domingo, 20 de junho de 2010

I'll Explain Everything When it's Friday - 3

 

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Aqui está o terceiro capítulo, com o primeiro dia D. =P Desculpem a demora, mas já estou quase de férias, então os capítulos vão fluir mais facilmente daqui em diante. ^^

E vou postar outra fic em paralelo, caso não estejam gostando e precisem de outra coisa pra ler. He he he...

[[Os personagens e a história não nos pertencem.]]

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-- 3 --

15 de Outubro, 2008 (148 dias atrás)

“Você ainda tem daqueles bolinhos de chocolate?” Bart cavou a cesta de doces no balcão da Chloe.

“Você comeu todos ontem.” Chloe nem levantou os olhos da mesa da cozinha, onde ela estava remexendo arquivos e coletando as informações.

“Certo.” Bart sentou pesadamente na mesa ao lado da Chloe, suspirando profundamente.

Chloe largou os papéis que estava estudando e esfregou os olhos. “Você pode comprar alguns. A padaria é logo depois da esquina, você pode ir lá e voltar em dois segundos.”

“É, mas pagar leva uma eternidade.” Bart suspirou. “Se eu pudesse...”

“Não, nada de roubar.” Chloe o encarou e voltou a trabalhar quando a porta se abriu atrás dela.

“Ei, eu trouxe mais daqueles bolinhos de chocolate.” Oliver entrou no apartamento. “Vi que o Bart comeu todos os seus.”

“Você é maravilhoso.” Bart pulou e aliviou Oliver da sacola. “Melhor chefe do universo.” Ele pegou três bolinhos da sacola e comeu um em duas mordidas. “Tem certeza de que não é psíquico ou algo assim?”

“Eu simplesmente conheço minha equipe.” Oliver sorriu e AC e Victor entraram vindos de outra sala.

“Chloe, nós olhamos o banheiro, mas não podemos consertar. Você vai ter que chamar um encanador, só não use o vaso sanitário.” Victor enxugou as mãos.

“Não usar o vaso sanitário?” Chloe virou pra eles. “O único vaso sanitário no apartamento?”

“Ok, use, mas você vai inundar o banheiro e provavelmente o corredor.” AC lavou as mãos na pia.

“Meu banheiro está bom, você pode vir e usá-lo a qualquer hora.” Victor ofereceu. “Não vai ser estranho ou algo assim.” Victor, AC e Bart decidiram ficar no prédio, pelo menos por um tempo, ficar por perto enquanto Chloe arrumava tudo. Victor ficou com um apartamento só para ele enquanto AC e Bart tiveram que dividir o terceiro depois de uma humilhante derrota na queda de braço.

“Bem, é, considerando que você nunca está lá.” Chloe sorriu.

“Como assim?” Oliver sentou.

“Eles têm ficado por aqui.” Chloe fungou e Oliver ergueu as sobrancelhas. “Nós tivemos algumas longas noites e aparentemente os cinco passos para o meu quarto de hóspedes são mais fáceis que os dez para os apartamentos deles.” Oliver riu.

“Quer que eu fale com eles?”

“Não.” Ela olhou pra ele. “Eu quero que você chame um encanador.” Ela sorriu e as luzes piscaram. “E um eletricista. Você fez um ótimo apartamento para morar, Oliver. Tudo está limpo e brilhante e novo e bonito e eu estou muito agradecida, mas eu não posso usar meu banheiro e tem um curto em algum lugar dos fios elétricos.” As luzes piscaram de novo, como se combinado.

“Saquei.” Oliver sorriu. “Encanador e eletricista, chamarei amanhã.” Chloe o encarou e ele pausou. “Não?” Ela continuou a encarar. “Eu chamo hoje?” Ela sorriu sua aprovação.

“Estou com medo de plugar as coisas. Se a TV e o refrigerador estiverem ligados você tem que desligar outra coisa, não é bonito. Se o condicionador de ar estiver funcionando ao mesmo tempo, é pior. Então eu tenho que manter a cafeteira desligada ao não ser quando estou usando.” Ela bateu a caneta no papel perto dela.

Oliver parecia impressionado. “É tão sério que você tem que deixar a cafeteira desligada? Não tem outro jeito?”

“Eu preciso do computador e eu preciso do modem e eu preciso do condicionador de ar.” Chloe suspirou.

“Você escolheu o condicionador de ar à cafeteira?” Oliver pegou um bolinho.

“Foi uma decisão dura e foi por pouco, mas está quase 90 graus lá fora e café é quente então eu simplesmente desligo o computador quando preciso fazer café.” Chloe sorriu.

Oliver sacudiu a cabeça. “Eu vou fazer com que alguém venha aqui hoje então.”

“Isso seria muito apreciado.” Chloe pegou um bolinho e deu uma mordida.

“Como está indo lá embaixo?” Ele levantou e olhou ao redor.

“Todas as minhas coisas estão separadas e arrumadas. Agora estou tentando separar toda essa papelada que você tem. Você pegou cada pedaço de papel de cada lixeira de cada laboratório que invadiu?”

Oliver sorriu. “Na verdade, deixamos o lixo em paz, esvaziamos as cestas de reciclagem ao invés.”

“Espera.” Chloe o olhou, atônita. “Você realmente pegou todos os papéis.”

“Nunca se sabe o que pode ser importante.” Oliver sacudiu os ombros.

“Porém você nunca os analisou, nem uma vez sequer, nem para separar relatórios de laboratório de menus de delivery.” Chloe mostrou um menu que parecia ser de um restaurante Chinês e jogou fora na lixeira. Bart estreitou os olhos pra ela e pegou o menu de volta. Chloe gargalhou.

“É pra isso que você está aqui.” Oliver sorriu para ela e então parou com o olhar no rosto dela. “Quero dizer, nós poderíamos ter analisado isso, mas como nós, meros mortais, saberíamos a diferença entre algo importante e algo inútil.”

“O elogio é apreciado, mas tenho certeza de que você, mero mortal,” ela desligou o computador e foi até a cozinha, “poderia perceber a diferença entre um inventário de equipamento médico e...” Ela procurou pelos papéis que jogou fora mais cedo e pegou um. “E um haiku muito mal escrito.”

Oliver sorriu e foi até lá, pegando o papel das mãos dela enquanto ela ligava a cafeteira. Ele limpou a garganta e leu.

“Direto através da luz

Gansos perdidos voam contra o vento

Lágrimas plásticas alaranjadas”

“Viu o que eu quis dizer?” Chloe ergueu as sobrancelhas.

“Não é tão ruim, podia ser nosso slogan ou algo assim, nosso mantra.” Oliver sorriu e pendurou no refrigerador, bem ao lado da cafeteira.

“Eu nem entendi isso.” Chloe sorriu.

“Ok, eu só queria trazer os bolinhos e checar o progresso, tenho um dia cheio de reuniões, mas se precisar de alguma coisa é só ligar.”

“Tem certeza?” Chloe sorriu pra ele. “Porque eu podia ligar para a Emma e fazer ela ficar bem ao seu lado enquanto deixo uma mensagem.”

“Você é fofa.” Oliver beliscou o nariz dela e andou até a porta. “Vou pedir para a Emma conseguir um eletricista o mais rápido possível.”

“E um encanador.” Chloe gritou pra ele.

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16 de Outubro, 2008 (Dia 1)

Chloe acordou assustada, tinha a sensação de que alguém estava a olhando. “Eu te comprei um colchão muito bom e muito caro.” Oliver disse da posição em que estava, pairando sobre ela. Ela sentou e esfregou o pescoço, seus olhos piscando rapidamente. “Eu testei pessoalmente. Fui à loja fisicamente e deitei no colchão pra ter certeza de que era confortável.”

“Você entrou sozinho?” Ela perguntou bocejando.

“O prédio é meu.” Ele argumentou. “E eu bati por vinte minutos. Então por que você está dormindo no sofá?” Ele perguntou.

“Eu estava trabalhando até tarde e quando terminei, o pessoal tinha ficado por aqui, então eu dormi no sofá.” Ela levantou. “Isso vai ser normal? Você entrar sem bater antes mesmo que eu possa tomar meu café?” Ela andou até a cozinha e plugou a cafeteira.

“Desculpa.” Oliver disse. “Eu posso sair e bater de novo se isso fizer você se sentir melhor.”

“Não, tudo bem. Não se preocupe.” Ela colocou o café e ligou a cafeteira, fazendo com que ela explodisse. Chloe deu um pulo para trás enquanto as chamas subiam e engoliam a cafeteira e o lado do refrigerador, lambendo os armários acima enquanto as luzes piscaram e se foram. “Fogo.” Chloe gritou e Oliver pulou para frente, pegando uma toalha e batendo nas chamas. Quando o fogo foi apagado, a cafeteira era uma poça de plástico derretido e o lado do refrigerador tinha uma marca chamuscada novinha, Chloe gemeu. “Esqueci de desligar o computador ontem à noite.” Ela disse, procurando por uma lanterna enquanto Oliver se batia pelo caminho tentando chegar até as cortinas. Ele as abriu e banhou a sala com uma fraca luz prateada. Chloe foi até o armário do corredor e remexeu procurando pela lanterna.

“Ei, pessoal, que barulho é esse?” AC falou do corredor e então Oliver e Chloe o ouviram bater fortemente na mesa do hall. “Merda.” Ele disse um pouco mais acordado quando o vaso da mesa caiu no chão e se despedaçou. “O que aconteceu com as luzes?”

“Cafeteria e computador.” Chloe respondeu. “Ahá!” Ela gritou triunfante quando puxou uma lanterna e a acendeu. “Temos luz.” Ela iluminou a sala.

“E agora?” AC disse congelado no lugar já que estava descalço e não queria se mover devido ao vidro quebrado.

“Caixa do registro?” Chloe perguntou ao Oliver.

“Não olha para mim, eu só sou dono do lugar.”

“Pensei que fosse ‘mão na massa’?” Chloe brincou.

“Com o colchão, eu era ‘mão na massa’ com o colchão, e infelizmente o vaso, eu escolhi.”

“Era muito bonito.” Chloe assegurou. “Ok, se eu fosse uma caixa de registro onde estaria?” Ela iluminou partes da sala.

“Podemos ter uma vassoura e uma pá aqui?” AC falou.

“Deixa comigo.” Oliver balançou a cabeça para Chloe. “E uma vassoura estaria...”

“No armário de onde peguei a lanterna.” Chloe disse ainda procurando pela caixa de registro. Ela procurou no fundo da dispensa e da lavanderia, sem sorte. Ouviu Oliver varrer o vidro e estava indo em direção aos quartos para procurar lá quando algo chamou sua atenção. Ela andou até a parede do corredor e franziu a testa, algo estava errado ali. Ela viu algo quando virou a lanterna para a parede.

“O quê?” Oliver espiou e chegou mais perto. Chloe se abaixou e pegou um dos pedaços grandes de vidro quebrado. “Ei, cuidado.” Oliver disse quando ela levou o pedaço afiado de vidro até o papel de parede e o cortou. Ela deixou o vidro na mesa, pegou uma ponta do papel e puxou, revelando uma portinha prateada.

“Eles cobriram com o papel de parede.” Chloe disse abrindo a portinha e apertando o interruptor principal da caixa. As luzes voltaram e ela sorriu.

“Legal.” AC sorriu para ela.

Chloe pegou a pá para limpar o vidro quebrado e Oliver tirou da mão dela. “Deixa isso comigo. Por que você não vai arranjar um café?” Oliver acenou para que ela fosse e ele e AC começaram a juntar o vidro.

Chloe assentiu, meteu os pés num sapato qualquer e pegou uma jaqueta, feliz por ter dormido com suas roupas. Ela apertou a jaqueta quando saiu do prédio e desceu os degraus da frente. Praticamente deu de encontro com uma mulher voando degraus abaixo do prédio vizinho vestindo uma camisola por baixo de um casaco e calçando um par de botas grandes demais e desamarradas que Chloe achou que provavelmente não eram dela. “Espera, espera, eu tenho aqui, eu tenho aqui.” Ela mostrou algumas moedas mas o guarda nem parou enquanto imprimia o ticket. “Não.” A garota gemeu. “Eu estava bem ali, estava bem ali.”

“Tarde demais.” O guarda passou para o próximo carro. Chloe dobrou à esquina enquanto a mulher começou uma briga com o guarda. Ela saiu do caminho quando um office-boy de bicicleta veio cortando a esquina, pulou a calçada e saiu correndo pela pista. Chloe estava revirando os olhos quando ouviu. Pneus cantando, pessoas gritando e um horrível barulho de batida. Ela parou e se virou horrorizada ao ver o ciclista e a bicicleta enrolados no meio do cruzamento e uma BMW amassada e fumaçando ao lado.

“Oh Deus.” Chloe colocou uma mão sobre a boca e vi quando a mulher saiu do carro e correu até o ciclista, que pelo que Chloe podia ver estava no chão todo ensangüentado e sem respirar. Ela ficou parada lá em choque até ouvir a sirene da ambulância e se assegurar de que estava tudo sob controle, então voltou a sua missão de arranjar café.

Ela pegou quatro copos de um vendedor de rua e voltou à Fundação Ísis, passando pelo local do acidente onde o ciclista era colocado no saco, passando a mulher de antes, ainda de camisola, dessa vez gritando com o motorista do guincho que estava levando o carro dela embora. Ela correu escada acima, abriu a porta e entrou na sala. O primeiro passo que ela deu a mandou para a metade do corredor e ela quase caiu de costas no chão, porém um borrão vermelho apareceu e a segurou junto com os copos de café. “Cuidado.” Bart sorriu e colocou o café no balcão da cozinha.

“O que está havendo aqui?” Chloe olhou para baixo e viu que estava de pé em quase dois centímetros de água. “O que aconteceu?”

“Bart usou o vaso.” Vitor surgiu do banheiro, encharcado com as mãos cheias de toalhas. “AC está no porão fechando o registro de água.” Eles olharam enquanto a água continuava a vazar do banheiro. “Bem, tentando fechar o registro de água.”

“Está vazando?” Chloe olhou do Bart para o Victor. “Lá para baixo?” Chloe de repente teve uma visão de todos os seus equipamentos super sofisticados se encharcando com água do vaso.

Victor e Bart se olharam e encolheram os ombros. Chloe os encarou. “Eu deveria ir checar.” Bart a assegurou. “Eu vou checar.”

“Faça isso.” Chloe respondeu rapidamente e abriu caminho pela água cuidadosamente até o banheiro. Oliver estava de joelhos, seu terno encharcado, com um telefone nas mãos.

“Não, a água ainda está ligada.” Oliver falou ao telefone. “Porque estou olhando pra ela enquanto ela está se derramando do vaso.” Ele pausou. “Eu não sei que válvula você virou, mas obviamente não era essa.”

“Você desligou a do vaso?” Chloe perguntou.

“O quê?” Oliver se virou e olhou para ela confuso.

“A do vaso.” Chloe disse. “Deve haver uma válvula de água atrás do vaso que você pode desligar.”

Oliver espiou e esticou o braço por trás do vaso. “Hum, que tal isso.” Ele sorriu, virou a válvula e a água parou de sair. “Consertei.”

“Não, você só parou a água.” Chloe foi até o armário e pegou mais toalhas. “Mas se você tivesse chamado o eletricista ou o encanador como eu pedi, não teríamos esse problema, teríamos?" Chloe pontuou.

“Certo.” Oliver se levantou. “E pisei na bola, não é?”

“Um pouquinho.” Chloe sorriu. “Tenho café na cozinha.” Ela deu uma toalha a ele, que se enxugou o máximo possível. Eles foram até a cozinha e Chloe estava para tomar o primeiro gole do café deliciosamente quente quando uma porta batendo do outro lado da parede a assustou.

“Jeremy, isso não é minha culpa.” Uma voz feminina gritou através da parede.

“Você fez com que o meu carro fosse guinchado.” Uma voz masculina gritou de volta.

“Você fez com que seu carro fosse guinchado.” A garota gritou. “Eu posso ter me esquecido de colocar dinheiro no registro do estacionamento, mas as outras três multas foram suas, lembra?”

O homem fungou com raiva, obviamente não tendo como se defender disso. “Esse era pra ser o meu primeiro dia no trabalho novo. Meu primeiro dia. Sem esse trabalho não podemos pagar o aluguel, se não pagarmos o aluguel vamos ser expulsos. Jesus, Julia! É melhor eu conseguir pegar o ônibus e chegar lá a tempo.” Chloe ouviu a porta bater de novo e então o que pareciam soluços de choro.

“Uau.” Chloe disse cautelosamente enquanto tomava o café. “Paredes tão finas.”

“Aparentemente.” Oliver sorriu. “Provavelmente devemos nos lembrar de não gritar pela sala sobre nossas identidades secretas.” Ele sorriu tolamente.

“Vou pendurar um aviso.” Chloe sorriu de volta.

“Vou trocar de roupa.” Ele se olhou. “Vou estar em reuniões o dia todo, mas apareço mais tarde.”

“Você não precisa ficar me vigiando.” Ela disse a ele. “Eu sei o que estou fazendo aqui, sabe?”

“Eu sei.” Oliver abriu a porta. “Talvez eu goste da companhia.” Ele pontuou. “E do café.” Ele ergueu o copo.

“Eletricista e encanador.” Chloe o seguiu e gritou nas escadas. “E quando voltar, não vou te deixar entrar a não ser que esteja segurando uma cafeteira nova.”

“Saquei.” Oliver gritou de volta.

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Chloe trabalhou pela maior parte do dia enquanto os rapazes esfregavam o chão e limpavam a bagunça que fizeram. Duas horas depois que Oliver saiu apareceu um mensageiro com uma máquina de café e cappuccino da mais alta tecnologia enviada por Oliver e enrolada em um laço verde bonito. Enquanto eles tentavam descobrir como ligá-la o telefone celular da Chloe tocou. “Não, eu acho que você tem que colocar o pó de café antes de ligar.” Ela disse ao Victor. “Alô?” Ela atendeu cautelosamente. Ela um número que ela não conhecia.

“Ei, Chloe.” Era Lois, e a julgar pelo doce tom de voz dela, Chloe sabia que em um segundo se arrependeria de ter atendido. “Como vai esse ótimo trabalho novo sobre o qual você não me fala nada?” Lois disse.

“Vai bem, estamos tendo problemas com a máquina de café no momento e não é que eu não fale sobre isso com você.” Chloe disse pelo que parecia ser a milésima vez. “É só que não posso falar tudo a respeito disso com você. Posso não ser médica, mas aconselhamento deve ter o mesmo privilégio de paciente/cliente.”

“O que, sendo uma repórter, é um código para ‘eu tenho um segredo e não vou te contar’.” Lois disse rabugenta. “Espera, desculpa, não foi por isso que liguei.”

“Por que você ligou então?” Chloe fez uma careta quando AC e Bart ligaram a máquina de café e ela gemeu bem alto. “Eu acho que não está certo.” Chloe gritou com o barulho e eles se atropelaram para desligar.

“Ok, bem, eu meio que preciso da sua ajuda.” Lois disse.

“Com uma estória?” Chloe perguntou.

“Mais com a fiança.”

“Fiança?” Chloe perguntou se sentando. “Como assim fiança?”

“Quero dizer fiança, como em, fui presa você poderia, por favor, vir aqui e pagar a fiança para me libertar.” Lois disse. “Ok, o guarda está fazendo um movimento que eu acho que significa que eu preciso desligar o telefone. Isso ou ele está fazendo ‘voa teia!’”

“É sério?” Chloe perguntou.

“Não, ele é um cara bem grande, então acho que não é ‘voa teia’.”

“Não, quero dizer, você está mesmo na cadeira?” Chloe esclareceu.

“Sim, mas ei, você deveria se sentir especial por ser minha única ligação.”

“Tenho certeza de que minha conta bancária hemorrágica vai adorar.” Chloe desligou o telefone. “Pessoal, tenho que resolver uma coisa, por favor, não botem fogo no local.”

“Não se preocupe.” Victor sorriu. “Estamos conseguindo. Quando voltar vai ter uma xícara de café fresquinha e quentinha para você.”

“Aqui vamos nós.” Bart apertou um botão e as luzes do apartamento piscaram e se apagaram.

Chloe gemeu. “Está tudo bem, a gente resolve.” AC assegurou e foi até a caixa do registro.

Chloe terminou de assinar o último papel enquanto eles traziam Lois dos fundos. “Você me deve cinco mil dólares.”

“Cinco mil?” Lois encarou o policial que destravou as algemas dela. “Isso é para roubo.”

“Isso é fiança padrão para arrombamento e invasão, se fingir de policial, e espionagem corporativa.” Chloe pontuou.

“Espionagem corporativa.” Lois revirou os olhos. “Eu peguei alguns documentos e tirei umas cópias.”

“É, dos ativos financeiros da LuthorCorp.” Chloe disse. “Lex estava se sentindo generoso hoje e você sabe disso. Você poderia estar lá com acusações muito maiores e sem fiança nenhuma.”

“Lex fez isso só pra provar algo.” Lois disse. “Ele vai retirar as queixas quando eu der a ele um bloco de cópias, e em seis semanas quando o artigo sair não vai haver nada que ele possa fazer sobre isso.”

“Exceto pelo fato de que ele é dono do jornal e acho que ele vai ver o artigo quando receber a cópia final para aprovação.”

“Eu vou dar um jeito nisso.” Lois disse. “Chloe, você costumava ser uma repórter, sabe como isso funciona. Temos que ir contra as leis para fazer com que as coisas se tornem públicas.”

“Então essa era a coisa certa a se fazer?” Chloe perguntou. “É por isso que o Clark não está com você?”

“Claro que era a coisa certa a se fazer. A LuthorCorp está ganhando milhões de dólares que eles dizem estar indo para doações mas na verdade estão desaparecendo em corporações fantasma das quais eu não consigo pistas.” Lois disse. “E o Clark ainda não tem muito jeito para arrombamento e invasão.”

“O que significa que você não falou para ele sobre isso porque ele teria dito que isso era errado.” Chloe sorriu e então franziu a testa. “Espera, corporações fantasma? Chloe perguntou interessada. “Que corporações fantasma?”

Lois olhou Chloe por um segundo e então sacudiu a cabeça. “De jeito nenhum. Não até eu saber mais.”

“Lois, não sou mais uma repórter, e não é como se eu estivesse tentando roubar sua estória.” Chloe pontuou para ela. “E eu acabei de te emprestar cinco mil dólares e te tirar da cadeia.”

Lois suspirou. “Certo, podemos nos encontrar depois e eu te falo sobre isso.”

“Na verdade, você pode me contar enquanto te levo de volta ao Planeta Diário.” Chloe empurrou Lois até o carro.

“Como assim enquanto você me leva de volta?” Lois se virou para ela.

“Bem, por mais generoso que o Lex tenha se sentido, isso não se estendeu até seu carro.” Chloe disse. “Ele o fez ser apreendido por estacionar em uma propriedade privada da LuthorCorp e eles ainda não querem liberar então ou você pega um ônibus ou vem comigo.”

“Está bem.” Lois entrou no carro da Chloe.

“Então, me fala dessas corporações fantasma.” Chloe ligou o carro. Quanto mais Lois falava sobre elas mais Chloe tinha certeza de que eram laboratórios 33.1.

“Estive trabalhando nisso já há duas semanas, seguindo a propriedade de companhia fachada a companhia fachada, tentando achar alguma relação com a LuthorCorp, mas sinto estar correndo em círculos.”

“Quer que eu investigue?” Chloe ofereceu.

“Não. Deixa comigo.” Lois sacudiu a cabeça.

Quando elas chegaram ao Daly Planet Chloe saiu do carro ligou para o Victor. “Como vai a máquina de café?”

Ela ouviu em alto barulho e algo quebrando e fez careta. “Talvez você devesse dar uma passada no Starbucks antes de voltar.” Victor disse se desculpando.

“Por que ele não podia simplesmente comprar uma cafeteira normal, como uma pessoa normal?” Chloe gemeu desligando o telefone.

“Ainda com problemas com a máquina de café?” Lois sorriu. “Entra comigo, eu te compro um café como agradecimento.”

“Eu já tomei aquele café, tomei aquele café por três anos. Não é assim que você agradece uma pessoa.” Chloe riu. “E definitivamente não vale cinco mil. Ei, você lembra algo sobre máquinas de cappuccino de quando trabalhou no Talon?”

“Chloe, eu bloqueei cada segundo do tempo em que fui garçonete do meu subconsciente e queria que você bloqueasse também.” Lois argumentou enquanto elas entraram e Chloe pegou um passe de visitante. “Vou pegar o café. Aqui.” Lois deu sua bolsa a Chloe.

Chloe colocou o passe de visitante na blusa e foi até a mesa da Lois. Colocou a bolsa na mesa, olhou para ter certeza de que não havia ninguém ao redor e pegou as cópias que Lois roubou de Lex de dentro da bolsa. “Roubando agora?” Clark perguntou.

Chloe rapidamente enfiou os papéis no bolso e se virou. “É por uma boa causa.” Chloe sorriu. “E ela foi quem roubou primeiro. Se você quer discutir ética, converse com sua parceira, que eu acabei de soltar da prisão pagando a fiança.”

“Em primeiro lugar.” Lois deu o copo de café nas mãos da Chloe. “Parceiros não, parceiros nunca, trabalhamos juntos às vezes, quando eu acho que devemos.” Lois se sentou. “E eu disse que te pagaria.”

“Você acha que poderia fazer uma requisição de reembolso no financeiro, dizer que foi um gasto do trabalho ou algo assim? Você estava no horário comercial quando foi presa fazendo o seu trabalho.” Chloe disse.

“Você é realmente tão difícil?” Lois perguntou.

“Ter que se desfazer de cinco mil dólares na correria faria qualquer um ser difícil e eu ainda nem comecei. Você sabe que eu acabei de retomar a Ísis do zero.”

“É, mas você nem paga mais aluguel porque seu chefe misterioso construiu aquele apartamento bonito pra você.” Lois disse. “E se ele está jogando dinheiro em um centro de aconselhamento que pelo que posso perceber nem tem clientes, ele pode aumentar o seu salário.” Chloe encarou Lois, que ergueu as mãos e se levantou. “Está certo, vou falar com o Steven, ver se ele pode fazer isso legalmente.” Lois saiu.

“Oliver não está te pagando por todo esse trabalho?” Clark perguntou preocupado.

“Oliver está morrendo de vontade de jogar dinheiro pra mim. Eu que recuso.” Chloe disse. “Eu não sou tão difícil como penso que sou, mas é fácil para você assinar um cheque de cinco mil dólares?” Chloe perguntou.

“Argumento aceito.” Clark sorriu.

“Eu não preciso de um aumento no momento, o que preciso é de um encanador, um eletricista e uma cafeteira que não precise de um cientista nuclear para operá-la.” Chloe se calou quando viu que o baixo murmúrio constante da sala virou de repente uma gritaria. Lois entrou correndo na sala de repente. “Tem algo passando.” Chloe olhou ao redor quando Lois passou por eles e arrancou o controle remoto das mãos do estagiário para colocar no canal de notícias.

“Vocês nunca vão acreditar nisso.” Lois disse enquanto mudava o canal.

“Repetindo, há cinco minutos foi confirmado que Lex Luthor faleceu a caminho do Hospital Geral de Metrópoles às 6:05 da tarde.” O apresentador disse. Clark, Lois e Chloe encostaram-se à mesa, atônitos. “Não há confirmação da causa da morte até agora, porém um dos paramédicos disse haver sinais de envenenamento e problemas respiratórios. A polícia está interrogando todos que tiveram contato com o Sr. Luthor nas horas anteriores à sua morte então é possível dizer que eles não acreditam ter sido acidental.”

“Lex Luthor morreu?” Chloe perguntou chocada.

Clark suspirou. “Não posso acreditar nisso.”

“Não posso acreditar que não estávamos lá.” Lois retrucou. “Acorda Smallville, essa é a história do século e estamos aqui conversando.” Ela pegou sua bolsa e então o braço do Clark e o puxou para a porta.

Chloe simplesmente ficou olhando para a tela da televisão.

“Então, já divulgaram a causa da morte?” Oliver falou da cozinha, onde estava tentando fazer a máquina de café funcionar.

“Ainda não.” Chloe disse, supervisionando o eletricista que estava finalmente consertando os fios elétricos agora que o encanador já tinha vindo e ido embora. Ela voltou para casa estupefata por causa da notícia, mal percebendo os vizinhos que estavam gritando mais cedo de manhã serem despejados pelo síndico. Chloe imaginou que o cara não conseguiu chegar à tempo no trabalho. “Eles não disseram mais nada para a imprensa desde que o paramédico deixou escapar que era um possível envenenamento.”

“Isso tudo é meio surreal.” Oliver andou até ela segurando um copo de café fresco bem quente.

“Você fez a máquina funcionar.” Chloe sorriu.

“Eh, não.” Ele sacudiu a cabeça timidamente. “Comprei uma nova. Bem simples, coloque pó, coloque água, aperte start.”

“Era tudo o que eu precisava desde o começo.” Ela disse. “Então, o que isso significa para nós?”

“Nós?” Oliver perguntou, confuso.

“É, nós, a LJA.” Chloe sussurrou olhando para o eletricista. “Quero dizer, com a partida do Lex, o que vamos fazer?”

“Bem, as companhias dele ainda estão espalhadas por aí, e os laboratórios também. Então acho que vamos ter que tocar de ouvido.” Oliver sacudiu os ombros. “Pelo menos não vamos ter que nos preocupar com o Lex estar um passo a nossa frente.”

“É, acho que isso é alguma coisa.” Chloe suspirou. Quase pareceu ser a primeira respiração profunda dela em algum tempo.

“Tudo pronto aqui, moça.” O eletricista arrumou sua sacola e sorriu para ela. “Só um pequeno curto, está tudo ok agora.”

“Quer dizer que posso ligar mais de um utensílio?” Chloe sorriu.

“Você pode ligar todos se quiser, mas não sugiro que faça isso, seria uma conta ultrajante.” Ele balançou a cabeça.

“Obrigada, obrigada, obrigada.” Ela colocou mesmo os braços ao redor do homem e deu um beijo na bochecha dele e então o levou até a porta.

“Eu devo ir também.” Oliver sorriu. “Você poderia ir dormir cedo hoje.”

“Poderia dormir na minha própria cama.” Chloe sorriu.

“O colchão é realmente incrível.” Oliver assegurou.

“Boa noite, Oliver.” Chloe sorriu e fechou a porta atrás dele.

16 de Outubro, 2008 (Dia 147)

“Espera aí. Não foi assim que aconteceu.” McClane sacudiu a cabeça. “Lex Luthor foi esfaqueado.” Ela relembrou Chloe. “Por você.” Ela pontuou. “E ele morreu às 8 e não às 6:05, o que você sabe porque estava lá, porque você o matou.”

“Ok, isso está ficando velho.” Chloe revirou os olhos. “Em primeiro lugar, foi isso que aconteceu dessa vez, na primeira vez ele foi envenenado às 6:05. Ele levou um tiro, se afogou, foi morto de provavelmente todas as formas que você pode imaginar e nem todas foram assassinato, algumas foram realmente acidentais. Em segundo lugar, o que aconteceu nesta noite foi um acidente. Eu não o matei, não o esfaqueei, não o envenenei nem botei fogo nele...”

“Botaram fogo nele?” Powell perguntou.

“É, duas vezes.” Chloe suspirou. “Se você quiser falar tecnicamente, na vez em que o carro dele caiu da ponte foi possivelmente culpa minha, ok, tecnicamente foi culpa minha porque eu estava dirigindo, mas eu precisava conversar com ele e ele não ouvia e, você sabe que ele já caiu da ponte umas duas vezes antes, então foi só mais uma vez.” Chloe sacudiu os ombros.

“Então o que você quer dizer? Cada dia que você revive Lex Luthor morre?” Powell perguntou, tentando manter Chloe focada.

“Cada dia.” Chloe disse cansadamente. “Era o que eu estava fazendo aqui essa noite, tentando evitar. Você vê, a morte do Lex é a única coisa que não muda. Não importa o que eu faça, não importa o que eu mude, não importa o que eu evite, Lex Luthor morreu 147 vezes.”

“Porque você o matou.”

“Ok, ela tem que ficar aqui?” Chloe perguntou incomodada. “Estou tentando contar uma estória muito interessante, e se me permitem dizer, divertida. Há outras coisas que eu poderia estar fazendo agora mesmo, provavelmente outras coisas que eu deveria estar fazendo, mas ao invés disso estou gastando o meu tempo com vocês.”

“Você está aqui conosco porque nós a prendemos.” McClane disse.

“Confia em mim, se eu não quisesse estar aqui, não estaria.” Chloe disse tão seriamente que deixou McClane um pouco surpresa.

“Ela vai ficar quieta.” Powell disse, encarando McClane e virando para Chloe. “Continue.”

“Obrigada.” Chloe sorriu para Powell.

“Me diga a verdade, você está mesmo acreditando nisso tudo?” McClane perguntou.

“Se estou acreditando ou não, é uma estória interessante e é melhor que fazer relatórios.” Ele sacudiu os ombros.

“Fico feliz em ver que você está nisso com a mente aberta.” Chloe revirou os olhos.

“Estou aberto, minha mente está aberta.” Powell disse. “Continue.”

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4 comentários:

  1. Adoro essa dinamica entre a Liga.
    Só com o escoteirinho do Clark de fora.

    Poderia ter acontecido assim.
    Poderiam ter feito um ep especial de Smallville mostrando a Liga.

    Adorando!

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  2. Super, tô amando essa história... kkkkkkkkkkkkkk

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  3. Opa! Atrasei com a fic, ne
    Estou gostando de ver, pq parece que o relacionamento chlollie sera da amizade para o romance, como foi em SV XD
    Preciso dizer o quanto ri com o cap
    Muito bom!
    Tentarei ler o quarto ainda hj \o_

    Monica-Shann

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