Extraordinarily Ordinary, capítulo 2

 

Esqueci de colocar no capítulo anterior: Essa fic é da BlueSuedeShoes. Pra quem quiser ver a original: Extraordinarily Ordinary. ;D

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--2—

“Onde você mora?”

“A quinze minutos daqui.”

“Que tipo de lugar?”

“Numa cobertura.”

“Como você pode pagar por uma?”

“Eu sou muito bem de vida.”

“E eu sou sua assistente pessoal?”

“Sim.”

“Não sou um pouco desqualificada pra isso?”

“Dificilmente.”

“O que eu faço exatamente?”

“Muita coisa. Você tem que continuar a me interrogar assim?” Oliver perguntou finalmente, tirando seus olhos da estrada. Depois de mantê-la no hospital por uma noite, os médicos finalmente deram alta pra ela ir pra casa com ele, mas insistiram que ela precisava de descanso e nada de choques repentinos. Oliver olhou pro médico duvidosamente quando ele lhe deu as recomendações. O cara claramente não fazia idéia de quem estava falando. Chloe odiava ficar à toa, e não era possível que ela recuperasse a memória e não tivesse um choque repentino. A vida dela era um choque repentino.

Chloe corou. “Desculpa. Eu só… bom…”

“Você não gosta de não saber o que está acontecendo. Confie em mim, eu sei. Ele sorriu consigo mesmo, os olhos voltando pra estrada.

Ela lhe lançou um olhar engraçado.

“Desculpa, é só que eu te conheço realmente bem, e se tem uma coisa que aprendi sobre você, é que você tem que saber tudo sobre tudo. Você pesquisa no Google todo mundo que conhece.”

“O que eu encontraria se pesquisasse sobre você?”

Ele fez uma careta. “Pouca coisa que me elogiasse.”

“Ah?”

“Eu tenho uma má reputação com a imprensa na maioria do tempo... Apesar de você ter diminuído drasticamente esse problema desde que começamos a trabalhar juntos.”

“Juntos? Achei que você era meu chefe.”

Ele a olhou de novo, levando-a em conta. “É um jeito bem insuficiente de colocar isso, mas também o mais próximo de ser exato. Eu assino sua folha de pagamentos, mas na metade do tempo você me diz o que fazer, e no resto do tempo estamos mais perto de sermos parceiros.”

Chloe franziu as sobrancelhas, tentando registrar o que ele disse.

Depois de cinco minutos Oliver quase ficou nervoso com o silêncio. “Esse é o máximo de tempo que você ficou em silêncio desde que acordou no hospital ontem. No que você está pensando?”

“Que minha vida é muito diferente do que eu esperava que fosse quando tinha quinze anos.”

Oliver sentiu uma pontada de culpa. Era absolutamente verdade, e muitas vezes ele se sentia responsável por isso. Ela era colocada em perigo quase que diariamente por causa dele, e os amigos dela estavam longe do normal Ele imaginou como ela reagiria quando recuperasse a memória... se recuperasse a memória.

Mas ele não podia pensar assim. Ela tinha que recuperar. Ela tinha porque a LJ precisava dela. Eu preciso dela, ele pensou com uma pontada de dor. Ele nunca tinha admitido isso pra Chloe, mas... Bem... Havia algumas coisas que eles não conversavam. Como o fato da minha vida inteira desmoronar se ela decidir ir embora, ele pensou tristemente, ou que está praticamente desmoronando agora simplesmente porque ela não se lembra de mim.

“Me desculpa,” Chloe disse de repente.

“Que?” Oliver saiu de seu devaneio, estacionando o carro na torre do relógio onde um manobrista pegou as chaves com ele. Ele deu a volta no carro pra ajudá-la e ela pareceu chateada.

“Eu só... posso ver que é realmente difícil pra você eu não saber quem você é.” Ela se recusou a olhá-lo nos olhos.

Ele sentiu outra pontada, essa agora de culpa. “Ei! Não se atreva a pedir desculpas! Isso dificilmente é culpa sua. Quero dizer, fala sério! Alem do mais,” ele disse, tentando animá-la, “isso vai ser muito divertido pra mim. Eu posso encher sua cabeça com todo tipo de histórias inventadas sobre a gente.”

Ela lhe lançou um olhar surpreso, mas então pareceu perceber que ele estava brincando e riu. Daí ela olhou pro prédio que eles tinham chegado. “Você mora aqui?”

Ele sorriu, satisfeito por ela estar impressionada. “Sim. Último andar.”

“O u-último?” ela gaguejou enquanto ele a levava junto, a cabeça inclinando pra trás pra ver o topo do prédio onde havia um relógio gigante.

“Aham. Clark deve ter trazido todas as suas coisas a essa altura,” ele acrescentou, “então tudo vai estar arrumado pra você.”

“Ele trouxe algumas fotos?” ela perguntou no elevador.

“Eu... eu não sei. Talvez?”

“Espero que sim,” ela disse pensativa antes de ficar quieta novamente.

Quando eles chegaram ao topo e o elevador abriu, Chloe ficou imóvel, olhando, mas Oliver não notou.

“O quarto de hóspedes é aqui,” ele disse a ela, mostrando-a o caminho antes de perceber que ela não o seguia. Ele se virou pra ela. “Chloe?”

Ela deu apenas um passo pra fora do elevador e estava olhando ao redor, as máquinas girando em seu cérebro a 150 km/h enquanto ela absorvia a sala. Oliver estava prestes a perguntar o que ela estava fazendo, mas parou, percebendo que talvez ela estivesse se lembrando de alguma coisa.

Depois de um instante, o feitiço pareceu quebrar e Oliver perguntou se ela estava bem.

“Eu... Eu não sei,” ela disse, olhando pra parede que escondia o equipamento do Arqueiro Verde. “Eu pensei que alguma coisa parecia familiar por um minuto. Mas, ela se virou de volta pra ele. “Eu acho que vou ter muito essa sensação por um tempo.” Ela sorriu fracamente pra ele, e Oliver tentou esconder seu desapontamento. “De qualquer forma,” ela disse “onde era esse quarto?”

Chloe não perdeu o olhar esperançoso que imediatamente desapareceu do rosto de Oliver. Ela se sentiu mal. Sabia, assim como ele tinha dito lá embaixo que não era sua culpa, mas isso não a impedia de se sentir mal. Ela sabia que a chatearia terrivelmente se alguém de quem ela era próxima não se lembrasse dela.

“Clark teve amnésia,” ela disse de repente. “Clark teve amnésia por um dia no ensino médio e eu tive que tomar conta dele!”

Oliver se virou pra olhar pra ela, aliviado. “Eu acho que um de vocês me contou sobre isso.” Então ele subitamente arqueou uma sobrancelha. “Do que mais você se lembra do Clark nesse dia?”

Chloe lhe olhou confusa. “Humm...”

“Deixa pra lá,” ele disse rapidamente, abrindo a porta do quarto onde foi revelado que Clark não somente trouxe todas as coisas dela, mas se deu ao trabalho de desempacotá-las pra ela também.

“Ele deve ter ficado aqui por pelo menos uma hora,” Chloe disse, abrindo as gavetas e encontrando roupas cuidadosamente dobradas e organizadas.

Oliver bufou antes que pudesse se controlar. Uma hora, Chloe? Tente três segundos. Ele pensou, mas ao invés disso disse, “É, bem legal da parte dele.”

Chloe o olhou, não gostando do tom estranhamente pejorativo da voz dele. Então ela notou que tinha um buquê de tulipas na cômoda. Ela andou até as flores sorrindo e encontrou um cartão.

Chloelicious—

Fico feliz por você ter saído do hospital. Espero que sua memória volte logo!

Com amor, Bart

Chloe olhou pro cartão duvidosamente. “Bart é meu namorado? E eu realmente deixo ele me chamar de Chloelicious?”

Oliver bufou, andando até ela pra ler o cartão. “Ele não é seu namorado, apesar de que imagino que isso é o que ele gostaria que você pensasse.” Ele deu uma risada.

Chloe olhou pra Oliver. “Então como eu o conheço?”

“Ele trabalha com a gente também.”

“E isso é normal pra ele?” ela gesticulou as flores, incapaz de suprimir um sorriso ao vê-las.

Oliver arqueou uma sobrancelha, não gostando da cara de boba dela. “Muito.”

Chloe sacudiu a cabeça, deleitada. “Quando eu o conheci?”

“Anos atrás em Smallville. Você está com fome? Podemos ir jantar,” ele mudou o assunto.

Ela concordou. “Faminta. Aquela comida do hospital era horrível,” ela reclamou.

Oliver riu, saindo do quarto. “Você devia ter me falado. Eu teria arranjado alguma coisa melhor e levado.”

Chloe procurou por ele surpresa, e então, se situando, ela começou a ir atrás dele, mas parou quando ouviu outra voz.

“Ei, chefe. Como está a ‘licious?”

Chloe repentinamente se lembrou de um garoto numa cafeteria entregando-lhe uma flor e a chamando de ‘Chloelicious.’ Ela sorriu, lembrando que ele estava flertando descaradamente com ela e era aparentemente amigo de Clark. Onde eles estavam? Ela fechou os olhos, se forçando a lembrar. Ela viu Lana atrás do balcão e decorações brilhantes… o Talon! É claro. Ela se sentiu livrando-se de um pequeno peso enquanto um pedaço importante do ensino médio voltava a ela. Lana tinha transformado o antigo cinema em que seus pais se conheceram numa cafeteria.

Ela estava prestes a ir ver Bart, ansiosa pra ver outra pessoa que ela aparentemente lembrava, mas percebeu de repente que eles estavam falando dela.

“Bart, estou te avisando, não faça nada de estranho perto da Chloe. Ela não se lembra de nenhum de nós. Poderia fazê-la entrar em choque, ok?”

“Ah, fala sério! Onde ela está? Aposto que vai se lembrar de mim!”

“Ela mal se lembra do ensino médio, Bart. Ela não vai se lembrar de nada. Então sossega, ok? Eu não quero ela entrando em pânico, ao menos não sem Clark ou Lois perto pra convencê-la que não somos todos aberrações.”

Aberrações? Chloe pensou. Do que eles estão falando? A palavra parecia carregar muito significado pra ela, mas ela não conseguia pensar no motivo. Cansada de falarem dela quando não estava na sala e das frases misteriosas, Chloe foi se juntar a eles.

“Oi, Bart,” ela sorriu, satisfeita por ele ser o garoto que ela imaginou – um pouco mais velho é claro, mas ainda a pessoa certa. “Obrigada pelas flores.”

Ele sorriu pra ela.

“Você se lembra de mim?” ele perguntou excitadamente.

“Você se lembra dele?” Oliver disse ao mesmo tempo, com menos entusiasmo.

Chloe concordou feliz. “Apenas veio na minha cabeça. Eu te conheci no Talon, certo?” ela olhou pra ele esperançosa.

“É!” Bart correu pra ela – sem sua super-velocidade – Oliver observou agradecido – e a beijou na bochecha, dando-lhe um abraço contente. “Sabia que você se lembraria de mim. Mas é meio engraçado, porque você não se lembrava de mim antes,” ele acrescentou.

Chloe parecia confusa. “Hã?”

“Aquela vez no Talon foi há eras atrás. Quando eu te encontrei de novo alguns anos atrás você não me reconheceu de primeira.”

Chloe arqueou uma sobrancelha, mas observou silenciosamente enquanto ele animadamente atacava a geladeira do Oliver.

“Então você se lembra dele?” Oliver perguntou cautelosamente. “Você se lembra de qualquer outra coisa além da primeira vez que se viram?”

Chloe sacudiu a cabeça. “Infelizmente não. Mas ele trouxe de volta a lembrança do Talon. Tinha me esquecido disso completamente”

Ele acenou com a cabeça, aparentemente pensando muito profundamente em alguma coisa. “Ah.” Ela olhou pro Bart de novo e estava surpresa em ver que pra alguém do tamanho dele, ele estava realmente devorando a comida de Oliver.

“Uau,” ela disse. “Você come bastante.”

Bart ergueu o olhar pra ela e sorriu. “Eu queimo muitas calorias. Além do mais,” ele acrescentou de repente, “nunca se sabe quando eu posso precisar entrar em ação.” Ele mexeu as sobrancelhas de forma engraçada pra ela.

A frase ativou alguma coisa em sua cabeça. “Você disse isso antes.”

O sorriso de Bart cresceu e ele concordou.

“Já se cansou de comer toda a comida da minha casa, Bart? Eu ia levar Chloe pra jantar.”

Bart olhou pra Oliver encabulado. “Claro, sem problema, Ollie. Eu vou limpar mais tarde.” Ele lançou a Oliver um olhar cheio de significado e Oliver concordou.

“Obrigado.”

“De qualquer forma,” Bart disse, “Eu apenas queria ver você, ‘licious.” Ele se aproximou e deu outro beijo na bochecha de Chloe e Oliver revirou os olhos. “Você nos matou de susto.”

“Nos?”

“Sim,” ele respondeu distraído, “eu e a LJ – Oops.” Bart disse e Oliver balançou a cabeça desanimado.

“As outras pessoas com quem trabalhamos,” Oliver explicou.

“Ah.”

“É,” Oliver olhou pro Bart. “Vamos, eu peguei seu casaco,” ele disse a ela, claramente exasperado.

Chloe começou a ir com ele, mas parou pra dar um beijo no rosto de Bart. “Obrigada, Bart. Boa noite,” ela disse a ele, rindo um pouco quando o rosto dele ficou vermelho escarlate e alegre.

“Não se esqueça de limpar, Bart,” Oliver disse enquanto Chloe passava por ele no elevador. Quando as portas se fecharam ele olhou pra ela meio esquisito.

“Eu gosto do Bart,” Chloe sorriu. “Ele é uma graça.”

“Sim,” Oliver disse sarcasticamente, “ele é o próprio Príncipe Encantado. Só... faça um favor a si mesma e não o encoraje muito.”

Chloe riu. “Porque não? Ele parece inofensivo,” ela brincou.

Oliver revirou os olhos.

“Você não gosta dele?” Chloe questionou.

Oliver pareceu surpreso. “Que? Não, eu gosto do Bart.”

“Vocês estava fazendo caretas durante todo o tempo que ele estava aqui.”

Oliver se mexeu, desviando o olhar. “Eu só acho que ele dar em cima de você perde a graça muito rápido. O garoto não tem foco.”

A palavra ‘garoto’ ficou na cabeça dela. Ela franziu as sobrancelhas. “Ele é terrivelmente novo pra estar trabalhando para um... Espera, o que você faz mesmo?”

Boa pergunta. “Sou um diretor executivo.”

Ela pareceu surpresa. “Um diretor executivo? Ok, é, ele é extremamente novo pra trabalhar pra você.”

“Ele é um mensageiro.”

“E ele te trata pelo primeiro nome?”

“Jesus, você não perde nada, não é?” ele riu. Chloe não respondeu, apenas o olhou com expectativa. “Ele também é um grande amigo. Ele é muito talentoso,” ele disse, tentando explicar Bart.

Chloe não pareceu remotamente satisfeita, mas deixou o assunto de lado.

Nem um pouco legal, Oliver pensou mal humorado. Ela lembra do garoto e não de mim? Então ele se lembrou que ela não se lembrava de tudo sobre Bart, e ela tinha o conhecido muito antes de conhecer Oliver. Além disso, ele tinha que estar feliz porque partes da memória dela estavam claramente voltando.

próximo