de que não aconteceria de novo. Ao invés de tentar argumentar com ele, ela concordou em obediência.
“Bom.” Ele beijou sua testa. “O que você precisa?”
Os olhos de Chloe procuraram os dele, de repente confusa. Alguma coisa estava diferente. “O que aconteceu?”
“Além do óbvio? Nada.”
Ela balançou a cabeça. Ele estava olhando pra ela de forma diferente. Nem mesmo o ‘você apenas salvou minha vida de outra forma’ que ela tinha visto em outros rostos ou até mesmo sentido no próprio rosto dela. Algo estava claramente errado com ele. “Pare.”
“O que?”
“De olhar pra mim desse jeito.”
“Como assim?”
“Como... Como... Eu não sei. Mas eu não gosto. Você parece que quer se jogar de um prédio.”
Ele desviou os olhos dos dela pela primeira vez. “Provavelmente porque eu quero. Você é a única coisa me impedindo.”
“Não se atreva a dizer isso!” ela disse, sentando-se vigorosamente.
Ele a deitou de volta. “Vai com calma.”
“Não me diga pra ir com calma! Eu estou bem! Pare com isso agora!” ela exigiu, o volume da voz aumentando.
“Relaxa, ok! Eu não vou me jogar de nenhum prédio!” ele levantou pra pegar um copo d’água e uma torrada pra ela.
Chloe o olhou duramente. Ela ouviu o resto da frase, apesar de não ter sido dita. Estava pairando no ar ao redor deles.
Mas eu me jogaria se você não tivesse voltado.
“Devíamos conversar,” ela disse, se levantando pra ir atrás dele.
“Você devia se deitar,” ele retorquiu, colocando o pão na torradeira.
“Não preciso me deitar. Estou bem.”
“Você está pálida como uma folha de papel.”
“EU ESTOU BEM!” ela gritou com raiva, forçando-o a se virar e olhar pra ela.
“Você esteve morta por dez horas,” ele sibilou.
“Sim. Então considerando tudo, eu diria que estou muito bem agora,” ela retrucou. “Pare de se sentir culpado. Não é sua culpa. Eu nem acho que é minha culpa, sério, já que eu não tinha idéia de que isso ia acontecer. Não é nem mesmo culpa do bastardo que atirou em você, já que ele não tinha como saber que isso era sequer possível. Não é culpa de ninguém.”
“Você estava morta, Chloe,” Oliver disse, de repente pegando os ombros dela e sacudindo-a de leve. “Você estava morta e deveria ter sido eu. Você não tem permissão de morrer!”
“Mas você tem? Ela perguntou incredulamente. “Porque isso sequer importa? Estamos os dois vivos. Tudo está bem.”
“Porque poderia não estar! Você poderia não ter voltado—”
“Mas eu voltei!”
“—e você teria me deixado aqui sem você e eu não posso suportar isso!”
Chloe caiu no silêncio, chocada. Ele a puxou bruscamente pra si novamente, abraçando-a contra seu corpo que agora tremia.
“Não posso lidar com você não estar aqui,” ele disse as palavras com dificuldade e Chloe percebeu com espanto que ele – que Oliver Queen – estava chorando.
“Ollie, eu—”
“Eu amo você, droga.”
Chloe parou, seu corpo ficando rígido.
“Deus, eu amo você.”
“Você está em choque. Você passou por muita coisa essa noite. Eu—”
Ele estava balançando a cabeça, intensificando seu aperto enquanto a impedia de sair dos braços dele. “Não.”
“Não o que?”
“Não, eu não estou em choque. Sei disso há tempos. Não te disse por que sabia que faria você sair correndo porque é isso que você faz.”
Ela paralisou com as implicações dele sobre sua própria covardia, mas não discutiu porque lá no fundo ela sabia que era verdade. Ela estava pronta pra sair correndo naquele exato momento.
“Eu amo você, Parceira, e você não tem permissão de morrer. Não enquanto eu puder fazer isso por você.”
Chloe prendeu a respiração com as palavras dele e seu significado. Com o corpo tremendo, afastou-se gentilmente, ainda permitindo que seus braços ficassem ao redor dela. Sua mão estendeu-se ansiosa pra bochecha dele e virou sua cabeça pra que ele pudesse encará-la. Retraiu-se com a dor que encontrou ali e de repente sentiu vontade de chorar. Lentamente, ela o puxou pra baixo pra que encontrasse seus lábios. Ela o beijou suavemente, até mesmo cuidadosamente, e então sussurrou contra seus lábios, “Eu estou bem. Tudo está bem.”
As mãos dele voaram pros cantos do rosto dela e ele a segurou ali enquanto a beijava tão intensamente quando podia, sal e desespero se misturando ao gosto dela.
Chloe retribuiu o beijo tão bem quanto podia. Ele tinha dito que a amava. O beijo mostrava o tanto.
Juro que quase chorei!
ResponderExcluirMas consegui aguentar aqui, uma das fics mais lindas do blog =)
E jura que você está trazuzindo uma de 11 caps? *MORRI* Woohoo!
Amo ficas longas, amo, amo, amo #)
Mônica/Shann_S
Que emocionante!
ResponderExcluirO amor, medo de perder ele fez o poder dela voltar.Do mesmo jeito que fez o poder dela aparecer pela primeira vez.
Pra mim ela ainda tem os poderes, na serie.
Mais uma fic linda.
nusssssss quase chorei tb, q fic perfeita, gostei muiiito da estabilidade emocional, pq tem algumas q os persongans mudam rápido, e nem dá pra notar a mudança, mas essa foi constante e bunitinha....
ResponderExcluiradoro as da Tarafina que consegue fazer esta mudança emocional perfeitamente bem!!!
Letícia R.
ahh, essa fic é bem emocionante mesmo, e é tão linda! adorei traduzir.
ResponderExcluir-Mônica: hahaha juro. É uma fic em que a Chloe sofre um acidente e perde toda e qualquer memória que venha depois do primeiro ano do ensino medio, então ela não lembra dos poderes do Clark, não lembra de ninguém da JL, do Oliver... Ela é linda, só não sei quando termino ;D
Aaaaahhhhhhhh.... Essa fic é tão emocionante... xD
ResponderExcluirJá li várias em que ela retoma os poderes, mas essa é a melhor até agora. ^^
Eu li essa em que ela perde a memória, muuuuito boa. \o/
Ivy, jah estou ansiosa por essa.Nossa!
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