quinta-feira, 24 de junho de 2010

I’ll Explain Everything When It’s Friday – Capítulo 4

Bom, gente, aqui está mais um capítulo. Quero logo dizer que o próximo capítulo tem cenas NC-17, a própria Chloe avisa no fim deste capítulo. ^^ Só pra deixar claro para quem não se sentir a vontade. E pra quem estava se perguntando porque essa fic está no blog JUSTCHLOLLIE, o próximo capítulo vai mostrar isso também. =D A parte em itálico é flashback.

Boa leitura!

[Personagens e história não nos pertencem.]

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16 de Outubro, 2008 (Dia 2)

Chloe acordou assustada, de novo, ela tinha a sensação de que alguém a estava olhando, de novo. “Eu te comprei um colchão muito bom e muito caro.” Oliver disse. Chloe sentou confusa. “Eu testei pessoalmente. Fui à loja fisicamente e deitei no colchão pra ter certeza de que era confortável.” Ele sorriu.

“Você entrou sozinho do novo?” Chloe perguntou bocejando. Ela olhou ao redor tentando entender como foi parar no sofá.

“De novo?” Ele a olhou confuso. “Sou o dono do prédio.” Oliver argumentou. “Eu bati por vinte minutos. Então, por que você está dormindo no sofá?” Ele perguntou.

“Eu fui dormir na cama e o colchão é realmente incrível.” Ela coçou a cabeça. “Devo ter levantado no meio da noite e não ter conseguido voltar dormir.” Ela andou para a cozinha e franziu a testa quando notou que a cafeteira estava desligada da tomada. Ela sacudiu a cabeça e a ligou, começando um pote de café.

“Desculpa.” Oliver disse. “Se eu entrar só te incomoda posso sair e bater de novo.” Oliver ofereceu.

“Não, está bem, não se preocupe.” Ela ligou a cafeteira, com algo chamando a atenção dela subconscientemente, e a cafeteira explodiu. Chloe pulou para trás e pegou uma toalha, batendo nas chamas quando de repente a luz se foi. Ela gemeu e pegou uma luva para tirar o cabo da tomada. “Pensei que o eletricista tivesse consertado isso.” Chloe suspirou.

“Esqueci de chamar o eletricista.” Oliver disse. “Desculpa. Você deixou o computador ligado ou algo assim?” Oliver perguntou.

“O eletricista veio ontem e disse ter consertado tudo.” Chloe reclamou, pegando uma faça do balcão e indo em direção ao corredor.

“Ei, pessoal, que barulho é esse?” AC falou e então bateu contra a mesa. “Merda!” Chloe ouviu algo quebrar de novo. Ela deu a volta no vidro quebrado e foi abrir a caixa do registro só para ver o papel de parede intacto novamente. “Você consertou isso ontem?”

“O quê?” AC perguntou, ainda meio dormindo e congelado no lugar.

Chloe sacudiu a cabeça e pegou um pedaço de vidro do chão, rasgando o papel novamente. “O que você está fazendo?” Oliver perguntou chocado enquanto Chloe terminava de cortar o papel e o afastar revelando o registro. “Como você sabia que isso estava aí?”

“Eu...” Chloe parou enquanto mexia no interruptor principal e as luzes voltaram. Ela notou que o pedaço de vidro era o mesmo que ela usou no dia anterior. Um pedaço do vaso que tinha sido quebrado e jogado no lixo. “Vocês colaram isso de volta?” Ela perguntou a AC e Oliver, confusa.

“Ontem?” AC ergueu uma sobrancelha enquanto Chloe mexeu no armário e pegou uma vassoura.

“Deixa isso comigo. Porque você não vai arranjar um café?” Oliver tirou a vassoura dela e começou a varrer.

Chloe balançou a cabeça, calçou os sapatos e pegou uma jaqueta, não conseguindo ignorar a sensação de que tinha algo estranho com esse dia. Ela quase bateu contra a mesma garota de ontem, a garota que ela podia jurar que tinha sido expulsa do prédio. “Espera, espera, eu tenho aqui, eu tenho aqui!” A garota mostrou algumas moedas e o guarda nem parou enquanto imprimia o ticket. “Não.” A garota gemeu. “Eu estava bem ali, eu estava bem ali.”

“Tarde demais.” O guarda passou para o próximo carro. Chloe virou à esquina ouvindo a mulher começar uma briga com o guarda. Ela saiu do caminho de novo quando o mesmo office-boy de bicicleta, o que ela viu ser colocado em um saco no dia anterior, quase a atropelou e correu para a rua. De repente ela sabia o que ia acontecer e esticou a mão, mas era tarde. Chloe ouviu de novo, pneus cantando, pessoas gritando e uma forte batida. Ela parou e fechou os olhos, não queria se virar, tinha que se virar. Ela sabia o que ia ver, mas ainda sim foi pega de surpresa. E lá estavam o ciclista e a bicicleta, bem como no dia anterior, e a mesma BMW fumaçando e amassada. “Isso está virando loucura.” Chloe se virou, a ambulância gritando à distância enquanto ela corria para o jornaleiro mais próximo.

Ela pegou o Planeta Diário e franziu a testa ao ver a data. “16 de Outubro, 2008.” Ela sacudiu a cabeça. “Você já tem o jornal de hoje?” Chloe perguntou para o homem.

“Esse é o jornal de hoje.” Ele resmungou.

“Não, esse é o jornal de ontem.” Chloe mostrou. “16 de Outubro.”

“Moça, hoje é dia 16 de Outubro.” O homem disse.

“Não, hoje é dia 17 de Outubro, sexta-feira.

“Hoje é quinta-feira.” O homem sacudiu a cabeça e foi até o próximo cliente.

“Mas que diabos?” Chloe murmurou. Ela pagou pelo jornal e quatro copos de café e caminhou de volta para a Fundação Ísis. Passou rápido pelo local do acidente enquanto colocavam o ciclista no saco de novo. Ela passou pela mesma mulher, gritando com o motorista do guincho de novo. Ela sacudiu a cabeça e correu escada acima, agora realmente assustada, e abriu a porta, só para escorregar pelo chão, de novo. “Merda.” Ela tentou não cair de bunda quando Bart saiu do nada e a segurou.

“Cuidado.”

“O que...” Ela olhou para o banheiro de onde vazava água. “Você usou o vaso.”

Ela suspirou.

“Esqueci, Chloe. Desculpa.”

“Veja se não está vazando lá para baixo, hein?” Ela o empurrou do caminho e foi até o banheiro onde Oliver estava sentado no chão com Victor ao seu lado.

“Não, a água ainda está ligada.” Oliver falou ao telefone. “Porque estou olhando para ela enquanto ela está se derramando do vaso.” Ele pausou. “Eu não sei que válvula você virou, mas obviamente não era essa.”

“Desliga a válvula atrás do vaso.” Chloe disse ao Oliver.

Oliver espiou e se esticou atrás do vaso. “Hum. Que tal isso.” Ele sorriu enquanto virou a válvula e a água parou. “Consertei.”

“Não, você parou a água.” Chloe foi até o armário e pegou mais toalhas e o encarou.

“Eu sei, esqueci de chamar o encanador e o eletricista.” Oliver disse timidamente.

“Tem café na cozinha.” Ela deu uma toalha a ele e saiu. “Este dia está familiar para você?”

“Como assim?” Oliver perguntou. “Como Dèjà vu?”

“Tipo assim.” Chloe parou quando uma porta bateu e a gritaria começou de novo.

“Jeremy, isso não foi culpa minha.” A garota do apartamento ao lado gritou.

“Você fez com que o meu carro fosse guinchado.” Uma voz masculina gritou de volta.

Você fez com que seu carro fosse guinchado.” A garota gritou. “Eu posso ter me esquecido de colocar dinheiro no registro do estacionamento, mas as outras três multas foram suas, lembra?”

“Esse era pra ser o meu primeiro dia no trabalho novo. Meu primeiro dia. Sem esse trabalho não podemos pagar o aluguel, se não pagarmos o aluguel vamos ser expulsos. Jesus, Julia! É melhor eu conseguir pegar o ônibus e chegar lá a tempo.” Eles ouviram a porta bater de novo e então soluços de choro.

“Uau. Paredes finas.” Oliver disse. “Provavelmente devemos nos lembrar de não gritar pela sala sobre nossas identidades secretas.” Ele sorriu.

“Vou pendurar um aviso.” Chloe disse distraída. “Eles vão ser expulsos.”

“Você não sabe disso, talvez ele consiga e tudo fique bem.” Oliver olhou para o relógio. “Vou trocar de roupa. Vou estar em reuniões o dia todo, mas apareço mais tarde.” Chloe simplesmente fez que sim com a cabeça. “Ei, não quero que você pense que eu penso que não sei o que você está fazendo. Eu simplesmente gosto da companhia.” Ele pontuou. “E do café.” Ele ergueu o copo e andou em direção à porta.

“Eletricista e encanador.” Chloe gritou para ele. “E uma cafeteira nova!”

“Saquei!” Oliver gritou de volta.

Chloe sentou à mesa e refez e trabalho que fez no dia anterior enquanto os rapazes consertavam a bagunça. De novo, Oliver mandou um mensageiro com a mesma máquina de café e cappuccino de alta tecnologia envolta no mesmo laço verde bonito. “Caramba.” Chloe olhou para ela e suspirou, sabendo que não teria um café fresco hoje, de novo. Enquanto Victor e Bart tentavam fazê-la funcionar Chloe os interrogou.

“Então, nada disso é familiar para vocês?” Chloe perguntou. “Nada?”

“Se isso fosse familiar para mim, você acha que me levaria duas horas para entender como ligá-la?” Victor perguntou.

“Ok, não estou falando da máquina, estou falando sobre hoje, digo, você não estão sentindo como se já tivessem vivido isso antes?” Chloe perguntou.

“Como Dèjà vu?” Bart perguntou.

“Não, quero dizer...” O telefone de Chloe tocou e ela desistiu da conversa para atendê-lo. “Oi, Lois.”

“Oi, Chloe.” Lois disse. “Como vai esse ótimo trabalho novo sobre o qual você não me fala nada?” Lois perguntou.

“Você precisa de fiança?” Chloe se lembrou do dia anterior.

“Eu... Como você sabia?” Lois perguntou confusa.

“Chute de sorte.” Chloe pegou a bolsa. “Vai custar cinco mil dólares, você vai ficar me devendo.”

“De jeito nenhum vai ser cinco mil, isso é para roubo.”

“Chegou aí em um minuto.” Chloe desligou. “Pessoal, desistam. Confiem em mim, vocês não vão conseguir.”

“Não vamos nos render nunca.” Victor brincou enquanto Bart apertou um botão e uma rajada de vapor acertou Victor no rosto.

Chloe terminou de assinar os papéis enquanto eles traziam Lois dos fundos. “Como te disse, cinco mil dólares.”

Lois encarou o policial enquanto ele soltava as algemas dela. “E como eu te disse, roubo.” Ela pegou os papéis, leu e fungou. “Espionagem corporativa? Eu peguei alguns documentos e tirei umas cópias.”

“De ativos financeiros confidenciais da LuthorCorp.” Chloe pontuou e quando Lois abriu a boca para protestar Chloe a interrompeu. “Eu sei que ele está desviando milhares de dólares com corporações fantasma que ele diz estarem indo para a caridade, mas você não pode encurralar o Lex assim. Ele é dono do jornal e seu chefe e ele não vai deixar você fora das rédeas, só está soltando a corda o suficiente para você se enforcar.” Chloe suspirou. “Digo isso por experiência própria.”

“Como você sabia sobre as corporações fantasma?” Lois perguntou confusa.

“Tenho meus meios.” Chloe sorriu. “Entra aí, Lex fez seu carro ser guinchado, te dou uma carona por um copo de café.”

“Combinado.” Lois suspirou.

Quando Chloe chegou ao Planeta Diário seu telefone tocou e ela o tirou, havia uma mensagem de texto do Victor. “Você poderia trazer Starbucks na volta?” Ela sacudiu a cabeça e entrou no prédio, pegando seu passe de visitante e caminhando até a mesa da Lois enquanto ela foi pegar café.

“Ei, o que você está fazendo aqui?” Clark perguntou enquanto Chloe absorvia a sala de notícias, com a sensação de que estava esquecendo alguma coisa.

“Pagando a fiança da sua parceira para tirá-la da cadeia por uma variedade de acusações.” Chloe sorriu.

“Em primeiro lugar,” Lois colocou o copo de café na mão da Chloe, “parceiros não, parceiros nunca. Trabalhamos juntos às vezes, quando acho que devemos.” Lois se sentou. “E eu disse que te pagaria.”

“Você se importa em tentar o financeiro para me reembolsar? Tipo, antes cedo do que nunca.” Chloe perguntou.

Lois pareceu confusa, mas balançou a cabeça e saiu. “Oliver não está te pagando o suficiente?” Clark perguntou.

“Não, eu preciso falar com você a sós por um minuto.” Chloe segurou o braço do Clark. “Algo está estranho aqui. Estou presa em algum tipo de loop de tempo ou algo assim.”

“O quê?” Clark perguntou confuso.

“Eu já vivi este dia antes.” Chloe disse. “Tudo isso, a cafeteira explodindo, o vaso sanitário transbordando, Lois sendo presa, tudo isso.”

“Você viveu este dia antes?” Clark perguntou. “Nunca ouvi falar de nada assim, quero dizer, você tem certeza? Tem certeza de que não teve simplesmente um sonho muito vívido ou talvez seja Dèjà vu?”

“Clark, não foi um sonho, não é Dèjà vu.” Chloe sacudiu a cabeça. “Lois vai voltar e arrancar o controle remoto do Tim ali porque...” Chloe parou relembrando. “Oh droga, Lex.”

“Lex?” Clark perguntou e assistiu enquanto Chloe arrancou o controle remoto de Tim e ficou mudando os canais. Assim que ela achou o que procurava, o salão ficou barulhento e Lois chegou correndo.

“Vocês nunca vão acreditar nisso.” Lois disse e Chloe acenou para a televisão.

“Repetindo, há cinco minutos foi confirmado que Lex Luthor faleceu a caminho do Hospital Geral de Metrópoles às 6:05 da tarde.” O apresentador disse. Clark, Lois e Chloe encostaram-se à mesa, atônitos. “Não há confirmação da causa da morte até agora, porém um dos paramédicos disse haver sinais de envenenamento e problemas respiratórios. A polícia está interrogando todos que tiveram contato com o Sr. Luthor nas horas anteriores à sua morte então é possível dizer que eles não acreditam ter sido acidental.”

“Lex Luthor morreu?” Chloe disse chocada. “De novo?”

“Não posso acreditar nisso.”

“Não posso acreditar que não estávamos lá.” Lois retrucou. “Acorda Smallville, essa é a história do século e estamos aqui conversando.” Ela pegou sua bolsa e então o braço do Clark e o puxou para a porta.

“Caramba.” Chloe sacudiu a cabeça, imaginando pela centésima vez o que diabos estava acontecendo com ela.

“Então, já divulgaram a causa da morte?” Oliver falou da cozinha.

“Não.” Chloe sacudiu a cabeça sentando no sofá, tentando imaginar porque isso estava acontecendo.

“Eu vi os vizinhos sendo expulsos quando cheguei.” Oliver olhou para Chloe. “Como você sabia que ele não conseguiria?”

Ela abriu a boca para responder quando ele deu a ela um copo de café. Ela queria dizer tudo a ele, queria que ele a ajudasse a descobrir o que estava acontecendo, mas estava cansada, já viveu esse dia duas vezes e só queria ir para a cama e esquecer tudo isso. “Chute de sorte.” Ela sorriu. “Você não conseguiu fazer a outra funcionar, não foi?”

“Não, comprei uma nova e mais simples.” Ele sacudiu os ombros e notou que ela parecia muito distraída, meio fora de si. “Chloe...” Oliver começou a falar quando o eletricista entrou.

“Tudo pronto moça.” Ele sorriu e Chloe o levou até a porta.

“Eu devo ir também.” Oliver sorriu. “Bem, com tudo o que aconteceu, você bem que podia dormir cedo hoje.”

“Poderia dormir na minha própria cama.” Chloe sorriu.

“O colchão é realmente incrível.” Oliver assegurou.

“Boa noite, Oliver.” Chloe sorriu e fechou a porta.

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16 de Outubro, 2008 (Dia 3)

Chloe acordou assustada, de novo, com a sensação de que alguém a olhava, de novo. “Eu te comprei um colchão muito bom e muito caro.” Oliver disse. Ela sentou rapidamente e olhou ao redor. “Eu testei pessoalmente. Fui à loja fisicamente e deitei no colchão pra ter certeza de que era confortável.” Ele pontuou.

“Que data é hoje?” Chloe perguntou.

“O quê?” Oliver perguntou confuso. “É quinta-feira, 16 de Outubro.”

“De novo?” Chloe caiu de volta no sofá e gemeu. “Você só pode estar brincando.”

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16 de Outubro, 2008 (Dia 147)

“Ele foi envenenado no segundo dia também?” McClane perguntou. “Pensei que, como você disse, cada vez fosse diferente.”

“Bem, nos primeiros dois dias foi envenenamento, sempre envenenamento. Só quando eu comecei a mudar as coisas que ele começou a morrer de forma diferente.” Chloe explicou.

“Então o quê, você mudou algo e ele morreu de forma diferente?” Powell perguntou. “Como isso funciona exatamente?”

“Não estou completamente certa, mas é como o efeito borboleta.” Chloe sacudiu os ombros. “Sabe, uma borboleta bate as asas em Nova Iorque e você tem um furação na Índia.”

“O que foi a sua borboleta?” McClane perguntou.

“O office-boy ciclista.” Chloe disse.

“O que foi atropelado pela BMW?” McClane disse confusa.

“Eu o salvei, o derrubei da bicicleta, então ele não correu para a rua, o carro não o atropelou e ele não morreu.” Chloe encolheu os ombros.

“E isso fez com que Lex morresse de forma diferente?” Powel disse.

“Não diferente, só que mais cedo.” Chloe explicou. “O acidente causou um engarrafamento nas primeiras vezes. Lex deveria ir para um almoço de negócios no Pino, mas por causa do acidente ele não pôde ir e remarcou para o jantar. Sem o acidente ele manteve o almoço e foi envenenando no almoço ao invés de no jantar.”

“Então alguém no Pino estava o envenenando?” McClane perguntou.

“É, eu descobri essa.” Chloe revirou os olhos. “Era um garçom. Tinha sido o garçom pessoal do Lex por anos e foi demitido. Lex estava constantemente o humilhando, o denegrindo, mas ainda assim pedia por ele. O cara se cansou. Ele estava com raiva e foi estúpido. Ele só queria fazer com que Lex ficasse doente ou até humilhá-lo para variar, mas ele não pensou que colocar o negócio na bebida alcoólica dele o tornaria mais forte.”

“Então na próxima vez você o deteve?” Powell disse. “O garçom?”

“O prendi no freezer.” Chloe sorriu. “Lex almoçou, não foi envenenado e voltou para o trabalho e então...”

“E então o quê?” McClane perguntou.

“Enquanto ele saía da LuthorCorp mais tarde naquela noite, ele foi assaltado no estacionamento.”

“Então não importava o que você fizesse, Lex morria.” Powell se recostou em sua cadeira.

“Não importava o que eu fizesse.” Chloe encolheu os ombros. “E acredite, eu tentei de tudo.”

“Por quê?” McClane perguntou.

“Por que o quê?” Chloe olhou confusa.

“Por que você continuava tentando salvá-lo?” McClane perguntou.

Chloe suspirou. Ela já se perguntou a mesma coisa inúmeras vezes. “Eu precisava.” Ela encolheu os ombros. “A morte do Lex era a única constante. Eu conseguia parar o office-boy de bicicleta, podia evitar que os vizinhos fossem expulsos, podia evitar que Lois fosse presa, mas não podia evitar que Lex morresse, não conseguia mudar isso.” Ela encolheu os ombros. “Eu só, acho que pensei que se eu pudesse evitar que ele morresse, eu chegaria até a sexta-feira. Isso me deixou meio doida, mas ao mesmo tempo, me manteve sã.”

“E como?” Powell perguntou.

“Isso me deu algo a fazer, uma razão para continuar. Mas ainda assim, essa não é a primeira vez que eu sou presa neste dia, vocês não são os primeiros a erroneamente acreditar que sou responsável pela morte do Lex.” Chloe sorriu. “Eu fiz tudo o que pude imaginar para evitar que ele morresse, o segui, o avisei, escondi as chaves do carro dele, nada funcionava então eu exagerei.”

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16 de Outubro de 2008 (Dia 43)

“Sullivan, visita.” Chloe ergueu a cabeça dos joelhos e estendeu as pernas.

“O horário de visitas já acabou.” Chloe disse, confusa.

“Bem, você é tão especial.” O policial a olhou. Ela se levantou lentamente e se esticou. Não havia razão para pressa. Ela seguiu o guarda pelo corredor e para dentro de uma sala, e a mandaram sentar.

Alguns segundos depois a porta se abriu e ela ergueu um pouco a cabeça da mesa para ver o rosto surpreso e preocupado de Oliver Queen a encarando.

“Chloe?” Ele sussurrou fracamente. Foi definitivamente um choque quando ele recebeu a ligação do Clark e mais ainda por ele estar em uma sala, na Delegacia de Metrópolis, vendo Chloe Sullivan sentada à frente dele com algemas em seus pulsos e tornozelos, vestindo um macacão alaranjado. Ela ergueu a cabeça mais um pouco e Oliver praticamente se jogou na mesa e segurou o rosto dela nas mãos. “O que aconteceu com você?”

“Nada.” Chloe disse, baixando a cabeça novamente para esconder o olho roxo, o lábio cortado e a bochecha machucada.

“Isso não é nada.” Oliver indicou o rosto dela antes de sentar-se na frente dela. “Chloe, me diz o que aconteceu?”

“Só um engano sobre desacato a autoridades. Deixa pra lá, Oliver.” Ela pediu.

“Você pode, por favor, tirar isso dela?” Ele indicou as algemas para o guarda.

“Não.” Ele sacudiu a cabeça e Oliver ergueu uma sobrancelha. “As acusações são de assassinato de primeiro grau. As algemas ficam.”

Chloe engoliu seco quando ouviu o homem dizer isso. “Assassinato.” Ela sacudiu a cabeça e forçou um sorriso nos lábios. “Está tudo bem, Oliver, não é tão ruim.” Ela o assegurou. “O que você está fazendo aqui?”

“Como assim o que eu estou fazendo aqui?” Ele pareceu surpreso. “Você está na cadeia.”

“Você pode perguntar. Não vou ficar ofendida.” Chloe ofereceu.

“Eu não preciso perguntar.” Oliver disse, tristemente.

“Sim, você precisa. Você não acredita em nada a não ser que você ouça da boca da pessoa, você precisa perguntar.” Chloe o incitou.

“Chloe...” Oliver implorou para que ela não o obrigasse a fazer isso. Ele queria acreditar que o que ela disse polícia e para Lois era verdade, mas ela estava certa. Ele não conseguiria a não ser que perguntasse a ela pessoalmente. “Você matou Lex?”

“Não.” Ela sacudiu a cabeça e não tirou seus olhos dos dele por nenhum segundo. “Eu o odiava, desejei que ele morresse em mais de uma ocasião, isso até já passou pela minha cabeça, várias vezes, mas eu não o matei.”

“Mas você invadiu a cobertura dele. Você confessou isso.” Chloe balançou a cabeça. “Eles acharam você ao lado do corpo dele segurando o revólver que o matou.

“Eu... Nada.” Chloe disse tão de repente que Oliver soube que ela estava mentindo.

“Chloe...” Oliver suspirou. “Há registros de ligações do escritório e do celular dele. Você o telefonou vinte vezes só hoje. Por quê?”

“Você não acreditaria em mim se eu dissesse.” Chloe sorriu e sacudiu a cabeça para ele. Ela mesma ainda não acreditava e ela estava lá.

Mais cedo naquele dia

O plano de Chloe não era o melhor que ela já tinha feito, nem era bom, mas era o dia 43 e ela estava a uma cafeteira explodindo de ficar completamente doida. Depois de apagar o fogo na cozinha, ver o carro da Julia ser guinchado, derrubar o ciclista da bicicleta, deixar cinco mensagens para Lois desejando que elas a impedissem de invadir a LuthorCorp e então voltar para casa para mais uma sala inundada, nem o sorriso esperançoso do Bart podia fazer com que ela se sentisse melhor. Ela ficou parada na sala, olhando sem acreditar por mais ou menos cinco minutos enquanto a água continuava a escorrer do banheiro e Oliver gritava com AC pelo telefone. Quando ela ouviu Jeremy entrar furioso no apartamento ao lado depois de ser demitido do emprego e começar uma disputa de gritos com Julia, ela não pôde mais agüentar.

Ela desceu para a Fundação Ísis, abriu o cofre escondido e pegou o revólver que Lana mantinha lá. Ela o prendeu por trás na calça e saiu do prédio. Decidiu fazer uma aproximação direta. Ligou para Lex e o disse diretamente que ele iria morrer hoje. Ele riu na cara dela, disse que ele não reagia bem a ameaças vazias e desligou. Ela ligou de novo e caiu na caixa postal dele, então ela formulou o que agora chamava de “Operação Chloe É Uma Idiota”. Ela seguiu Lex pelo resto do dia, tentando encontrar uma oportunidade, continuou a telefonar só para cair na caixa postal e quando ele voltou para casa lá pelas sete para se trocar, Chloe viu a brecha.

Ela invadiu a cobertura e o encontrou no quarto. Ela puxou o revólver da cintura e o destravou, o barulho fez com que Lex se virasse. Ele a olhou, olhou para a arma e sorriu. “Espera um minuto.” Ele disse a ela. “Você estava falando sério?” Ele se virou e Chloe o olhou, confusa.

Ela não entendeu o que ele quis dizer e então se lembrou da arma que tinha na mão. “O quê, isso?” Ela sacudiu a cabeça. “Se eu quisesse que você morresse tudo que precisava fazer era sentar em casa e ler uma revista. Acredite, não estou aqui para matá-lo.”

“Sério?” Ele sentou na cama e desamarrou os sapatos. “A invasão e a arma não dão suporte a essa teoria.”

“Isso é só para proteção.” Chloe disse.

“De mim?” Ele perguntou com um tom ainda divertido.

“Não, para você.” Chloe se sentou em uma cadeira no canto e colocou os pés em um banco. “O que você saberia, se tivesse se importado em atender seu telefone.”

“Do que exatamente você está falando, Chloe?” Lex percebeu algo no tom de voz dela.

“Eu te disse, Lex, você vai morrer hoje.” Chloe repousou a arma no joelho e fez um gesto com a cabeça. “Pode terminar de se arrumar. Você tem um jantar de negócios no Pipper, não tem?”

“Como você sabe disso?” Ele puxou a gravata por sobre a cabeça.

“Eu sei muitas coisas.” Chloe disse. “E eu sei que em algum momento deste dia você vai morrer. Exceto que hoje, eu vou estar aqui para impedir.”

“Então agora você acha que vou morrer hoje e tomou para você a responsabilidade de ser meu guarda-costas pessoal, querendo eu ou não?” Lex zombou, caminhando até o closet para se trocar.

“É exatamente isso.” Chloe balançou a cabeça.

“Então qual é o plano?” Ele falou do banheiro. “Você vai só me seguir por aí?”

“Grudar do seu lado até 00:01.” Chloe disse.

“Como é que isso acontece exatamente?” Lex voltou, abotoando a camisa. “A minha morte?”

“É diferente todas as vezes.” Chloe sacudiu os ombros.

“Todas as vezes?” Lex pausou.

“É.” Os olhos de Chloe viajaram pelo quarto, procurando por algum perigo em potencial e riu. “Ontem você caiu em um bueiro. Por essa eu não esperava.”

“Ontem?” Lex perguntou lentamente. “Eu morri ontem?”

Chloe se virou para olhá-lo. “É. Caiu em um bueiro aberto atravessando a rua, falando ao telefone.”

“Ok.” Lex andou até ela lentamente e ela se retesou.

“Ah não, você não me olhe assim.” Chloe se levantou irritada.

“Assim como?” Lex perguntou.

“Com esse olhar que diz que você estava só me agradando antes porque não parecia ser perigoso e agora você acha que eu fiquei completamente doida.” Chloe deu um passo para longe dele e foi até o telefone. Ela puxou o cabo da parede. Lex deu um passo para o lado e se esticou para pegar sua jaqueta. “E ainda é pior porque você sabe da minha mãe.” Ela ergueu a arma e apontou para ele e ele congelou. “Você sabe que eu tenho um histórico de doença mental na família.” Ela balançou a arma para o lado indicando que ele deveria se sentar. Ele obedeceu e ela pegou a jaqueta dele, puxou o celular de um bolso, desligou e colocou no bolso dela. “Eu não sou louca, Lex.”

“Claro que não.” Ele disse em um tom pacífico. “Você veio aqui para me proteger e agora está me fazendo refém. Diz que vou morrer hoje porque morri ontem. Você é perfeitamente sã.”

“Bem, quando você diz desse jeito.” Chloe suspirou e esfregou o rosto com uma mão. “Parece mesmo loucura.”

“É.” Lex balançou a cabeça.

“Então você vai amar isso.” Chloe riu e contou tudo a ele, sobre como ela estava revivendo o dia, sobre como Lex havia morrido 42 vezes, como ela tinha que impedir que ele morresse se ela quisesse chegar à sexta-feira. “O quão louco é isso?”

Lex simplesmente a encarou por um segundo. “Você está falando sério?” Ele perguntou. “Quero dizer, completamente sério.”

“Olha, você viveu em Smallville. Sabe que todas as coisas são possíveis nesse mundo.” Chloe disse a ele. “Agressores invisíveis, ladrões que podem atravessar paredes, e muito mais. E você me conhece. Você me conhece, Lex, me dê cinco horas. Só isso, cinco horas. Se nada acontecer, se o relógio bater 00:01 e você ainda estiver aqui e eu ainda estiver aqui, você pode chamar a polícia, pode chamar Belle Reeve, pode fazer o que quiser.”

“Eu vou morrer hoje?” Lex perguntou depois de um minuto. Chloe pareceu surpresa por ele ter aceitado tão facilmente. “Cinco horas, hã?” Ele esfregou o pescoço e a olhou. “Nesse quarto com você?” Ela riu da expressão horrorizada no rosto dele. “Você tem um baralho?”

Eles ficaram sentados por duas horas, olhando o relógio, evitando se falar o máximo possível. Chloe sabia que estava em vantagem, estava em uma situação única, trancada em um quarto com Lex e um revólver. Havia tantas coisas que ela poderia descobrir, sobre 33.1, sobre o trabalho dele, tantas coisas que ela queria dizer a ele sobre coisas que ele fez a ela, coisas que ela fez a ele, mas nada disso importava agora. Lex parecia perceber isso também. Era quase como se, sem dizer nada, ambos tivessem decidido pedir uma trégua, ao menos até 00:01. A arma foi colocada no banco e Chloe e Lex estavam no chão jogando uma versão improvisada de Texas Hold’em. Eles não conseguiram achar um baralho então criaram um com um bloco de cartões de visita do Lex. “Full House.” Chloe disse, baixando suas cartas no chão. Lex gemeu e se recostou na cama.

“Ok, já chega.” Ele se levantou e Chloe se levantou rapidamente.

“Para onde você está indo?” Ela colocou uma mão no peito dele para impedi-lo e ele a olhou confuso.

“Ao banheiro.”

“Espera, deixa eu dar uma olhada primeiro.” Chloe atravessou a porta.

“Você quer dar uma olhada no meu banheiro?” Lex disse. “Você acha que tem um ralo homicida lá dentro?”

“Você ficaria surpreso.” Chloe disse em voz baixa enquanto entrava no banheiro.

“Espera.” Lex falou com um tom divertido. “Talvez você devesse levar o revólver.” Ele o pegou do banco e foi em direção ao banheiro. “Caso a cortina do Box tente te atacar.”

“Lex, pára.” Chloe disse da porta com um monte de toalhas nas mãos. Era tarde. Ele viu a poça de água vazando da pia um segundo antes de seu pé tocar o chão. Ele escorregou e caiu de costas e a arma voou enquanto Chloe largou a toalha e se jogou para frente. As pessoas dizem às vezes que certas situações se movem em câmera lenta, mas essa não era uma delas. Antes que as toalhas chegassem ao chão, o revólver bateu contra a porta disparando acidentalmente. Chloe pulou e a pegou antes que ele caísse ao chão e disparasse novamente e respirou fundo. “Graças a Deus. Essa foi por pouco.” Ela sorriu para Lex, pronta para ajudá-lo a se levantar quando viu o sangue na camisa dele, viu a poça se formando no chão ao redor dele.

“Só pode ser brincadeira.” Chloe gritou. Foi aí que os seguranças explodiram para dentro do quarto e a encontraram ao lado do corpo de Lex com a arma na mão.

“Chloe.” A voz de Oliver a trouxe de volta para o presente, de volta à delegacia.

“O quê?” Ela sorriu para ele.

“Você estava trabalhando para o Lex?” Chloe sacudiu a cabeça indicando que não. “Ele estava te chantageando?” Chloe novamente sacudiu a cabeça. “Você estava dormindo com ele?” Oliver disse mais lentamente.

“Oh Deus, não.” Chloe sacudiu a cabeça mais enfaticamente.

Oliver não entendeu porque se sentiu tão aliviado. Ele lentamente esticou a mão por sobre a mesa e Chloe sorriu, colocando a dela na dele. “Meus advogados estarão aqui o mais rápido possível. Não se preocupe, você não vai ficar aqui por muito tempo.”

“Eu sei.” Ela sorriu fracamente.

Oliver suspirou e passou a mão pelo rosto. “Eu tenho que ir agora, vou estar de volta amanhã, prometo.” Ele apertou a mão dela levemente.

“Sem pressa, não vou estar aqui.” Ela sorriu para ele.

O guarda fungou e Chloe simplesmente se recostou na cadeira. “Você não vai estar aqui?” Oliver perguntou confuso.

“Não.” Chloe sacudiu a cabeça. “Mas isso não vai importar porque amanhã não vai ser amanhã, vai ser hoje, de novo.”

“Chloe, você tem certeza de que está bem?” Oliver se inclinou sobre a mesa.

“Não se preocupe comigo, Oliver.” Ela pegou o pulso dele e puxou para ela para que pudesse ver o relógio dele. 23:58. “Em dois minutos você nem vai se lembrar disso porque isso não vai ter acontecido.”

“Vai tentar alegar insanidade?” O guarda disse andando até ela. “O tempo acabou. Vamos.” Chloe sorriu para Oliver enquanto era levada para fora da sala de visitas e de volta para sua cela.

“Vi a sua visita, Sullivan. Era o seu advogado?” A mulher na cela do outro lado perguntou,

“Não.” Chloe sacudiu a cabeça. Cinquenta segundos. “Só um amigo.”

“Queria ter um amigo assim.” Outra mulher falou.

“Deve ter dinheiro, parecia ter dinheiro.” Outra disse.

“Dinheiro é a única forma de entrar aqui à meia-noite.” A primeira falou.

“Não nos disse que você tinha dinheiro.” A mulher com quem Chloe dividia a cela e que colocou o novo visual no rosto dela, disse interessada.

“Não tenho.” Chloe sorriu para ela. Vinte segundos, ela pensou. Ela esteve contando desde que olhou o relógio do Oliver e viu a hora.

A mulher da cela dela fungou.

“Desligando as luzes, moças.” O guarda gritou do começo do corredor.

“Você vai dormir?” A mulher perguntou à Chloe.

“Eu não durmo.” Chloe sacudiu a cabeça. Cinco segundos. “Não mais.” Chloe disse sorrindo. Três, Dois, Um.

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16 de Outubro de 2008 (Dia 44)

Chloe se sentou bruscamente, analisando as coisas ao redor. “Eu te comprei um colchão muito bom e muito caro.”

“Eu sei.” Chloe se levantou. “Você o comprou pessoalmente. Ele é ótimo mesmo.”

Oliver parou por um segundo, confuso. “Você está bem?”

“Ótima.” Chloe sorriu para ele. “É que eu tenho um dia cheio pela frente.

Chloe viu a casa pegar fogo, as chamas lambiam o céu escuro e se ela se concentrasse, podia bloquear a visão e o som dos carros da polícia e dos caminhões dos bombeiros. Se ela se esforçasse mais um pouco conseguia bloquear tudo, e então eram só ela e o fogo, e as ruínas do que antes era a Mansão Luthor, e era tão bom. Ela assistiu uma ala grande do teto tremer e cair no chão, com um barulho diferente de qualquer outro que ela já ouviu, e ela riu. “Do que você está rindo?” O policial ao lado dela gruniu e Chloe virou para ele sorrindo.

“Nada.” Chloe sacudiu os ombros, o que era meio difícil com as mãos algemadas nas costas.

“Dê uma boa risada agora, não vai poder fazer isso por muito tempo.” Ele fungou antes de se virar para seu parceiro. Chloe deu uma olhada no relógio no painel do carro da polícia, 23:53, ela ainda tinha alguns minutos para aproveitar a vista.

“Chloe!” Uma voz frenética gritou do meio da multidão e ela se virou para ver Oliver abrindo caminho pelo monte de gente que saiu da cama para ver o castelo pegar fogo. O sorriso dela falhou, ele parecia preocupado, e assustado, e irritado.

Ele foi até a frente da multidão, tentou passar da barricada, mas foi impedido por outro oficial. “Estou bem!” Chloe gritou para Oliver. Ele chegou o mais perto que pôde, caminhando pelas barreiras e parando na frente dela.

“O que está acontecendo?” Ele perguntou, notando pela primeira vez as algemas que ela usava. “Por que você está presa?”

“Incêndio criminoso.” O policial que a prendeu disse. “Entre outras coisas.”

“Incêndio criminoso? Mas ela... ela não poderia...” Oliver gaguejou.

“Ela foi pega em flagrante, até nos deu uma confissão.” O policial sorriu.

“Chloe, vou conseguir um advogado para você, não diga mais nada.” Oliver disse seriamente. Ela olhou para o relógio novamente, 23:54.

“Está tudo bem, Oliver.” Ela sorriu para ele. “Eu consegui, finalmente consegui. Só faltam 6 minutos para acabar o dia e ele ainda está vivo.”

“Quem ainda está vivo, do que você está falando?” Oliver perguntou.

“Lex, ele ainda está vivo. Veja bem, estava tudo acontecendo em Metrópolis, sempre em Metrópolis, então eu descobri que só tinha que tirá-lo da cidade, mas nada funcionava. Tentei marcar encontros, inventar reuniões, até inventei uma premiação e um banquete em homenagem a ele, mas ele mandou outra pessoa para receber por ele.” Oliver estreitou os olhos para tentar acompanhá-la, mas falhou. “Mas finalmente eu deduzi que se algo acontecesse com o precioso lar dele ele viria, e ele veio. O policial disse que ele está a caminho, então ele ainda está vivo e isso significa que amanhã vai ser sexta-feira.”

“Você não ouviu?” Oliver enrugou a testa para ela.

“Ouvi o quê?” Chloe congelou. “Ouvi o quê?”

“Acabou de acontecer então acho que ainda não deu para você ficar sabendo.” Oliver disse tentando imaginar o que isso tinha haver. “Houve um engavetamento de dez carros na via a caminho daqui. Eu fiquei preso no engarrafamento por uma eternidade. O carro do Lex foi esmagado por um caminhão de dezoito rodas. Disseram que ele morreu no impacto.”

“Como?” Chloe perguntou. “Como isso é possível?”

“O motorista dormiu ao volante, era o que estavam dizendo no noticiário. Acho que ele estava vindo para cá por causa do...” Ele hesitou e olhou para o incêndio.

“Ótimo, agora eu que estou causando a morte dele.” Chloe fechou os olhos. “Não sei mais por quanto tempo posso continuar com isso, Oliver.”

“Com o quê? O que está acontecendo?” Oliver perguntou a ela.

Chloe checou o relógio. 23:59. “Não temos tempo agora, explico tudo quando for sexta-feira, se for sexta-feira algum dia.” Ela se recostou contra o carro e fechou os olhos.

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16 de Outubro de 2008 (Dia 45)

Chloe não se incomodou em abrir os olhos, ela sabia o que veria. Oliver de pé ali, sobre ela, com um sorriso no rosto. “Eu te comprei um colchão muito bom e muito caro.” Oliver disse e Chloe simplesmente gemeu, puxando o cobertor sobre a cabeça.

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16 de Outubro de 2008 (Dia 147)

“Eu desisti por um tempo. Simplesmente chutei todo mundo da casa e me tranquei. Pensei que talvez se não fizesse nada... mas não funcionou, ele voltou a ser envenenado no Pinno’s.” Chloe sacudiu os ombros.

“Então o que você fez?” McClane perguntou.

“Você está intrigada.” Chloe parecia estar satisfeita consigo mesma. “Sabia que ficaria intrigada.”

“É melhor que fazer relatórios.” McClane gemeu.

“É, você acha que poderíamos ter alguma sobremesa, um café?” Chloe disse e McClane gemeu. “Eu conto a vocês sobre o dia em que tudo mudou.” Ela deixou a informação suspensa no ar e eles trocaram olhares, aqueles olhares que parceiros davam um ao outro, parceiros que trabalharam juntos por tanto tempo que uma conversa inteira poderia acontecer usando somente expressões faciais.

“Você gosta de tiramisu?” Powell perguntou, finalmente.

Chloe sorriu.

Vinte minutos depois Chloe estava tomando o melhor café que ela já experimentou em mais ou menos seis dias e o melhor tiramisu que ela já experimentou na vida. “Onde mesmo você comprou isso?” Ela perguntou, raspando o resto de creme e chocolate do prato.

“Um lugar italiano escondido na Rua Baxter.” Powell disse jogando a embalagem dele na lixeira.

“Eu quero comer isso todos os dias.” Chloe suspirou quando finalmente terminou o dela e jogou a embalagem na lixeira. “Estava muito bom.”

“Ok, você teve sua sobremesa, então vamos, o dia em que tudo mudou.” McClane disse, comendo lentamente e, obviamente aproveitando seu tiramisu.

“Certo, bem vai ficar um pouco delicado perto do fim então se suas orelhas virgens não puderem encarar um NC-17, vocês devem sair agora.”

“Tudo bem comigo.” McClane sorriu.

“Eu tentei mudar algumas coisas, tentei não mudar nada, nenhuma dessas táticas funcionaram. Então eu decidi testar uma nova, tentei mudar tudo. Não funcionou no começo, lentamente o dia se desenvolvia, mas Lex ainda morria e eu sabia que ele era a chave. Então eu continuei e, eventualmente, tinha desenvolvido uma ciência.”

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próximo

6 comentários:

  1. OMD!!!!
    Posta mais, agora fiquei mais curiosa do que tava--"

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  2. OMG!!!!!!! Isabel escrevendo NC-17 de Chlollie eh tudo u.u - ok, agora vou ler essa fic, pq eu não acredito que de todas dela, essa eu não li! O_o

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  3. A história está ficando melhor a cada cap.

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  4. Essa história é perfeitaaaaaa!

    Destaques do capítulo:

    Ontem?” Lex perguntou lentamente. “Eu morri ontem?”

    ri demais!kkkkkkkkkk

    “Claro que não.” Ele disse em um tom pacífico. “Você veio aqui para me proteger e agora está me fazendo refém. Diz que vou morrer hoje porque morri ontem. Você é perfeitamente sã.”
    “Bem, quando você diz desse jeito.” Chloe suspirou e esfregou o rosto com uma mão. “Parece mesmo loucura

    Ness eu literalmente engasguei de rir


    “Eu vou morrer hoje?” Lex perguntou depois de um minuto. Chloe pareceu surpresa por ele ter aceitado tão facilmente. “Cinco horas, hã?” Ele esfregou o pescoço e a olhou. “Nesse quarto com você?” Ela riu da expressão horrorizada no rosto dele. “Você tem um baralho?”

    E essa me deu a maior vontade de ler uma boa fic Chlex... A-M-O fics Chlex.

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  5. kkkkkkkkkkk estou adorando essa fic!

    esperando a continuação ^^

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  6. Meu Deus, tô ficando com Pena da Chlo! Coitada, ! XD
    Mas estou adorando a fic, e OMG, o próximo cap será NC-17???
    Ok, mal posso esperar =X

    Mônica/Shann

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