We’re Real/You Were Right, tradução

 

Ok, da primeira vez que eu li essa fic eu chorei horrores. E traduzindo teve algumas partes em que eu chorei, de novo. Então eu já avisei. Peguem seus lenços e se preparem. Talvez eu tenha chorado porque eu estava sensível, mas é melhor prevenir do que remediar, certo? :D
Mas falando sério agora. Essa é a primeira fic que eu traduzi com os spoilers da décima temporada. São dois capítulos: Um do ponto de vista da Chloe (We’re Real) e outro com o ponto de vista do Oliver (You Were Right). Eu resolvi postar os dois juntos, fazer vocês esperarem pelo segundo na minha opinião seria uma maldade.
Boa leitura e comentem! ^^

Autora: Sxymami0909
Classificação: PG-13
Spoilers: Baseada nos spoilers da décima temporada das entrevistas da Comic Con.
Disclaimer: Os personagens, como era de esperar não nos pertencem.

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We’re Real

(1/2)

Chloe sentou em sua mesa. Eles haviam passado a maior parte do dia fazendo uma missão de reconhecimento, mas era tarde e todo mundo já tinha se reportado e ido pra casa. Todos menos uma única pessoa, sua mente gritou pra ela. Havia se passado um mês desde que ele desapareceu.

Um mês sem nenhuma palavra, nenhum sinal de que ele estava vivo e em algum lugar por aí. Os dedos dela roçaram o pequeno envelope que ela segurava nas mãos. Rabiscado na letra confusa dele estava o nome dela. J’onn tinha lhe dado isso nessa noite, disse que queria esperar tanto quanto fosse possível... Só pra garantir.

Eles tinham procurado por semanas, mas todos estavam ficando cansados das falsas esperanças e dos quase acertos. Chloe sabia o quanto machucava a equipe deles toda vez que eles não achavam nada. Ela podia ver os olhares de fracasso nos rostos deles.

Ela não iria fazê-los continuar com isso. Ela não podia. Não era justo, eles precisavam seguir em frente. Eles eram heróis, e esse mundo precisava deles. Quando ela disse isso pra eles, eles se surpreenderam. Dinah foi a primeira a rebater e argumentar.

Depois foi Bart, e ela facilmente argumentou contra tudo que eles disseram. As acusações aos gritos, as palavras furiosas que machucavam e quando eles terminaram ela se levantou e falou calmamente.

Quando ela disse a eles que ele não iria querer isso, que ele os juntou por um propósito e que ele ficaria desapontado se pudesse vê-los em ruínas como daquele jeito, eles sabiam que ela estava certa.

Quando a poeira baixou todos concordaram que essa noite seria a última vez que eles usavam de seus poderes pra procurar pelo Arqueiro Verde. Se eles não encontrassem nada... acabou. Eles seguiriam em frente. Ela os manteve em ação por mais tempo do que nunca e quando eles ainda assim não encontraram nada ela os chamou de volta. pra casa.

Foi aí que J’onn colocou o envelope nas mãos dela. Disse que Oliver havia lhe entregado isso com instruções específicas de que se qualquer coisa acontecesse, ele deveria entregá-lo diretamente pra Chloe. Ela quase desabou nessa hora na frente de todos.

A dor que rasgava seu peito era quase demais pra suportar e ela deu as costas ao time pra tentar manter a dor escondida, mas eles viam através das débeis tentativas dela. Era a primeira vez que eles a viam desabar desde o ocorrido.

Dinah e Bart se sentiram horríveis pelas palavras ditas mais cedo. Victor e A.C queriam consolá-la e J’onn sabia que o que ela precisava agora era ficar sozinha com seus pensamentos pra que pudesse sentir sua dor livremente. Ele fez com o que a equipe saísse, gentilmente fechando a porta atrás deles.

Isso foi há horas atrás e ela ainda não tinha sido capaz de abrir a carta em suas mãos. Ela respirou fundo, tinha chegado a hora. Ela tinha que saber. Ela pegou um dedo trêmulo e o deslizou pela aba, puxando-a lentamente.

Quando ela abriu o envelope e puxou as folhas dobradas ela as levou até o nariz e podia jurar que o cheiro dele estava no papel. Chloe fechou os olhos, absorvendo tudo enquanto uma única lágrima deslizava por seu rosto.

Seus olhos se abriram enquanto ela mexia na carta, desdobrando-a, os olhos passando rapidamente pelo que estava escrito.

Parceira –

Se você está lendo isso significa...bom, significa que eu te decepcionei e eu peço desculpas por isso. Estou parando pra escrever isso, rezando pra que eu nunca tenha que usar, mas não sou inocente o bastante pra achar que sou invencível e que meus atos como herói não terão nenhuma consequência, seja daqui a algumas semanas ou alguns anos. Primeiro que eu sei que concordamos que essa coisa entre a gente era sem nenhum envolvimento... mas Chlo... nunca foi só sexo com a gente.

Mesmo da primeira vez. Você era minha melhor amiga. Você viu a escuridão dentro de mim e ao invés de fugir disso; você a aceitou e a transformou em algo belo. Você me conhece melhor do que ninguém, nesse planeta ou em qualquer outro. Você sabe todos os meus segredos, bons e ruins e eu ainda me impressiono por você ainda estar ao meu lado.

Eu acho que talvez as coisas eram destinadas a serem assim, desde sempre. Toda a mágoa e dor e traição que passamos foi pra nos preparar pra esse momento. Você e eu, Professora... somos uma realidade. Isso é tão real quanto qualquer relacionamento pode ser. Você e eu... nós definimos uma nova realidade. Então se prepare: o envolvimento... não surte.

Eu sei que você quer e eu sei que está sentada aí negando o fato de que isso... de que somos uma realidade, mas confie em mim nessa, ok? Pense em todos os pequenos momentos, não os obscenos... não agora, pelo menos. Eu ainda posso lembrar cada vez que eu quebrava um novo muro. Cada vez que você me dava outro pedaço de si mesma. Eu estimo esses dias, mesmo que você não saiba disso.

Agora eu vou fazer uma coisa pela qual eu tenho certeza que você vai me odiar pra sempre, mas eu preciso fazer. Preciso que você saiba porque, por Deus, Chloe, você é incrível e você nem sequer percebe isso. Você é linda, talentosa, esperta, leal, aventureira, um pouco tortuosa, mas não se preocupe porque eu gosto disso, compassiva, e você coloca todo mundo como prioridade, antes de si mesma.

Você é minha heroína Chloe e eu amo você. Vai realmente ser uma droga se eu não puder te dizer isso pessoalmente, porque eu adoraria ver sua cara quando eu estourar essa bolha maluca em que você vive. Tenho muita esperança de que talvez até faça você ficar sem fala por alguns segundos.

Se você está lendo isso então... você provavelmente está com raiva por eu ter te contado porque agora você tem que lidar com perder mais alguém... Me desculpa... Me desculpa por ter te machucado! Mas saiba que mesmo eu não estando aí, você foi mais parte de mim do que qualquer outra foi. No cofre no meu escritório você vai encontrar papéis das Indústrias Queen e tudo relacionado à Torre de Vigilância junto com informações sobre a cobertura.

Tudo que você precisa fazer é assinar os papéis e tudo será seu. Eu confio em você, Chloe. Eu confio em você os meus negócios... o meu dinheiro... a minha vida e meu coração e eu sei que mesmo que você não admita e mesmo que você ainda não veja isso, você me confia tudo isso também. Está nas pequenas coisas que você faz que acho que você nem percebe.

Está no jeito com que sua mão sempre encontra a minha, no jeito que você sabe o que eu estou pensando sem eu ter que falar, no jeito que você nunca diz ‘Eu’ ou ‘mim’ mas sim ‘nós’ porque você sabe que eu estou aqui. Está no jeito que você inclina sua cabeça quando sorri pra mim e no jeito que inconscientemente você se aninha ao meu lado enquanto dorme ou no jeito que a linha que você desenhou entre nós praticamente não existe mais.

Então não se sinta mal. Não sente aí e chore porque eu sempre soube. Eu ainda sei. Só precisava que você soubesse. Por favor não deixe isso ser a coisa que faça você desabar. Você tem uma equipe que está contando com você, NOSSA equipe e se eu não estou aí pra liderá-los então você precisa fazer isso...

Não tenho certeza do que dizer mais, mas acho que já escrevi coisas desconexas por tempo demais. Além do mais, eu nunca vou ter que usar isso. Não planejo deixar você nunca, não até estarmos velhos e com cabelos brancos... hmm isso parece um  mau agouro, não parece? Você consegue imaginar ficar comigo tanto tempo assim?

Uma parte de mim espera que você consiga... enfim, vou enfiar essa carta numa gaveta e ir te encontrar pra almoçarmos juntos. Acredito que temos um pouco de ‘diversão’ agendada pra essa tarde. Então tenho que ir e ganhar um prêmio da minha namorada muito gostosa. Lembre-se do que eu disse...

Com amor,

Ollie.

Chloe deixou o papel cair a mesa, abraçou-se e começou a soluçar. As lágrimas rolavam em seu rosto enquanto a dor em seu peito aumentava. Ela sabia esse tempo todo. Ela tentou não se envolver demais mas não podia evitar. Era Oliver. Pra ele, ela não era apenas uma Parceira, apesar de ser o apelido favorito dele pra ela.

Ela era seu par, sua igual e ele nunca a tratava de outra forma. Ela não tinha certeza por quanto tempo chorou, mas quando não havia mais lágrimas pra sair ela se levantou e olhou a Torre de Vigilância. Não era a mesma sem ele.

Ela respirou fundo e andou pelo lugar até o mainframe. Se Oliver estivesse morto ela sentiria isso em seu coração, mas não sentia. Ela não podia sentir o vazio e era por isso que ela fez a equipe continuar procurando.

Ela não se importava com o quão ridículo isso soava. Ela saberia. Ela ativou o mapa e o olhou. Oliver estava por aí em algum lugar e ela iria encontrá-lo e trazê-lo de volta pra casa.

Os dedos de Chloe Sullivan voavam pelo teclado, digitando freneticamente e em um lugar não muito distante dela olhos castanhos lutaram pra abrir, um nome sussurrado escapando dos lábios dele antes de cair inconsciente mais uma vez.

“Chloe...”

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You Were Right

(2/2)

Oliver parou antes de entrar pela porta dupla, estendendo o braço e ativando a chave de energia na parede da entrada. Luzes fluorescentes iluminaram cada canto do enorme lugar, mergulhando-o num brilho que fazia seus olhos doerem.

O olhar dele brevemente se focou a sua direita, vendo os equipamentos quebrados. Ele engoliu seco e deu alguns passos a frente. Era tarde, mas de alguma forma ele sempre se encontrava vindo pra cá durante a noite. Oliver pensou que era porque se sentia mais perto dela aqui.

Quase como se ele estivesse no mesmo lugar que ela costumava ocupar, ele seria capaz de descobrir onde ela estava e como trazê-la de volta pra casa. Cinco meses, três semanas, quatro dias, dezessete horas e vinte e sete minutos. Era esse o tempo que ele tinha passado procurando por ela até agora.

Em mais ou menos uma hora ela estaria perdida por 172 dias. O time pensava que ele já tinha passado dos limites, e talvez eles estivessem certos, mas se estavam isso não importava. Oliver não pararia até trazê-la de volta pra casa onde ela pertencia.

Os olhos dele se fixaram na mesa dele e ele lentamente foi até lá, as mãos nos bolsos. Ele sentou, tirando a poeira com as mãos. Não importava quantas vezes ele limpasse a superfície, na noite seguinte uma nova camada de poeira se acomodaria lá, quase como se quisesse provar que ninguém havia trabalhado ali durante todo o dia. As mãos dele foram pra gaveta do lado esquerdo da mesa, abrindo-a, o maxilar travando ao ver o envelope branco.

A mão dele tremeu, os dedos se dobrando enquanto ele tirava o envelope da gaveta. Oliver sabia que não devia abrir... não de novo. Não era como se as palavras fossem mudar. Ele estava apenas se torturando, ao menos era o que os outros haviam dito.

Mas ele não podia evitar. O papel estava gasto, as palavras levemente borradas, sem dúvidas por causa da quantidade de vezes que ele tinha lido. Sabia de cor, provavelmente nem tinha que olhar pra ela pra recitar palavra por palavra, mas o fez de qualquer forma.

Ele gostava de ver a ondulação da letra dela, os lugares em que ela tinha hesitado com a caneta, ou que ela havia escrito com pressa. Era prova de que ela havia estado ali, prova de que ela o amava, e prova de que ele não estava louco, porque tinha dias em que ele se perguntava isso.

Os olhos dele vaguearam até o começo da carta e ao ler ele podia jurar que o som da voz dela ecoava por sua cabeça, lendo junto com ele.

Ollie-

Eu sei que você está provavelmente sentado aí lendo isso com aquele olhar divertido no rosto pensando ‘bom, não é que ela é bem esperta’, bom tudo se trata de um jogo justo, Romeu. Eu não tenho muito tempo... mas aqui estão algumas coisas que eu preciso que você saiba. A primeira e de longe a mais importante, eu te encontrei. Me levou alguns meses, mas eu nunca desisti de você Ollie. Nem mesmo quando eu fiz com que o time parasse de procurar você. Você sempre foi minha maior prioridade. Segundo... E por mais que seja difícil pra eu admitir, você estava certo.

Nunca foi só sexo com a gente. Como poderia ser? Pode não ter parecido, mas mesmo durante todo aquele desastre com o Doomsday você era um dos meus melhores amigos, a pessoa que mais me entendia e ainda entende. Eu cometi muitos erros na minha vida, não contei com certas pessoas quando deveria, coloquei minha confiança em todos os lugares errados e mesmo depois de tudo isso você ainda estava lá tentando me levar de volta pro caminho certo, pra luz.

Uma vez eu disse pro Clark que a Torre de Vigilância era meu farol... uma luz que me guiava, sempre me deixando saber que alguém estava cuidando de mim... Mas eu estava errada. Era você nesse tempo todo. Você me deu um propósito de novo, me deu uma razão pra continuar lutando quando tudo parecia tão impossível. Você nunca saberá o que isso significou pra mim... O que ainda significa. Você é a única pessoa que nunca me julgou pelos erros que cometi, então como eu poderia te julgar pelos seus?

Acho que você está certo... Toda a dor que sentimos no passado nos trouxe até aqui , então não posso dizer que me arrependo de alguma coisa porque se todas aquelas marcas... Todas cicatrizes não estivessem onde estão nós nunca teríamos nos encontrado e Ollie, acredite em mim quando eu digo que isso seria uma tragédia. Eu tentei negar... Eu lutei contra você e contra meus sentimentos em todos os passos. Fingi que não estava envolvida, mas tenho quase certeza que estive nesse tempo todo.

Eu me lembro de todos os pequenos momentos. Lembro deles como se tivessem acontecido ontem e surpreendentemente não sou tão desligada como você pensa. Eu sabia o quanto eles significavam pra você. Eu podia ver o brilho nos seus olhos toda vez que eu deixava você quebrar mais uma das minhas regras... Aquelas noites em que você achava que eu estava dormindo e confessava todos seus medos pra mim... O jeito que toda a tensão parecia deixar seu corpo quando a gente sentava no sofá com uma tigela de pipoca e ficávamos abraçados. Algo tão simples, mas ao mesmo tempo tão importante.

Eram nesses momentos que eu percebia o quanto amava você. Era no jeito que você fazia omeletes de manhã exatamente como eu gostava, no jeito que você sempre sabia quando eu precisava de outra dose de cafeína, no jeito que você sempre lembrava dos doces na hora do filme, no jeito que quando estávamos juntos não éramos Arqueiro e Torre De Vigilância ou Oliver Queen e Chloe Sullivan... Éramos apenas Chloe e Oliver... duas pessoas aproveitando o tempo juntas, jogando xadrez, assistindo filmes, fazendo palavras cruzadas.

Era nesses momentos Ollie que eu percebia que podia fazer isso pra sempre. Eu podia rir com você pelo resto da minha vida e ser a mulher mais feliz do mundo. Você é o melhor homem que eu já conheci, e não faça graça desse comentário Oliver Jonas, porque é verdade. Você não percebe a diferença que faz no mundo, todas as vidas que você impactou e mudou pra melhor.

Você é leal, compassivo, esperto, e incrivelmente modesto, o que por si só é uma total contradição meu playboy bilionário, mas eu digo mais. Você é um herói, Oliver... e eu não quero que nada mude isso. Não quero que isso faça você se perder do seu caminho. Minhas decisões... minhas ações são todas por amor. Porque eu amo... Eu amo tanto você Ollie. Eu não tinha certeza se era possível gostar de alguém como eu gosto de você.

Então me prometa... Me prometa agora que você lerá isso e saber que eu te amo será o bastante... é aqui que nossa jornada termina, Romeu... não é justo, mas eu não trocaria por nada. No tempo que estivemos juntos, você me amou por uma vida inteira. Você sempre me fez sentir desejada... adorada e eu espero ter feito você se sentir ao menos tão especial quanto você fazia comigo.

Depois de ler isso... Quero que vá até seu cofre e tire as outras cartas. Tem uma pra cada um do time. Não discuta, não fique com raiva, só faça. Dê a eles as cartas e depois Ollie... É isso... Lembre-se de mim, mas não deixe o que aconteceu te consumir. Não me deixe ser a razão pra você perder o herói dentro de você. Metropolis precisa de você... O time precisa de você porque quando eu me for alguém vai ter que mantê-los unidos.

Bom, eu preenchi mais papel do que esperava. Não percebi que iria demorar tanto... acho que faz sentido, quero dizer, eu meio que divago quando fico nervosa então sim... Apenas lembre-se do que eu disse e lembre-se de que não importa onde eu esteja, eu sempre vou amar você Ollie.

Com amor sempre,
Chloe.

Uma gota atingiu o papel, manchando o pequeno coração ao lado do nome dele. Ele tocou suas bochechas. Nem tinha sentido as lágrimas vindo. Por agora ele achava que não teria mais lágrimas pra derramar, mas estava obviamente errado.

Ele olhou ao redor, pro centro de operações de aparência desolada e seu maxilar travou. Ela ficaria decepcionada com ele. Ele não tinha sido forte pelo time. Ele brigou com eles… berrou… gritou… disse coisas horríveis e mesmo assim, por alguma razão eles continuavam por perto.

Ele acha que é talvez porque eles entendem a perda dele melhor do que ele tinha originalmente pensado. Bart ainda corria pra todo lado, mas falta nele aquele sorriso que todo mundo costumava pensar que era contagiante. Aquela centelha que o fazia Bart. Lois tinha ido... num trabalho do outro lado do oceano do qual ela não podia escapar.

Mas ele acha que apenas é difícil demais pra ela estar aqui sabendo que Chloe não está. Victor nunca mais olhou pra um computador do mesmo jeito desde que descobriu que ela se foi. Ele faz seu trabalho em silêncio, sem ninguém mais pra conversar com ele que entenda o que ele faz completamente.

AC e Dinah não vinham muito pra Metropolis, mas ainda falavam com Victor regularmente. Ele sabia que perder Chloe afetou Dinah profundamente. Ela nunca teve uma amiga antes da Parceira dele fazer questão de se aproximar dela. Elas eram ótimas amigas, mas agora... Dinah tinha voltado a seu escudo frio.

Clark... surpreendentemente estava melhor que todos eles. Ele sofria, claro, mas ele dizia que se focar em tornar-se o herói que o mundo precisa honraria Chloe muito mais do que se lamentar diante de um túmulo vazio. De acordo com ele, isso era o que ela iria querer.

A parte triste era que Oliver não podia nem discutir com ele, porque sabia que ele estava certo. Chloe era assim, colocando todo mundo a frente de si mesma. Era por isso que eles estavam nessa situação pra início de conversa. Oliver não podia ter certeza, mas achava que talvez bem lá no fundo o time o culpava por Chloe não estar ali.

Eles nunca disseram nada e não fizeram nada além de tentar ajudá-lo e estarem sempre ali, mas ainda de vez em quando ele notava um olhar e ele sabia sem a menor dúvida que aquilo tinha passado pela cabeça deles. Era o mesmo olhar que ele via no espelho todas as noites.

Oliver ouviu um relógio batendo ao longe e olhou pra cima. Fechou os olhos e esperou que parasse. O som ecoando suavemente. O sol nasceria em algumas horas; era hora de ir pra casa. Ele cuidadosamente dobrou a carta e a colocou de volta na gaveta.

Seus membros pareciam adormecidos enquanto ele ia pra porta mais uma vez. Ele olhou pela última vez pro lugar e determinação o preencheu; Chloe não estava morta; não importava o que os outros diziam. Se ela estivesse morta ele sentiria... ele saberia.

Ela estava em algum lugar por aí e ele iria encontrá-la e trazê-la pra casa porque não estava pronto pro tempo deles ter acabado. Eles tinham uma vida inteira adiante... Isso era apenas o começo. Ele desligou a chave de energia deixando o lugar atrás de si mais uma vez na escuridão enquanto fechava as portas.

Do lado de fora a distância, Clark observou as luzes dentro da Torre de Vigilância se extinguirem e suspirou profundamente. Toda noite na exata mesma hora Oliver ir pra Torre e Clark silenciosamente vigiava do lado de fora mantendo a promessa que fez pra sua melhor amiga. As palavras na carta dela ecoando em sua cabeça.

Não deixe ele fazer algo estúpido... Proteja-o, Clark... Mostre a ele que ele pode ser o herói que o time precisa... O herói que sei que ele é. Não o deixe cair naquela espiral descendente e tomar aquele caminho sombrio de novo... Preciso saber que se eu não estou tem alguém cuidando dele...

172 dias se passaram desde que Chloe trocou de lugar com Oliver. Ele nunca tinha pensado bem da relação deles, mas agora via o quão errado estava. O amor deles... era tangível. Ele podia sentir a dor de Oliver toda vez que estava no mesmo cômodo que ele.

Tinha quase certeza que todos podiam. Primeiro Clark pensou que ele eventualmente seguiria em frente, mas os dias progrediram... e era o oposto. Ele ainda patrulhava... ainda salvava as pessoas, mas parecia agir no modo-automático. Comprando tempo até encontrar Chloe, porque Clark sabia que ele ainda estava procurando.

E uma parte dele se alegra sempre que pensa que Chloe havia encontrado essa pessoa. Alguém que nunca vai desistir dela, não importa o que aconteça. Ele não tentou impedir Oliver… achava que pra que Oliver seguisse em frente ele precisava da verdade, precisava ver com os próprios olhos o que aconteceu.

E Clark entende isso. Então ele observa... e espera, protegendo mesmo que de longe, deixando Oliver fazer o que ele precisa fazer, porque se tem alguém que pode encontrar Chloe, é ele.

Continuação - I'm Yours