A Better Place - 3/17

Titulo: A Better Place

Autora: Roberta Clemente

Classificação: NC -17

Nota: Essa fic tem como base Roulette, com final alternativo. O nome da fic é uma musica da banda VAST

Resumo: E se antes de Oliver entender que Chloe salvou o herói, o mito, o homem tivesse cometido um ultimo erro?

Prologo  1/17  2/17  

 3/17

A noite escondido dentro do seu jatinho particular esperando o dia amanhecer foi uma das mais difíceis que Oliver passou. Um hangar fechado no aeroporto de Independence era mais seguro e discreto, pelo menos até que o dia amanhecesse.

Ainda era Oliver Queen, rosto que chamaria atenção demais para si em uma cidade tão pequena. E não queria que a noticia de sua presença chegasse até Chloe antes dele. Seria arriscado e estupido, se a conhecia bem, tanto quanto achava que conhecia, Chloe deveria ter os olhos e ouvidos bem abertos a sua volta, então era só... Muito arriscado.

E não podia correr o risco de perdê-la a aquela altura. Chloe pode não ter feito questão de se esconder, mas se soubesse que tinha ido atrás dela a chance de que desta vez ela se escondesse era grande demais.

Se não se precipitasse talvez o universo conspirasse a favor. Então ansioso e sozinho com seus pensamentos tentou criar um plano de reconhecimento e aproximação. Como se fosse uma missão rotineira. Seria pratico e rápido.

Mas era impossível se concentrar por muito tempo. Sua mente travava quando chegava a parte da aproximação. Não conseguia guardar nenhuma informação, nenhuma frase tempo suficiente para formar um pedido de desculpas decente, seus pensamentos estavam confusos, a cada meia hora vagando pra longe da aeronave, a procura dela.

Onde ela estaria agora? Estaria bem? Sozinha? Como ela reagiria a ele? Estaria lhe odiando como achava que estava?

É claro que ela estaria bem, ela é qualquer um, ela é Chloe Sullivan, uma sobrevivente. Seu coração ficava pequeno mesmo com a ultima pergunta. Tinha a resposta muito clara, não precisava ouvir da boca dela.

É claro que Chloe estaria lhe odiando. Ele se odiava, todos os dias. Magoar alguém que se gosta é muito pior e devastador do que ser magoado. Tinha descoberto isso. Vivendo e aprendendo.

Quando o dia enfim começou e o sol se estabeleceu no céu de Independence Oliver decidiu que era hora de sair. Para não chamar atenção sobre si era melhor que quando as pessoas começassem a sair de casa ele já estivesse lá, como um deles.

Dispensou o piloto e das ruas, carregando apenas uma mochila, viu seu jatinho decolar de volta para Metropoles. Estava por conta própria e era hora. Caminhou alguns minutos em direção a cidade, torcendo para o boné ser suficiente para que ficasse anonimo até que encontrasse Chloe.

Não sabia onde ela estava, onde morava ou se realmente morava na cidade. Aquele seria um jogo de sorte e sua aposta, única, viria a seguir. Só precisava achar o banco da cidade, que daquele tamanho, sendo uma tipica cidade americana de interior deveria ser apenas um.

A primeira vista Independence era agradável e pacata. Mas enquanto a atravessava se perguntou varias vezes o que fez Chloe ir parar e ficar lá. O lugar simplesmente não combinava com ela. Não com a Chloe apaixonada por tecnologia e informação. Talvez uma nova e magoada combinasse com aqueles prédios antigos e com a tranquilidade.

Um rio cortava a cidade e Oliver teve um palpite de que aquele era o ponto principal da cidade e que os prédio mais importantes o cercariam. As ruas começaram a ficar movimentadas e sem perceber Oliver começou a ficar nervoso procurando Chloe em cada pessoa que passava ou se aproximava.

Seus olhos caíram sem querer sobre uma construção antiga, mas muito bonita do outro lado da margem. O banco. De onde Chloe vinha transferindo mensalmente uma quantia para a conta de James Bartholomew Olsen, irmão mais novo de Jimmy.

Quando pediu para Victor discretamente rastrear as movimentações bancarias em busca de algo que pudesse levar a ela, descobriu sem querer que Chloe vinha fazendo isso há meses. Desde a morte de Jimmy.

Isso lhe atingiu com a mesma força de um soco quando soube. A culpa, a lembrança vaga do garoto ao lado do caixão do irmão e a percepção de que pessoas mais próximas a Jimmy estavam sofrendo mais que ele quase lhe derrubou de novo.

E mais uma vez Chloe lhe salvou. Se ela, aos pedaços, encontrou forças para ajudar uma criança, depois de tudo, ele podia se manter de pé. Pelo menos por enquanto.

Oliver não soube quanto tempo ficou ali parado, olhando aquele prédio, completamente perdido em seus pensamentos, mas quando deu por si estava cercado. As ruas de repente ficaram realmente movimentadas e o lugar não parecia diferente do centro de Smallville. Pessoas indo e vindo a sua volta, sem percebê-lo, sem notar aquele forasteiro de coração partido.

Depois de piscar algumas vezes e se arrumar no lugar Oliver olhou em volta procurando um lugar onde não ficasse tão exposto, mas não conseguiu sair do lugar e antes que notase estava de novo com os dedos cercando e apertando a grade que percorria o rio. Não queria perder a porta por nenhum segundo.

Ficou lá por mais de uma hora. No mesmo lugar, na mesma posição. Esperando, rezando e pedindo em silencio por algum sinal dela. Nada o faria mais feliz ou tranquilo do que ver os cabelos loiros de Chloe passando por aquela porta.

Mais uma hora e quando já cogitava se afastar antes que começassem a desconfiar de sua presença diante de um banco, os passos de uma mulher do outro lado do rio chamou sua atenção.

Seu olhos a alcançaram antes que sua cabeça pudesse reagir na direção dela. Caminhando sem pressa, de cabeça baixa e cachos escondidos sob um chapéu cinza. Era ela. Era Chloe.

Sem saber como Oliver reconheceu o andar, a forma como ela protegia as mãos do frio que não sentia, mas que sabia que fazia nos bolsos do casaco xadrez, que não se lembrava quando, mas já tinha visto Chloe usar.

Era impossível enxergar o rosto dela daquele lugar, mas sabia, de algum jeito que aquela mulher atravessando a rua a sua frente, era ela. Seu coração disparado pediu a ele para ir até lá e ter certeza, mas sua mente lhe dizia para ser frio, pratico e esperar.

Recuando alguns passos Oliver observou a mulher passar pela porta do banco e desaparecer dentro do prédio. E se forçando a ter fé se resignou a esperar, de novo. Faltava pouco. Era só deixar Chloe fazer o que tinha que fazer e ele iria atrás dela.

Não muito tempo depois, mas que para Oliver pareceu uma eternidade, o vislumbre de um casaco xadrez pode ser visto de longe. E diferente da entrada Chloe passou pela porta sem se esconder. Sem chapéu e de cabeça erguida.

Sem perceber Oliver prendeu a respiração quando colocou os olhos sobre ela depois de tanto tempo, depois daquela tarde infeliz. Quando destruiu o pouco de luz que havia nos olhos dela.

Foi tomado por uma vontade urgente de ir até ela, de olhar para ela de perto, quase o fez, mas sabendo que ainda era cedo manteve-se a distancia e observou. Chloe parecia com pressa agora. Ela atravessou a rua correndo e faz o caminho de volta, de onde quer que ela tenha vindo.

Sem perder tempo Oliver foi atrás dela, caminhando do outro lado do rio, mantendo uma distancia segura. Descobriria onde ela estava morando antes de qualquer coisa.

Com os olhos grudados nela Oliver se perguntou o que Chloe estaria fazendo, para onde ela estaria indo. Mesmo parecida com Smallville, Independence não tinha mais que algumas escolas, lojas e bibliotecas. Se tivesse que apostar, apostaria que Chloe estaria levando tecnologia a esses lugares. Isso explicaria o dinheiro.

Sem que ele esperasse ou se preparasse Chloe parou de repente e Oliver congelou. Para seu alivio ela parou e tirou o celular do bolso. Oliver franziu a testa para aquela cena. Chloe não parecia feliz com quem quer que a estivesse chamando e ela olhou para o aparelho por alguns segundos antes de atender.

Com quem ela estaria falando? Só podia dizer que parecia urgente e importante. Chloe e a pessoa pareceram discutir brevemente, até a postura dela ceder. De longe Oliver viu os ombros dela caírem em derrota e ela assentir desligando em seguida.

Oliver não sabia por que, mas aquilo lhe incomodou profundamente. Algo estava fora de ordem ali e não sabia muito bem o que. Mas não teve muito tempo para pensar a respeito. Chloe voltou a caminhar de novo e rápido, saindo da visão dele por alguns segundos, fazendo seu coração apertar antes que a alcançasse atravessando uma ponte mais para frente.

Oliver se escondeu atrás de uma enorme e providencial arvore enquanto Chloe passava na sua frente. Seus olhos seguiram os passos firmes que ela fez entrando em uma rua antes que pudesse ir em segurança atrás dela.

Quase a perdeu de novo quando Chloe cortou caminho por um beco. Antes que percebesse ele estava correndo até lá e chegou a tempo de ver uma porta lateral bater r um som alto ecoar pela viela.

Oliver respirou fundo e pensando rápido deixou seus olhos vagarem pelo prédio. Ele tinha dois andares e parecia antigo, como quase todos na cidade. Caminhando em direção a rua viu o letreiro e vitrine.

Um café. Claro. Olhando para dentro Oliver notou rapidamente as mesas cheias, com um balcão grande no final delas, algumas maquinas de café e o que parecia uma cozinha atrás, onde Chloe deveria estaria agora.

Um café. Não poderia ter pensando em um lugar melhor para ela se esconder, nada combinava mais com ela. Poderia apostar sua empresa que aquele lugar era a fachada perfeita para alguma coisa maior.

E então a porta da cozinha explodiu e Chloe atravessou equilibrando dois pratos em cada mão. Os olhos de Oliver aumentaram com a visão que estava tendo. Ela estava vestindo um uniforme agora, amarelo, de camisa, saia, tênis e avental da cintura para baixo.

Sem perceber que era observada Chloe colocou gentilmente os pratos sobre uma das mesas onde um família esperava por ela com empolgação. Completamente petrificado Oliver não conseguia acreditar no que estava vendo. Chloe era uma...garçonete.

CONTINUA
Parte 4

PS:  Perdão pela demora, mas tive alguns probleminhas pra resolver e não consegui terminar o capitulo antes. O que também acabou deixando ele menor do que eu gostaria. Prometo que o próximo vai ser melhor...Ah, deixe um comentário e faça a autora feliz.