A Better Place 7/17

Titulo: A Better Place

Autora: Roberta Clemente

Classificação: NC -17

Nota: Essa fic tem como base Roulette, com final alternativo. O nome da fic é uma musica da banda VAST

Resumo: E se antes de Oliver entender que Chloe salvou o herói, o mito, o homem tivesse cometido um ultimo erro?

Prologo  1/17  2/17  3/17  4/17  5/17  6/17 

7/17

A noite correu e em um piscar de olhos se transformou em manhã. Chloe não precisou de mais que alguns minutos para pegar no sono quando chegou em casa. E acordou na mesma posição na manhã seguinte. Era tudo o que precisava, que seu corpo, sua mente e coração precisavam. Uma noite inteira sem pensar, sem sonhar, se se preocupar.

Usou a manhã para fazer o que nunca fazia, nada. Andou de pijama pela casa, preparou e tomou café sem pressa, mudou alguns móveis de lugar e imaginou como ficaria uma TV na pequena sala enquanto se esticava no sofá. Olhando entre ela e a lareira sem uso, analisou por alguns segundos e revirou os olhos para si mesma. A TV deveria ser comprada antes da vontade de assistir alguma coisa e não depois.

Quando a vontade passou ela continuou lá, simplesmente. Por meia hora, talvez uma hora inteira antes de levantar e tomar um longo banho. Se escolher a roupa estava fora de cogitação perdeu alguns minutos pensando na maquiagem. As marcas de duas semanas atrás não estavam mais lá. Não chorava há dias então não precisou de nenhum artificio para disfarçar, só para se sentir mais bonita.

Sem pressa secou os cabelos, deixando lisos como eram naturalmente. Só saiu de casa quando ficou satisfeita com a aparência da pessoa a quem estava encarando no espelho. Arriscou até um meio sorriso para ela antes de ir.

Não era uma Chloe nova ou melhorada atravessando as ruas de Independence. Era só uma mulher mais leve, sem motivo, sem causa. Que preferiu não se perguntar, não tentar descobrir. Merecia algumas horas de paz, de trégua.

Vestiu o avental despreocupadamente enquanto caminhava para dentro do café, direto para seus fregueses preferidos.

-Boa tarde Adele, Herry – Chloe os cumprimenta com um sorriso genuíno.

-Boa tarde querida – Adele responde sorrindo, mais pelo sorriso mais largo que o habitual de Chloe.

-Vocês já pediram? - Chloe olha de um para o outro com cuidado.

-Claro que não!Adele sairia daqui roxa de fome, mas não pediria a outra pessoa – Herry provoca a esposa com carinho.

-Obrigada! - Chloe sorri sem graça.

-Oh, não é nada demais – Adele minimiza. - Além do mais, quem quer comer com aquela cara feia?Deve fazer mal.

Chloe olha para ela franzindo a testa.

-O que? - Chloe murmura.

Adele responde apontando com a cabeça para o balcão largo no fundo do café. Chloe segue a dica e encontra Larry com o olhar fixo nela. Ela se encolhe ligeiramente, um pouco envergonhada por Adele e seu marido presenciarem.

Larry a chama de um jeito nada simpático com o dedo e sai esperando ser seguido. Chloe respira fundo, prevendo que seu momento estava perto do fim. Ela olha de novo para o casal que a olham com apoio.

Chloe não tem pressa em atravessar a cozinha, ela procura por ele e não encontra. Olhando a porta que levava ao beco ela bufa no lugar antes de ir. Um Larry muito irritado a esperava do lado de fora e não sabia o motivo.

-Estou aqui – Chloe começa assim que a porta bate atrás dela.

-Exatamente!Você está aqui! Horas atrasada – ele a acusa.

-É minha manhã de folga – Chloe se defende.

-Eu não autorizei – ele cruza os braços.

Chloe segura o riso nervoso.

-Você está brincando certo? Eu trabalho para você em três turnos, sete dias da semana, sem folga, há meses e você vem me cobrar algumas horas de folga? Chloe cerra os olhos em aviso.

-Eu...

Ela não o deixaria se defender, estava só começando.

-Eu não sei o que se passa na sua cabeça, talvez tenha sido o corte de cabelo ou talvez tenha sido... o tombo, mas deixei avisado...

-Você estava com ele, não estava? - Larry esbraveja, calando Chloe.

Ela precisa de alguns segundos para entender. Olhando para ele confusa ela deixa os braços cair sem reação. Ele estava falando de Oliver?A acusando de estar com ele? Ela abre a boca para começar a falar.

Mas antes que pudesse responder Larry deu um passo rápido a frente, agarrando seus braços. E lhe tirando qualquer chance de reagir ela a beijou bruscamente. Chloe gemeu de susto abrindo bem os olhos de surpresa. Não levou mais que dois segundos para ela juntar toda a sua força, empurrando Larry para o mais longe possível.

-Você está louco? – ela grita esfregando as costas da mão sobre a boca.

-Eu...eu... - ele parece sem jeito com a rejeição.

-Você...você surtou! - Chloe olha para ele com os olhos cheios de indignação, a procura de uma resposta. Aquele homem a odiava, ela sempre teve certeza. Aquilo não fazia sentido.

Ele se mexe nervoso no lugar, como se algo estivesse crescendo dentro dele. Raiva por ser rejeitado começava transparecer em seus olhos.

-Você está demitida – ele diz seco.

Chloe deixa o queixo cair ligeiramente. Ela estava sendo punida por não corresponder a aquele homem que a humilhava diariamente?

-O que? - a pergunta dela sai em um sussurro incrédulo.

Ele cruza os braços se impondo.

-Você sumiu, não avisou, isso dá justa causa Sullivan – ele justifica com um sorrisinho vitorioso no rosto.

Chloe não percebe, mas em segundo sua respiração está diferente. Ofegando de raiva ela se força a manter o controle. Não deixaria aquele ser desprezível tratá-la como lixo. Respirando fundo algumas vezes ela se acalma enquanto se aproxima dele com o mesmo sorriso.

-Ótimo!Você na verdade está me fazendo um grande favor. Dizem que as pessoas se acostumam com qualquer coisa, mas nunca acreditei até trabalhar pra você e aguentar essa sua cara todos dos dias, por cinco meses – ela olha para ele com frieza. - Obrigada Larry!

Chloe sorri e gira nos calcanhares, pronta para sair dali, para se livrar daquele homem. Ela estava perto da porta quando escutou:

-Vadia!

Era isso. Ainda de costas ela agradeceu a ele mentalmente. Sem dizer nada ela olhou para ele por cima do ombro antes de caminhar firme em sua direção, com os punhos fechados de raiva. Larry não se mexeu, como se não acreditasse nela.

Vendo e se lembrando de muita coisa Chloe colocou toda a força e raiva que sabia que tinha em seu punho fechado. Sem saber muito bem como, acertou o rosto de Larry. Ele vacilou cambaleando para trás e ela o assistiu bater na parede cobrindo a face.

Um tipo de satisfação a invadiu quando viu a expressão de dor dele. Ela era capaz de revidar a alguém que a atacava, ainda era. Podia se defender, mas precisava de mais. Cobrindo rápido a distancia entre eles ela chutou Larry entre as pernas e dessa vez ele caiu no chão se encolhendo e gemendo de dor.

-Você pode mudar o cabelo, usar um camisa nova, mas nem isso disfarça o homem patético e ridículo que você é – ela sussurra se inclinando em cima dele.

Ficando reta caminhou de volta para o café e de repente uma onda de nervosismo começou a tomar conta dela. Sentiu o corpo todo tremer e pegando suas coisas sem pensar saiu, alheia a tudo e todos, não conseguiu ouvir nem ver nada. Precisava sair dali o mais rápido possível e a distancia até a porta pareceu quilômetros, mas apertando a alça de couro na mão empurrou a porta e correu.

Oliver puxou a porta do café algumas horas depois confiante. Como de costume olhou em volta antes de procurar uma mesa. Sem Chloe por perto caminhou até sua mesa preferida. Achava engraçado como ela sempre estava vazia, como se a sua espera.

Alguns minutos se passaram sem que Chloe ou qualquer outra pessoa aparecesse para atendê-lo. Batendo os dedos involuntariamente na mesa tentou enxergar através das portas da cozinha e nada. Nenhum sinal dela.

Tentou ignorar o aperto no peito e o medo repentino que estava sentindo. Chloe passava o dia, todos os dias desde que chegou, ali. Se agora ela não estava algo tinha acontecido ou pior...Antes que tirasse conclusões precipitadas e corresse dali a procura dela levantou calmamente e se aproximou do casal que viu tantas vezes conversando com Chloe.

-Oi – Oliver diz tentando transparecer calma.

-Oi.

-Oi.

Oliver sorri para a receptividade dos dois. Era perfeito se ele quisesse tirar deles alguma informação.

-Meu nome é...

-Oliver Queen. Nó sabemos quem é senhor Queen – Adele se antecipa a ele.

-Certo. Muito prazer – Oliver ri um pouco mais relaxado.

-Muito prazer. Eu sou Adele e esse é meu marido Harry – ela olha para o marido, mas depois baixa os olhos. - Mas algo me diz que não é com nós dois que você quer falar.

Oliver fica tenso, mas assentindo ele concorda.

-Eu estou procurando por Chloe. Mas parece que ela não apareceu para trabalhar hoje.

-Oh, não!Ela veio – Adele informa mudando o tom de voz e postura.

-Ela veio – Oliver repete olhando em volta mais uma vez.

-Sim, então Larry, que vem agindo muito estranho ultimamente, a chamou lá atrás e alguns minutos depois ela passou por aqui correndo e ele com aquela cara roxa.

Oliver tira os olhos da senhora enraivecida e olha para trás. Larry está equilibrando alguns pratos em direção as mesas do canto e ele ostentava um olho bem inchado e roxo.

Travando a mandíbula Oliver cerra os punhos inconscientemente. Ignorando o casal ele se aproximou do homem imaginando o que ele teria feito a Chloe pra que ela precisasse se defender. Chegando bem perto, mas sem ser percebido Oliver da um tapa discreto nos pratos que Larry carregava.

-Desculpe – ele se desculpa friamente, olhando bem nos olhos do homem, se segurando para não fazer o que queria fazer desde o primeiro dia em que colocou os pés naquele café.

-Tudo bem – Larry diz sem se mover, sem se intimidar por Oliver, deixando a comida espalhada no chão.

-Escuta bem o que eu vou te dizer. Eu vou procurar por ela, e se um fio de cabelo estiver fora do lugar – Oliver diz entre os dentes, sabia que tinha os olhos de todos sobre ele. - Eu volto, e eu acabo com você antes que você se quer note que estou aqui.

Oliver olha nos olhos dele por algum tempo se fazendo entender e então lhe dá as costas, ignorando os olhares desconfiados. Ele volta calmamente a mesa do casal que olham para ele satisfeitos.

-Eu preciso saber onde ela mora.

Chloe não soube por quanto tempo ficou dentro da banheira, mas quando saiu do banheiro já estava escuro do lado de fora. O caminho para casa também foi maior. Demorou algum tempo até perceber que estava andando sem rumo e quando deu por si estava longe.

Caminhar sempre ajudava, mas não naquele dia. Sua mente era um turbilhão incontrolável. Mal entendia os próprios pensamentos sem se perder, então achou que talvez um segundo banho pudesse funcionar, mas nem isso acalmou Chloe. A adrenalina em seu corpo pareceu ser resistente ao frio a que ela submeteu seu corpo.

Se sentia tão estupida por ter deixado Larry tratá-la como lixo por meses. Vestiu tão bem a personagem, de uma pessoa que não se importava que acabou acreditando e lhe dando o direito de fazer aquilo com ela. Dia a após dia.

Estava furiosa. Acusou Clark e Oliver de tratá-la como alguém sem valor para deixar um total estranho fazer pior com ela?

Depois de vestir uma camiseta velha se olhou no espelho e aquela mulher olhando de volta para ela, com os olhos fundos e pele pálida era muito diferente da que olhou de manhã. Essa se parecia muito com aquela que saiu de Smallville aos pedaços. Tinha o mesmo olhar.

Oliver chegou a porta da casa dela e parou antes de bater. Precisava acalmar seus nervos antes de qualquer coisa. Sua preocupação era grande, mas não lhe impedia de temer que ela tivesse ido embora. As duas ultimas semanas foram difíceis, mas a certeza de que Chloe estaria lá o acalmava. Não saberia o que fazer se ela tivesse ido embora.

Respirando fundo bateu e esperou. Contou até dez mentalmente e bateu de novo, não demorou muito para a porta ser destrancada e ele soltar um suspiro de alivio antes que ela fosse aberta, revelando uma Chloe visivelmente abalada.

Eles se olharam, em silencio por um minuto inteiro. Oliver examinou cada traço do rosto dela, a procura de qualquer dano físico e encontrou aqueles enormes olhos verdes avermelhados, brilhando com lágrimas presas, exatamente como há alguns meses. Seu coração se apertou e ele deu um passo na direção dela, pronto para tocá-la, confortá-la, mas Chloe recuou, lhe dando as costas.

Ver Oliver a sua porta trouxe o alivio que ela nem sabia que precisava. Olhar para ele, um rosto conhecido a fez esquecer por um segundo que era um pessoa sozinha, mas quando ele tentou tocá-la se assustou.

-O que você está fazendo aqui? - ela pergunta rápido, levando a mão a boca e estremecendo com a dor em seus dedos.

-O que aconteceu, Chloe? - ele vai direto ao ponto e espera que ela não minta. Podia ver a tensão em seu corpo, em sua voz. Ela parecia um bicho enjaulado.

-Eu...fui demitida – ela responde depois de alguns segundos, ainda de costas, sem conseguir olhar para ele.

-Por que? - Oliver se aproxima.

-Por que, por que eu me atrasei, foi isso – ela mente. Se sentia envergonhada.

Oliver olha Chloe se mexer no lugar, nervosa, mesmo que não conseguisse ver o rosto dela ele sabia.

-Você está mentindo! - ele tenta se manter calmo.

Chloe se vira, irritada pela acusação. Ela olha duro para ele. Ele queria a verdade, ela daria a ele.

-Ele me beijou e quando eu não achei ser acuada atrás de uma lata de lixo muito romântico, ele me demitiu. - ela diz amargamente, de queixo erguido. - É isso que você quer saber? Ele achou que era só chegar e se servir.

Oliver sente o sangue esquentar e a raiva voltar a correr em suas veias. Imediatamente se arrepende de não ter acabado com Larry quando teve a chance. Ele pagaria por fazer isso a ela, por fazê-la se sentir desse jeito, por tocá-la.

-Ele... tocou em você. Eu vou acabar com aquele desgraçado – Oliver sussurra como uma promessa, olhando bem nos olhos dela antes de caminhar de volta para a porta.

Chloe imediatamente reage, passando por ele, batendo a porta fechada.

-Você não vai fazer nada Oliver! Eu não preciso que defenda minha honra – Chloe avisa. Por mais que quisesse ter sua vingança pessoal, não podia deixar Oliver fazer isso por ela.

-Chloe, me escuta. Ele não pode te tratar assim – Oliver tenta.

-Por que não?Eu deixei. Eu disse a ele desde o primeiro dia...

-Ele não tem o direito, ninguém tem Chloe - Oliver se altera. Queria mais que nunca acabar com o bastardo, mas precisava convencê-la de que ninguém podia fazer pouco dela.

Sem acreditar muito Chloe desvia o olhar e passa por ele de cabeça baixa. Queria muito acreditar naquelas palavras.

-Chloe – Oliver sussurra quando os ombros dela tocam os seus. - Ninguém pode te fazer menor do que você é.

Chloe para, sem olhar para ele, lado a lado. Ela quer se apegar a aquelas palavras mais que tudo, queria não se sentir tão pequena e como estava agora. Ela sente a mão quente dele roçar a sua e uma vontade quase urgente de entrelaçar os dedos nos dele e embarcar naquela ideia.

-Por que você se importa? - ela pergunta baixinho, com medo da resposta.

-Por que você é importante demais para mim. - ele responde, deixando sua mão tocar a dela.

Chloe ergue o olhar até o dele. Ela procura e seu coração acelera quando não encontra nenhum vestigo de mentira nos olhos castanhos dele. Oliver segura sua mão e ela o ar.

-E... eu estava lá fora aquele dia. - ele não sabia se era certo, se devia, mas queria ser sincero com ela. Tinha que dizer que estava pronto para ir embora e deixá-la em paz quando do outro lado da rua a viu no beco, chorar cercada pelo lixo e que ali, soube que não poderia ir embora.

-Que dia? - ela murmura confusa.

-O dia que cheguei, logo que sai do café e você saiu em seguida – ele esclarece.

Chloe desvia o olhar, lembrando daquele dia e como se sentiu quando o viu ir embora. Coberta de lixo, sem controle, aos prantos. E de repente se sentiu vulnerável, exposta. Ela dá um passo a frente, tirando a mão da dele.

-Chloe? - Oliver a chama quando percebe que ela está se afastando.

-Vá embora – diz fechando, apertando os olhos, mesmo de costas para ele de novo.

-O que? Não – Oliver se nega.

-Vai embora, Oliver! - ela explode se virando para encará-lo.

-Não! - ele responde, firme, erguendo sua postura.

-Vai embora – ela o empurra e Oliver para não dando mais que um passo para trás, ele continua a olhar fundo nos olhos dela e Chloe se sente nua diante dele, como se ele pudesse ler seus pensamentos.

-Me deixa em paz – ela grita batendo os dois punhos no peito dele e Oliver os agarra, impedindo que continuasse.

-Não!

Chloe fica chocada e tenta lutar contra ele, ter o controle de volta. Ela balança os braços tentando se desvencilhar dele e Oliver controlado e seguro só os segura no ar. Ele podia ver as perguntas nos olhos dela.

-Antes que você me pergunte por que eu te respondo. Por que eu sou seu amigo Chloe! - ele responde no mesmo tom. E toma folego para continuar quando ela o olha com os olhos arregalados. - Você pode achar que me odeia, mas eu não compro essa. Se você e eu não importássemos um com o outro você não teria me impedido e eu estaria quebrando a cara daquele caipira agora, indo parar na delegacia da cidade ou linchado em praça publica e eu...eu não estaria aqui, nessa cidade por você.

Chloe se irrita, estava perdendo seu valioso controle e odiava Oliver por isso. Por fazê-la se perder tão fácil. Recusava-se a acreditar, a sentir o que ele estava dizendo. Não queria depender de ninguém. Todos foram embora ou simplesmente se esqueceram dela.

Com a respiração ainda acelerada ela continuou a olhar para ele e estremeceu quando o olhar de Oliver a atravessou, deixando claro a alma perdida e tão machucada quanto ela.

-Eu não vou embora. Eu não vou te deixar

Então ela acalma por um instante, pedindo com o olhar por trégua. Não queria mais lutar, estava cansada, só queria algo de bom para variar.

Ela se assusta, ofegando quando ele a puxa pra mais perto, ela luta, tenta se soltar, mas em um segundo, antes que pudesse gritar de novo Oliver tampa sua boca aberta com a dele. Ele aperta o corpo dela contra o dele e ela não consegue reagir. Antes que percebesse seu corpo está contra a porta e a boca de Oliver agora contra seu pescoço.

Deveria estar colocando Oliver para fora da sua casa e da sua vida, mas em vez disso estava empurrando a jaqueta dele para o chão, correndo as mãos em seus cabelos arrepiados aceitando os lábios úmidos dele sobre sua pele quente.

Oliver não tinha controle do que fazia, quando olhou para aqueles enormes olhos verdes se deu conta de que a queria. E a boca dela se tornou irresistível demais. Esqueceu tudo o que queria dizer quando teve a necessidade de sentir o corpo dela com as próprias mãos. E agora sentia o gosto e a pele macia dela entre seus dedos.

Chloe não conseguia pensar, sua capacidade de raciocinar a abandonara a própria sorte quando Oliver a tocou e agora se sentia entregue e querendo mais. Sua ultima chance foi quando sentiu as mãos dele subirem pela lateral de suas pernas, a procura de sua calcinha.

Ela podia desistir ali, essa era a sua chance, mas não usou, ignorou, empurrando o quadril pra longe da madeira facilitando e passando as pernas em volta dele enquanto Oliver abria o cinto.

Chloe ainda tinha os pés no chão e a chance de correr dele se quisesse, mas não fez, então Oliver continuou, abrindo o cinto com pressa enquanto explorava a boca dela com a sua, ele invade sem pedir licença. Só interrompeu o beijo para agarrar as pernas dela e colocar em volta de sua cintura, tirando-a do chão por completo. Queria desesperadamente senti-la, estar dentro dela.

Ele afunda o rosto no pescoço dela e então deixa que o peso do corpo dela a faça escorregar para ele. Com pressa e sem muito cuidado ele entra nela de uma vez e só se da conta quando Chloe agarra suas costas e solta um gemido doloroso.

Ele petrifica, não queria machucá-la, nunca. Então procura o rosto dela que está pressionado contra seu ombro e encontra os olhos dela apertados.

A um segundo de parar tudo e pedir perdão, Chloe abre os olhos e olhando dentro dos olhos dele mexe devagar os quadris. Ela sorri ligeiramente e o beija com a mesma urgência que ele a beijou, com força.

Chloe não conseguiria explicar a sensação de Oliver começando a se mover em baixo dela, dentro dela. Nunca tinha feito isso com tanta urgência, com tanta necessidade e sem esperar. Ela se agarra a camiseta e aperta as pernas em volta dele. Era prazer, simples e puro prazer, o único em meses

Oliver afunda os dedos nas coxas dela e empurra mais fundo, cada vez mais fundo, tinha pressa, queria mais do estava sentindo, precisava sentir mais e o corpo dela era perfeito, quente e apertado contra o seu, fazia tudo ficar mais intenso. Ele aumenta o ritmo gemendo contra o pescoço dela. Chloe também deixa escapar um gemido e Oliver não se importa em chamar o nome dela.

-Oh, meu Deus, Chloe – ele diz o nome dela entre os dentes.

Ela não responde, só envolve as pernas nas dele e agarra por cima do jeans, empurrando mais e mais para ela. Não conseguia dizer nada, queria gritar, mas sua voz saia em forma de gemidos enquanto tentava desesperadamente respirar, explodira a qualquer segundo, podia sentir as pernas latejarem e o controle de si mesma a deixando muito rápido.

Oliver percorre o pescoço dela, sugando ponto por ponto, até encontrar os lábios abertos. Ele se perde neles aumentando o ritmo e a força. Cada vez que saia e entrava dela sentia que seria a ultima, que não conseguiria mais se controlar, nunca tinha sentido algo assim, prazer assim.

Eles gemiam na boca um do outro, respirando o mesmo ar, soltando gemidos que ecoavam pela sala. Seria a qualquer segundo, Oliver já não saberia se conseguiria continuar, se suas pernas aguentariam e Chloe estava a um passo de começar a gritar.

Chloe se segura no pescoço dele, de olhos apertados, gemendo na orelha próxima a sua boca quando seu orgasmo a atinge com força. E Oliver afunda os dedos na carne dela e erra alguns movimentos quando o seu explode dentro da carne apertada a sua volta.

Ofegando eles continuam a se mover um para o outro, mais lentos, sentindo as ultimas ondas de prazer sumir em seus corpos.

Ainda respirando com dificuldade Oliver se afastou, mas não deixou Chloe. Segurou mais gentilmente pernas dela que ainda apertavam a sua volta. Queria olhar para ela, mas Chloe ainda estava com a testa apoiada em seu ombro, tão ofegante quanto ele.

Ela se sentia anestesiada, seu corpo não respondia, só vibrava diferente. Foram minutos, poucos de libertação, em que se deixou levar, mas agora, a consciência do que tinha feito, acabado de fazer era inevitável.

Afrouxando as mãos que ainda envolviam a nuca dele ela forçou suas pernas tremulas a escorregar para chão firme. Ela não teve coragem de olhar para nos olhos dele. E definitivamente não sabia o que dizer, mais uma vez. Oliver tinha esse poder sobre ela.

Baixando a camiseta, se cobrindo ela dá alguns passos para o lado, seus olhos grudados no chão. Sua mente não lhe deu tempo algum pra assimilar, voltando a ser uma grande bagunça no minuto seguinte. Ela cria coragem para olhar para Oliver e a expectativa nos olhos dele quase a derruba.

-Você quer que eu vá embora, não é? - ele pergunta vendo nos olhos dela a confusão, a briga interna que ela parecia estar travando consigo mesma.

Assentindo fracamente ela fica no lugar, olhando Oliver concordar e sair devagar depois de lhe dar um meio sorriso. Quando a porta se fecha ela continua olhando, congelada com os dedos agarrados a barra da camiseta. Como as coisas puderam mudar tanto e tão rápido? Tinha acabado de transar ferozmente com o homem que há poucos dias lhe causava pesadelos. Precisava de um segundo para não se perder no meio

CONTINUA...

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Parte 8