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"Ollie!"
Oliver xingou mentalmente. Três dias se passaram, e ele estava esperando isso a qualquer momento.
“Ollie!” veio o som da voz irritada de Lois mais uma vez.
Ele fechou os olhos. Talvez se ele a ignorasse, ela iria embora.
Ao invés disso ela simplesmente entrou no quarto dele.
“Ah, aí está você,” ela disse. “Ollie, você gostaria de me explicar o que você fez?”
Ele abriu os olhos pra olhar pra ela. “Lois, estou tentando meditar. Vai embora.”
“Não, ela disse simplesmente.
“Porque não?” ele perguntou mal-humorado. E lá ia embora todo o progresso que ele tinha feito em aliviar a tensão nas suas costas.
“Porque eu exigo saber o que você fez com minha prima.”
Desistindo de todo o fingimento, ele levantou e foi pegar uma camiseta. “O que eu fiz com ela?” ele perguntou. “Sério, Lois?”
“Sim. Nos últimos dias, eu tenho visto Chloe ficar cada vez mais irritada e obcecada pelo trabalho. Eu segui as migalhas de pão e todas levam a uma coisa: Oliver Queen. O que aconteceu? Chloe de repente decidiu que não queria mais essa coisa toda de ‘amigos com benefícios’ e você não podia continuar com ela? Ein?”
Oliver virou para lhe lançar um olhar incandescente.
“O contrário, na verdade.”
Lois pareceu chocada. “O que?”
“Ela terminou comigo porque eu disse que queria um relacionamento.”
“Você... o que?”
Oliver revirou os olhos. “Não me faça dizer isso de novo.”
Lois sentou na poltrona dele, ainda atordoada. “Eu não acredito.”
“Acredite,” ele disse secamente, como se ele mesmo não estivesse tendo problemas o suficiente em acreditar nisso. Em nenhum momento da vida dele ele esperava que algo remotamente parecido com isso fosse acontecer.
“E você...” Lois estava boquiaberta, confusa. “Você está...”
“Não estou com a cara na sarjeta?” ele sugeriu levemente.
Lois o olhou com os olhos estreitos. “Você está fazendo ioga?
“Meditando.”
“E como exatamente isso se encaixa em ganhar minha prima de volta?”
Ele lhe lançou outro olhar. “Não se encaixa.”
Ela levantou, e Oliver pressentiu uma tempestade a la Lane vindo. Ele foi pra cozinha pra beber alguma coisa. “Você não está fazendo nada?” ela quis saber irritada.
Oliver riu consigo mesmo, preparando-se pra adivinhar tudo que ela tinha pra dizer. Próximo: Bem, o que há de errado com você?
“O que diabos há de errado com você, Oliver?”
É. Agora: Um tiro em sua coragem.
“Que tipo de covarde patético é você? Você não se importa em lutar contra o crime, agora Deus o livre de você colocar outra coisa além de sua vida em risco.”
Aham. Em seguida viria a cartada da culpa. Provavelmente envolvendo alguma coisa sobre o quanto Chloe estava infeliz.
“Você tem alguma idéia do que está fazendo Chloe passar? Ela está no fundo do poço, Ollie! Ela mal tem dormido ultimamente. Porque diabos você não está fazendo nada sobre isso?”
Agora, de alguma forma falaria pra ele ser o herói.
“Quero dizer, você sabe tudo que a Chloe passou. Ela foi muito magoada. Você não pode simplesmente ficar parado e permitir que ela se feche do resto do mundo. Você tem que saber que ela quer isso. Ela apenas está com muito medo pra admitir. Você é o herói. Resgate-a ou faça o que quer que você faz!”
Devia ser só isso, ele pensou. Ele abriu a boca pra mandá-la embora, mas antes que conseguisse falar uma palavra, ela o cortou.
“Não posso acreditar que você não está lutando por ela,” ela disse calmamente.
Oliver encarou, incerto sobre como responder.
“Ollie,” ela argumentou. “Eu vi o jeito que vocês se olham. Porque você não está fazendo nada?”
Isso não era justo. “Olha, Lois,” ele respondeu irritado. “Chloe me dispensou. Ela me mandou embora. Ela disse que ela não me queria. Porque você não vai brigar com ela?”
“Porque Chloe não escuta; mas você sim... as vezes,” ela acrescentou com um indício de sorriso.
Ele revirou os olhos. “Vai pra casa, Lois.”
Mas Lois negou com a cabeça, se levantando. “Você é bem idiota, sabe. Você passou aquele tempo todo atrás de mim e agora está desistindo da Chloe dessa forma.”
Oliver virou pra ela furioso. “Sai daqui,” ele disse firmemente. Ele ignorou o olhar magoado que passou pelos olhos dela. Ele não precisava ouvir sobre todo o tempo que desperdiçou ansiando por ela. Isso não ia ajudar em nada. Ele observou friamente Lois se afastar um pouco antes de se virar pra ir.
“Ótimo!” ela gritou no caminho, “Talvez você não a mereça então!”
Se ela estivesse ao alcance dos braços dele, Oliver tinha quase certeza que teria batido nela, mulher ou não.
Quando ele ouviu a porta para o elevador se fechar ele procurou a coisa mais próxima que ele podia colocar nas mãos, um copo vazio de uísque no caso, e o atirou contra a parede, fechando os olhos pra apreciar melhor o despedaçar satisfatório.
O que Lois achava que ele estava fazendo? Fazendo nada e sentindo pena de si mesmo? Chloe disse que não tinha nada mais a oferecer pra ele. O que mais ele podia fazer? Ele não ia aborrecê-la se recusando a deixá-la sozinha. Se ela não gostava dele desse jeito, então isso era tudo.
Ele andou até o sofá e desabou nele, suspirando ao pensar nas coisas que Lois disse.
Eu vi o jeito que vocês se olham.
Pelo amor de – isso era apenas Lois vendo o que queria ver, como sempre. Pra uma jornalista, ela podia ser bem cega em relação aos fatos. Sério, se ela estava tão determinada em ver os dois juntos, porque ela não foi falar com Chloe? Ele fez a parte dele. A decisão estava nas mãos de Chloe agora.
Chloe suprimiu um bocejo. Ela ficou acordada quase a noite inteira. De novo.
Ela não conseguiria dormir se tentasse, e não tinha nem certeza se queria tentar, sabendo que provavelmente acabaria sonhando com ele.
Ela o odiava. Era simples assim. Ela o odiava por estragar tudo. Porque ele não podia simplemente deixar as coisas como estavam? Era tão fácil e simples o jeito que eles conduziam as coisas, mas ele tinha que ir e complicar tudo.
Ela estremeceu ao pensar no olhar no rosto dele quando disse que não tinha nada a oferecer. Tinha sido como ... como... como ver alguma coisa morrer. Ela se sentia uma assassina e era tudo culpa dele.
Ela o avisou desde o começo, avisou que queria manter qualquer laço de fora porque eles apenas deviam estar se divertindo. Não era pra ir além disso. Nunca passou pela cabeça dela que iria. A idéia de Oliver Queen querendo um relacionamento com ela sempre lhe pareceu absurda. Ela nunca nem sequer cogitou isso. Porque ele iria a querer quando podia escolher praticamente entre todas as mulheres da face da Terra?
Ele tinha enlouquecido. Era a única explicação. Porque tinha que ter chegado a esse ponto? Várias e várias vezes ela disse a si mesma que não. Ela não podia fazer isso, não de novo. Ela não podia amar alguém novamente. O coração dela tinha sido despedaçado de forma que não tinha conserto e não havia nada mais pra oferecer.
Chloe deixou escapar um grito de frustração e deslizou para o chão onde estava.
“Isso não parece bom,” veio o som de uma voz familiar.
Chloe olhou pra porta sem graça. “Oi, Clark.”
“Oi,” ele disse, divertido. “O que houve?”
Chloe suspirou e voltou pro chão. “Você tem uma década?”
“Pra você? Eu tenho duas,” ele sorriu, sentando ao lado dela. Chloe lembrou irresistivelmente dos tempos em que eles se sentavam assim no celeiro dos Kent. “O que foi, Chloe?”
Chloe descansou a cabeça no ombro dele. “Eu fiz besteira.”
“Ah?”
“Muito grande.”
“O que aconteceu?”
“Você sabe como Oliver e eu – ” ela sentiu Clark remexer-se desconfortável e deu um leve sorriso. “—como nós estávamos juntos mas não realmente juntos?”
Clark revirou os olhos. “Aham?”
“Estamos oficialmente não-juntos em todos os sentidos.”
“Ah.”
Chloe suspirou. Obrigada, fazendeiro. Que resposta esclarecedora. E ainda assim, ela sorriu, estranhamente agindo como ele. “Sim,” ela disse. “Ah.”
“Então, Oliver terminou, hã?”
Ela levantou a cabeça rapidamente. “Como é?”
Chloe olhou pra ela com a expressão confusa. “O que?”
“Quem disse que ele terminou? Eu sou tão indesejável assim?”
Clark se afastou automaticamente em defesa própria. “Não, eu apenas—”
“Você só achou que Oliver não iria me querer por muito tempo.”
“Não,” Clark a parou. “Eu achei que Oliver iria cair fora antes que durasse muito. Não tem nada a ver com você. É só que ele tem um histórico ruim com mulheres.”
Chloe encarou.
“E ele está fora de si, é claro,” Clark acrescentou apressadamente.
Chloe suspirou, apoiando o rosto nas mãos. “Desculpa, não queria surtar assim. A coisa toda é, Oliver não terminou. Eu terminei.”
“Eu achei que você gostasse de como as coisas estavam... por mais confusas que fossem.”
“Não era confuso. Era simples. E eu gostava... gostava disso, quero dizer.”
Clark ergueu as sobrancelhas, mais perdido que nunca. “Então o que –”
“Oliver! É isso que foi!”
“Ele estava saindo com outra pessoa?”
“Não! Ele–” Chloe parou, subitamente percebendo o quão absurdo o que ela estava prestes a dizer parecia. “Ele–”
“Ele o que?”
Chloe engoliu seco. “Ele queria mais.”
“Mais o que?” Clark fez uma careta, completamente perdido.
Chloe revirou os olhos. “Mais do que amigos com benefícios.”
Clark encarou. “E você...” ele deixou a voz morrer.
“Não.”
Houve uma pausa opressiva seguida por “Ah.” Eles ficaram sentados lá por um momento antes de Clark morder a isca. “Porque não?”
Chloe cogitou não contar pra ele. Ela não tinha muita certeza se queria falar sobre isso, mas lá estava Clark com aqueles grandes e inocentes olhos azuis, e por qualquer que fosse o motivo, ela sempre contaria tudo pra aqueles olhos.
“Porque não acho que posso lidar com isso.”
“Porque não?”
“Porque eu – Eu não me sinto mais completa, Clark. Alguma coisa está inerentemente errada comigo e eu simplesmente não posso fazer isso de novo. Eu não posso dar mais nada de mim porque se eu der, aí eu vou cair aos pedaços completamente. Eu mal estou aguentando como está agora,” ela desabafou, a vista dela borrada com as lágrimas.
“Ah, Chloe,” Clark a confortou, puxando-a para um de seus abraços calorosos e comfortavelmente sufocantes. Exausta, Chloe aninhou-se no peito dele, deixando as lágrimas cairem pela primeira vez. Ele acariciou as costas dela e colocou uma mão na parte de trás da cabeça dela. “Chloe, vai ficar tudo bem.”
“Eu nunca deveria ter deixado isso acontecer, Clark. Devia ter confiado nos meus instintos. Eu sabia que era uma má idéia mas eu achei que iria ficar tudo bem. Você devia ter visto o jeito que ele olhou pra mim. Era como se eu fosse a pessoa mais horrível do mundo.”
“Ei,” Clark a silenciou, “Eu sinceramente duvido que Oliver pensa isso.”
“Sim, ele pensa,” Chloe soluçou.
“Chloe, Oliver não conseguiria pensar isso de você mesmo se tentasse. Ninguém conseguiria.”
Chloe discordava. Clark não tinha visto o jeito que Jimmy tinha olhado pra ela naquele fatídico dia no hospital quando disse que casar com ela tinha sido o pior erro da vida dele. Ou o olhar de Davis quando percebeu que ela só tinha ido com ele pra salvar Clark.
E o mesmo olhar tinha aparecido no rosto de Oliver. Ela estava destinada a receber da vida nada além de infelicidade? Causar nada além de infelicidade?
“Olha, Lois me mandou porque ela disse que estava preocupada com você. Ela diz que falou com o Oliver–”
Chloe parou de respirar.
“– e ela acha que ele só está sendo teimoso. Ele vai se acalmar com o tempo e então vocês podem resolver as coisas.”
“O que tem pra resolver, Clark? Ele quer um relacionamento – com todas as reviravoltas não previstas – e eu quero me enterrar um buraco e morrer.”
Clark a apertou. “Vamos, porque não arranjamos um pouco de café pra você. Isso vai fazer você se sentir melhor. As coisas vão parecer melhores.”
Mas pra surpresa dele, Chloe recusou a oferta com um aceno. “Não acho que eu deva. Eu não durmo há dias.”
Clark riu. “Descafeinado então. E depois cama.”
Chloe concordou.
ô pecado!
ResponderExcluirDevia ser proibido homens como Oliver sofrer de amor!Mesmo que a causa seja minha querida Chloe!
Mas se bem que eu gosto muito mais quando é o homem que sofre, que vai atrás...Há!
E eu tenho pra mim que Chloe vai acabar cedendo.
Tem como?Oliver se transformou na perfeição!
ahauhauhauaua
ResponderExcluiré isso aí roberta o ollie é o sonho das mulheres, mas o me deixou doida foi amizade com clark nessa fic, céus que coisa linda...a lois toda com seu jeito lois pra falar com o ollie, kkk curiosa pro resto