I'm In Here (Lex-Chlo/Oliver)

Titulo: I'm In Here

Autora: Roberta Clemente
Classificação: NC-17

Nota: Alguns pensamentos na narração são eventos ocorridos na quinta temporada e podem ter erros...perdão. Mas a história se passa pós Finale.

Resumo: Chloe e Oliver tem suas vidas acompanhadas de perto...muito perto
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16

PHOENIX – Oliver estava tendo seu momento de maior dificuldade em esconder sua irritação desde que saíram de uma cabine pequena para entrarem em um carro algumas vezes menor. Fazia alguns bons minutos desde que haviam deixado a estrada principal e não podia ver nada além de arvores, por todos os lados enquanto dirigia por uma estrada de terra, completamente deserta e escura.

Seus olhos deixaram a estrada por um segundo e caíram sobre o homem irritantemente calmo e calado ao seu lado. Ainda estava se perguntando por que Lex havia escolhido aquele meio de transporte quando um helicóptero seria mais rápido e seguro. Estava a ponto de explodir.

E pensar em Chloe, Connor e no tempo que não tinham só piorava seu humor. Não podia confiar em Lex, ainda mais quando nem ao menos sabia para onde estavam indo. Estava as cegas com Lex como guia, por isso fez questão de ser o motorista. Precisava se manter minimamente no controle da situação e se fosse o caso, fugir.

-Carro legal.  –Oliver disse, apertando os dedos envolta do volante. – Mas você quer me dizer de novo por que estamos nesse passeio? – Oliver perguntou, olhando de volta para a estrada. – Que parte do nós não temos tempo você não entendeu?

-Eu já disse. Nós vamos de carro por questões de segurança. Assim não chamamos tanta atenção.  Não ajudaria se fossemos visto saindo do aeroporto em um helicóptero, ajudaria? – Lex respondeu calmamente, sem se dar ao trabalho de olhar para Oliver.

-Acredite, eu já fui visto em situações piores do que ao lado de Lex Luthor, então não, eu não me importaria.  Por que não sei se você se lembra, o relógio não é nosso amigo. Connor pode não ter esse tempo – Oliver empurrou o nó que se formou em sua garganta. - A menos que...

-Olha, Oliver. Eu sei que você não cofia em mim, Chloe não confia em mim, ninguém confia em mim. Não sou uma unanimidade, eu entendi essa parte, – Lex interrompeu. - Você pode não estar enxergando com clareza e eu entendo, na sua situação eu desconfiaria de tudo e todos, mas acredite, eu só quero ajudar e infelizmente alguns cuidados precisam ser tomados ou nós podemos não voltar a Star City. Nós somos a ajuda. Você não quer ter ligar para casa pra pedir socorro, quer?

Oliver balançou a cabeça. Ainda surpreso com as palavras e ele se forçou a aceitar que Lex poderia estar certo dessa vez. Ele pensou em Chloe, em como ela estaria naquele momento e quis mais que tudo estar ao seu lado. Mas Lex estava certo, eles eram a ajuda, não podia se colocar em perigo.

-Que cuidados? – ele perguntou, um pouco mais calmo.

-Esse grupo, Luminiferous, eles invadiram um laboratório altamente secreto e protegido, feriram alguns funcionários e estão a procura deste.

-Você acredita mesmo nisso? – Oliver questionou. – Mas você está preocupado com o que? Ter seus segredos revelados?  – ele ergueu uma sobrancelha. Não queria provocar, mesmo sabendo como aquilo tinha soado, até mesmo para os seus ouvidos, mas precisava saber as prioridades de Lex.

-Não – Lex respondeu duramente, demonstrando irritação com a insinuação. – Eu só não quero que nossa pressa acabe trazendo as pessoas que queremos evitar diretamente para o nosso pescoço.

Oliver silenciou. Ele tinha um ponto. Estava com pressa, no limite de qualquer tipo de preocupação e isso poderia distraí-lo e chamar a atenção de quem estava lá fora, só a espera de um passo em falso. Precisavam chegar, pegar o soro e sair em segurança. Tudo dependia disso. Esse era o plano.

-OK! Mas você pode pelo menos me dizer algo sobre o lugar para onde estamos indo?

-O laboratório fica em uma instalação afastada, como deu para perceber, não é muito nova, de modo que a segurança do prédio não é a melhor.  – Lex suspirou.

-Mas você guarda algo muito importante lá – Oliver não pode esconder a raiva da voz. Não podia acreditar que um lugar com a cura para um vírus tão letal estava em um prédio desprotegido.

– É só um prédio de pesquisa. Quando o projeto foi cancelado achei que um lugar menor e escondido era suficiente para continuar até que uma cura fosse criada.

-Por que você simplesmente não destruiu o vírus? – Oliver perguntou olhando brevemente para Lex.

-Isso não existe no mundo da ciência, Oliver.  Você não simplesmente destrói o que não dá certo, você se adapta, encontra outro caminho. – Lex explicou com naturalidade.

Oliver ficou em silencio. Parte do seu trabalho, da sua empresa era desenvolver pesquisas, de todos os tipos e não tinha problemas em admitir que havia uma linha muito tênue entre fazer o bem, buscar novas técnicas, curas e bancar Deus.

-Eu só não pensei que se esse projeto fechado se tornaria alvo de terroristas – Lex olhou para fora.

Oliver olhou para ele.

-É isso que você acha que eles são? – Oliver não conseguiu segurar aquela pergunta.

-Não é exatamente isso que eles são? – Lex ficou tenso. – Você olhou para sua cidade enquanto fazíamos o caminho até o aeroporto? As ruas estavam vazias, as pessoas estão com medo.

Ele tinha razão. Oliver havia notado a falta de transito e de pessoas nas ruas. Teria muito trabalho quando voltasse para casa. O ataque a Connor havia afetado a cidade.

-Eles estão com medo – Oliver disse para si mesmo.

-Bastou o ataque a uma pessoa para amedrontar e mudar a rotina de uma cidade inteira. Eles não se importam se a vitima é uma criança, uma mãe ou um pai de família. Eles querem espalhar o terror e nos afundar no caos. Isso é terrorismo.

Oliver ouviu a veemência na voz de Lex e não pode deixar de achar aquilo uma grande ironia. Lex Luthor, homem que no passado foi capaz de criar instalações e manter pessoas em regime de escravidão, de leva-las a limites que nenhum ser humano deveria aguentaria, acusar alguém de usar violência para conseguir o que quer.

-Mas eles nos acusam exatamente disso, você percebe, não é? De que do alto das nossas cadeiras, nós mantemos o mundo preso na pobreza e subjugação – Oliver deu um sorriso amargo.

-Meu pai fez coisas horríveis, para muita gente e principalmente para minha família, mas passei cinco anos vasculhando minha empresa. Cada detalhe, cada projeto, cada documento a procura de algo que pudesse me mostrar que eu fui como ele e nunca encontrei nada que me fizesse acreditar que essas pessoas estão certas – Lex afirmou com muita certeza.

Para sua sorte Oliver tinha acabado de sair de uma curva e entrado em uma pequena reta, por que assim que as palavras saíram da boca de Lex, Oliver girou a cabeça para enfrentá-lo.  Quis dizer a Lex que seu pai foi o responsável por ele crescer sem os seu. Quis dizer que Lionel foi o ser mais abominável que havia conhecido, que tentou mais de uma vez matar Chloe e todos a sua volta, mas não conseguiu. Por tudo isso e pela segurança com que Lex se disse diferente de Lionel.

-Nada. Você não encontrou nada? – Oliver disse, quase que automaticamente ao seu pensamento.

-Você me olha como se eu fosse um criminoso, mas não me diz pelo que estou sendo julgado.  – Lex baixou a cabeça e levou uma mão a testa. – Me diga Oliver, o que eu fiz no passado? O que eu fiz de tão ruim pra merecer tanto desprezo e não ter ninguém ao meu lado quando acordei sem saber quem eu era?

Oliver se viu paralisado. A aflição e dor na voz e olhar de Lex o pegando desprevenido, tanto que não soube o que dizer. Estaria Chloe certa quando lhe disse que Lex estava diferente? Poderia listar tudo de ruim que ele havia feito no passado e não teria tempo para terminar, mas isso determinava o caráter de alguém que aparentemente não se lembrava de nenhuma de suas atrocidades?

Antes que Oliver pudesse responder um flash de luz chamou sua atenção no retrovisor, o tirando completamente de seus pensamentos, o colocando em alerta de novo. Ele pôde ver pelo espelho um farol se aproximando.

-Nós temos companhia – Oliver disse pisando com mais força no acelerador.

-O laboratório está perto. É melhor você acelerar. – Lex olhou para o espelho ao seu lado.

-Lembra quando eu disse que o carro era legal? Bem, eu retiro isso – Oliver franziu os lábios. Não conseguiria fazer o carro ir mais rápido sem causar um acidente e o carro atrás deles estava se aproximando de forma assustadora.

-Você cuida da estrada, eu cuido deles – Lex disse, e abriu o porta luvas, tirando uma pistola automática de lá.

Oliver olhou para a arma e para Lex antes de colocar seus olhos na caminho de novo. Não conseguia ver o fim da estrada e torceu para Lex estar certo ou não sabia o que poderia acontecer. Seu pensamento voou sem querer para Chloe e ele fez o que sempre fazia quando saia em uma missão, disse a si mesmo que voltaria para casa. Ele se concentrou de novo e sentiu segundos depois a primeira pancada na traseira do carro.

STAR CITY – Chloe olhou pela janela enquanto Connor era examinado pela terceira vez na ultima meia hora. Ela olhou para o prédio ao lado, um dos mais altos da cidade, completamente apagado e sem vida.  Lá em baixo apenas algumas luzes passavam pela rua.

Pelo que ouviu de Lois as pessoas estavam com medo de ir às ruas e serem contaminadas como Connor. O estrago lá fora poderia ser irreversível. Mas Chloe afastou o pensamento, teria que se preocupar com isso depois, no momento uma única preocupação ocupava seu coração. Ela fechou os olhos por um momento e deixou os bips do monitor cardíaco invadir seus ouvidos, eles eram constantes, sempre no mesmo ritmo e isso a acalmava de alguma forma.

Depois de alguns minutos a porta do quarto bateu e ela percebeu que estavam sozinhos de novo. Chloe se virou para a cama e voltou para a cabeceira de Connor. Estava morrendo de medo de não ver mais seus olhos verdes, mas pela primeira vez ficou feliz que ele estivesse dormindo. Não aguentaria vê-lo passar pela tortura dos exames sem desmorona com o seu sofrimento.

Chloe se inclinou e beijou delicadamente sua testa antes de olhar mais uma vez para o lado de fora. Já havia passado da meia noite e nada tinha mudado. Não sabia dizer se isso era bom ou ruim, mas precisava que algo acontecesse e logo antes que as coisas começassem a fugir do controle.

-A mamãe já volta meu amor. E enquanto eu estiver fora preciso que você seja forte, ouviu? – Chloe sussurrou contra o pequeno rosto de Connor, deixando pequenos beijos em suas pálpebras. – Eu te amo mais que tudo.

Ela se endireitou e olhou para a figura frágil de seu filho, pedindo em silencio para que ele pudesse lhe escutar e obedecer como sempre fez. Chloe levantou lentamente e caminhou até a porta do quarto escuro. Antes de sair ela acendeu todas as luzes, Connor não gostava do escuro.

Chloe marchou até a sala de espera, seus passos eram firmes como a raiva de uma mãe ferida. Ela empurrou as portas duplas e olhou em volta. Nada parecia ter mudado desde á ultima vez que esteve ali, deixando que Oliver fosse embora com Lex e aquilo tinha que acabar.

-Lois – Chloe chamou pela prima enquanto se aproximava da mesa onde todos estavam concentrados em seus trabalhos.

-Sim. O que foi? – Lois respondeu, saltando de onde estava sentada. Ela foi acompanhada de todos.

-Eu preciso que você fique com Connor. – Chloe respondeu diretamente.

-Claro, mas eu posso perguntar, por quê? – Lois estranhou. Chloe havia encarnado, com toda razão o papel de mãe ursa nas ultimas horas.

-Nós não podemos continuar passivos desse jeito, não depois do que fizeram com Connor e não quando Oliver está lá fora – Chloe respondeu com muita segurança.

-Eu concordo – AC se aproximou, ele parou ao lado de Chloe com os braços cruzados, como uma sentinela.

-Eu sei por onde começar e preciso que alguém fique com Connor – Chloe olhou de novo para Lois. – Preciso que alguém esteja segurando a sua mão se algo der errado e eu não conseguir chegar a tempo. – seus olhos traíram sua postura e brilharam com as lágrimas que brotaram sem permissão.

-Eu não vou deixar a mão dele um segundo, Chlo – Lois prometeu. Seu peito diminuiu com a tristeza da possibilidade, mas ao mesmo tempo significava muito que Chloe pedisse a ela para tomar seu lugar.

-Obrigada – Chloe agradeceu com um olhar cheio de tristeza. Estava se arriscando. Se algo acontecesse com seu filho e ela não estivesse lá, ao seu lado, não se perdoaria. Mas sem Oliver eles precisavam de alguém que apontasse uma direção.

Ela suspirou depois que Lois passou pelas portas e olhou para o time de heróis a sua frente, esperando uma palavra, dispostos a tudo por Connor e seu peito se encheu de emoção.

-É só dizer e nós fazemos – Clark disse, com expectativa. Sabia que não devia estar sendo fácil para ela deixar Connor, mas Chloe era assim, forte como uma rocha.

-Primeiro eu preciso que você vá à mansão e traga meu equipamento, - Chloe se dirigiu a Bart.

-Considere feito – Bart fez uma pequena reverência e desapareceu.

-Vic, eu sei que você está ocupado com pesquisa, mas nós não estamos seguros aqui, eu preciso que você se conecte a todas as câmeras de segurança do hospital e prédios vizinhos. É importante. Use os satélites da Watchtower para monitorar o espaço aéreo, não quero ser pega de surpresa mais uma vez – ela ergueu uma sobrancelha se lembrando de como pretendiam tirar Lex do hotel em que ele estava.

-Pode deixar. - Victor piscou para ela e voltou para o seu lugar. Estava mais que frustrado no momento por não conseguir rastrear esse grupo, mas a postura de Chloe o encheu de esperança.

-E eu? – AC perguntou impaciente.

-Você vai ficar com a missão mais importante de todas, - Chloe se virou para olhar para seu amigo, quase eufórico. – Proteger Lois e Connor. Eu quero que fique na porta do quarto em que eles estão e se não for um de nós seis ou Emil e sua equipe, você está autorizado a usar sua mão nova – ela disse sugestivamente para ele.

-Legal – AC levantou a mão enluvada e sorriu brilhantemente para Chloe, fechando os dedos em um punho. Ele se afastou, deixando os últimos dois na sala.

Chloe sorriu e olhou para Clark, que esperava pacientemente por uma instrução sua. Ela suspirou e olhou agradecida para seu melhor amigo, seus olhos encontraram os dele, tão familiares.  Se Oliver não podia estar ali com ela, estava feliz por ser Clark. Seu celular vibrou na mão, a arrancando de seus pensamentos. Ela pressionou os lábios um contra o outro quando leu a mensagem na tela.

-Ele conseguiu e está aqui – Chloe sussurrou.

-Ele quem? – Clark perguntou com a testa franzida.

-Faça as contas, e veja quem de nós está faltando? – Chloe ergueu uma sobrancelha.

Demorou um segundo para Clark entender. Ele assentiu e se perguntou o que Chloe esteve fazendo e planejando antes de chegar ali.  Mas ele guardou o pensamento. Daria seu apoio sem questionar. Connor e todos eles dependiam disso.

CONTINUA...

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