terça-feira, 13 de julho de 2010

I’ll Explain Everything When It’s Friday - 5

Bom gente, mil desculpas pela demora. Eu infelizmente ainda estou sem internet em casa e ando meio ocupada, mas finalmente vim a um cyber pra postar este capítulo. Prometo que o proximo vem mais rápido, ainda nessa semana. Sei que prometi isso semana passada mas não esperava ficar sem internet. xD Bem, boa leitura.

 

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16 de Outubro, 2008 (Dia 83)

“Eu te comprei um colchão muito bom e muito caro.” Oliver disse, pairando sobre Chloe enquanto ela abria os olhos.

Chloe se levantou e se esticou sem prestar muita atenção no discurso que ele dava já que ela o tinha memorizado. Ela simplesmente deixou Oliver falar enquanto pegava algumas roupas fresquinhas e se vestia, tinha um dia cheio pela frente. Oliver foi até a cozinha para começar um pote de café, mas assim que ele ligou a coisa, ela explodiu. “Filho da puta!” Oliver gritou e pulou para trás enquanto as luzes do apartamento piscaram e se foram.

Chloe correu da sala confusa. “O que aconteceu?”

“A cafeteira.” Ele sacudiu as mãos ao redor. “Explodiu.” E apontou para o cabo fumaçando ainda conectado na tomada.

“Você causou um curto circuito. Eu disse milhares de vezes para chamar o eletricista.” Chloe foi para o lado do fogão e pegou uma toalha.

“Você me disse uma vez.” Oliver olhou estranho para ela. “Ontem.”

“Certo.” Ela sacudiu a cabeça e apagou as chamas. Ela pegou uma luva e a colocou antes de puxar o cabo da tomada.

De repente AC veio tropeçando do quarto. “Que barulho todo é esse?” Seus olhos mal estavam abertos e ele bateu contra a mesa do hall.

“Com licença um segundo.” Chloe pegou uma faca e passou por ele para o corredor, se esticou e segurou o vaso do canto logo quando ele se inclinou e se dirigiu ao chão.

“Bom reflexo.” Oliver comentou enquanto AC parecia acordar um pouco mais.

“Ah, desculpa. Tem café?” AC esfregou os olhos.

“Não mais.” Chloe colocou o vaso de volta na mesa e pegou a faca. Ela cortou um grande retângulo no papel de parede e o arrancou, revelando a caixa do registro. Então acionou o interruptor principal e as luzes voltaram. Eles a olharam confusos e em transe enquanto ela pegava a bolsa. “Vou arranjar um café. Preciso checar uma coisa mesmo.”

“Me acorde quando voltar com o café.” AC disse caminhando de volta para o quarto.

Oliver assistiu Chloe sair então pegou sua jaqueta e saiu pelos fundos. Alguma coisa estava acontecendo, alguma coisa estranha. Ele a alcançou quando ela saiu do prédio. Ela parou em um registro de estacionamento em frente ao prédio vizinho e puxou algumas moedas do bolso. Ela estava colocando as moedas no registro bem quando o fiscal chegou. “Espera. Estou chegando, estou chegando.” Uma mulher voou as escadas do prédio em frente ao carro. Ela estava vestindo uma camisola por baixo de uma jaqueta grande e estava calçando um par de botas que obviamente não eram dela. “Estou aqui.” Ela parou em frente ao fiscal, que olhou para ela.

“A moça resolveu.” O fiscal acenou com a cabeça para Chloe que simplesmente continuava a andar calçada abaixo sem olhar para trás.

“Sério?” A mulher pareceu desinflar. “Isso foi legal... Mais um ticket e eu teria sido guinchada e meu namorado tem um dia importante hoje.”

“Que legal.” O fiscal disse de um jeito que mostrava que ele obviamente não achava isso legal.

Oliver se apressou para acompanhar Chloe. Ela se esticou e agarrou algo e quando Oliver chegou mais perto notou que era um office-boy de bicicleta. Ela puxou a manga da roupa dele até que ele parasse bem próximo à calçada quando uma BMW veio cantando pneus dobrando a esquina. “Uôu, ela podia ter me acertado.” O ciclista disse e Chloe simplesmente balançou a cabeça já continuando a andar.

Que diabos estava acontecendo. Era como se Chloe soubesse o que estava acontecendo antes que acontecesse. Ela checou o relógio novamente, atravessou a rua e entrou em um estacionamento. Oliver estreitou os olhos, mas a seguiu. Era meio complicado a seguir no estacionamento, mas ele deu conta direitinho, ficando nas sombras, seu treinamento de Arqueiro Verde servindo para mais alguma coisa. Ele se escondeu atrás de uma coluna enquanto ela andou para uma fila de carros e ele encarou, aqueles eram os carros do Lex, ele pôde perceber pelas placas Lex1, Lex2 e Lex3. “O que você está fazendo?” Ele sussurrou para si mesmo.

Ele logo descobriu quando ela puxou algo da bolsa e começou a arrombar o capô do Porche com o pé-de-cabra, colocou a mão por dentro por um segundo e a mão então emergiu segurando algo que parecia muito com a tampa do distribuidor. Ela o colocou na bolsa, fechou o capô e foi até o outro carro, onde fez a mesma coisa. Então ela pausou e se levantou. “Ok, você já pode sair.” Ela se virou e olhou diretamente para a coluna em que ele estava se escondendo. “Não, sério, eu sei que você está me seguindo. Esse aqui é complicado e eu poderia fazer uso da ajuda.” Ela bateu o pé impacientemente e Oliver saiu e se moveu até a luz. “Vem logo, então.” Ela acenou. Ela pegou a mão dele e colocou por baixo do capô. “Sentiu isso?” Ele balançou a cabeça. “Isso é a alavanca do capô. Vou destravar e preciso que você pegue-a quando ela soltar e aperte para cima. Pode fazer isso?”

“Tá.” Oliver balançou a cabeça e Chloe se agachou e usou a chave de fenda em alguma coisa. De repente a alavanca caiu na mão dele, ele pegou e apertou. Ela clicou e o capô abriu.

“Obrigada.” Ela sorriu enquanto guardava a chave de fenda, liberava a tampa do distribuidor e a guardava em sua bolsa, abaixando o capô e indo embora.

“Onde você aprendeu a fazer isso?” Ele perguntou quando a alcançou.

“Se você quiser ser exato, hoje. Se quiser ser mais exato, há uns vinte dias.”

“Então qual das duas?” Ele perguntou confuso. “Há vinte dias ou hoje?”

“Ambas.” Ela olhou para ele por sobre o ombro e então agarrou a jaqueta dele e o puxou para o lado bem antes de um garoto num skate quase o atropelar.

“Obrigado.” Ele encarou o garoto.

“Não se preocupe, esse mulequinho me derrubou cinco vezes até eu aprender a sair do caminho dele.” Chloe sorriu.

“Ok, o que está acontecendo?” Oliver perguntou. “Você adquiriu algum tipo de poder psíquico ou algo assim?”

“Não exatamente.” Ela virou em uma portinha e Oliver se surpreendeu ao se encontrar em uma loja de ferramentas e eletrônicos. “Eu preciso de uma cafeteira nova, não é?” Ela respondeu à pergunta sem resposta dele.

“Certo.” Ele a olhou confuso. “Você sabia que eu ia explodir aquela tomada, não sabia?”

“Sabia.” Chloe fez careta. “Eu só não consegui te impedir a tempo.” Ela pegou uma caixa com uma cafeteira simples e pagou com a fração exata e então arrastou Oliver de volta para a Fundação Ísis, parando em um vendedor de café no caminho e pegando alguns copos de café fresquinho.

Ela parou seu constante movimento e levou seu tempo saboreando o primeiro gole de café só para olhar o relógio e se sobressaltar. “Droga, temos que ir.” Ela se apressou em direção ao prédio e esperou impacientemente no elevador só para sair dele e entrar no caos. “Bom dia.” Bart sorriu embaraçado segurando uma pilha de toalhas e correu para o banheiro.

“O que...” Oliver andou pelo hall e congelou. O banheiro e corredor estavam cobertos de água que ainda vazava do vaso sanitário. “Isso é nojento.”

“Todos os dias.” Chloe colocou suas coisas no balcão e sorriu. “Desculpa, não consigo impedir essa. Ao menos eu já sei como consertar.” Ela entrou no banheiro e eles todos assistiram enquanto ela se esticava por trás do vaso e desligava a água. “Chame um encanador.” Ela disse ao Oliver, pegando mais toalhas e jogando-as para Bart e AC.

“Como você sabia como fazer isso?” Bart perguntou enquanto eles secavam o resto da água.

“E o vaso mais cedo.” AC perguntou. “E a caixa do registro.”

“É.” Oliver sacudiu a cabeça. “Você quer nos dizer o que está acontecendo?”

“Que tal um café da manhã?” Chloe sorriu e foi para a cozinha sem responder às perguntas. Oliver e os rapazes a seguiram e olharam confusos enquanto ela mexia nos armários e fazia um café da manhã. Quando a mesa estava posta e todos comendo ela começou sua explicação. “Vocês já assistiram Feitiço do Tempo?”

“Sim.” Oliver disse lentamente.

“Pensem nele sem Bill Murray ou o feitiço.” Chloe falou.

“É.” Bart sacudiu a cabeça. “Não sei o que isso quer dizer.”

“Estou revivendo o mesmo dia.” Chloe comeu uma colherada dos ovos.

“Você está o quê?” AC perguntou.

“Estou revivendo o mesmo dia, de novo e de novo.”

“O dia de hoje?” Oliver perguntou.

“Sim, o dia de hoje.” Chloe balançou a cabeça.

“Então você está revivendo o dia?” Victor perguntou.

“Quantas vezes?” Oliver perguntou.

“Um bocado.” Chloe disse evasivamente.

“O quanto é um bocado?” Bart perguntou.

“Você disse que aquele garoto te derrubou cinco vezes.” Oliver pontuou.

“Um bocadão.” Chloe ofereceu.

“Quantas?” Oliver perguntou, agora preocupado.

“Hoje são 83.” Chloe disse, inclinando a cadeira para trás e se esticando para pegar uma toalha, bem quando Bart cuspiu seu suco pela mesa. Ela deu a toalha a ele e ele a olhou por um segundo antes de enxugar o suco.

“Você viveu esse dia exato 83 vezes?” Oliver perguntou.

“Não exato, algumas coisas mudam depois de um tempo.” Ela pegou de volta a toalha do Bart.

“Mas você sabe o que vai acontecer?” Victor perguntou.

“Tudo.” Chloe balançou a cabeça.

“Você sabe tudo o que vai acontecer?” Bart scoffed.

“Sim.” Chloe disse a ele.

“Você não pode saber tudo o que vai acontecer.”

“Eu sei.” Ela suspirou. Era a mesma coisa toda vez que ela tentava contar para eles. Eles nunca acreditavam no início, não até que ela provasse.

“Sério?” Ele perguntou pulando da cadeira e correndo para fora. Chloe suspirou e se levantou, andando até a pia, pegando um vaso do armário e enchendo com água. Ela voltou à mesa e o colocou no meio. Um segundo depois Bart entrou e a presenteou com um bouquet de flores. “Fresquinhas da...”

“Mata.” Chloe as pegou e colocou no vaso.

“Como você...” Bart franziu a testa quando percebeu que ela havia preparado o vaso para ele. “Sabia.”

“Eu disse.” Chloe sorriu.

“Isso é loucura.” AC pegou um biscoito e se recostou na cadeira. “Essa é a atitude básica do Bart. Toda vez que ele quer impressionar alguém ou aparecer, ele pega algumas flores fresca da mata, todo mundo sabe disso.” Chloe andou até ele e esticou a mão, segurando a cadeira do AC quando escorregou de baixo dele. Então ela se virou um pouco com o braço esticado e pegou o biscoito que tinha voado quando ele caiu. Ela colocou o biscoito na mesa e o puxou de pé. “Obrigado.” Ele sorriu envergonhado.

“Então você está realmente revivendo o dia?” Victor sorriu.

“Realmente.” Chloe balançou a cabeça. “E estou atrasada.”

“Para quê?” Oliver levantou e a seguiu para a cozinha. “Tem mais registros para alimentar?”

“Ok, ela sempre era guinchada e o namorado dela chegava atrasado ao trabalho e então eles foram expulsos do apartamento e o namorado terminou com ela.” Chloe explicou e Oliver ergueu uma sobrancelha. “Levou uma eternidade, dois mil dólares com táxi e sete mil dólares com aluguel, e uma conversa de cinco horas com o namorado até eu perceber que tudo o que eu tinha que fazer era meter algumas moedas no registro do estacionamento.”

“Ok.” Ele balançou a cabeça. “E o ciclista?”

“Ele nunca presta atenção.” Chloe sacudiu os ombros.

“E as tampas de distribuidor?” Oliver sorriu.

“Estas?” Ela puxou as tampas de dentro da bolsa e sorriu. “Só garantindo a segurança do Lex.”

“Desativando os carros dele?” Oliver perguntou confuso. “Espera, por que ele não estaria seguro?”

“Digamos que cafeteiras explodindo e vasos sanitários transbordando são as minhas menores preocupações.” Ela checou o relógio. “Ah, tenho que impedir Lois de ser presa.” Ela pegou um copo de café e bebeu todo de uma vez. “Te vejo mais tarde.”

“Espera.” Oliver pegou a jaqueta dele. “Vou com você.”

Chloe congelou e se virou. “Você vai o quê?” Ela perguntou.

“Com você.” Ele disse e então parou. “Isso não aconteceu antes, não é?”

“Não.” Ela sacudiu a cabeça. “Não aconteceu.”

“Bem.” Oliver sorriu. “Talvez isso seja uma coisa boa.”

“Não poderia machucar.” Chloe sacudiu os ombros.

“Então qual é o plano?” Oliver seguiu Chloe pela rua. “Encontramos Lois e a impedimos?”

“Isso não funciona.” Chloe sacudiu a cabeça. ”A Lois vai fazer o que a Lois vai fazer, só tenho que impedir que ela seja pega.”

“E como fazemos isso?” Oliver perguntou.

Chloe sorriu para ele embaraçada. “Eu normalmente coloco um laxante no café do guarda.”

Oliver a encarou por um segundo antes de sacudir os ombros e a seguir. Quando eles chegaram à LuthorCorp, Oliver assistiu enquanto Chloe foi até o guarda e se inclinou contra o balcão, rindo abertamente das piadas dele, tocando levemente o braço dele e flertando violentamente enquanto colocava os tabletes no copo dele. “Bem, obrigada pela ajuda, Jason.” Chloe deu uma piscadela para ele e saiu.

“É só isso?” Oliver disse.

“Dificilmente é só isso.” Chloe riu. “Quero dizer, agora Lois não vai ser pega e eu não vou ter que pagar fiança, mas ainda há tanto a fazer.”

Oliver seguiu Chloe o resto do dia enquanto ela anunciava ameaças de bomba no escritório do Lex, trancava um garçom no freezer, denunciava um vazamento de gás na casa dele em Smallville, dava recompensas anônimas para quatro assaltos diferentes e finalmente parou numa loja de animais. Chloe comprou tudo que uma pessoa precisaria se fosse ter um cachorrinho. Uma coleira, comida, vasilhas de comida, brinquedos de morder e outros. “Eu sei que isso é estranho, mas agüenta aí.” Chloe deu a Oliver a sacola e eles caminharam por três quadras até onde uma mulher tinha um pequeno cercado improvisado em seu jardim cheio de filhotes de Golden Retrivier. Chloe escolheu o que se tremia no canto e colocou nele a coleira antes de continuar o caminho pela rua.

“Então tudo que fizemos nessa manhã foi para impedir que o Lex morra, certo? Como pegar um filhote vai fazer isso?” Oliver perguntou.

“É complicado.” Chloe tentou por um tempo ensinar o cachorro a andar com a coleira, mas eventualmente desistiu e pegou o cachorro no colo. “Há duas criancinhas na Broad Street que têm implorado à mãe por um filhotinho há uma eternidade.”

“Isso é fofo.” Oliver disse. “Mas ainda não faz sentido.”

“Na verdade é simples. Eu dou o cachorro a eles anonimamente, eles convencem a mãe a ficar com eles e, mais tarde quando levarem ele para passear no parque, ele vai fazer xixi na perna do Lex enquanto ele conversa no telefone.

“E o que acontece?” Oliver perguntou.

“Bem, força o Lex a entrar e se trocar e ele se atrasa para o encontro então não tem tempo de parar para comprar cigarros na loja, que por acaso é invadida.” Chloe sorriu.

“Você não poderia simplesmente impedir que a loja fosse invadida?” Oliver perguntou.

“Já tentei isso.” Chloe sacudiu os ombros. “Percebi que uma aproximação direta não funciona aqui, você tem que facilitar as coisas. Se a aproximação direta funcionasse você não acha que eu já teria dado uma pancada na cabeça dele, metido ele num quarto e esperado o dia acabar?” Chloe riu.

“Você tentou isso?” Oliver a encarou por um segundo e então seus olhos se arregalaram.

“Uma vez.” Chloe suspirou. “Ele acabou quebrando o pescoço tentando escapar. Foi quando percebi que você tem que manipular os eventos, lentamente, causa e efeito às vezes três ou quatro vezes removidas. Dar um filhotinho a alguém poderia significar a diferença entre centenas de possíveis resultados.

“O efeito borboleta.” Oliver balançou a cabeça.

“Exatamente.” Chloe sorriu indo até a varanda e amarrando a coleira na grade. Ela pegou a sacola do Oliver e colocou no chão antes de tocar a campainha e sair correndo. Ela puxou Oliver para dentro de uns arbustos logo quando as duas crianças abriram a porta e gritaram de alegria. “Além do mais, dessa forma eu evito que o Lex morra e eles ganham um cachorrinho.”

“Você é uma sentimental.” Oliver sorriu para ela e ela pegou o braço dele e o puxou de volta para a rua em direção à Fundação Ísis. “E agora?”

“Agora nós esperamos.” Chloe disse. “Todos os dias é algo diferente, só preciso pensar por um minuto, uma única ação causa tantas reações diferentes, preciso deduzir qual vai ser.”

“Como você faz isso?” Oliver perguntou.

“Eu olho e espero.”

Chloe se ajeitou em frente aos monitores na Fundação Ísis e ligou todos. Alguns mostravam noticiários, outros, sites da internet, alguns mostravam até a previsão do tempo. A maioria estava passando coisas tão rapidamente que Oliver não conseguia distinguir a cabeça do rabo, mas os olhos da Chloe se moviam para lá e para cá e ele sabia que ela não estava perdendo uma única coisa. Ele se sentou e assistiu impressionado, já a tinha visto curar pessoas antes, mas essa era a primeira vez que ele a via usando essa habilidade, era incrível e assustador. Chloe deu uma rápida risada.

“O quê?” Oliver olhou em volta confuso.

“Nada, só algo que aquele Jon Stewart disse.” Ela sacudiu a cabeça e manteve os olhos nos monitores. “Lá.” Chloe apertou uma tecla e franziu a testa quando todas as telas mostraram a mesma informação.

“O que é aquilo?” Oliver perguntou.

“Planos de vôos para o meio-oeste, e listagens de passageiros.” Chloe disse. “Tem algo aqui.” Ela continuou lendo e então parou. “Ali, vôo 714 de Berlin, adiado.”

“E...” Oliver disse confuso.

Chloe digitou algumas coisas. “Sim.” Ela sorriu. “Sabia que conhecia aquele nome.” Ela apontou para Ryan Peterson e se virou. “Ele é um sócio do Lex.” Ela pulou e pegou sua jaqueta. “Temos que ir ao aeroporto.”

“O quê? Por quê?” Oliver perguntou.

“Se eu fiz o que deveria ter sido feito, o que por acaso eu fiz, então Lex ainda está vivo, por enquanto. Todos os dias Peterson chegava da Alemanha, mas Lex nunca estava vivo para encontrá-lo no aeroporto.”

“Então já que você o manteve vivo...” Oliver começou a acompanhar a linha de pensamento dela. “Ele provavelmente vai ao aeroporto.”

“E se ele vai ao aeroporto, nós temos que ir ao aeroporto.” Chloe balançou a cabeça. “Porque é lá que ele vai morrer.”

Oliver simplesmente sacudiu os ombros e seguiu a dica da Chloe, ela não errou nenhuma vez o dia todo.

Oliver se sentou do lado de fora do aeroporto, congelando o seu traseiro, quando Chloe chegou com um café.” Vamos ficar sentados aqui a noite toda?” Oliver tomou um gole aquecedor.

“A noite toda não.” Chloe acenou com a cabeça para uma limusine. “Ali está ele. Vamos.” Os olhos da Chloe passearam pelo estacionamento enquanto eles iam até a entrada do aeroporto, procurando por algum possível perigo. Lex saiu do carro falando ao telefone.

“Eu tive um péssimo dia hoje, confia em mim, você não quer piorá-lo. Quero os resultados na minha mesa de manhã bem cedo e quero um teste preliminar do projeto preparado para amanhã, fui claro?” Lex desligou o telefone. Chloe caminhou até a entrada, mas Lex virou e foi pelo lado.

“Para onde ele está indo?” Ela perguntou confusa, arrastando Oliver na nova direção.

“Pelos fundos.” Oliver disse enquanto eles seguiam Lex ao redor do terminal do aeroporto para uma porta lateral de onde saiu um homem.

“Ryan Peterson.” Chloe sussurrou e eles se esconderam atrás de um carrinho de bagagens. “Mas o que eles estão fazendo aqui fora?”

“Algo que eles obviamente não querem que ninguém veja.” Chloe olhou.

“Você acha que ele é o cara? Acha que ele vai matar o Lex?” Oliver perguntou.

“Não.” Chloe sacudiu a cabeça. “Isso não faz sentido, tem câmeras em todo lugar e mesmo se não houvesse eu percebi isso, então outra pessoa perceberia também. Não, não acho que seja ele.”

“O que então?” Oliver olhou em volta confuso.

Chloe olhou para cima e franziu a testa. Ela podia ver algo se movendo no telhado. Ela estudou o beco e viu caminhões que não eram do aeroporto. “Pedreiros.” Chloe sussurrou lendo o lado do caminhão. Ela olhou para o telhado novamente e ouviu algo. “Ah, qual é.” Chloe se levantou e começou a correr em direção ao Lex. “Saí daí.” Ela gritou para ele.


Lex estava tendo o que provavelmente era o pior dia da sua vida. Tudo começou de manhã quando todos os três carros dele se recusaram a funcionar. Piorou quando o garçom regular dele não apareceu e ele foi atendido por uma criança que não sabia a diferença entre um copo com água e um prato de salada. Então ele teve que evacuar seu escritório devido a uma ameaça falsa de bomba, um cachorro urinou nele quando estava a caminho do jantar e agora Ryan Peterson estava piorando o dia ainda mais.

Ele tinha ligado para Lex todos os dias pelos últimos três meses alegando ter encontrado algo grande, algo do jeito que Lex gostava, e Lex finalmente concordou em encontrá-lo para discutir isso. Ele imaginou que fosse ser algo sobre outro infectado pelo meteoro, alguém com um poder que ele ainda não tenha visto, mas era só sobre uma oportunidade de investimento besta em uma tecnologia qualquer. Lex estava esfregando as têmporas tentando afastar a dor de cabeça que o esteve ameaçando o dia todo. Estava tentando descobrir a melhor maneira de falar para Ryan que de jeito nenhum ele gastaria um tico do dinheiro dele ou da LuthorCorp nesse esquema estúpido quando ouviu alguém gritando o nome dele.

Ele se virou surpreso ao ver Chloe Sullivan correndo na direção dele, gritando alguma coisa. Isso unicamente já seria surpreendente o bastante, se ele não tivesse visto Oliver Queen três passos atrás dela. “Que diabos?” Lex olhou com interesse enquanto Chloe sacudia as mãos furiosamente no ar, apontando para o telhado do prédio. Lex se virou para olhar para cima quando uma comoção começou.

“Segura, segura.” Uma voz gritou e Lex espiou quando um grande balde escorregou da beira do telhado e girou enquanto caía direto para ele.

“Isso é um...” Lex nunca terminou sua sentença quando o balde o acertou na cabeça e então tudo escureceu.


Oliver deu à Chloe um copo de café e ela suspirou antes de tomar um gole. “Como você está?”

“Morto pelo balde.” Chloe zombou. “Quem teria imaginado?”

“Você.” Oliver disse. “Você quase deduziu tudo.”

“Não rápido o suficiente.” Ela sacudiu a cabeça. “Bem, sempre há o amanhã, que será hoje.”

“Pela 84ª vez?” Oliver perguntou.

“Pela 84ª vez?” Chloe balançou a cabeça.

“Sabe, eu te assisti o dia inteiro, impedindo as coisas antes que elas acontecessem, mas eu ainda não consigo acreditar. Alguma coisa muda de um dia para outro?” Oliver perguntou.

“Algumas coisas. Como as coisas sobre as quais eu não tenho controle.” Chloe explicou. “Essas são as mais enlouquecedoras porque não há nada que eu possa fazer para mudá-las.”

“Como o quê?” Oliver se sentou.

“As notícias são as mesmas, as músicas no rádio, todas as estações de rádio tocam exatamente as mesmas músicas na mesma ordem exata, os programas de televisão são sempre os mesmos, os programas de jogos têm as mesmas perguntas com as mesmas respostas, os eventos esportivos têm os mesmos jogos, os mesmos placares, a mesma coisa todo santo dia.” Chloe explicou. “E não é só isso.” Ela pontuou. “Vocês também. Bart conta a mesma piada de novo e de novo, todos os dias. AC sempre se bate na mesa e derruba o vaso. Victor sempre faz o mesmo lanche todos os dias. Eu sei que parece nada, mas é frustrante.”

“E eu?” Oliver perguntou. “O que eu faço que nunca muda?”

“Você?” Chloe o olhou por um minuto. “Você aparece aqui toda manhã. Quando eu levanto você está no mesmo lugar dizendo a mesma coisa o tempo todo.”

“Sério?” Oliver perguntou.

Chloe limpou a garganta e recitou o discurso diário do Oliver. “Eu te comprei um colchão muito bom e muito caro. Testei pessoalmente. Fui fisicamente à loja e deitei no colchão pra ter certeza de que era confortável.” Chloe sorriu para ele.

“É isso?” Oliver perguntou.

“Bem, você meio que flerta.” Chloe admitiu.

“Eu flerto?” Oliver disse sem acreditar. “Isso é ruim?” Ele soou um pouco magoado.

“Não é ruim, só monótono.” Chloe encolheu os ombros, mas com o olhar no rosto do Oliver ela se compadeceu. “Espera, isso não soou muito bem. É que eu vivi este dia 83 vezes, então são 83 dias com você flertando comigo. Mas você só viveu este dia uma vez, então para você foi só um dia. Então eu tive que passar por 83 dias de flerte sobre o qual não posso fazer nada a respeito porque para você só foi um dia.”

“Fazer algo a respeito?” Oliver ergueu as sobrancelhas.

Os dois sorriram desajeitadamente um para o outro em silêncio e então Chloe baixou o copo de café. “Ah, como se eu tivesse algo a perder.” Chloe se jogou para frente e beijou Oliver. Ele pareceu surpreso no início, mas não levou muito tempo para que ele respondesse quando Chloe arrancou a camisa dele de dentro das calças e atacou o cinto dele.

“Devagar.” Oliver riu contra o pescoço dela enquanto as mãos dele trabalhavam no sutiã dela.

Chloe virou a cabeça e olhou para o relógio. 23:47. “Sem tempo.” Ela sacudiu a cabeça puxando o cinto dele das calças e indo para os botões da camisa dele.

Oliver a agarrou pelos quadris e a levantou. Os pés dela saíram do chão e ela envolveu as pernas na cintura dele. Ele caminhou a curta distância para o quarto e a colocou na cama. Ela imediatamente foi para o cós da calça dele. “O que deu em você?” Ele sorriu, puxando a camisa dela por sobre a cabeça dela enquanto ela o livrava das calças.

“Eu imaginei, que se dane.” Chloe o puxou para baixo e o beijou. “Eu nunca fiz isso antes, e você provavelmente nem vai se lembrar disso amanhã.”

“Espera Chloe.” Oliver a olhou e ela virou a cabeça para o relógio na mesa de cabeceira. 23:56.

“Não precisa esperar.” Ela sacudiu a cabeça enquanto as mãos dele lentamente baixavam os jeans dela. Ela se moveu para ajudá-lo e logo ambos estavam nus e Oliver estava se movendo dentro dela. E ela virou a cabeça novamente, vendo a hora mudar. 23:59.

“Mais rápido.” Ela agarrou os ombros dele e o puxou mais fortemente. “Mais rápido.” Ela ergueu os quadris, batendo contra ele.

“Caramba, Chloe!” Oliver sibilou e se moveu para beijá-la, só para perceber que ela estava olhando para o relógio.

“Droga, não vou nem conseguir terminar.” Ela disse enquanto virava para Oliver e o beijou uma última vez, quando o relógio mudou de 23:59 para 00:00.


16 de Outubro de 2008 (Dia 84)

Chloe não queria abrir os olhos. Ela sabia onde estava e sabia onde esteve há pouco. Ela esteve com Oliver, ainda não conseguia acreditar que tinha feito aquilo, atacado ele daquele jeito, mas a verdade é que ele a acompanhou. Ela levou as mãos até os lábios e os tocou suavemente, relembrando a sensação dos lábios do Oliver nos dela, da sensação do corpo dele contra o dela. O problema é que ela não conseguiria pensar em mais nada o dia todo e o Oliver, bem, ele nem faria idéia. Este seria definitivamente um longo dia. Ela virou a cabeça para o lado, imaginando porque ele ainda não tinha voltado da cozinha, e abriu os olhos. Ele não estava de pé onde deveria estar, onde tinha estado nos últimos 83 dias.

“É quinta-feira.” Ela virou a cabeça e viu Oliver sentado na mesa de centro a encarando.

“Claro que é quinta-feira.” Chloe piscou rapidamente, tentando acompanhar este novo desenvolvimento.

Ele passou para ela um jornal e ela olhou a data, sim, quinta-feira de novo. “É quinta-feira de novo.” Ele disse enfaticamente.

“De novo?” Chloe se retesou. “Como... como... como... assim de novo?” Ela coçou a cabeça. “Como assim de novo?”

“Quero dizer que vivi este dia antes, ontem.” Ele disse enfaticamente. Chloe abriu a boca e congelou.

“Tipo déjà vu?” Chloe perguntou.

“Não, tipo ontem era quinta-feira e agora hoje é quinta-feira e pára de agir como se isso fosse uma surpresa, você já fez isso 83 vezes.” Ele pontuou.

“Ah, então você se lembra disso.” Chloe disse.

“Eu me lembro de tudo.” Oliver se levantou e começou a andar. Ela ficou sentada e olhando para ele. Ele parou e virou para ela. “Eu acordei na minha cama na Torre do Relógio, mas eu me lembro de tudo, e confia em mim, você consegue terminar.”

Chloe sentiu suas bochechas ficarem extremamente vermelhas e ela virou o olhar. “Sobre isso...”

“Vamos conversar sobre isso, vamos definitivamente conversar sobre isso, mas neste instante eu estou tendo um ataque de nervos porque estou revivendo o mesmo dia.” Ela falou para ela.

“É, é, é.” Chloe se levantou e se esticou. “Reviver o dia, já estive lá. Não posso ter essa conversa com você antes de tomar um café.” Chloe andou até a cozinha e começou a preparar o café. Oliver continuou a caminhar pela sala.

“Espera, Chloe, café não!” Ele correu para a cozinha assim que ela ligou a cafeteira, que explodiu e as luzes se apagaram.

“A cafeteira explodiu.” Ela disse atônita.

“É, como ontem.” Oliver lembrou.

“Não posso acreditar que me esqueci disso.” Ela pegou uma luva e desconectou o cabo.

“Que explosão foi essa?” AC falou do corredor.

Chloe e Oliver se olharam. “Vaso.” Eles disseram correndo para a sala bem quando AC bateu contra a mesa e o vaso voou para o chão. Oliver se inclinou para frente e pegou o vaso antes que ele chegasse ao chão.

“Uou.” AC disse. “Bela pegada. Tem café?”

“Não.” Chloe disse enquanto Oliver colocou o vaso de volta na mesa e pegou uma faca, cortando o papel de parede e revelando a caixa do registro.

AC assistiu confuso a coisa toda e simplesmente sacudiu os ombros. “Me acordem quando tiver café.” Ele se virou e caminhou de volta para o quarto.

O vaso e o apagão pareceram trazer Chloe de volta ao normal. “Ok, eu tenho que... tem coisas que eu preciso fazer, falamos sobre isso... mais tarde.” Chloe sacudiu a cabeça enquanto se movia para trocar de roupa.

“Você tem que colocar moedas em registros e roubar tampas de distribuidores do Lex?” Oliver perguntou com as sobrancelhas erguidas.

“É o que eu faço, Oliver.” Chloe colocou os sapatos.

“É o que você fazia antes.” Oliver se sentou e a olhou. “Mas agora é diferente, estou aqui também, lembra?”

“Sim, e vou descobrir como isso aconteceu, mas até lá eu vou fazer o que sempre faço.” Chloe se levantou e caminhou até porta. “Você vem ou não?”

Oliver sorriu e pegou sua jaqueta, caminhando até a porta.


16 de Outubro de 2008 (Dia 147)

“Então você e Oliver dormiram juntos e de repente ele está revivendo o dia também?” Powell.

“Ainda não sabemos ao certo como isso aconteceu, como ele conseguiu vir comigo.” Chloe sacudiu os ombros.

“Eu acho que sei como ele conseguiu vir.” McClane disse baixo.

Chloe virou e a encarou. “Sim, bem.” Ela tossiu e sacudiu os ombros. “Aconteceu e foi aí que tudo mudou, e nada mudou. Os dias continuaram os mesmos, tudo continuou acontecendo do mesmo jeito da antes, só que agora Oliver também se lembra. A vizinha ainda se esqueceu de pagar o estacionamento, o office-boy ainda se recusou a prestar atenção na rua, Lois ainda invadiu a LuthorCorp e Lex ainda morreu.”

“Mas isso não faz sentido. Se Oliver se lembrou dos dias repetidos então alguma coisa em algum lugar mudou.” Powell pontuou.

“Confia em mim, eu varri cada boletim de notícias internacional, cada relatório, cada noticiário local do mundo, nada mudou.” Chloe sacudiu os ombros. “Nada que eu pudesse encontrar.”

“Então o que você fez?” Powell perguntou.

“O que eu sempre fiz, tudo que podia pensar para manter o Lex vivo.” Chloe sacudiu os ombros.

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4 comentários:

  1. Adorooooooooooooo essa fic!!!! :D

    Meu dá um embaralho na cabeça, mas eh bem legal!!! E vai embaralhar ais ainda no futuro!!

    Só q tipo, a Isabel ficou toda nervosa por causa do nc-17, mas sendo honesta, não foi praticamente nada!!! hahaha a gente ve mais em novela do que aí! heheheheh

    To adorando Nat ;)

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  2. Verdade, tem horas que embaralha a mente...rsrsrs
    Eu no lugar na Chloe iria sentar e chorar no colchão macio que Oliver fisicamente testou...kk

    Eh, esse NC- 17 foi light. Até euzinha já escrevi um mais hot.

    Mas vamos ver pra frente.

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  3. definiçao da Sil foi perfeita:
    "Meu dá um embaralho na cabeça, mas eh bem legal!!!"

    muito boa, e fica cada vez melhor ;D

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  4. Morri de rir com esse cap! E Meu Deus, AMEI a Chloe falando "Ah, como se eu tivesse algo a perder" Eu teria feito isso há muuuuito tempo! :P
    Finalmente tivemos o contato físico Chlollie, foi leve, mas eu adorei! :D

    A fic está super divertida \o_

    Mônica/Shann

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