Boa leitura.
Velvet Blindfolds and Boxes
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“Me lembre mais uma vez porque a venda é necessária?” ela perguntou, mordendo os lábios
Ele sorriu pra ela. “Você vai espiar se eu apenas te pedir pra fechar os olhos... Você é curiosa demais pro seu próprio bem, Parceira.”
Ela tentou aparentar indiferença, mas a boca dela se curvava num sorriso. Ele estava certo; Apesar dele já estar levando-a pra surpresa dela, ela já estava se coçando pra saber o que era sem esperar mais. Paciência era uma virtude que Chloe Sullivan não tinha. Quando ele a convidou pra passar a noite e prometeu uma surpresa, ela estava esperando algo mais... Nu. Não ajudava a camisa do pijama dele estar desabotoada, revelando uma extensão de músculos e pele bronzeada. Ela lambeu os lábios, sabendo que ele estava logo atrás dela e que o corpo quente dele estava tentadoramente perto. Quando ele arranjou uma venda, ela ficou ainda mais interessada, até que as roupas dela permaneciam intactas e ele a levava pra algum lugar desconhecido, a promessa de sexo espetacular aparentemente distante.
“Tem coisas muito mais divertidas que poderíamos estar fazendo com essa venda, sabe...” ela sugeriu, rindo.
A risada rouca dele no ouvido dela a fez tremer da cabeça aos pés. “O jogo está apenas começando...”
Oliver tinha um jeito de fazer as coisas parecerem tão promissoras; ele nem tinha a tocado ainda, não realmente, e não somente ela estava vestida como ele acrescentou ainda mais tecido. Quase um ano disso e o homem ainda tinha o mesmo efeito sobre ela; ela jurava que ele sabia exatamente o que era preciso pra fazer as pernas dela tremerem, pra respiração dela ficar irregular, e o coração dela saltar uma batida. No começo, amizade com alguns benefícios era tudo que ela queria, mas aí os limites ficaram borrados e o que era pra ser apenas pra aliviar o stress, conforto entre duas pessoas que confiavam uma na outra, ficou mais intenso e a luxúria evoluiu pra amor. Naturalmente, ela evitou qualquer possibilidade disso, mas como se ele sempre soubesse que isso ia acontecer, ele não somente aceitou como a convenceu também.
As mãos dele apertaram de leve os ombros dela, trazendo-a de volta pro presente, e então ela estava claramente consciente quando eles saíram da sala e foram pro quarto dele. Foi o cheiro dele; masculino, o indistinto perfume que aguçou seus sentidos, ela podia até sentir o cheiro do sabão na roupas penduradas no guarda-roupa dele e nos lençóis. Não muito atrás estava o cheiro dela que parecia se misturar ao dele agora, o perfume dela perto da cômoda dele, das folhas aromáticas¹ que ela usava nas roupas. Ela tinha umas coisas na casa dele uma vez que ele insistia que ela não passasse a noite na Torre de Vigilância e não voltasse pra Smallville de carro quando ficava muito tarde.
“Mantenha uma mente aberta,” ele disse pra ela, a bochecha dele encostando no cabelo dela, a boca próxima da orelha.
Ela bufou “No meu campo de trabalho? Uma mente aberta é um requisito.”
“Isso não é trabalho, Professora,” ele murmurou, uma certa mudança gentil no tom dele, que fez as sobrancelhas dela se franzirem.
“Considere minha mente bem aberta mesmo assim.”
“E apenas pra garantir, pode manter seu coração aberto também...” ele sugeriu. “Não quero que os dois discordem.”
“Você está nervoso?” ela perguntou, um riso leve se fazendo perceber em sua voz. “Eu é que estou com a venda e confiando que o quer que seja, não mata, mutila ou deforma. Uma vez que os exercícios na cama estão fora de questão por agora, a única pessoa que deveria estar nervosa sou eu!”
Ele riu perto da orelha dela, o som grave fazendo o estômago dela afundar em resposta. Como ela queria se livrar das roupas dela, tirar as dele, e ir direto pra parte divertida!
Ele beijou o pescoço dela então, a barba que começava a crescer roçando na pele dela, e ela parou de respirar por um segundo. E aí os dedos dele desataram o nó da venda atrás da cabeça dela. Enquanto a venda de veludo vermelho caia, ele acariciava o pescoço dela, observando-a. Ela levou um momento pra abrir os olhos. Expectativa como ela nunca conheceu fazendo o coração dela bater acelerado. Ao abrir os olhos, ela levantou o olhar do chão lentamente. O quarto dele, exatamente como ela suspeitava, mas agora que ela olhava ela podia notar algumas diferenças. A bolsa de roupas e extras que ela normalmente deixava perto da porta não estava lá. O perfume dela estava na cômoda, ao lado do dele ao invés de estar guardado na bolsa. Dentro do guarda-roupa estavam as roupas dele e dela, penduradas e juntas. Na cama não estava mais a colcha verde escuro que combinava com os lençóis e fronhas, mas a colcha colorida favorita dela e o travesseiro laranja dela estava ao lado do verde dele. E lá, no meio do meio da cama, tinha uma caixa de veludo esmeralda. Ela engoliu seco, joelhos nem um pouco firmes.
A primeira coisa que ela pensou foi um anel, e automaticamente a mente dela criou uma imagem do que ele escolheria, do que ela gostaria. Dois diamantes um de cada lado numa esmeralda brilhante; no entanto pequena, nada ofuscante, mas elegante, belo, simples, e não somente ‘ela’, mas ‘eles’. E então os olhos dela arregalaram; um anel – rápido demais, cedo demais. Ela não tinha certeza se estava pronta pra isso, se eles estavam prontos pra isso. Ela estava entre a animação e o medo; uma parte dela pensava que daria certo, eles podiam fazer isso. E outra parte estava apavorada que eles não pudessem, que iria acabar do mesmo jeito que acabou com o Jimmy. Logicamente, ela sabia que era bem impossível. Jimmy não sabia de nada sobre a maior parte da vida dela enquanto Oliver estava na verdade vivendo-a com ela, consciente de cada segredo. E não havia nenhum monstro apaixonado por ela, mas destruindo o mundo; não agora. Então nada de Davis pra matar Oliver e a deixar sem seu coração.
Mas eles estavam prontos? Só fazia um ano e sim, ela o amava, mas ainda havia tempo, ainda havia coisas que eles podiam aprender um sobre o outro.
“Abra,” ele sugeriu, lábios roçando na orelha dela delicadamente. Ela acenou que sim, incapaz de falar, e atravessou o quarto, saindo do abraço dele. Ela teve que ajoelhar na ponta da cama larga dele, alcançar o centro e tirar a caixa de lá. O veludo era macio, gelado contra os dedos dela. Ela não conseguia não olhar pra ele, pro jeito calmo que ele estava em pé na porta, um meio-sorriso em seus lábios e os braços cruzados no peito nu. Os olhos castanhos e risonhos dele foram o que fizeram ela abrir a caixa; talvez ela não fosse paciente mas era definitivamente orgulhosa. A respiração ficou presa em sua garganta enquanto ela olhava dentro da caixa. Não um anel mas uma chave. Ela não sabia se estava decepcionada ou aliviada.
“Então... você passa seis dos sete dias e noites aqui, você tem seu próprio lado da cama e eu não faço idéia de onde você colocou a comida que estava no armário mas eu sei que você tem café pra durar até durante um apocalipse...” Aí ele sorriu. “Não temos uma vida convencional e nossa relação não é sempre normal, mas... Eu amo você e...” Ele abaixou um pouco a cabeça. “Quando você não está aqui eu fico desejando que você estivesse.”
Ela segurou a chave e olhou pra ela um pouco mais. “Você sabe que sua casa é protegida por um cartão e senha, certo? E que eu posso passar pelo seu servidor qualquer dia da semana se eu quisesse entrar?”
Ele riu, andou até a cama e sentou ao lado dela. “Então eu sou um pouco sentimental... e um cartão não caberia na caixa.”
Ela riu, concordando. “Ok... Então você mudou minhas coisas pra cá, me arranjou uma chave e essencialmente me pediu pra morar com você...” Olhando pra ele, pro sorriso suave na boca dele, ela sentiu um sorriso dela curvando os lábios. “Se eu disser sim, o que eu ganho em troca?”
Ele arqueou a sobrancelha. “Colocar a venda de volta...”
Ela mordeu os lábios, esperou. “Pra que?”
Inclinando-se na direção dela, o nariz dele lentamente se aproximando do dela, ele olhou intensamente nos olhos dela e sussurrou, “Eu não quero estragar a surpresa...”
Ela tremeu, e a reação se espalhou pelo corpo todo. “Você entende que estará preso a mim se fizermos isso, certo? Não tem volta... Não de verdade.”
Ele riu, concordando, e aí enterrou a mão no cabelo dela, puxando seu rosto pra perto. “É essa a idéia.”
Quando os lábios dele encontraram os dela, ela derreteu; no abraço dele, na proposta e em tudo mais que ele oferecesse. Deitando na cama, as mãos dela no peito musculoso dele, os dedos afundando como se ela esperasse que ele se afastasse, desaparecesse, no estilo bom demais pra ser verdade. Mas ele não fez nada disso, ao invés disso ele mordeu os lábios dela e puxou mais pra perto, as mãos tirando a roupa dela e fazendo o corpo dela entrar num frenesi com as carícias. O toque dele tinha um jeito de dissipar os pensamentos dela, de deixá-la inconsciente de qualquer outra coisa que não ele. Mas dessa vez, ela agarrou-se ao pensamento, à idéia que ele fez entrar na cabeça dela. Ele, ela, vivendo juntos, devidamente. Sem mais noites dirigindo de volta pra Smallville, sem mais escutar Clark e Lois tentando ficar quietos, e sem mais ficar longe dele quando tudo que ela queria era estar com ele.
Quando ele se afastou pra beijar o pescoço dela, os olhos dela piscaram várias vezes, encarando o teto. “Sim,” ela sussurrou inspirando o ar.
Ele parou, mordeu o pescoço dela e então se levantou até que eles estivessem cara-a-cara de novo. Ele olhou intensamente em seus olhos com atenção. “Sim?”
Ela segurou o rosto dele entre as mãos, algo dentro dela se suavizando ao ver a leve sombra de preocupação nos olhos dele. “Sim... Vou me mudar e aceitar sua chave que na verdade não abre nada e o que quer que venha com isso...”
Ele riu, concordando. “Bom...” Beijando a boca dela mais uma vez, ele se afastou e sorriu. “Porque te mudar de volta pra Lois ia ser um inferno... Ela já estava tentando alugar seu quarto e eu acho que ela atirou um sapato na minha cabeça quando eu estava indo embora.”
Rindo, Chloe envolveu o pescoço dele com os braços. “Então eu vou ter que ficar.”
Ele fingiu decepção. “Vou fazer meu melhor pra estar à altura.”
“Mm.” De repente, ela o rolou na cama e ficou por cima dele, sorrindo enquanto as mãos dele acariciavam suas coxas. Se esticando, ela pegou a venda e a segurou nas mãos. “Agora sobre aquelas outras surpresas que você tinha guardadas...” Ela riu. “Você primeiro, companheiro de quarto.”
Então não era um anel ou um noivado, mas era uma parte definidora do relacionamento deles. O fato dela até mesmo ter se animado, momentaneamente, com a possibilidade de ser esposa dele dizia um bocado de qualquer forma. Em um ano, ela aprendeu a confiar, amar, e receber o mesmo. Eles brigavam, faziam as pazes, compartilhavam segredos e superavam a pior parte. E agora ela tinha um novo lar, uma chave pro futuro, e um homem com quem ela estava rapidamente se convencendo de que passaria toda a sua vida. O casamento ainda podia esperar um pouco mais, mas o sexo espetacular... isso era uma certeza diária.
1 - folhas aromáticas. Eu realmente não sei se a tradução está certa, mas sei que no texto original eles falam de um produto específico, Bounce, que pelo que eu pesquisei é um detergente de roupas mas também existem esses lenços, que tem o mesmo efeito.
“Quando você não está aqui eu fico desejando que você estivesse.”
ResponderExcluirPreciso dizer que derreti nessa parte? E tem gente que não gosta dos dois.
Muito obrigada por compartilha-la, fic linda =)
Mônica
Ah, Oliver anda no momento fofurice dele, então foi tão fácil imaginar ele fazendo isso pra ela.
ResponderExcluirAdorei!
Chloe conseguiu fazer Oliver mostrar o seu lado mais fofo e romântico!!!!!!!!Ai,ai...
ResponderExcluirDale, Chloe!!!!!!!!!!!