quinta-feira, 19 de agosto de 2010

I’ll Explain Everything When It’s Friday - Capítulo 6

Bom gente, não vou nem tentar explicar o porquê desse monstruoso atraso que é pra não perder mais tempo. Só quero pedir desculpas e dizer que estou de volta.

Só um pequeno esclarecimento, o dia 147 é o dia atual, dia em que a Chloe conta a história para os agentes depois de ser presa (de novo). Todos os outros dias são do passado, são como se ela estivesse contando para eles o que aconteceu. No próximo capítulo chegaremos ao dia atual.

Peço desculpas novamente pelo atraso.

[Personagens e história não nos pertencem]

--

anterior

-- 6 --

16 de Outubro de 2008 (Dia 105)

Chloe balançou a cabeça para Oliver e sorriu levemente. "Tem alguma razão para termos que comer aqui?" Bart perguntou quando Oliver se recostou em sua cadeira e deixou cair um garfo no chão.

"Ouvi dizer que a sopa é incrível." Chloe sorriu quando Oliver se ergueu e balançou a cabeça para Chloe.

"É, ok." Bart disse confuso, olhando entre Chloe e Oliver. "Vocês dois têm estado estranhos a manhã toda." Bart se inclinou para frente. "Alguma coisa está acontecendo aqui e não estou falando sobre a sopa." Bart disse.

"Só tome a sua sopa." Chloe o ignorou e olhou para a rua. Ela viu uma mulher descer de um carro e balançou a cabeça para Oliver, era hora de ir.

"Nós ainda não pedimos nada." AC disse, olhando confuso para os dois. "Por mais que me doa dizer isso, o Bart está certo, algo engraçado está acontecendo aqui."

Chloe e Oliver, porém não estavam prestando atenção. Estavam olhando uma mulher caminhar em direção a eles, ambos agindo como se não estivessem olhando-a, mas todos eles conheciam aquele olhar, todos eles aperfeiçoaram aquele olhar. "Sério." Victor disse confuso e Chloe levantou o dedo para silenciá-lo enquanto a mulher passava pela mesa deles. Ela pisou de mau jeito e de repente estava caindo. Alguém de outra mesa se apressou para ajudá-la e Oliver também se levantou, indo até ela. Ele se abaixou e pegou a bolsa dela, enfiando todas as coisas dentro novamente.

"Você está bem?" Alguém perguntou para a mulher.

"Sim, só pisei de mau jeito. Acho que tropecei em alguma coisa." Ela se abaixou e pegou algo do chão. "Tropecei em um garfo." Ela disse surpresa e sacudiu a cabeça.

"Aqui." Oliver sorriu e deu a ela a bolsa. Ela agradeceu e Oliver voltou a sentar.

Quando ela estava longe Chloe sorriu. "Pegou?"

"Ele lança, ele marca." Oliver tirou algo do bolso e deslizou pela mesa.

"Excelente." Chloe puxou seu computador da bolsa junto com uma mão cheia de cabos.

Victor arrancou o objeto da mesa enquanto Chloe ligava o computador. "Você roubou o celular dela?" Victor olhou entre Oliver e Chloe ainda mais confuso. "Por que diabos vocês roubariam o celular de uma mulher qualquer?"

"Ela não é uma mulher qualquer." Oliver tomou um gole da sua água. "Aquela é a assistente do Lex."

"Ok." Victor ainda parecia confuso quando Chloe tirou dele o celular e o conectou ao computador. "Não, ainda não estou entendendo."

"Eu precisava dos horários dela." Chloe digitava rapidamente. Ela olhou para Oliver. "Não acredito que nesse tempo todo não pensei em fazer isso."

"Bem, para isso que você me mantém por perto." Oliver sorriu para ela.

"É para isso que mantenho você por perto?" Chloe olhou para ele. "Pensei que fosse para ter algo bonito para olhar enquanto faço todo o trabalho pesado."

"Ah, isso é tão fofo, você acha que sou bonito?" Oliver inclinou a cabeça.

"Cara, será que eles sabem que estamos aqui?" Bart perguntou a AC, que sacudiu os ombros.

"Eu não sei." AC suspirou, se recostando na cadeira e jogando o cardápio na mesa. "Mas pelo jeito em que eles estavam falando sobre sopa, me deu muita vontade de tomar uma agora, cadê a garçonete?"

"Espera um minuto, calma lá, explica para mim por que você precisa dos horários do Lex." Victor disse.

"Para sabermos onde ele está." Chloe disse sem tirar os olhos da tela.

"E precisamos saber disso por quê?" Victor ainda estava confuso.

"Para tentarmos mantê-lo vivo." Oliver respondeu, pegando um pãozinho da cesta na frente dele.

"Calma lá." Bart pareceu se concentrar na conversa de novo. "Desde quando viramos guarda-costas do Lex?"

"105 dias atrás." Chloe e Oliver responderam juntos, pausaram e se olharam sorrindo. "Só almocem e nós explicamos tudo quando for sexta-feira."

Bart olhou para AC confuso e fez um movimento com a mão para indicar que talvez Chloe estivesse bebendo. "Cara, ela vem dizendo isso o dia todo."

"Consegui." Chloe fechou o computador. "Vamos."

Victor virou para Chloe confuso enquanto ela guardava o computador e se levantava da mesa. "Vamos? Para onde? Ainda não almoçamos."

"Sério, preciso da sopa." AC estava olhando o cardápio.

"Vocês fiquem, comam." Oliver tirou a carteira e jogou um dinheiro na mesa sem olhar. "Levem algo pra nós."

"Ah, sim." Chloe sorriu. "Ouvi dizer que o Vichyssoise é incrível."

"O o quê?" Bart olhou para ela como se ela fosse doida.

"É uma sopa, peça uma pra mim, certo?" Chloe colocou a bolsa no ombro e ela e Oliver saíram.

AC olhou pelo cardápio e franziu a testa. "É servida fria."

"O que?" Bart perguntou.

"Vichyssoise, é uma sopa fria." Ele fez uma careta. "Quem come sopa fria? Quem iria fazer uma sopa fria?"

"Eu alcanço vocês depois." Victor os ignorou, seus olhos ainda na Chloe e no Oliver que desapareciam rua abaixo. "Peguem uma French Onion para mim, ok?"

"Por que as pessoas ficam saindo antes mesmo de pedir o almoço?" Bart se recostou na cadeira.

AC se esticou por sobre a mesa e pegou o dinheiro que o Oliver deixou. "O quanto você acha que essa sopa custa?" Ele perguntou.

"Uns cinco dólares?" Bart sacudiu os ombros.

"O que você acha de pegar a sopa deles, levar para a Fundação e conseguir um almoço de verdade para nós?" AC mostrou o dinheiro e Bart sorriu. Oliver deve ter pensado que estava jogando notas de vinte, mas elas eram na verdade de cem, seis delas.

"Pensei que você estivesse doido pela sopa." Bart disse.

AC sacudiu o dinheiro no ar e sorriu. "Por que tomar sopa quando posso comer filé?"

***********************

Victor sabia como seguir as pessoas, aprendeu com o melhor e nunca foi descoberto, não nos cinco anos fazendo isso. O problema é que o cara que o ensinou era o cara que ele estava seguindo, e aquele cara era também o que o ensinou como achar e como se esconder, então Victor deduziu que essa seria a missão mais difícil que ele já teve.

Ele não estava errado. A primeira parada do Oliver foi em um restaurante. Ele entrou pela frente, pela sala de refeições, jogou um garçom no freezer e saiu pela porta de trás. Então ele parou, checou o relógio e virou à direita, se apressando rua abaixo. Victor o seguiu por mais três missões aleatórias. Uma floricultura onde ele pegou uma dúzia de rosas, um vendedor de rua onde ele pegou um boné dos Sharks, um time que Oliver detestava, então um escritório estadual onde Oliver entrou, flertou um pouco com a recepcionista, deu as flores a ela e saiu, jogando o boné no lixo no caminho pela rua.

Victor sabia que a ultima não tinha sido uma visita social. Depois de anos trabalhando ao lado do Oliver ele sabia que as flores que ele dava para as mulheres eram lírios, não rosas, e também a recepcionista tinha sessenta e cinco anos. A próxima parada foi em uma garagem, onde Oliver foi direto para um Volkswagen Beattle verde, puxou uma chave e abriu a porta. Ele entrou por um minuto e saiu colocando a chave e mais alguma coisa no bolso antes de sair.

Eles praticamente atravessaram a cidade até chegarem ao campus da Met U. Oliver parou em frente a um prédio e olhou para cima. Victor se escondeu atrás de uma porta mais abaixo na rua e assistiu. Oliver foi para a calçada e ficou andando para lá e para cá na frente da escadaria por boa parte de um minuto antes de sorrir e ir embora rua abaixo e dobrar a esquina. Victor xingou e saiu atrás dele só para virar à esquina e descobrir que ele tinha desaparecido. Ele estava xingando a si mesmo quando ouviu uma voz atrás dele. "Ei, preciso da sua ajuda." Oliver disse.

Victor pulou surpreso e se virou. "De onde você veio?" Ele perguntou confuso.

"Eu corri em volta do quarteirão." Oliver sorriu. "Vamos." Ele atravessou a rua e foi em direção
ao prédio que tinha estado em frente mais cedo.

"Você sabia que eu estava seguindo?" Victor perguntou e Oliver balançou a cabeça. "Por quanto tempo?"

"Desde o restaurante." Oliver disse. "Vi o seu reflexo na porta do freezer."

"E você simplesmente me deixou te seguir?" Victor sacudiu a cabeça.

"É, bem." Oliver sacudiu os ombros. "Olha, preciso da sua ajuda para acionar o alarme de
incêndio."

"Você precisa do quê?" Victor o olhou como se ele fosse louco.

"Vai até lá e aciona o alarme de incêndio." Oliver repetiu.

"Aquilo é o dormitório das garotas." Victor disse.

Oliver simplesmente balançou a cabeça. "Qual é, não é tão difícil."

"Então por que você não faz?" Victor perguntou.

"Porque toda vez que eu tento alguém me vê e me reconhece e tem a maior coisa com uma multidão e da última vez um repórter apareceu. Foi horrível." Oliver sacudiu a cabeça relembrando.

"Então você já fez isso antes?" Victor perguntou. "Você faz isso sempre?"

"Não, não antes de hoje." Oliver sacudiu a cabeça. "Olha, você tem que fazer isso agora porque em dois minutos vai ter uma grasnada de garotas saindo por aqui. Confia em mim, ok?" Victor balançou a cabeça e subiu as escadas.

"Se eu fizer isso, você vai explicar?" Victor segurou a porta e puxou, estava trancada. Oliver puxou um cartão do bolso e deu para Victor. Era o cartão de identificação do dormitório. "Onde você... Eu não quero saber." Ele passou o cartão e a porta destrancou. "Uma grasnada?" Ele perguntou confuso.

"Como mais você pode chamar um grupo de garotas?" Oliver sacudiu os ombros.

"Grasnada serve, eu acho." Victor sacudiu a cabeça.

"Estamos com o tempo apertado aqui." Oliver o lembrou. Victor entrou no prédio. Oliver andou para lá e para cá até que ouviu o tom o alarme de incêndio, seguido pelo estridente tom de duas centenas de garotas gritando em pânico.

A porta se abriu e Victor pulou os degraus. "Vai, vai, vai, elas estão bem atrás de mim." Ele correu rua abaixo e Oliver o seguiu. "Por que será que a fantasia de duzentas garotas gritando e correndo atrás de você é tão mais sexy que a realidade?"

Oliver riu. Eles viraram a esquina e pararam para recuperar o fôlego. "Ok, bom, isso está feito."

"De onde você pegou o cartão?" Victor se virou e olhou para ele.

"Do carro no estacionamento." Oliver disse

"Como você entrou no carro?" Victor perguntou.

"Anda comigo." Oliver acenou para a rua e eles começaram a caminhar. "Eu peguei as chaves do carro com a recepcionista no escritório." Ele disse como se isso fosse óbvio. Victor o olhou como se ele fosse doido. "Ok, siga as pistas desde o começo." Oliver disse. "Eu peguei as flores para a recepcionista."

"E o boné dos Sharks?" Victor perguntou.

"Ela gosta dos Sharks." Oliver sacudiu os ombros. "Eu comecei uma conversa, então dei a ela as flores e contei uma história sobre um homem misterioso que as comprou para ela. Isso a distraiu o suficiente para que eu pudesse tirar as chaves da bolsa dela."

"Ok." Victor disse, tentando acompanhar. "Por que ela estacionou tão longe?"

"Aquele era o carro da filha dela, eu peguei a chave reserva." Oliver disse. "Para que pudesse pegar o cartão de identificação."

"Para que pudéssemos acionar o alarme de incêndio no dormitório das garotas?" Victor perguntou.

"Agora você está entendendo." Oliver balançou a cabeça.

"Não, ainda longe." Victor sacudiu a cabeça. "Por que acionar o alarme?"

"Não tenho idéia." Oliver sacudiu os ombros entrando no estacionamento de antes. Ele foi até o carro, deixou o cartão de volta e colocou as chaves no banco antes de travar a porta e fechá-la. Victor pareceu ainda mais confuso. "Chloe que mandou." Oliver disse como se isso fizesse perfeito sentido. "Tem alguma coisa haver com o departamento dos bombeiros bloquear a Sétima Avenida, o que faz com que o cara da entrega se atrase e tem mais, mas eu não estava prestando atenção."

"Você está de brincadeira, não é?" Victor sacudiu a cabeça.

"Nem um pouco." Oliver pegou se telefone e digitou um número. "Ei, o alarme de incêndio foi acionado e o Victor me seguiu de novo." Oliver ficou ouvindo por um minuto. "Sim, posso chegar ao centro da cidade em trinta minutos." Ele olhou para Victor. "Anota aí." Victor ergue as mãos para indicar que não carregava canetas e blocos de anotação com ele por aí. "Então decora." Victor balançou a cabeça. "Esquina da Quarta com a Holland, em frente à fonte, 3:08 da tarde exatamente, taxi número 328." Oliver disse e Victor repetiu em sua mente. "Sim, tenho certeza que vai fazer sentido mais tarde." Oliver sorriu. "Sim, me liga quando você acabar aí em Smallville."

"Por que a Chloe está em Smallville?" Victor perguntou e Oliver chamou um taxi.

"Ela está..." Oliver olhou para Victor, pensando no quanto falar a ele. "Ela está quebrando o tanque séptico do Lex."

"Não vou nem perguntar." Ele sacudiu a cabeça. "O que você quis dizer com eu estar te seguindo de novo?"

"Você já me seguiu algumas vezes." Oliver disse.

"Não, não segui." Victor sacudiu a cabeça.

"Bem, essa parte é mais difícil de explicar... só esquece."

"Não, você sabe que eu não vou realmente esquecer isso. Você e Chloe têm agido de forma estranha o dia todo e tem também o negócio com o telefone, o alarme de incêndio, o tanque séptico e... Ok quer saber? Acho que vou simplesmente esquecer no fim das contas."

"É melhor assim." Oliver sorriu enquanto eles seguiam para o centro da cidade. Eles saíram na Quarta com a Holland e olharam em volta. "Hora?"

"2:42." Victor disse.

"Temos 27 minutos." Oliver suspirou. "Então, você está com fome?"

"Poderia comer." Victor balançou a cabeça.

Cinco minutos depois eles estavam sentados nos degraus da fonte comendo hot-dogs de um vendedor de rua esperando por um táxi. "Então um velho vai sair do taxi 328 exatamente às 3:08 e temos que pegar o táxi antes que alguém pegue?"

"Esse é o plano." Oliver limpou a boca.

"Certo, e o que isso faz?" Victor perguntou e Oliver sacudiu os ombros. "Você não tem idéia?"

"Não." Oliver sorriu.

"E para onde vamos levar esse táxi?" Victor perguntou.

"Fundação Ísis, preciso checar algumas coisas para a Chloe." Oliver disse. "O quão bom você é em disfarçar a voz e cruzar ligações telefônicas?"

"Muito bom." Victor disse confuso.

"Ótimo, preciso que você ligue e faça uma falsa ameaça de bomba no Aeroporto de Metrópolis mais tarde." Oliver jogou seu guardanapo no lixo e se levantou.

"Quer saber, vou simplesmente concordar com isso." Victor disse. "Não vou fazer nenhuma pergunta e vou acordar amanhã e perceber que isso tudo era um sonho, um sonho maluco todo enrolado."

"Ou você vai acordar amanhã e não vai ser realmente amanhã, vai simplesmente ser hoje de novo e você não vai se lembrar de nada dessas coisas e vamos simplesmente ter que fazer tudo de novo." Oliver suspirou. Victor o olhou confuso e então sacudiu a cabeça. "Ei, o taxi 328." Oliver apontou. Victor jogou seu guardanapo fora e seguiu Oliver para o outro lado da rua e para dentro do táxi.

*****************

Depois de checar algumas coisas para Chloe na Fundação e fazer a falsa ameaça de bomba, Oliver e Victor estavam de volta no apartamento da Chloe fiscalizando o eletricista quando Chloe entrou, ou melhor, se esgueirou pela porta. Ela estava encharcada da cabeça aos pés com o que, a julgar pelo cheiro, não era só água. "Como foi com o tanque séptico?" Oliver perguntou tentando segurar a risada.

Chloe se virou e o encarou. Oliver se levantou e andou até ela, se esticou para tocar nela e mudou de idéia. "Qual é, não é tão ruim assim." Ele se virou para tapar o nariz.

"Eu juro por Deus Oliver, juro por Deus que se você quiser fazer sexo novamente você vai me dizer que o meu banheiro está funcionando, porque estou coberta com água de esgoto, meu carro está coberto com água de esgoto, e eu acabei de ouvir no caminho de volta que Lex Luthor morreu esmagado por uma escultura de gelo de cem quilos, então, por favor, eu realmente preciso tomar um banho quente e ir para a cama, ok?"

"Uma escultura de gelo?" Victor perguntou surpreso.

"Caiu de um caminhão de entrega e deslizou rua abaixo por quatro quarteirões antes de pular a calçada e cair no Lex enquanto ele saía do escritório dele." Chloe suspirou.

"Quais são as chances?" O eletricista fungou, tendo ouvido a conversa toda.

"Hoje?" Chloe inclinou a cabeça para o lado. "Só 273 para 1." Chloe sacudiu os ombros. "Banheiro?" Chloe perguntou.

"É melhor você usar o meu." Victor olhou tristemente para ela.

Chloe balançou a cabeça e se virou para a porta. Ela se abriu e AC e Bart entraram rindo e carregando sacolas de compras. Eles pararam quando viram Chloe. "O que aconteceu com você?"

"Não." Chloe ergueu a mão os encarando. "Não falem nada. Eu quero uma hora, ok? Só uma hora sozinha, posso ter isso, por favor?"

"Sim." Oliver balançou a cabeça enquanto ela saia da sala. Ele olhou para Bart e AC e notou que eles estavam com roupas diferentes das que estavam vestindo de manhã. "Onde diabos vocês estavam o dia todo?"

AC e Bart se olharam e gaguejaram. "Nós, sabe, nós tomamos uma sopa." AC tentou esconder suas sacolas atrás das costas.

"Então nós passeamos um pouco. Fomos ao parque e alimentamos os pássaros." Bart acrescentou.

"Vou dar uma olhada na Chloe." Oliver os encarou andando para o quarto dela e saindo com carregando um monte de coisas. Ele encarou Bart e AC novamente até sair da sala. Victor se recostou em sua cadeira e analisou AC e Bart.

"Vocês alimentaram os pássaros?" Victor ergueu uma sobrancelha.

"É." AC balançou a cabeça.

"Então vocês realmente pegaram o dinheiro que o Oliver deixou para o almoço e saíram para fazer compras?" Victor disse.

"É." Bart balançou a cabeça.

Victor sacudiu a cabeça e sorriu. "Vocês são desprezíveis."

"Você gostaria de ser o primeiro a jogar no nosso X-Cube?" Bart puxou um console de vídeo-game de uma sacola. "Ainda somos desprezíveis?"

"Ah sim." Victor balançou a cabeça. "Mas eu sou o jogador um."

Chloe finalmente conseguiu tirar todo o esgoto dela e estava deitada na banheira com os olhos fechados, aproveitando um banho quente quando a porta do banheiro se abriu. "Pessoal, eu pedi uma hora, será que isso é tão difícil? Além do mais estou na banheira, sei que tenho uma política de porta aberta por aqui, mas não tão aberta assim."

"Não vejo você se apressando para cobrir nada." Oliver disse da porta.

Chloe abriu um olho. "Estou muito cansada." Ela disse enquanto Oliver sentou na beira da banheira e deu a ela um copo de café. "Você é incrível." Chloe pegou o copo dele e tomou lentamente.

"Eu tento." Ele sorriu.

"Ei." Chloe suspirou. "Desculpa por antes, é só que eu... sabe?"

Oliver a olhou preocupado. "Fora o banho de esgoto, você tem certeza de que está bem?"

"Estou bem." Chloe sorriu. "Só... cansada."

"Ok, vou deixar você de molho." Oliver deu um beijo na testa dela. "Trouxe para você algumas roupas e o roupão."

"Muito incrível." Chloe o assegurou. Ela ficou de molho por um tempo, não a hora que queria, mas o suficiente para acalmá-la, relaxar seus dedos e evitar que ela se arrastasse para a cama e chorasse de exaustão. Ela colocou as roupas que Oliver trouxe e o roupão e caminhou pelo corredor, se preparando para a cacofonia do caos que ela estava para enfrentar. Quando ela abriu a porta, entretanto, estava tudo silencioso, e escuro. Ela franziu a testa. "Ei, tá todo mundo aqui?"

"Eu os mandei embora." Oliver falou do quarto. "Vem aqui."

Chloe atravessou o corredor e parou. "O que é isso?" Ela olhou em volta pelo quarto iluminado por velas. "Você não precisava fazer isso. Sabe, eu estava brincando sobre a história de você nunca mais fazer sexo novamente."

"Vem aqui." Ele deu um tapinha na sua frente na cama. "Deita."

Chloe o olhou, duvidosa. "Ok, mas eu não estava brincando sobre estar cansada." Ela sorriu. "Então você vai ter que fazer a maior parte do trabalho." Oliver a encarou. "Ok, você vai ter que fazer todo o trabalho."

Os lábios do Oliver se curvaram em um meio sorriso. "Tira o roupão." Chloe deslizou o roupão para o chão e tremeu quando o vento frio bateu em sua pele. A camisola e os shorts que Oliver levou para ela não cobriam muito. Ela subiu na cama e se deitou. "Vira." Oliver se esticou para a gaveta na cama.

"Exótico." Chloe balançou as sobrancelhas e Oliver revirou os olhos. Ela se virou para deitar de barriga e ouviu ele levantar da cama e se mover pelo quarto. Uma música começou a tocar, um jazz calmo, e então ela sentiu o peso dele mover o colchão. Ele montou nas costas dela e ela franziu a testa por um segundo, ele ainda estava completamente vestido. A fragrância de lavanda a alcançou primeiro e então mãos umedecidas e quentes começaram a massagear os músculos do pescoço dela. Chloe gemeu involuntariamente e fechou os olhos. "Oh Deus," ela conseguiu dizer enquanto os dedos ágeis do Oliver trabalhavam nos músculos dela.

"Tudo bem eu fazer isso?" Ele perguntou com um estranho tom de insegurança na voz dele. O fato de que a Chloe nunca o ouviu soar tão inseguro de si mesmo fez com que ela se apressasse em assegurá-lo.

"Eu viveria este dia quinhentas vezes se soubesse que teria isso no fim dele."

Ele riu. "Você tem nós do tamanho da Bélgica." Ele pressionou um em particular ao lado da omoplata dela. "Em cima de nós do tamanho da Islândia." Ele gruniu enquanto trabalhava nos músculos da Chloe e ela afundava mais e mais fundo em um estado de êxtase. "Você está fazendo coisas demais, se desgastando muito. Você precisa relaxar mais, se divertir um pouco."

"Claro." Chloe suspirou. "Amanhã vou tirar umas férias. Só você e eu, e aquele vidro de óleo de massagem, não vamos sair desse quarto o dia todo. Que se dane o Lex e todos os outros também."

"Não é uma má idéia." Oliver gruniu. "A parte das férias, bem o negócio todo, mas principalmente a parte das férias."

"Eu estava brincando." Chloe riu.

"Eu não." Oliver disse.

O tom sério da voz dele fez ela se sentar e virar para ele. Ela o pegou de surpresa e ele caiu para o outro lado da cama. "Você tá falando sério?" Ela perguntou. "Oliver, eu tentei não fazer nada, não funciona."

"Não estou dizendo pra você não fazer nada." Ele se sentou. "Só me ouve. Eu percebi uma coisa hoje quando Victor estava me ajudando. Temos uma equipe a nossa disposição e estamos correndo por aí como galinhas sem cabeça, é com dificuldade que conseguimos fazer tudo e ainda assim não está funcionando."

"Mas eles não entendem." Chloe sacudiu a cabeça. "E tentar explicar tudo pra eles levaria muito tempo."

"Então não explicamos pra eles." Oliver sacudiu os ombros. "Só dizemos o que eles têm que fazer. Sei lá, transformar isso tudo numa disputa de estranheza, um tipo de caçada a alguma coisa, tanto faz."

"Mas não posso estar em todo lugar ao mesmo tempo, já dá trabalho demais descobrir as coisas quando você tá me ajudando." Ela o lembrou. "Não posso ver a imagem completa se estivermos nós cinco correndo por aí fazendo alguma coisa."

"Ah, mas pode sim." Oliver sorriu para ela. "Lembra no ano passado quando o prefeito se meteu em uma briga imensa com a legislação estadual por causa do orçamento?"

Chloe franziu a testa e o rosto dela se transformou em um grande sorriso. "As câmeras." Ela sorriu.

"As câmeras." Oliver balançou a cabeça para ela. "Metrópolis inteira está conectada, e com áudio. E tem mais câmeras CCTV nas ruas e prédios do que em Las Vegas. Você poderia hackear esses sistemas mais rápido do que Bart consegue comer um burrito."

"Eu poderia ver todos, poderia ver tudo." Chloe soou excitada. "Literalmente, posso ver a totalidade da causa e efeito para cada ação e predizer melhor o que poderia acontecer depois."

"E você poderia manter um olho no Lex ao mesmo tempo, sempre saber onde ele está." Oliver balançou a cabeça.

"Você é..." Ela se jogou nos braços dele e o beijou, longa e firmemente. "Absolutamente brilhante." Chloe disse.

"Eu tento." Oliver sacudiu os ombros e olhou para trás dela na estante. "Que tal isso, eu resolvi todos os seus problemas e ainda temos trinta minutos até a meia-noite." Ele a beijou docemente e ela gemeu, relaxando seu corpo contra o dele. Quando ele se afastou porém, o olhar no rosto dela era pouco encorajador. "Você está mesmo cansada, não está?"

"Exausta." Ela franziu a testa para ele.

"Você provavelmente não quer nada além de dormir agora." Oliver perguntou.

"Muito." Ela balançou a cabeça. "Mas você podia ficar." Ela ofereceu.

Ele beijou a testa dela e puxou de volta o cobertor da cama. "Entra aí." Ela rastejou para debaixo do cobertor e ele se despiu rapidamente, apagou as velas e deslizou na cama por trás dela, envolvendo os braços em volta da barriga dela. Ele beijou o pescoço dela e fechou os olhos.

"Mas é sério," Chloe disse, sonolenta, se virando para ele, "quando for sexta-feira, você, eu e aquele vidro de óleo de massagem não vamos sair do quarto por um dia."

"Posso fazer melhor." Oliver disse a ela. "Quando for sexta-feira, você faz as malas e então podemos ser você, eu e aquele vidro de óleo de massagem e não vamos sair da minha ilha por uma semana." Ele rebateu.

Chloe o olhou estranhamente. "Espera um minuto. Você tem uma ilha?"

"Não é grande." Ele balançou os ombros. "Só tem uns 300 ou 400 acres."

"Você tem uma ilha?" Chloe perguntou de novo.

"Sério, não é nada." Ele se defendeu.

"Há um mês eu tive que escolher entre café e papel higiênico." Ela ergueu as sobrancelhas. "E você tem uma ilha."

"Sim." Oliver balançou a cabeça. "E tem um estoque completo de papel higiênico e café, então não se preocupe, durma." Ele deu um beijo na testa dela. Ela o encarou, mas não disse mais nada e fechou os olhos. "Qual você escolheu?" Ele perguntou depois de alguns minutos.

"O quê?" Chloe perguntou confusa.

"Papel higiênico ou café?"

Chloe o olhou como se ele nem a conhecesse. "Café." Ele disse simplesmente. "Eu roubei papel do Talon."

"Por que você não roubou café do Talon?" Oliver perguntou confuso. "É uma loja de café."

Chloe o encarou por um segundo. "Porque isso seria errado."

"E roubar papel higiênico não é errado?" Oliver a olhou estranhamente. "Por que é diferente?"

"Papel higiênico é uma necessidade, café é uma luxúria, se você quiser tem que pagar por ela." Chloe explicou. "São diferentes. E quer saber de uma coisa, você tem uma ilha." Ela o encarou. "Qualquer opinião que você achou que podia oferecer sobre essa situação, não pode." Ela se virou de costas para ele novamente e eles ficaram quietos por mais alguns minutos. "Eu pensei que você odiava ilhas." Chloe disse. "Nunca fosse querer colocar os pés em uma novamente."

"Não é tropical." Oliver disse. "Não há praias ou selvas. É na costa da Escócia." Ele explicou. "E eu não simplesmente comprei uma ilha. Eu não pensei um dia 'sou um milionário entediado, acho que vou torrar cinco milhões de dólares em um monte de terra. Meus pais costumavam alugá-la. Usavam para férias da Queen Industries e para entreter clientes, por alguns anos até fizemos nossa festa de Natal lá. Então quando eu assumi a companhia, assumi a tradição." Ele pensou sobre isso. "É uma ilha realmente bonita. O castelo é gigantesco, antigo e rústico, perfeito para uma criança, mas ainda assim moderno onde é necessário, bom para se viver. Há alguns anos os donos resolveram vender. Uma rede de hotéis ia comprar e derrubar o castelo pra construir condomínios, não pude deixar isso acontecer, então eu mesmo comprei."

"Ah." Chloe disse calmamente. "Bem isso... não é tão ruim."

"Acho que você gostaria de lá." Ele disse. "Tem toneladas de passagens secretas e escadas escondidas e à noite quando a neblina cobre tudo, fica um clima misterioso e romântico ao mesmo tempo."

"Eu gosto de passagens secretas." Chloe concordou virando de volta. "É assombrada?"

"Tem quinhentos anos." Oliver sacudiu os ombros. "Provavelmente."

"Ok, então podemos ir lá." Chloe abrandou a situação.

"Não vamos passar muito tempo no quarto?" Ele perguntou desencorajado. "Vamos ficar procurando passagens secretas de fantasmas, não é?"

"Podemos fazer os dois." Chloe o assegurou. "E não há nada que possa ser feito num quarto que não possa ser feito em uma passagem secreta." Ela o beijou e então algo foi registrado na mente dela e ela se afastou. "Você gastou cinco milhões de dólares em uma ilha?"

Oliver abriu a boca para se defender, mas ao mesmo tempo o relógio marcou meia-noite.

16 de Outubro de 2008 (Dia 110)

Chloe checou o relógio na parede e então digitou algumas coisas e checou se AC, Victor e Bart estavam onde precisavam estar. Eles estavam fazendo isso pelos últimos cinco dias e estava indo tudo bem. Chloe se sentiu um pouco como o grande e poderoso Oz, manipulando as coisas por trás das cortinas e tinha que admitir que era bem legal.

Ela considerou algo em sua cabeça e então digitou rapidamente. Ela rackeou, bem facilmente, o sistema de segurança da LuthorCorp e ficou assistindo o progresso da Lois pelo prédio. Ela mordeu os lábios e então puxou o telefone. Tirou o equipamento de comunicação da orelha para ter um pouco de privacidade e ligou para um número. Ela viu Lois pausar no vídeo de segurança, puxar algo da bolsa e ficar encarando por um segundo antes de colocar na orelha. "Alô?" Ela sussurrou.

"Ei." Chloe sorriu. "O que você tá fazendo?"

"Ah, você sabe, só pesquisando." Lois se curvou e tirou um grampo do cabelo e arrombou a fechadura da porta do corredor. "E você?"

"Só vendo umas coisas no computador." Chloe sacudiu os ombros e ficou lá sentada encarando a tela enquanto Lois se esgueirava pela sala e ia até o armário de arquivos.

"Chloe, você me ligou por alguma razão? Porque eu preferia muito mais fazer isso outra hora se for possível." Lois procurou pelo armário certo.

"Tá." Chloe suspirou. "Você sabia que Oliver Queen tem uma ilha?"

"Uma ilha?" Lois pausou. "Tipo, uma ilha inteira? Ele é dono de uma ilha inteira?"

"A coisa toda." Chloe balançou a cabeça.

"Mês passado tivemos que escolher entre papel higiênico e café e ele tem uma ilha?" Lois finalmente encontrou o armário e arrombou a fechadura.

"Foi o que eu disse." Chloe suspirou.

"Por que estamos falando sobre Oliver e ilhas?" Lois perguntou e então pausou. "Como é que você sabe disso?"

"Vi em um artigo sobre gastos supérfluos." Chloe esfregou os olhos.

"Ok." Lois pegou os arquivos, saiu da sala e desceu o corredor para copiar a lista. "Engraçado, na verdade, você ter me ligado pra falar sobre o Oliver." Ela fechou a copiadora e se dirigiu de volta para a sala dos arquivos. "Eu encontrei com ele outro dia."

"Encontrou?" Chloe se retesou.

"Foi, e ele perguntou por você." Lois lembrou.

"Ele perguntou por mim?" Chloe mordeu os lábios.

"Sim, acho que ele estava tentando recrutar você ou algo assim, mas eu disse a ele que você era totalmente fiel ao seu novo chefe misterioso." Lois disse enquanto guardava o arquivo original. Chloe pensou no assunto por um segundo e então franziu a testa. Eles reviveram este dia 110 vezes e ele nunca mencionou ter conversado com a Lois há alguns dias. Chloe estava em choque quando viu um movimento em uma das telas que não deveria ter movimento algum. "Quer saber, nunca tinha pensado sobre isso até agora, mas você e Oliver seriam ótimos juntos."

"Lois, se abaixa agora." Chloe disse e instintivamente Lois se abaixou atrás de uma mesa quando um guarda da segurança entrou na sala, olhou em volta e saiu.

"Essa foi por pouco." Lois suspirou. "Como você..."

"Tenho que ir, te ligo depois." Chloe desligou o telefone rapidamente e o colocou na mesa fazendo careta.

"Ela vai fazer perguntas sobre isso." Oliver disse da porta.

"É, bem, dessa forma não tenho que pagar fiança pra tirar ela da cadeia e se isso não funcionar, ela não vai lembrar mesmo." Chloe sacudiu os ombros.

"É isso aí." Oliver entrou na sala. "Você pode realmente controlar tudo isso que está acontecendo aqui?"

"Sim." Ela disse, passando a vista nos monitores. Oliver colocou uma mão sobre os olhos dela. "Segunda fila, quinto da esquerda para a direita, o que está passando?"

"Uma mulher está sentada num banco do parque lendo o jornal e balançando um carrinho com um bebê, acho que de seis meses. Ela tá com uma blusa rosa e um copo de café do Starbucks, grande duplo com leite de soja."

"Como é que você pode saber que tipo de café ela tá bebendo?" Oliver olhou a tela mais de perto.

"As marcas no copo." Chloe disse.

"Tá certo, primeira fila, segundo da direita." Oliver perguntou.

"Nada, ou nada até você cobrir meus olhos, era uma visão do Parque Laurent, um carvalho com dezessete galhos e um esquilo correndo ao redor da raiz." Chloe tomou um gole de café.

"Ok, terceira fila, oitavo da direita." Oliver disse.

"Minha direita ou sua direita?" Chloe perguntou.

"É a mesma direita." Oliver disse.

"Não importa, não tem uma terceira fila." Ela saiu de traz da mão dele e sorriu.

"Isso é realmente incrível." Oliver sentou ao lado dela.

"Só algo que eu posso fazer." Ela sacudiu os ombros.

"Por que você ligou pra Lois?" Ele olhou para as telas.

"Não sei, eu só... Eu não sei." Chloe sacudiu os ombros. "Depois de ontem, e por falar nisso você se lembra que ontem à noite você me convidou pra viajar por uma semana, não lembra? Depois de ontem e de todo o negócio sobre a viajem e outras coisas, eu comecei a me sentir meio pressionada."

"Pressionada?" Oliver perguntou.

"Você é Oliver Queen." Chloe disse. "Meu último encontro foi no Baskin and Robin numa noite de concha grátis e quando o Jimmy me pediu em casamento com um anel de uma máquina de chicletes, e você quer me levar pra sua ilha pra passar uma semana no seu castelo de 10 mil metros quadrados, então eu só precisava falar com alguém que já passou por isso antes."

"Passou por isso o que? Minha ilha?" Oliver franziu a testa. "Lois nunca esteve lá, acho que ela nem sabe nada sobre a ilha."

"Não é isso." Chloe disse.

"Pensando nisso, não acho que tenha levado nenhuma das minhas namoradas pra Ilha." Oliver ponderou por um minuto.

"Passou por isso, ser namorada do Oliver Queen." Chloe apontou para ele. "É isso que eu sou agora?"

"Sim." Oliver balançou a cabeça. "É isso que você é."

"Bem, eu tinha que saber. Tinha que saber o que isso significava pra mim." Chloe disse.

"E?" Oliver perguntou. "O que você acha?"

"Eu acho que vai ser difícil e que vamos ter várias brigas como a de ontem sobre o café e o papel higiênico, porque vai haver coisas sobre mim que você não vai entender e coisas sobre você que eu não vou entender." Chloe suspirou. "O que você acha?"

"Eu acho que temos mais coisas em comum do que você pensa e acho que depois de tudo que já fizemos nos últimos 110 dias, e todas as coisas que você fez antes disso, se você acha que o que aconteceu ontem foi uma briga, vamos nos dar muito bem." Oliver sorriu para ela.

"Aquilo não foi uma briga?" Chloe olhou para ele.

"Não foi nem uma pequena desavença. Você pode até chamar de discussão." Ele concedeu. Ela empurrou o ombro no lado dele e então voltou a atenção para os monitores e franziu a testa. Ela pôs o comunicador de volta. "AC, acorda, é sua vez." AC pareceu se despertar na tela na frente dela quando Lex saiu de um prédio. Ela olhou para outro monitor e começou a contar. Quando ela chegou ao um AC pisou na rua, colocou o boné na cabeça para disfarçar o rosto e se preparou para o impacto. A escultura de gelo bateu contra ele e Chloe e Oliver fizeram careta, mas ela mudou o percurso e desceu a rua até cair e se despedaçar. O único dano que ela causou foi o hematoma no lado do AC e um arranhão em uma BMW. "Bom trabalho, vá para a Rua Union o mais rápido possível." AC simplesmente balançou a cabeça e foi embora, mancando levemente. "Acho que devemos tentar o Victor com a escultura de gelo amanhã. Não vai machucar tanto."

"É." Oliver balançou a cabeça distraidamente. "O que é esse aqui." Ele apontou para um monitor que mostrava um estacionamento com um guarda sentado em um banco.

"Nada." Chloe rapidamente apertou um botão e a imagem desapareceu.

Oliver se virou, intrigado. "O que era aquilo?" Ele cruzou os braços.

Chloe gemeu e colocou a imagem de volta. "Você disse para eu relaxar, me divertir." Chloe corou e Oliver ergueu as sobrancelhas indicando para ela elaborar melhor. "Esse é Paul Masters." Chloe explicou. "Eu estudei com ele no ensino médio. Ele era o grande popular esportista que gostava muito de fazer piadas com a meio estranha editora do jornal da escola." Oliver ficou um pouco tocado.

"Então agora você tá seguindo ele?" Oliver perguntou confuso.

A mão da Chloe pairou sobre um botão e então ela sorriu. "Tá, olha isso." Ela pressionou um botão e o alarme de uma fila inteira de carros foi acionado simultaneamente, fazendo com que Paul pulasse e corresse para checar, e assim que ele chegou lá Chloe pressionou outro botão e todos pararam.

Oliver sorriu. "Ok, como você fez isso?"

"Tem um sistema interno de intercomunicação conectado às câmeras de segurança e eu encontrei uma freqüência sub-sônica que agita os alarmes dos carros." Chloe o olhou, prendendo a respiração enquanto esperava para ver o que ele teria a dizer sobre isso.

Ele se inclinou sobre ela. "Isso é muito legal." Ele sorriu, apertando o botão enquanto Paul se afastava e apertando de novo assim que ele se virava.

"Tem mais." Ela disse, sorridente. Ela pressionou mais alguns botões e se inclinou em direção a um microfone. "Paul." Ela chamou com uma voz rígida, distorcida o suficiente para ser tanto autoritária quanto misteriosa. Se os alarmes dos carros o tinham feito pular, Oliver tinha certeza de que ele mijou nas calças.

"Olá." Paul olhou em volta. "Tem alguém aí?"

"Paul." Chloe disse novamente em um tom meio rígido. "Você sabe quem é."

O cara olhou em volta, consideravelmente assustado. "Ok, isso não tem mais graça."

"Você deveria tratar melhor a sua mãe, Paul." Chloe disse. Oliver a olhou confuso, imaginando que se ela não estava seguindo ele, como ela sabia disso. Ela colocou a mão sobre o microfone. "Foi só um palpite. A maioria dos caras de 26 anos deveria tratar a mãe melhor."

"É... Deus?" Paul perguntou, olhando para o teto do estacionamento.

"Você é uma mulher horrivelmente brilhante." Oliver sorriu para ela.

"Eu sei." Chloe riu. Ela pressionou o botão de novo. "Você está com a gravata suja de mostarda." Ela disse, e acionou os alarmes de novo.

"Ok." Oliver se sentou. "Sério agora." Ela a olhou. "Mas podemos fazer isso em outros lugares além de estacionamentos?" Ele perguntou. "Tem alguns CEO's que me ferraram em alguns negócios."

"Faça uma lista, eu encontro um modo." Chloe assegurou. "Victor." Ela o colocou na tela. "Você já pode ir."

16 de Outubro de 2008 (Dia 147)

"Sem contar o monte de leis Estaduais e Federais que você acabou de admitir ter quebrado, ao menos parece que você se divertiu." A Agente McClane fungou.

"É isso que parece?" Chloe virou toda sua atenção para a agente e o olhar que ela deu fez McClane achar que talvez tenha dito a coisa errada. Ela ao menos teve a decência de ficar envergonhada. "Você acha que isso é divertido pra mim?" Chloe se inclinou para frente. "Você acha que isso é um jogo?"

"Eu não..." McClane se mexeu em seu assento.

"Você acha que já deduziu tudo?" Chloe sacudiu a cabeça. "Toda vez que eu mudo alguma coisa, há conseqüências." Chloe olhou para os dois agentes e se reclinou na cadeira, sacudindo a cabeça. "Não estou falando sobre fazer com que alguém se atrase, não estou falando sobre forçar alguém a pegar a Terceira ao invés da Segunda Avenida."

Powell olhava Chloe intensamente. "Outras pessoas morreram." Ele disse. "Não foi?" Chloe simplesmente fechou os olhos. "Não foi só o Lex ou o office boy na bicicleta, não é?" Chloe sacudiu a cabeça lentamente.

McClane olhou para Powell confusa e então para Chloe. "Do que ele tá falando? Outras pessoas morreram?"

"Não, eu matei outras pessoas." Chloe disse calmamente enquanto mexia na borda do copo. "Morreram por minha causa."

"Como assim?" McClane perguntou.

"Nos primeiros dois dias foram o Lex e o office boy, e só. E então foi só o Lex por um bom tempo, mas aí, um dia, foi a Lois." Lágrimas encheram os olhos da Chloe. "Eu estava com pressa, tentando descobrir o que aconteceria com o Lex e perdi a hora, fiquei desorientada. Coloquei muito laxante no café do segurança na LuthorCorp e ele teve que ir pra casa. O segurança enviado pra substituir não era tão calmo quanto a crimes, ou intrusos." Chloe tossiu fracamente e limpou os olhos. "Ele pegou Lois arrombando o armário e ela correu e de alguma forma... ela levou um tiro." Ela ergueu a cabeça. "E houve outros. Muitos inocentes que não tinham nada haver com isso, simplesmente estavam no lugar errado e na hora errada durante um dos muitos acidentes do Lex."

"Você?" Powell perguntou. Chloe o olhou e ficou pensativa. "Você falou algo mais cedo sobre cair de uma ponte. Você morreu, não foi?"

Chloe balançou a cabeça se levantando e jogando o copo vazio na lixeira. "Algumas vezes."

"Quantas vezes são algumas vezes?" McClane perguntou.

"Dezessete." Chloe disse.

"Dezessete... Você morreu dezessete vezes?" Powell perguntou, se engasgando com o café. McClane bateu nas costas dele para acalmá-lo. "Não posso nem imaginar o quanto essa sensação deve ser estranha."

Chloe simplesmente sacudiu os ombros. "É, eu já tinha tido essa sensação antes disso tudo começar." Os dois a olharam confusos e ela ignorou.

"Então aposto que não funcionou." Powell continuou ao ver o olhar confuso no rosto da Chloe. "Ter a equipe toda pra ajudar enquanto você ficava por trás das cortinas."

Chloe se recostou. "Não, obviamente, já que estou aqui. Ajudou a me estressar menos, e fez com que as coisas fossem consideravelmente mais fáceis e muito menos complicadas do que pensamos que seriam, mas não funcionou. Lex ainda morreu, eu ainda acordei na quinta-feira. Mas aí algo aconteceu e eu tive que sair de trás dos computadores e voltar às ruas."

16 de Outubro de 2008 (Dia 117)

Chloe checou se vinham carros antes de atravessar a rua e esqueceu que estava no telefone com Oliver até que ele gritou no ouvido dela. "Chloe! Você estava ao menos me ouvindo?"

"O quê?" Chloe perguntou confusa. Ela não estava ouvindo. "Sim claro."

"Não estava não." Oliver suspirou.

"Você tá certo, eu não estava." Chloe admitiu. "Mas caso você tenha estado dormindo nos últimos 33 dias, eu tenho muita coisa pra fazer."

"Não entendo porque você não nos deixa ajudar." Oliver disse. "Pensei que o sistema estivesse funcionando."

"Eu precisava de um tempo de volta no jogo." Chloe disse.

"Você nunca esteve fora do jogo." Oliver tentou explicar. "Você estava instruindo de fora do campo, mas estava no jogo."

"Exceto que eu não estava, não é?" Chloe perguntou. "Eu não estava instruindo de fora do campo. Você não vê, eu estava na cabine de imprensa tentando descobrir as jogadas e os meus jogadores estavam no campo improvisando as jogadas." A linha ficou em silêncio por um minuto e Chloe parou de andar e suspirou. "Oliver, eu não quis dizer isso."

"Não." Ele disse forçadamente. "Você tá certa."

"Você teve que tomar uma decisão difícil e tomou." Chloe tentou fazê-lo se sentir melhor.

"Tomei a decisão errada." Ele disse.

"Escuta, nos últimos cem dias eu tenho tomado decisões erradas mais do que eu gostaria de lembrar." Chloe sorriu.

"Alguma das suas decisões erradas resultou na dizimação completa do centro de Metrópolis?" Oliver perguntou.

Chloe pensou por um segundo. "Eu caí de uma ponte no carro. Estraguei bastante o carro e isso não também não foi muito bom pra ponte."

"É isso?" Oliver perguntou. "É o melhor que você pode fazer?" Ele fungou. "Você destruiu mais ou menos dois metros do parapeito de uma ponte? Chloe, eu explodi o Planeta Diário. A força derrubou todos os prédios ao redor num perímetro de cinco milhas, isso acabou com o encanamento de água e de gás central da cidade resultando em uma das mais estranhas explosões de água e fogo que eu já vi na vida. Eu destruí vinte e sete prédios, trezentos carros, interrompi a distribuição de água e gás da cidade e o Meio-Oeste inteiro ficou sem energia por cinco horas."

"É, na medida dos estragos, esse foi bem espetacular." Chloe sorriu. "Olha, não vou mentir, o dia de ontem influenciou um pouco a minha decisão, mas não é todo o motivo de eu estar aqui. Eu simplesmente tenho a sensação de que preciso estar no meio ao invés de assistir tudo de longe. Não posso explicar e tenho que trancar um garçom num freezer."

16 de Outubro de 2008 (Dia 147)

"E isso nos traz para o dia de hoje." Chloe disse.

"Então o que aconteceu hoje?" Powell perguntou.

"Você estava lá, você me diz." Ela sorriu e se reclinou na cadeira.

"Quero ouvir a sua versão." McClane sorriu para ela. "Quero ver como você revira isso."

"Ok, mas eu não sei todo o seu lado da história então vou ter que completar os espaços da melhor forma que puder na adivinhação." Chloe avisou.

"Começa logo." McClane disse a ela.

próximo

5 comentários:

  1. Que saudade dessa fic!!!!!!!

    Adoro a história e quem a escreveu, realmente, é no mínimo brilhante.

    Doida para saber como termina.

    ResponderExcluir
  2. Uau.
    Essa fic tenho que ler devagar, pra não perder nada...hahaha
    Sério, o autor dela deve ser um doido.
    Deviam contratar ele pra escrever um ep de small.

    Adorei a conversa de conchinha. Sobre o castelo.

    ResponderExcluir
  3. eu adoro essa fic, adoro. Ela é tão cheia de reviravoltas que as vezes eu tenho que reler uma parte pra ter certeza que não perdi nada.

    Ótima tradução como sempre Nathalia! :D

    ResponderExcluir
  4. Hahahahahahaha. A Isabel eh doida, mas eh uma doida ÓTIMA. Tbm adoro essa fic, meu parece que a gente tah num liquidificador que mistura e mistura e mistura hahaha. Adoro.

    ResponderExcluir
  5. Bem, para isso que você me mantém por perto." Oliver sorriu para ela.


    "É para isso que mantenho você por perto?" Chloe olhou para ele. "Pensei que fosse para ter algo bonito para olhar enquanto faço todo o trabalho pesado."


    "Ah, isso é tão fofo, você acha que sou bonito?" Oliver inclinou a cabeça.


    "Cara, será que eles sabem que estamos aqui?" Bart perguntou a AC, que sacudiu os ombros.

    AMO OS DIÁLOGOS!!!

    ResponderExcluir